A Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Marabá, ligado ao Ministério Público do Pará (MPE) promoveu, ontem 25, a oitiva para se refletir sobre o fenômeno Meninos do trem. A ação pública contra a companhia é da responsabilidade da 1ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de São Luís. O assunto é tema de um processo administrativo (PA 116/2005 – 1ª PIJ) em tramitação na promotoria, cujo titular é o promotor de Justiça Márcio Thadeu Silva Marques. O assunto não é novo e não se constitui como problema isolado relacionado à infância e à adolescência no empreendimento da mineradora. O engenheiro canadense James Bertrand, perito contratado pelo Ministério Público do Maranhão apresentou relatório sobre o assunto na EFC, sublinhando os pontos mais delicados de vulnerabilidade. A Vale, que já foi denunciada por manter serviço de espionagem contra defensores de direitos humanos e ambientalistas tentou impedir a realização da oitiva a partir de liminar. Apesar da estratégia jurídica em abortar a audiência, parte do staff da mineradora relacionada com o assunto compareceeu, entre eles, representantes do setor de direitos humanos, da Fundação Vale e consultores que apresentaram diagnóstico e ações do plano de segurança para evitar a viagem clandestina de crianças e adolescente nos trens. O canadense iniciou a apresentação ressaltando a má vontade da Vale em não facilitar o acesso a documentos e relatórios que pudessem embasar a sua investigação. Em alguns trechos do documento da Vale ele não encontra indicadores sobre acidentes e atropelamentos na EFC. Enfatiza ainda que a empresa não menciona que a mineradora se desobriga em financiar o deslocamento das crianças e adolescentes para os locais de origem. Ao ressaltar elementos técnicos da rotina de operação da EFC pontuou sobre a baixa velocidade dos trens e o elevado número de pontos de paralisação\paradas. Melhorar a monitoração eletrônica e edificar torres de observação em pontos críticos foram algumas medidas aventadas na tentativa de se equacionar o fenômeno, que ele não acredita que terá solução por conta da agenda de expansão e da ausência de vontade política do empreendedor. Sobraram críticas contra a Vale quando da abertura para a manifestação da plenária. (Fonte: Blog Rogério Almeida- reelaborado)
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
VALE bate recorde de produção e redução de despesa. Já nos direitos ambientais e trabalhistas.....!!!!!
Rio de Janeiro, 26 de fevereiro de 2015 –
Em 2014, a Vale S.A. estabeleceu vários recordes de produção: oferta de minério de ferro de 331,6 Mt incluindo recorde de produção própria de 319,2 Mt, devido principalmente à produção recorde em Carajás de 119,7 Mt. Produção de níquel de 275.000 t, o maior resultado anual desde 2008. Recorde de produção de cobre de 379.700 t, com ramp-up de Salobo alcançando 98.000 t de produção. Recorde de produção de ouro de 321.000 oz. Reduziu ainda mais suas despesas em US$ 1,218 bilhão, completou oito projetos de capital, reduziu os investimentos em US$ 2,254 bilhões adicionais, negociou uma parceria estratégica no negócio de carvão em Moçambique e ainda pagou US$ 4,2 bilhões em dividendos, preservando uma estrutura saudável de capital. Lucro líquido básico de US$ 4,419 bilhões em 2014. Melhora em indicadores de Saúde e Segurança, com Taxa Total de Registros de Frequência de Acidentes(TRIFR) caindo de 2,6 para 2,3. (Fonte: VALE)
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
Índios Canela do Maranhão ocupam sede da Funai em Imperatriz e os Guajajara acampam em frente ao palácio!
