terça-feira, 31 de julho de 2012

SOLIDÕES

Solidão: uma palavra que habitualmente soa como negativa, que causa medo, porque remete à imagem de um pântano desolado, a uma situação fechada, de isolamento, até mesmo de reclusão na prisão. Quando se afirma que alguém está sozinho, diz-se isso com um sentimento de pena, de compaixão. Gabriel Marcel chegou a confessar: "Não há a não ser um sofrimento: o estar só", bem sabendo que muitos homens e muitas mulheres estão condenados a sofrer essa situação. E Victor Hugo escreveu laconicamente: "O inferno está todo nesta palavra: solidão". Mais do que solidão, devemos, porém, falar de solidões, no plural, porque muitas são as formas nas quais a solidão pode aparecer, e de fato aparece, nas nossas vidas. Acima de tudo, há uma solidão a ser lida como uma espécie de destino, isto é, a solidão em que nos precipitamos em um certo ponto da vida, quando a morte nos arranca aqueles que nos permitiam não ficar sozinhos. Essa é, por exemplo, a solidão do órfão que, perdendo a mãe ou o pai, não tem mais ao seu lado aquela presença que era a carne, a vida da qual viera, não tem mais aquela referência ao "tu" que o tinha acompanhado na sua vinda ao mundo.
Uma outra solidão negativa é a do isolamento. Às vezes, muitas vezes a partir de inícios silenciosos e escondidos, acontece de estarmos sozinhos, isolados, porque todos estão longe, porque não estamos mais perto de ninguém. A manifestação extrema dessa solidão é a prisão, onde somos jogados para longe da vida, dos afetos, do escorrer cotidiano da existência. Hoje, porém, de fato, muitos aportam nesse isolamento mesmo sem chegar a essa situação limite: chegam a ela principalmente por causa de "um mundo em fuga" (Anthony Giddens), de uma sociedade marcada pela velocização, em que o indivíduo não tem mais tempo para dar aos outros a sua própria presença. Parece impossível, mas essa distância nasce dos próprios filhos, dos próprios entes queridos, e a estranheza se afirma porque os laços se mostram frágeis e são facilmente afrouxados ou mesmo truncados. É o estado em que se encontram muitos idosos, pensionistas, inválidos e doentes, abandonados em parte ou totalmente por aqueles que, empenhados em viver, não têm mais o cuidado por aqueles que não conseguem "permanecer na vida", "correr" como eles. Esses idosos estão – se poderia dizer – sob prisão domiciliar, porque estão impedidos pela sua condição física de se moverem como antigamente. E depois há as solidões fecundas.Estar só, saber estar só é uma conquista que exige esforço, exercício, audácia. Sem a solidão e sem o silêncio, como poderíamos conhecer a nós mesmos, escavar em nós mesmos, enxertar conscientemente em nós mesmos germes de comunhão? Mas é preciso a coragem de se retirar, de fazer anacorese, de se afastar do cotidiano, do próprio empenho, dos próprios vínculos: e isso não para renegá-los, mas sim para se distanciar do que saiu de nós, do que foi gerado por nós, mas não está dentro de nós.(Re-elaboração de um artigo de Enzo Bianchi em IHU)

Combonianos do Nordeste entregam as paróquias de Pastos Bons e Nova Iorque.

Os combonianos, no ano em que celebram 60 anos de presença no Maranhão-Nordeste, entregaram nesse domingo, 29, as paróquias de Pastos Bons e Nova Iorque à Diocese de Balsas. Com isso, a partir de hoje, serão os padres diocesanos daquela Diocese a coordenarem a pastoral naquelas localidades. Foi uma decisão amadurecida ao longo de dois anos e levada a cabo de comum acordo com o bispo diocesano Dom Enemésio e o seu conselho. Duas celebrações eucarísticas bem participadas selaram o duplo evento nas duas paróquias. Os Combonianos acreditam que ao longo de mais de 40 anos, apesar de suas fragilidades, contribuíram de forma significativa a criar, juntamente com o povo de Deus daquela região, as condições para a plena auto-suficiência eclesial e pastoral em termos de infra-estruturas e recursos humanos. O próprio clero local cresceu significativamente nesses anos em Balsas, e hoje possui um número razoável de padres em condições de atender a todas as paróquias. Além disso, para os Combonianos, a sua saída de Pastos Bons-Nova Iorque é uma re-afirmação da sua permanente vocação à missão. Ou seja, compreendem que há outras realidades e situações mais necessitadas que exigem atenção, dedicação e serviços pastorais. Vira-se, com isso, uma página da história em que mais de 20 padres e irmãos combonianos deram parte de sua existência numa região rica em humanidade e cultura, mas ainda duramente provadas por inúmeras formas de desigualdades e desmandos institucionais. Nas terras dos extintos Amanajós, pelos ‘caminhos do gado’, e nos sonhos dos insurgidos da ‘República de Pastos Bons’ do século XIX, os Combonianos apreenderam a conhecer, apreciar e a crescer com um povo resistente e lutador. A esse povo o nosso muito obrigado, e as nossas desculpas se nem sempre fomos fiéis ao mandato evangélico. E aos novos pastores de Pastos Bons e Nova Iorque os nossos votos para que possam servir com abnegação, dialogar com franqueza e ser sinal de esperança renovada.

sábado, 28 de julho de 2012

Um 'pequeno' faminto desencadeia a multiplicação de pão e esperança para matar a fome de vida! (Jo.6, 1-16)


