Por um golpe de estado comprado por 45 dinheiros não se pode pedir certificado de garantia. As falhas aparecem por todos os lados. Um golpe que traz o número de uma quadrilha impune, intocável, repleta de bandidos de estimação da grande mídia e da Polícia Federal. Amiga do caloteiro pato da Fiesp, hoje murcho e silente como os paneleiros. Os delegados da PF, que nos grupos fechados já sabiam há tempos do golpe “que viria através dos Estados Unidos”, estão caladinhos. Falavam grosso com Dilma e hoje, nem fino falam com o impostor Temer, sem um centavo a mais no orçamento pessoal ou institucional. Não é golpe, dizem. Mas o partido que perdeu as eleições está no governo, vale o programa político rejeitado nas urnas. A sorrelfa golpista passa pelo escárnio, pela apressada venda do patrimônio nacional. Vai além dos 45 dinheiros, inclui ator pornô, desprezo pela cultura, bandidos assumindo postos-chaves. Constituição rasgada, a Corte Suprema é tão silente que dá até saudade dos circunspectos juízes que no passado eram maldosamente tratados como membros de um “grande balcão de negócios”, sensíveis a “embargos auriculares”.
Tudo isso em clima de Farsa Jato - pirotecnia falso moralista para acabar com o PT e prender Lula.Perda de tempo! Crucificaram Cristo, mas o Cristianismo sobreviveu. Mataram Tiradentes, mas seu ideal cruzou os séculos. Mataram Zumbi, mas um negro, mesmo sujeito a críticas, chegou à ex-Corte Magna. Assim, permito-me mandar um recado a um tal Sérgio Moro e sua trupe, inspirado na peça “Liberdade, Liberdade” (Flávio Rangel e Millôr Fernandes). “O Cristo morreu na cruz, mas o cristianismo se transformou na maior força espiritual do mundo. Galileu Galilei cedeu diante da Inquisição, mas a Terra continuou girando ao redor do Sol, e quatro séculos mais tarde, um jovem tenente anunciou da estratosfera que a Terra é azul. Portanto, Sr. Sérgio Moro, não se matam ideias. A força, o ideal de fraternidade que nos impulsiona, sobreviverá como cobra de vidro à tirania do golpe. Não será prendendo Lula, fechando diretório, calando jornalistas que se mata uma ideia. Prende-se, matam, torturam e desmoralizam-se pessoas, mas o que nos move é um sentimento de fraternidade. Lamento frustrar o paparicado “magistrado”. Assim mesmo, sem data vênia, entre aspas e com letra minúscula.
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