sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Tomar partido, carregar a cruz e seguir Jesus no embate final (Lc.14,25-33)


A viagem de Jesus rumo a Jerusalém continua firme. Uma viagem densa de encontros e desafios. De convites e denúncias. De sonhos e decepções. Tudo ocorre nessa longa caminhada que parece interminável. Pessoas o seguem e o abandonam. Outros o monitoram e o ouvem. Jesus não se ilude com elas. Intui que há muitos idealizadores e sedentos de soluções milagrosas. Eles fazem depender tudo única e exclusivamente de suas qualidades e poderes. Jesus não deixa margem a dúvidas: só aquele que sabe colocar Ele e o seu projeto em primeiro lugar é que pode partilhar a sua mesma viagem. As seguranças afetivas: o calor e o aconchego de uma família de sangue devem ser subordinados à construção imediata da realeza de Deus. Esta não pode esperar.

Estamos num embate que exige definição. Tomar partido, e assumir conseqüências. Isto significa cruz, perseguição, incompreensão, abandono, insegurança de vida. Este é o patrimônio que Jesus promete a quem o segue na viagem. Ninguém é forçado a fazê-lo. O ‘acompanhante e seguidor’ antes de tomar a sua decisão tem que ver dentro de si se tem condições de ir até o fim. Se tem força e coragem de encarar e carregar a cruz que necessariamente aparecerá ao decidir ‘viajar com Jesus’ para a Jerusalém ‘que mata e persegue os seus profetas’. Jesus não quer fanáticos que o seguem cegamente. Quer pessoas adultas e autônomas. Conscientes de suas opções e escolhas. Que saibam ponderar, medir, julgar, avançar, e retroceder quando for o caso. Que não percam de vista o que é prioritário e urgente na hora do embate!

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