Quem de nós nunca fez a experiência de ter fome ou de passar fome? Não importa qual tipo de fome. Sentir, por exemplo, um desejo fisiológico de se abastecer, de se saciar e satisfazer aqueles estímulos que parecem nos levar ao desfalecimento no seu sentido mais amplo? Mas sentir também a necessidade de satisfazer aquele desejo quase visceral de justiça, de direito, de respeito, de reconhecimento do próprio valor? A fome e sede de justiça de que fala Jesus? João no trecho evangélico hodierno nos apresenta um Jesus atento aos mais recônditos desejos e expectativas humanas. Uma atenção que precede as manifestações e as explicitações das próprias pessoas. Jesus, na sua capacidade compassiva se antecipa a qualquer formulação e pedido. ‘Jesus ergueu os olhos e viu uma multidão avançando...’ faminta de curas, de proteção, de acolhida, de aconchego, de comida. Nesse sentido ‘a fome’ tal como Jesus a interpreta parece ser uma fome que vai mais além da manifestação-satisfação fisiológica. É sim fome de pão material, concreto, mas é, acima de tudo, a manifestação da fome de um povo que nunca havia visto realizadas e satisfeitas suas mais profundas e legítimas aspirações. João apresenta, ao mesmo tempo, um Jesus que conhece seus próprios discípulos e a lógica que os guia. Uma lógica ainda dominada pela equação custo-benefício: quanto dinheiro seria preciso para atender às expectativas e às ‘exigências’ humanas? Uma lógica que vai encurralando e descartando qualquer possibilidade de recorrer á ousadia, à criatividade, ao inédito. Jesus não só rejeita radicalmente tal lógica como aponta para soluções que já se encontram ao alcance dos próprios ‘famintos’. Apontadas e experimentadas por eles. Ou seja, Jesus nos deixa claro que são os ‘famintos’ que conhecem o drama da fome, e as suas consequências. E que, por isso, têm condições de apontar para soluções viáveis, possíveis. A satisfação dos estímulos produzidos pela ‘fome’ é definitivamente realizada pelas próprias vítimas da fome e não pelos ‘abastados e saciados’, pelos possuidores de dinheiro e bens. Aliás, eles são os produtores da fome que se enriquecem pela indústria da miséria, da fome, da sonegação. 
Um menino, talvez um ‘pequeno’, um invisível, um dos muitos anônimos da massa que avança rumo a Jesus é quem possui e disponibiliza ‘cinco pães e dois peixes’. São os alimentos básicos, estritamente necessários para não passar fome totalmente. Ele, o faminto, os disponibiliza para que outros possam matar a fome que ele mesmo sente. Sem querer o faminto desencadeia o processo multiplicativo e distributivo operado por Jesus. É como se o próprio Jesus tivesse sido incapaz de operar a distribuição-satisfação das necessidades e aspirações da massa se aquele ‘faminto’ não tivesse colocado a disposição dele e de todos o que ele mantinha como essencial para matar a sua própria fome. Foi o gesto desse ‘pequeno faminto’ que motivou outros ‘pequenos famintos’ daquela massa a socializar seus pães e peixes, ou seja, suas pequenas ou médias soluções. Contribuições e aberturas para satisfazer as inúmeras e vastas necessidades e aspirações de uma massa que, na medida em que ‘partilha’ de forma organizada, deixa de ser massa, e se torna definitivamente povo. Povo que constrói o seu futuro alicerçado, agora, numa nova lógica. Não a do dinheiro que ‘compra’, nem a de acumular e segurar para si, mas a lógica que ele acabava de compreender e adotar. Passar da compaixão e atenção ao outro para o atendimento concreto, histórico e estruturado de tudo o que surge de um coração humano faminto e sedento por plenitude de vida.

Juiz Federal da 8ª Vara decreta suspensão de todas as obras de duplicação da ferrovia Carajás


Ontem, 27 de julho, o juiz federal Ricardo Macieira, da 8ª vara do Maranhão, baixou uma liminar suspendendo todas as obras de duplicação da Estrada Ferro Carajás. Algo que pode ter surpreendido quem não vinha acompanhando as inúmeras ‘ilegalidades’ e omissões da VALE na sua tentativa de duplicar a ferrovia a qualquer custo e em tempos curtíssimos de mais de 650 quilômetros. Não surpreendeu, todavia, as entidades da sociedade civil que haviam entrado com pedido de liminar para barrar as obras da Vale e que tinham fornecido elementos e informações mais que convincentes ao juiz federal. Justiça nos Trilhos e outras haviam identificado inúmeros deslizes legais nos procedimentos de licenciamento da Vale. Com certeza caberá recurso e a VALE não irá perder tempo. Fica, no rntanto o recado...Ela não é mais a todo-poderosa que está acima da lei. A decisão do Juiz federal mostra que a VALE é um gigante com os pés de barro, que pode ser detido e controlado.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

A base espacial de Alcântara 'manda para o espaço' as esperanças de pescadores e quilombolas!

Em terras maranhenses, poucos assuntos incitam discussões tão acirradas quanto a implantação do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). "Se, por um lado, ele simboliza nossa ‘janela para o espaço’, por outro, ele se tornou um nefasto violador de nossos direitos fundamentais", atacou o advogado Danilo Serejo Lopes, quilombola integrante do Movimento dos Atingidos pela Base Espacial (Mabe). Quem ouve a afirmação assim, de passagem, pode pensar que é exagero. Mas não é – o próprio presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), o matemático e também maranhense José Raimundo Coelho, concordou com parte das críticas colocadas pelos militantes do Mabe durante a 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em São Luís (MA). "Estive em Alcântara recentemente e vi com meus próprios olhos: a situação lá ainda carece de muitos cuidados", admitiu o presidente da AEB.No início da década de 1980, no âmbito do programa espacial brasileiro, o poder público apropriou-se de aproximadamente 52 mil hectares de terras alcantarenses. Cerca de 300 famílias foram realocadas nas chamadas ‘vilas agrárias’. "Além disso, o Estado nos deu terras em regime individual, mas nunca soubemos o que é isso; nossas áreas sempre foram de uso comum", contextualizou Lopes, lembrando que, em sua maioria, eram terras inférteis. Tal sucessão de episódios foi a gênese de um trauma social que é, ainda hoje, uma das questões mais candentes do Maranhão. "Não somos contra o CLA, não somos contra o programa espacial brasileiro", afirmou Lopes pelo Mabe. "Entendemos sua importância estratégica e queremos, de fato, que nossos filhos tenham a chance de se inserir como partes pensantes desses projetos. Mas não podemos permitir que continuem nos privando do direito constitucional de vivermos em nossas terras." No fim das contas, entre consentimentos e desavenças, a base de Alcântara não deixa de ser um retrato típico da contradição generalizada que é o Brasil. Afinal, trata-se de um centro de tecnologia de ponta circundado por terras onde o século 21 mal chegou; um ambiente de prosperidade científica regada à tecnologia aeroespacial de fronteira nas barbas do litoral do Maranhão – o estado mais pobre do país segundo o último censo do IBGE. (Fonte: IHU)

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Candidatos a prefeito de Arame entram na terra indígena vendendo promessas...

Aldeia Zutiwa, município de Arame, 26 de julho. Eles começaram a sujar e a poluir aldeias e paisagens. Cartazes coloridos de caras mais ou menos notórias agridem a visão educada a contemplar somente o belo....São os candidatos a prefeito do município de Arame. Os números 14 e 15. Algo deplorável que ostenta a falta de bom senso e respeito. Candidatos que nunca mostraram no dia a dia um verdadeiro interesse com a situação dos indígenas que habitam a terra Indígena Araribóia. Agora, em plena campanha político-eleitoral fazem promessas que beiram a imbecilidade. As mesmas promessas ditas e repetidas a cada quatro anos, que nem mesmo eles se lembram de tê-las anunciadas no passado. Ou de tê-las desmentidas pouco tempo depois de eleitos justificando que não podiam realizar o que prometeram pelo fato de os indígenas estarem numa área federal e, portanto, não sob sua direta jurisdição e competência. Mesmo assim, convidam os indígenas para churrascos, fazem favores de todo tipo, concedem fretes, financiam isto e aquilo para ‘comprar’ o voto dos indígenas. Estes, mesmo enojados com essas práticas, sabem que é o momento de ‘arrancar’ algo. Ou agora ou só daqui a mais quatro anos!
A postura desses candidatos desafina de forma escandalosa com as inúmeras invasões e saques ao patrimônio ambiental da terra indígena. Eles conhecem quem e como está praticando ilegalidades na terra dos Guajajara e dos Awá nômades que perambulam por lá. Disso eles não falam. Nem falam das numerosas mulheres indígenas que morrem após parto no hospital municipal de Arame que deveria ser fechado pela absoluta falta de condições, estruturas e pessoal qualificado. Esse silêncio omisso desses candidatos cheira muito a cumplicidade. Talvez eles saibam que a economia desses municípios está alicerçada numa ‘economia pirata’. Clandestina, ilegal e agressiva, onde a maconha, o roubo de madeira nobre, as diárias de hospital e as cirurgias fantasmas movimentam milhões. Uma receita que, afinal, nenhum candidato quer desprezar....