Índios da etnia Canela ocupam a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Imperatriz, no Maranhão desde essa terça-feira (24). Os índios reivindicam a transferência no atendimento da Coordenação Regional de Palmas, no Estado do Tocantins, para a regional de Imperatriz. Os índios fazem parte das aldeias Porquinho e Aldeia Velha, localizadas em Fernando Falcão, município da região sudeste do Maranhão. Pertencentes à área subordinada à Coordenação Regional Araguaia-Tocantins, sediada em Palmas, no Tocantins, os indígenas afirmam que a área em que estão, no sudeste do Maranhão, fica distante cerca de 1.500 km da Coordenação Araguaia-Tocantins, à qual estão subordinados, enquanto que, para Imperatriz, são apenas 400 km. "Só vamos sair daqui quando chegar uma ordem, uma portaria. Se não, vamos passar os dias que puder", disse o cacique da aldeia Velha, Antônio Kacrose Canela. O coordenador da Funai na regional Araguaia/Tocantins, Conceição Pereira, informou que tem conhecimento da discussão e está acompanhando o caso. Ele disse que está agendada uma visita às terras indigenas, tanto na regional do Maranhão, como na do Tocantins, com representantes da Funai de brasilia para tentar resolver o impasse.
Em São Luís Guajajara acampam na frente do Palácio
Na tarde de ontem, cerca de 80 índios Guajajaras reivindicaram melhorias nas áreas de educação, transporte e saúde. Eles acamparam em frente ao Palácio dos Leões, em São Luís, e cobraram do governo a retomada do diálogo iniciado ainda na gestão passada.Em nota enviada ao G1 a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou que gestores das áreas de alimentação, transporte escolar e engenharia se reuniram com as lideranças indígenas. Segundo a secretaria, a solução de parte das demandas apresentadas já está sendo encaminhada pelo Estado.(Fonte G1)
Comentário do blogueiro - Os Canela, enfim, deram um passo que devia ter sido dado anos atrás: trazer para mais perto deles o 'estado' e com ele a assistência, mesmo que precária. A conversa que em Palmas haveria uma assistência específica pelo fato que a coordenação reunia povos da mesma matriz cultural, não se sustenta mais. Houve ausências injustificadas e omissões graves (algumas dolosas!) Já um grupo significativo de Guajajara querem dialogar e entender qual será a política adotada pelo novo governo com relação a eles. Diga-se de passagem que o governo anterior deixou de pagar as empresas de transporte escolar (fala-se em milhões!). Em que pesem os casos de abuso, os contratos devem ser cumpridos, e os abusos punidos. Doa em quem doer!
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
Decisão histórica no TJ/MA - Empresa poluidora é condenada a indenizar exemplarmente 21 famílias de Piquiá de Baixo por danos à saúde e danos morais
Decisão histórica no TJ do Maranhão na segunda feira 23. Na quinta Câmara foi proferida, enfim, a decisão dos desembargadores a respeito do processo em que se pedia indenizações a 21 famílias de Piquiá de Baixo por danos à saúde e danos morais causados pela Gusa Nordeste. O Juiz de base de Açailândia já havia condenado a guseira a indenizar as famílias de Piquiá de Baixo que haviam entrado com uma representação cerca de oito anos atrás, motivando sua decisão a partir de dados objetivos: poluição acima do permitido, danos às casas, sistemáticos problemas de saúde às pessoas, entre outros. A empresa recorreu, mas se deu mal. Através do seu advogado a guseira pedia simplesmente a anulação e arquivamento da sentença do juiz de base, alegando, entre outros que o técnico que elaborou a perícia comprovando a responsabilidade da empresa na emissão de poluente seria um...’leigo’ no assunto. Que deveria ser, talvez, (pasmem) um....’engenheiro inscrito ao CREA...’ Que não estava provado que a empresa poluía, mesmo reconhecendo que havia aceitado um TAC, acordo extra-judicial em que a empresa se comprometia a corrigir seu comportamento empresarial deixando de proceder de forma ilícita. Evidente que ao aceitar esse ajuste de conduta – mesmo sem perícia técnica, - a empresa estava admitindo sua responsabilidade na poluição do ambiente! A única coisa que o relator do processo, o desembargador Ricardo Dualibe, não aceitou foi o montante pedido pelo juiz de Açailândia (R$ 63.000) e fixou em R$ 42.000 com correção monetária atualizada. O que vale é o valor simbólico da decisão. No Maranhão não existem muitos casos similares a esse na história do judiciário. Talvez a decisão de ontem tenha aberto as portas para que outros cidadãos entrem na justiça e exijam uma justa e exemplar reparação aos danos que lhes causados por inúmeras empresas que poluem e outras que pretendem investir no Estado sem algum cuidado em salvaguardar ambiente e ...humanos!
