No pequeno município de São Vicente Férrer, ocorreu mais um assassinato de um trabalhador rural a mando do latifúndio. Bem na véspera do segundo turno das eleições, dia 30 de outubro. A vítima é Flaviano Pinto Neto, 45 anos, pai de cinco filhos. Uma liderança quilombola do povoado Charco. Um dos principais articuladores da resistência pela terra e da luta para garantir a posse da área onde vive a sua comunidade. Uma semana antes de morrer, ele esteve na sede da FETAEMA (a Federação dos Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Maranhão). Estava angustiado. FLaviano foi morto às 21h por dois homens, quando se encontrava em um bar, à margem da BR 014. Foi atingido por oito tiros de pistola, calibre 38. Todos na cabeça. Os assassinos fugiram em um carro e uma moto. Não houve o registro das placas. A comunidade ficou aterrorizada. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) informou que foi uma tragédia anunciada. O conflito fundiário em São Vicente foi denunciado pela entidade diversas vezes para os mais diferentes setores do poder público no Maranhão. Como sempre, nada foi feito. Tudo indica que esse homicídio, como outros que aconteceram recentemente, ficará sem investigação e sem punição. A praga da matança de lavradores no Estado nunca foi erradicada.
Um comentário:
Não sei definir se vivemos em um Estado sem lei, ou se a lei beneficia, apenas, os poderosos. Estamos cercados pela violência que mata e reprime quem busca a liberdade.A impunidade que fortalece o crime é a mesma que enfraquece, nos envergonha e nos torna vulneráveis. Que Deus proteja os que não ficam calados diante da morte.
Postar um comentário