sábado, 21 de julho de 2012

Parar para contemplar as obras do novo Reino/Criação (Mc.6,30-34)

Como é difícil parar no frenesi hodierno. E quando paramos, muitas vezes é para fugir de nós mesmos e dos outros. Distanciar-nos de nós mesmos para não nos defrontar com as nossas indecifráveis sensações de angústia, de fracasso, de incompletude, de insatisfação, de escuridão quanto ao nosso futuro....Podemos parar sim, mas para nos esconder daqueles que nos solicitam insistentemente e que exigem sempre mais de nós. Paramos, mas vigilantes para não permitir que a nossa consciência nos cobre serviços e compromissos com ‘aquelas pessoas que nos sugam e pressionam’.  Vivemos um paradoxo: sentimos de um lado a necessidade de parar, de nos distanciar, de nos abstrair do cotidiano para compreendê-lo melhor. Para nos recarregar e nos inspirar, mas tememos parar. Poderíamos descobrir que não sabemos parar para contemplar, para avaliar e agradecer, e para curtir o bonito que Deus faz através ou, até, apesar de nós. Já a legislação de Moisés ao justificar a parada/repouso do povo, no sábado, citava o próprio repouso contemplativo de Deus, após ter criado a matéria e os seres vivos. Deus parou não porque cansado pelo trabalho realizado, mas porque precisava ‘contemplar a bondade’ da sua obra. Talvez, até para ver se havia algo a melhorar... Jesus, - o profeta que nas narrações evangélicas parece não parar nunca, - um incansável ‘motor móvel’ que vive itinerante, sem residência fixa, visitando aldeias e povoados, que sente a urgência da proximidade do reino de Deus, - pede aos seus discípulos de se ‘retirarem num lugar isolado e repousarem’. Pede isso justamente após tê-los enviado dois a dois dando disposições para não ‘perder tempo’ para cumprimentar pessoas ao longo do caminho, para enterrar mortos, e até os alertou de sair imediatamente lá onde não encontrassem acolhida e adesão.  

Marcos parece ver nesse gesto/convite de Jesus o próprio gesto do Deus Criador. Jesus escuta e contempla as maravilhas que os seus discípulos haviam operado em sua missão: curas, expulsões, devolução de esperanças perdidas, manifestações da graça e da presença compassiva de Deus na vida de tantos sofredores. Um convite a contemplar a bondade dessa ‘nova criação’ que Deus continuava a realizar na vida e no íntimo das pessoas. Só que, agora, através deles. Mais do que justo repousar para reconhecer nos ‘frutos/obras do reino’ o surgimento de uma nova realidade para quantos achavam que nada poderia mudar. Marcos nos informa que, paradoxalmente, a ‘intenção-tentativa’ de Jesus e dos discípulos de se isolarem e repousarem fracassou fragorosamente. ‘Os que solicitam e sugam’ haviam-se antecipado. Haviam-no precedido na outra margem do lago, solicitando mais presença, mais curas, mais expulsões, mais compaixão...mais vida/criação nova. Jesus, agora, contempla aquelas pessoas/criaturas/obras de uma criação ainda incompleta de Deus. E sente compaixão. Sente que é um povo sozinho e abandonado. Vítima de um mundo deformado e deturpado por criaturas que manipularam a obra do Criador. Uma solidão muito similar àquela primordial de Adão sem a presença de Eva. Talvez, até mesmo a própria solidão de Deus antes de moldar o homem e a mulher à sua imagem e semelhança. Jesus sente que, agora, só ele, - autêntico e único pastor/criador, - poderá fazer sentir àquele povo que o Deus criador continua criando e recriando proteção, acolhida, apoio, presença amorosa.  

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Polícia Federal prende 18 suspeitos de terem matado líder indígena

A Polícia Federal anunciou nesta quinta-feira a prisão de 18 suspeitos por elos com o assassinato do líder indígena Nísio Gomes, do Mato Grosso do Sul, que está desaparecido desde novembro de 2011. Cerca de 40 homens armados levaram o líder de um acampamento indígena Guarani-Kaiowá, e seu corpo jamais foi encontrado. A polícia só confirmou a morte na semana passada, após se dar conta de que uma testemunha que relatou ter visto Gomes vivo tinha sido paga para dar falso depoimento.Gomes era o líder de um grupo guarani que tinha decidido retornar à sua terra natal após ter sido expulso por fazendeiros. Um porta-voz da Polícia Federal em Ponta Porã disse que dos 18 presos, dez integram uma empresa de segurança privada supostamente contratada para atacar o acampamento, e oito são fazendeiros suspeitos de terem sido os mentores do crime.

FUNAI em nota se diz contrária à portaria do MJ que restringe direitos territoriais indígenas


A Fundação Nacional do Índio - Funai, órgão federal responsável pela coordenação da política indigenista do Estado brasileiro, vem a público manifestar sua contrariedade à edição da Portaria n.º 303, de 16 de julho de 2012, que “fixa a interpretação das salvaguardas às terras indígenas, a ser  uniformemente seguida pelos órgãos jurídicos da Administração Pública Federal direta e indireta, determinando que se observe o decidido pelo STF na Pet. 3.388-Roraima, na forma das condicionantes”.Entendemos que a medida restringe o reconhecimento dos direitos dos povos indígenas, especialmente os direitos territoriais, consagrados pela Constituição Federal, ao adotar como parâmetro decisão não definitiva do Supremo Tribunal Federal para uniformizar a atuação das unidades da Advocacia-Geral da União. O julgamento da Petição 3.388-Roraima (referente ao caso da Terra Indígena Raposa Serra do Sol) ainda não foi encerrado, tendo em vista a existência de embargos de declaração pendentes de decisão junto à Corte Suprema, os quais visam esclarecer a interpretação e os efeitos atribuídos às condicionantes estabelecidas na decisão do caso mencionado. Além disso, o próprio Supremo já se manifestou no sentido de que a decisão proferida no caso da Terra Indígena Raposa Serra do Sol não possui efeito vinculante para os demais processos envolvendo a demarcação de terras indígenas, conforme consta nas Reclamações 8.070 e 13.769. A uniformização da atuação das unidades da Advocacia-Geral da União em relação aos processos envolvendo a demarcação de terras indígenas deve ser embasada em decisões definitivas do Supremo Tribunal Federal, sob pena de aumentar a insegurança jurídica e, principalmente, colocar em risco os direitos garantidos constitucionalmente às comunidades indígenas. Por essas razões, é imprescindível a revisão dos termos da Portaria nº 303, de 16 de julho de 2012.

Fundação Nacional do Índio
Brasília, 20 de julho, de 2012

A espertinha VALE vai ter que desembolsar 4 bi em royalties

A Vale e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) entraram finalmente em um acordo e a gigante do minério deve pagar cerca de R$ 4 bilhões em royalties não recolhidos desde 1991 pela empresa. As negociações se arrastavam há mais de um ano. O governo cobra o valor de royalties que a empresa teria pago a menos por usar uma subsidiária fora do país para vender seus produtos no exterior. A principal controvérsia para o pagamento de royalties tem origem em uma suposta manobra fiscal, que reduzia o cálculo do valor do pagamento de royalties no país. A Vale exportava por meio de subsidiárias com deságio, o que levava a empresa a recolher a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) pelo valor de transferência do minério do Brasil para países como as Ilhas Cayman, e não pelo valor vendido ao destino final, que é bem mais alto. A manobra também afetou os municípios, uma vez que 65% da CFEM é direcionado para as administrações municipais. Outros 23% vão para os Estados. (Fonte: O Globo) Quem tem costume de agir dessa forma, à margem da lei, não é de estranhar que esteja cometendo outros crimes bem maiores....em sua tentativa de duplicação da ferrovia do Carajás!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Os ruralistas dão as cartas no Ministério da Justiça e regras de demarcações de terras indígenas mudam!


Como se suspeitava eles estavam por trás de tudo, mas enfim temos no País um esquadrão de...machos! Eles matam literalmente a cobra e mostram o pau! São os membros da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul. Graças ao esforço conjunto dessa ‘valente instituição’, de seus sindicatos rurais, da bancada federal, governos, agentes políticos e vários atores nacionais conseguiram obter que a Advocacia Geral da União sob orientação do ministério da Justiça aprovasse a portaria 303 que determina vinculantes e extensivas as condicionantes do STF (julgamento da Terra Indígena Raposa Serra do Sol) para fins de demarcação de terras indígenas. O texto da Portaria é escandalosamente viciado (veja matéria anterior) e dá resolução a favor dos proprietários de terras, da bancada ruralista, e dos interessados nas obras do PAC. Já em junho de 2012 o Ministro da Justiça havia recebido a bancada ruralista do Mato Grosso do Sul em que se comprometeu a apresentar  até julho desse as regras de normatização para o impasse envolvendo as questões fundiárias entre índios e produtores rurais. O próprio Supremo Tribunal Federal já havia negado pedidos da bancada ruralista, mas de pouco valeu frente à pressão puramente política na AGU. A Advocacia Geral da União foi criada em 1993 e é responsável pela defesa da União em qualquer processo que a coloque como ré. A articulação clara feita pela bancada ruralista foi simplesmente impedir que a Funai e a União se defendam, mediante a publicação da Portaria 303 que define regras para usufruto das Terras Indígenas. Estava esquecendo: a senadora Kátia Abreu (foto acima), a grande musa do campo e uma das que pressionaram, é a nova amiga da Dilma. Já o ministro da justiça, Eduardo Cardoso...’quem te viu, quem te vê’! Eu, hein!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Governo Federal manipula decisão do STF para mudar normas de demarcação de terras indígenas

O Governo Federal, através da Advocacia Geral da União, vem tentando de toda maneira mudar as regras das demarcações de terras indígenas claramente com intuito de facilitar a vida do agro-business e dos grandes projetos que alimentam sempre mais interesse nas terras indígenas. Nesses dias o Governo Federal tomou como pretexto as condicionantes aprovadas no Supremo Tribunal Federal, no âmbito da Petição 3388, que diz respeito exclusivamente ao caso da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, no estado de Roraima, para que passem a ter efeito vinculante e extensivo para as passadas e futuras demarcações. ‘O absurdo é tamanho que o Executivo chega ao ponto de determinar que sejam “revistos” os procedimentos em curso que estejam em desacordo com a portaria, bem como, que sejam “revistos e adequados” até mesmo os procedimentos já “finalizados” afirma o CIMI, órgão da igreja católica. De fato, em momento algum os Ministros do STF deram qualquer indicação de que as “condicionantes” teriam essa extensão. Esse dispositivo previsto no artigo 3 da referida portaria, constitui-se um ato inconseqüente e de extrema irresponsabilidade na medida em que propõe a revisão das demarcações de terras já concluídas, o que geraria uma instabilidade jurídica e política sem precedentes. ‘A presente portaria é uma excrescência jurídica e dessa forma deverá ser tratada. Constitui-se, no máximo, numa peça política mal formulada. Trata-se de mais um ato de profundo desrespeito e afronta aos povos indígenas e seus direitos constitucionalmente garantidos’ concluiu o Cimi. Indigenistas  e juristas concordam de que STF não aprovará a nova pérola/portária do Governo Federal por atacar os preceitos constitucionais vigentes.

Homicídios de adolescentes sobem 346% em 30 anos no Brasil

Entre 1980 e 2010, o total de mortes de pessoas entre 0 e 19 anos por doenças e causas naturais passou de 387 casos em cada 100 mil pessoas para 88,5 por 100 mil, queda de 77%. Por outro lado, cresceu o total de crianças e de adolescentes que morrem por causas externas, que incluem homicídios, suicídios, acidentes de trânsito e de outros tipos. As vítimas de causas externas, que somavam 27,9 casos por 100 mil habitantes em 1980, alcançaram 31,9 casos por 100 mil em 2010, aumento de 14,3%. Em 30 anos, 55 crianças e adolescentes morreram diariamente por homicídios, suicídios e acidentes, total suficiente para colocar o Brasil nos primeiros lugares no ranking de países mais violentos para crianças e jovens no mundo. É o quarto onde mais se mata e o 12.° onde mais se morre por acidentes de trânsito. A piora no quadro de mortes por causas externas foi puxada pelos homicídios, que cresceram 346,4% em 30 anos. Em 1980, morreram assassinadas 3,1 crianças e adolescentes em cada 100 mil, total que alcançou 13,8 casos por 100 mil em 2010. Também aumentou o total de suicídios (38%) e de acidentes de trânsito (7%). Os dados são do Mapa da Violência 2012 - Crianças e Adolescentes do Brasil, estudo feito pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos e pela Flacso Brasil. (Fonte: IHU)

Antenados com o mundo!

Justiça da Guatemala liberta coronel que matou bispo
"Uma injustiça para com aqueles que sofreram e morreram por mãos do exército durante o conflito armado": com essas palavras, o arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Guatemala, Dom Oscar Julio Vian Morales, definiu a liberdade concedida no fim de semana ao coronel da reserva Byron Disrael Lima Estrada, condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato, em 26 de abril de 1998, de Dom Juan José Gerardi Conedera. A decisão do tribunal e a falta de impugnação por parte do ministério público "é mais do que vergonhosa para o povo da Guatemala, que esperava que a pena fosse cumprida em sua totalidade. Isso nos diz que no país continuamos retrocedendo em nível de justiça"

10.000 católicos do Vietnã saem às ruas e exigem liberdade religiosa

 Mais de dez mil católicos saíram às ruas na Diocese de Vihn, no Vietnã, no último domingo, dia 15, para exigir das autoridades civis o respeito à liberdade religiosa, após violentos ataques contra sacerdotes e fiéis, que tiveram seu último capítulo em Con Cuong, no dia 1º de julho. Na ocasião, segundo mensagem da diocese vietnamita, policiais, soldados e vândalos ocuparam a capela de Con Cuong, profanaram o espaço sagrado e destruíram uma imagem de Nossa Senhora, atacando também um sacerdote e vários fiéis, com o objetivo de impedir a celebração da Eucaristia. Nos dias que antecederam à manifestação, as autoridades tentaram intimidar os fiéis, estacionando veículo blindados junto à residência do bispo de Vihn.

Tráfico de pessoas já é o 3º maior negócio do mundo
De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNDOC), a rede do tráfico de pessoas é altamente lucrativa e ocupa o terceiro lugar na economia mercadológica do crime organizado, perdendo apenas para o tráfico de armas e drogas. Atinge cerca de 2,5 milhões de vítimas e movimenta aproximadamente, 32 bilhões de dólares por ano. Estima-se que 700 mil mulheres e crianças passam todos os anos pelas fronteiras internacionais do tráfico humano. Isso sem contabilizar o tráfico interno, que no País é alarmante. A pobreza, o desemprego, bem como a ausência de educação e de acesso aos recursos constituem as causas subjacentes ao Tráfico de Seres Humanos. As mulheres são particularmente vulneráveis ao tráfico de seres humanos devido à feminização da pobreza, à cultura de discriminação e desigualdade entre homens e mulheres, à falta de possibilidades de educação e de emprego, a cultura hedonista que transforma o corpo da mulher em objeto de desejo e cobiça.

Bispos coreanos denunciam abusos no campo
O mundo "foi criado por Deus baseado na justiça. O Criador deu a cada um segundo as suas necessidades: fomos nós homens, com o nosso frenesi, que consumimos demais. Devemos voltar à justiça divina também no campo agrícola". Esse é o sentido da Mensagem enviada pelo bispo de Suwon e presidente da Comissão Episcopal Coreana Justiça e Paz, Dom Matthias Ri Iong-hoon, aos camponeses, por ocasião do Domingo dos agricultores, celebrado no país neste domingo, 15 de julho. No texto, o prelado escreve: "Deus criou o mundo baseando-se na justiça e na equidade, assegurando recursos naturais suficiente para todos. Nós os esgotamos e é por isso que agora se verificam penúrias, desequilíbrios energéticos e disparidade entre zonas urbanas e zonas rurais. Esses fatores são contrários à vontade divina e devem ser corrigidos". (Fonte: Rádio Vaticano)



terça-feira, 17 de julho de 2012

VALE atropela legislação e Justiça Federal poderá suspender o processo de licenciamento da duplicação da ferrovia Carajás

Parece inconcebível para os partidários do ‘evolucionismo’ que só na dimensão da justiça e do direito ‘as coisas’ tendem a não evoluir! As sempre mais novas e aprimoradas atualizações e adaptações legais, - que tentam ter em consideração justamente as mudanças sociais e as novas sensibilidades, - parecem conhecer uma nova época glacial quando se defrontam com grandes corporações interessadas e apressadas em tocar suas obras a qualquer custo. É o caso da VALE que tenta enfiar goela abaixo ao IBAMA, - o que lhe sai fácil, - e às comunidades rurais, quilombolas e indígenas e à justiça federal o seu jeito simplório de obter o licenciamento para duplicar a estrada de ferro Carajás. Nada de estudo de impacto ambiental (EIA-RIMA), nada de debate com a sociedade civil e instituições, nada de audiências públicas para informar plenamente às novas e velhas vítimas de seus tresloucados projetos de extração e comercialização de minério de ferro. Ciente que uma audiência pública implica a observância de algumas condicionantes a VALE vem convocando, às escondidas, encontros que ela define eufemisticamente de ‘Reuniões Públicas’. Sem pauta predeterminada, sem regulamento aprovado consensualmente, com escassa divulgação, com muita improvisação, com ‘torcida contratada’ por ela para aclamar e aprovar o que os seus funcionários de turno propõem, a VALE vem perdendo a pouca moral que ainda tinha. As três das quatro reuniões previstas dessas ‘reuniões públicas’ beiraram o ridículo. Perguntas repetidas por três vezes do tipo se ao duplicar a ferrovia se duplicaria também o trem de passageiros ficaram sem respostas, mesmo sob a insistência de funcionários do IBAMA. Sem falar de outras pérolas organizativas em que no ginásio de Alto Alegre durante a ‘reunião pública’ as lâmpadas começaram a pipocar e queimar em série, exigindo a suspensão e o cancelamento do encontro. Movimentos sociais e associações de moradores não ficaram parados. Entraram recentemente com uma ação na Justiça Federal na 8ª Vara pedindo a anulação do processo de licenciamento por graves omissões e falhas por parte da VALE no processo de licenciamento. Nos próximos dias o juiz titular Ricardo Macieira terá que se pronunciar sobre isso. Acredita-se que a Vale terá que começar a fazer as coisas com um pouco mais de seriedade. E não achar que por ser a 2ª maior mineradora do mundo, - e por ter o apoio do governo federal, - pode ignorar a constituição brasileira!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

PF prende 26 em terra Yanomami. Todos envolvidos em garimpos ilegais

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã de sexta-feira (13) a Operação Xawara, para reprimir o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami em Roraima. Pelo menos 26 pessoas já foram presas e cinco aviões usados no garimpo ilegal foram apreendidos. A operação prossegue durante a tarde e novas prisões podem ser feitas. Ao todo, foram expedidos 33 mandados de prisão temporária e 44 de busca e apreensão, além de autorização para apreender 11 aviões, 12 veículos e ainda pedras e metais preciosos. De acordo com a investigação, que durou cerca de um ano, cinco grupos criminosos, compostos por aviadores, empresários do ramo de joalheria e donos de balsas e motores para extração de ouro, atuavam para manter o garimpo ilegal. As aeronaves foram usadas para transportar pessoas, máquinas, alimentos, mercúrio e munição de arma de fogo para o garimpo. Oito pilotos e um mecânico trabalhavam para a quadrilha e terão suas licenças suspensas.Segundo a PF, a extração de ouro causou “forte impacto ambiental”. O trabalho utiliza dragagem para a busca do metal, com a areia dos leitos dos rios levada por bombeamento do fundo para a superfície de grandes balsas ou em barrancos. (Fonte: Amazônia)

domingo, 15 de julho de 2012

IBAMA facilita a vida da VALE. Saque legalizado à vista!

O Valor teve acesso a um levantamento detalhado dos processos ambientais que atualmente cercam os empreendimentos da Vale. Os dados apontam que a segunda maior mineradora do planeta - só inferior à australiana BHP Billiton - tem hoje 55 projetos de diferentes setores que aguardam um sinal verde do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A maior parte das licenças que estão em análise pelo instituto está concentrada no setor ferroviário. À frente de aproximadamente 10 mil quilômetros de malha ferroviária, a Vale detém 27 empreendimentos de ferrovias em compasso de espera. Entre os principais projetos da área tocados pela companhia está a duplicação de 625 quilômetros da Estrada de Ferro Carajás, principal rota de escoamento de exportação da empresa, entre os Estados do Pará e Maranhão. Em sua atividade fim - a mineração - há 15 processos de licenciamento para serem concluídos. Na área de portos, duas licenças estão pendentes, além de um processo para obras de dragagem e outro de rodovia. Outros nove processos estão ligas a diversos setores. Em 2009, a Vale obteve sete licenças específicas de mineração do Ibama, número que saltou para nove autorizações em 2010 e chegou a 13 no ano passado. Neste ano, 15 licenças foram dadas pelo órgão de fiscalização. Apesar do aumento nas liberações, a fotografia ambiental ainda é criticada pela mineradora. Procurada pelo Valor, a Vale informou, por meio de nota, que "o licenciamento ambiental tem sido o principal risco para o desenvolvimento de projetos". Em seu balanço financeiro, a mineradora alega que tem enfrentado "alguns obstáculos para implantar o seu portfólio de ativos de classe mundial", tendo o licenciamento ambiental como um desses principais entraves. Para Gisela Forattini, diretora de licenciamento ambiental do Ibama, é preciso qualificar as autorizações que o instituto tem emitido. Há duas semanas, diz Gisela, o órgão liberou o licenciamento para que a Vale execute o projeto de Serra Sul, no Pará, iniciativa que vai resultar no maior investimento de uma empresa privada já realizado no país, com investimentos da ordem de R$ 40 bilhões. "Veja a importância dessa licença. Autorizamos a maior mina de ferro do mundo", comenta Gisela.
(Fonte: Valor Econômico)


Comentário do blogueiro: ‘grande vantagem!!!!!!!!!”

sábado, 14 de julho de 2012

Anunciar e celebrar a vida no templo dos corpos feridos, escravizados e possuídos (Mc.6,7-13)

O anúncio com caracteres cubitais está exposto de forma bem visível na parte externa do templo, ou mesmo da igreja católica: ali, nas quartas e sextas de toda semana haverá culto ou missa de ‘cura e libertação’. É só entrar, assistir aos trabalhos do pastor ou do padre, pagar e esperar os efeitos da sessão. Os benefícios, para alguns, podem ser imediatos. Já para outros poderão vir mais adiante, talvez após várias sessões. Há quem pense que isto seja algo profundamente evangélico. Afinal, foi o próprio Jesus quem deu autoridade e mandou os seus seguidores a libertarem e curarem as pessoas de todo espírito imundo que escravizava e atormentava a vida de tantas pessoas....Ocorre que há uma diferença essencial entre a prática de Jesus de Nazaré e a reproduzida pelos ‘ilusionistas do sagrado’. Jesus entendeu a si mesmo como profeta em ação. E não um curandeiro que fica à espera de pacientes. Jesus sai à procura das ‘ovelhas feridas-perdidas da casa de Israel’. Ele não fica num templo, num salão, ou numa igreja esperando por ‘fregueses’ desejosos de serem ‘libertados’. Jesus entende que é no contato direto e pessoal, na convivência com o sofredor marcada pela ternura e pela compaixão, que Deus se revela e age na pessoa ferida e machucada física e moralmente. Jesus, diferentemente de tantos ‘profissionais da cura e libertação’ não precisa dar ‘bênçãos especiais, nem de pronunciar fórmulas mágicas, nem de emitir gritos satânicos’ para libertar quem por muito tempo foi vítima da indiferença, da violência e da humilhação humana.

Jesus quando envia os seus discípulos e discípulas para curar doentes e expulsar os demônios do medo e de tantos complexos de culpa é porque sabe que el@s já adquiriram estrutura humana consistente para enfrentarem os poderes ainda fortes do anti-reino. E fé suficiente para provarem através de gestos de carinho e compreensão que o Reino de Deus chegou definitivamente até eles. A ênfase do envio-missão de Jesus não está n@s discípul@s que curam e expulsam, mas no Reino de Deus anunciado por Jesus, e que chegou através dele para libertar as vítimas do anti-reino. E re-criar pessoas novas, abertas para acolher a nova dinâmica trazida por Jesus: a boa nova. A narração evangélica de Marcos nos faz imergir definitivamente numa realidade muito distante dos espaços sagrados institucionais onde, supostamente, Deus habitaria e se revelaria. O ‘templo’ de Jesus são os corpos feridos, possuídos, escravizados e dominados que anseiam por vida nova. As ‘liturgias e ritos’ de Jesus e de seus discípulos se dão no altar de tantos corpos-espíritos sacrificados pela maldade e indiferença humana. Hoje, como Jesus e seus discípulos, somos chamados, como igreja, a sairmos de nossos templos refrigerados e aconchegantes que fedem a incenso, e calçarmos as sandálias da humildade. Percorrendo as ruas e becos das nossas cidades e aldeias e ajudar a levantar tantos caídos e possuídos que jamais entrarão no templo ou na igreja para louvar ou para receber ‘cura e....libertação’!

quinta-feira, 12 de julho de 2012

AVAAZ chiede appoggio contro gli abusi delle banche. Firma!

Alcune grandi banche sono al centro di un mega scandalo per aver truccato i tassi d'interesse mondiali, rubando milioni di euro ai cittadini sui loro mutui, prestiti d'onore e molto altro! Noi finiremmo in carcere in un attimo, invece la Barclays dovrà soltanto pagare una multa che corrisponde a una minuscola parte dei suoi profitti! L'indignazione sta crescendo: è la nostra opportunità per mettere fine allo strapotere delle banche sulle nostre democrazie. Il Commissario europeo per il mercato Michel Barnier ha alzato la testa contro la potente lobby delle banche e vuole promuovere una riforma che metterebbe dietro le sbarre i banchieri che commettono frodi come questa. Se l'Ue facesse il primo passo, poi tutto il mondo potrebbe seguire. Ma le banche hanno alzato le barricate, e soltanto un'ondata di persone che si battono per il cambiamento può far passare queste riforme. Se nel giro di 3 giorni saremo 1 milione di persone dalla parte di Barnier, questo appoggio gli darà la forza necessaria per smascherare la lobby delle banche e spingere i nostri governi a portare a casa la riforma. Ancora non si conosce la reale portata dello scandalo, ma quello che sappiamo è sconvolgente: sono coinvolte "diverse" fra le più importanti banche, e la manipolazione del tasso d'interesse Libor, il tasso sul quale si formano molti dei tassi d'interesse nel mondo, ha avuto conseguenze su centinaia di trilioni di dollari d'investimento. La Barclays da sola ha ammesso di aver commesso questa frode "centinaia" di volte.Per troppo tempo ormai i nostri governi sono stati intimiditi da potenti banche che minacciavano di abbandonare il paese qualora fossero state adottate regole più stringenti. Per troppo tempo ormai le banche hanno manipolato i nostri mercati in loro favore, imbarcandosi in operazioni rischiose sicuri com'erano che se le cose fossero andate storte avrebbero costretto i governi a mettere a disposizione i nostri soldi pubblici.Il sistema è truccato, e questo è un crimine. Forse non c'è mai stato un momento nella storia moderna in cui le grandi banche non avessero un potere eccessivo di cui hanno abusato. Ma le nostre democrazie si stanno ribellando: lo abbiamo visto contro i tiranni in giro per il mondo, e insieme possiamo aiutare a mettere fine anche allo strapotere delle banche.

Clicca sotto per firmare e i nostri numeri crescenti saranno rappresentati di fronte al Parlamento europeo dalla messa in scena di banchieri dietro le sbarre:
http://www.avaaz.org/it/bankers_behind_bars_f/?bJTMvbb&v=15971

Terras indígenas: ”o filé do mercado de carbono mundial”

“Defendemos formas de vidas plurais e autônomas, inspiradas pelo modelo do Bom Viver/Vida Plena, onde a Mãe Terra é respeitada e cuidada, onde os seres humanos representam apenas mais uma espécie entre todas as demais que compõem a pluridiversidade do planeta. Nesse modelo, não há espaço para o chamado capitalismo verde, nem para suas novas formas de apropriação de nossa biodiversidade e de nossos conhecimentos tradicionais associados”. É a partir desse discurso, publicado no documento final do IX Acampamento Terra Livre – Bom Viver/Vida Plena, elaborado e assinado por mais de 1800 lideranças indígenas que participaram da Cúpula dos Povos no mês passado, no Rio de Janeiro, que as comunidades indígenas propõem a sustentabilidade do planeta. De acordo com Augusto Santiago, coordenador do Programa Direito a Terra, Água e Território – DTAT, as comunidades indígenas têm um modo de produção diferenciado do manejo comercial e, nesse sentido, destaca, as terras indígenas brasileiras “têm sido mais eficientes do que as unidades de conservação para a conservação da biodiversidade”.

Na avaliação de Santiago o modo de produção e de vida das comunidades indígena está ameaçado, especialmente porque “os quase 20 milhões de hectares reconhecidos na América do Sul como de posse de povos indígenas são ‘o filé’ do mercado de carbono mundial. É ele que os operadores do mercado pretendem usar como base de troca para que as corporações possam dar continuidade a seus negócios”.
Santiago afirma que a “tradição não deve ser vista como algo estático e imobilizante, ela se inova e reinventa a partir do contato com o novo. As comunidades também se interessam pelo uso dos produtos e das tecnologias, e nosso objetivo não é voltar ao passado, mas sim construir um futuro com mais justiça. O que questionamos em nosso coletivo é o lucro acima da vida, a obsolescência programada, o patenteamento da vida”. E conclui: ’Estudos mais ou menos recentes indicam, por exemplo, que as terras indígenas brasileiras têm sido mais eficientes do que as unidades de conservação para a conservação da biodiversidade’... (Fonte: IHU)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Papa visita local onde foi produzido o documento conciliar 'Ad Gentes'. Saudade do Concílio não basta!


Para o Papa Bento XVI, os seis dias passados em Nemi na primavera de 1965, para preparar junto com dezenas de bispos e teólogos o decreto conciliar Ad Gentes, são "talvez a mais bela recordação de todo o Concílio". Foi o próprio pontífice quem confidenciou isso na visita realizada na manhã dessa segunda-feira à casa dos Padres Verbitas, rebatizada em 2010 como "Centro Ad Gentes". O pontífice – lembrou durante a sua breve visita – morava naqueles anos no centro de Roma, no Colégio de Santa Maria da Alma, "com todo aquele barulho". A casa verbita de Nemi, imersa no verde, parecia um outro mundo: "Ter esse respiro da natureza e também esse frescor do ar já era, em si mesmo, uma coisa bela". "E depois – lembrou ainda o pontífice – havia a companhia de tantos grandes teólogos, com um encargo tão importante e bonito de preparar um decreto sobre a missão". O Papa Ratzinger lembrou o então superior-geral dos verbitas, padre Johannes Schütte, "que havia sofrido na China, havia sido condenado e depois expulso". Era ele quem liderava a comissão encarregada de preparar o decreto conciliar. Foi ele, lembrou o papa com modéstia, que pediu a sua presença, "um teólogo sem grande importância, muito jovem, convidado não sei por quê". Além disso, estava Fulton Sheen, o bispo tele-pregador que, nos Estados Unidos, era campeão de audiência, "que nos fascinava à noite com os seus discursos", além do grande teólogo Yves Congar e muitos outros. Desse encontro, lembrou Bento XVI, saiu o Ad Gentes, um documento "belo e bom", aprovado com um consenso recorde pelos padres conciliares, apesar de algumas disputas entre teólogos que – confessou o papa – ele não entendia plenamente, como teólogo orientado mais à pastoral do que à elucubração teológica como fim em si mesma. O papa expressou a esperança de que o espírito missionário, que o Concílio Vaticano II mostrou, continue vivo na Igreja". (Fonte: IHU)

terça-feira, 10 de julho de 2012

Combonianos de Peru-Chile escrevem ao presidente e pedem que se desculpe perante a Nação!

Nosotros, como Misioneros Combonianos de la Provincia de Perú y Chile, defensores de la vida y de la Creación que Dios nos ha encomendado, estamos sumamente preocupados por los muchos conflictos socio-medioambientales que estamos viviendo en nuestro país y que en cada protesta, tengamos que lamentar la pérdida de vidas humanas. Frente al conflicto minero de Conga, en el Departamento de Cajamarca, ocasionado por la presencia de la empresa minera Yanacocha y respaldada por el gobierno de turno, pedimos al Sr. Presidente Ollanta Humala:
  • Que se levante de inmediato el “estado de emergencia” en las provincias de Bambamarca, Celendín y Cajamarca para poder retomar el diálogo, y que se escuche la voz de los pueblos.
  • Que, mientras no se cuente con el consentimiento de la población y sus autoridades, se suspendan las actividades mineras en la zona del proyecto Conga. No olvidar, que este proyecto se viene realizando, sin previa consulta a los pueblos que hoy están siendo directamente afectados por la contaminación y temen por sus vidas.
  • Que el Gobierno se disculpe ante el pueblo de Cajamarca por haberles mentido durante su campana electoral habiéndoles prometido: “Agua sí, Oro no” y que hoy esté haciendo, no sólo lo contrario, sino respondiendo con violencia y muertes. El pueblo se siente indignado y profundamente burlado. Así no se le trata al pueblo Sr. Presidente.
  • Que la ejecución del Proyecto Conga sea sometida a un Referendúm en las zonas de influencia de la actividad minera, bajo los instrumentos que otorga la Constitución a los gobiernos municipales distritales y provinciales.
Independientemente del Proyecto Conga, pedimos al Gobierno:
  • Que, previo a la realización de cualquier proyecto minero en el país, se haga de acuerdo a la ley de consulta Nr. 169, es decir, previa consulta y consentimiento de la población. Decretos correspondientes de la ONU (Derecho de los pueblos Indígenas) y de la OIT (principio 169), que por cierto, el Perú ha ratificado.
  • Que, a nivel nacional, se realize una zonificación económica y ecológica que ordene nuestro territorio. Es decir, como país ponernos de acuerdo y definir dónde se puede hacer minería, dónde no se puede, ni se debe y dónde qué tipo de minería se puede realizar. Esto ayudará en el futuro, a evitar constantes conflictos.
  • Que se crea una “Autoridad Ambiental autónoma”, pues el Ministerio del Ambiente que tenemos no es ni autónomo, ni objetivo y no goza de credibilidad entre los peruanos, ya que los estudios de Impacto Ambiental son aprobados por el Ministerio de Energia y Minas, quienes a su vez promueven la inversión minera. Lo que más ha molestado en el caso de Conga, es que el encargado de aprobar el estudio de Impacto Ambiental en el Ministerio de Energía y Minas, había sido nada menos que el ex gerente de la empresa Yanacocha.
Porque somos personas de paz y creemos en ella, le pedimos atiendan nuestro pedido.
Fraternalmente.

P. Luis Barrera P. Juan Goicochea
Superior Provincial de los MCCJ Coord. de la Comisión de JPIC


UM PREITO DE GRATIDÃO A JOSÉ RIBAMAR GOULART HELUY


A história da Comissão Justiça e Paz de São Luís está atrelada à vida de José Ribamar Goulart Heluy. Homem de fé profunda, com militância ardorosa na Igreja Católica, foi mariano, cursilhista e membro do Apostolado da Oração. Era um leigo engajado e comprometido com a sua Igreja. Nesse ardor, inspirou-se para fundar a Comissão Justiça e Paz. Um homem inquieto e animador nato, reuniu intelectuais, advogados, operários e jovens, sob a orientação do então arcebispo de São Luís, Dom Mota, para dar vida a esse organismo que denunciava as injustiças, as torturas, os conflitos de terra rurais e urbanos. Era uma presença viva ao lado de trabalhadores e trabalhadoras vítimas das injustiças sociais. De sua mente criativa, nasceu o programa “A Lei é para Todos”, em 1979, na Rádio Educadora, de onde foi um dos seus dedicados colaboradores e conselheiros. Por mais de duas décadas, esse programa esteve no ar, sob a coordenação da Comissão Justiça e Paz de São Luís, denunciando as injustiças e fomentado o debate e formação sobre as questões sociais e políticas diversas. Juiz de Direito, abdicou de uma promoção para o cargo de desembargador, que se avizinhava, senão por merecimento, mas pelo tempo de serviço na magistratura, para abraçar a advocacia e tornar-se livre para a defesa dos mais humildes. Casado com Helena Barros Heluy, partilhavam os dois os conhecimentos jurídicos, a fé, a vida familiar e o compromisso com o social. Deixa cinco filhos e quinze netos. No dia 5 de julho, aos 74 anos, Heluy encerrou sua caminhada na terra. Preparou-se sempre para a sua partida. No dia 11, às 20:00 horas, na sua Paróquia, na Igreja de São Francisco, sua família reunirá os amigos para celebrarem a sua memória e agradecerem pela sua vida e feliz convivência ao longo dos anos. Para a Comissão Justiça e Paz fica o seu exemplo de vida e de fé . (Fonte: Comissão Justiça e paz de São Luis)

Os Combonianos do Brasil Nordeste manifestam sua solidariedade à esposa Helena e filhos. A celebração da missa de 7º dia será na igreja matriz de São Francisco às 19,00 h.

Igreja Católica: profecia e consciência

O Cardeal Martini escreveu há poucos dias uma última crônica no Corriere della Sera e anunciou que, por idade e enfermidade, se retiraria de uma presença na opinião pública para preparar-se, num tempo de meditação, para a grande e definitiva passagem. Cala-se uma das grandes vozes proféticas que temos hoje. Ele é um daqueles Padres da Igreja tão caros a Comblin.... Martini, no sínodo dos bispos europeus de 1999, pensava num futuro concílio e inclusive, indicou alguns temas que poderiam estar na sua pauta (a posição da mulher na sociedade e na Igreja, a participação dos leigos em ministérios, a sexualidade, o matrimônio, o sacramento da penitência, o ecumenismo...). Mais adiante, em 2008, em Colóquios noturnos em Jerusalém, considerando o celibato como uma vocação pessoal e apontando a liberalização do uso dos preservativos, ele pensava que um concílio deveria talvez tratar apenas de um ou dois pontos, deixando os outros para futuros concílios. Nesse mesmo ano, demonstrava um certo pessimismo com relação às mudanças (na igreja). "Houve um tempo no qual sonhei com uma Igreja na pobreza... que dá espaço aos que pensam mais longe... Uma Igreja jovem. Hoje já não tenho esses sonhos. Depois de 75 anos decidi rezar pela Igreja” (El País 25-5-2008)....
......Em lugar de priorizar um trabalho evangelizador fecundo e irradiante nas bases e nas pequenas comunidades, as autoridades religiosas parecem preferir as grandes manifestações de massa, como o recente encontro das famílias em Milão, reafirmando velhas fórmulas e como poderá acontecer provavelmente no encontro dos jovens aqui no Rio, no ano que vem.....Mas há movimentos significativos pelo mundo afora, pedindo mudanças e uma profecia difusa em tantas intervenções. As religiosas americanas e a teóloga Elizabeth Johnson, os padres alemães afirmando o direito à desobediência, os teólogos de língua alemã, dois bispos da Austrália, um dos quais, o de Camberra, renunciou denunciando a política vaticana, o próprio arcebispo de Paris pedindo mudanças em Roma, vários teólogos espanhóis tão valentes e que estão sob a mira do ex-Santo Ofício (Pagola, Queiruga).... É curioso constatar como, em voz baixa, bispos e sacerdotes são favoráveis a vários pontos, ao fim do celibato obrigatório, ou à ordenação de mulheres. Mas se calam numa autocensura de pobre e rasteira prudência......
......O Cardeal Martini ao ser nomeado de surpresa, arcebispo de Milão escolheu o lema: Pro veritate adversa diligere, isto é, amar a contradição, o adverso, o diferente e a diferença. Por amor a uma verdade que não está feita, mas se faz. Chave para o diálogo inter-religioso. O teólogo italiano, leigo, Vito Mancuso, ao comentar o lema de Martini recupera com coragem o sentido profundo de heresia, que vem do grego haíresis, escolha. E cita Peter Berger na sua ideia do imperativo herético. Não se trata de querer ser original a toda prova, nem de negar a tradição, mas estar aberto às contradições. E descobrir nas heresias – sendo mesmo um pouco herege – as verdades escondidas numa realidade contraditória.
(livre adaptação do artigo de Luiz Alberto Gómez de Sousa: profecia e consciência em ADITAL)