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
Iº domingo de Quaresma - Tentados e testados para termos estrutura no enfrentamento com o anti-reino! (Mc. 1. 12-15)
Toda tentação é bem-vinda. Seja ela qual for! A tentação nos submete a um teste que dá a ideia da nossa real capacidade de reagir, de se firmar, de tomar consciência, de agir com liberdade e convicção. Já, cair e sucumbir diante da tentação é outra coisa! Por isso que o Espírito que confirma Jesus na sua decisão de ser um servidor do Reino, no batismo, é o mesmo que o impele a ir ao deserto para ser ‘tentado’. Parece um tanto contraditório, mas não é! Nós fazemos a experiência de grandes arroubos místicos e momentos de exaltação em que nos sentimos fortes e seguros de nós mesmos e das nossas escolhas de vida. Todavia, em seguida, fazemos a experiência de nos sentir inseguros e carregados de dúvidas. Nessa hora nos perguntamos se era mesmo isso que Deus queria de nós quando nós achamos que nos chamou e enviou. Às vezes, essa indefinição, pode ser expressão de tentar justificar o nosso desejo de desistir, de largar tudo, e seguir a onda geral do mundo. Ser tentado-testado é, afinal, a pedagogia que um pai utiliza com seu filho antes de confiar plena e definitivamente nele! Uma forma de ver se o filho tem estrutura de aguentar o tranco, a missão que quer lhe confiar!
Marcos não especifica a qual tipo de tentação Jesus foi submetido. Só deixa claro que foi tentado-testado ao longo de 40 dias, ou seja, ao longo de toda a sua vida. Não há testes decisivos, fundamentais. Cada momento da nossa vida é um teste-tentação decisivo. A cada instante temos que nos confrontar com a sedução do poder, de tirar proveito de tudo e de todos, de possuir prestígio e influenciar pessoas e realidades. Parecem duas vozes conflitantes falando ao mesmo tempo dentro de nós. Uma que nos convoca à compaixão, ao serviço e à gratuidade, e a outra que clama por cuidar egoisticamente de nós mesmos e dos nossos afazeres. Nós teremos que conviver com essas duas vozes o tempo todo, mas caberá a nós decidir e ter força interior para silenciar a que nos impele a desistir da construção de uma nova realidade. Para Marcos Jesus, apesar de, ou quem sabe, graças ás contínuas tentações a que Jesus era submetido se saiu vitorioso e fortalecido. Jesus aprendeu a se conhecer e a identificar com clareza a voz do ‘sedutor diabólico’ e a silenciá-la. É por isso que após a superação da tentação Jesus ‘convive com os animais ferozes’, como um ‘novo Adão’, no novo jardim terrestre. O jardim, agora, é representado pelo Reino de Deus ao qual todos devem se converter. Acreditar, enfim, que a construção do Reino de Deus, - e não o de Satanás, - é algo real e possível. Isto é e será Boa Nova para quantos são ‘tentados’!
Ministro do STF Ricardo Lewandowski torna sem eficácia a 'lista suja' de empresas escravagistas!
BNDES e Caixa Econômica Federal deixaram de checar se empresas que pedem empréstimo público foram condenadas administrativamente por trabalho análogo à escravidão após decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal impedir a publicação da chamada "lista suja". O veto ao acesso dessas empresas ao financiamento público era uma das principais medidas para coibir o crime trabalhista no Brasil. A suspensão da checagem ocorreu após uma liminar (decisão provisória) de 23 de dezembro do ministro do STF Ricardo Lewandowski. Ele acatou pedido de incorporadoras imobiliárias --parte das quais já autuada pela irregularidade-- e tornou sem eficácia legal a chamada "Lista Suja" do trabalho escravo, consolidada e publicada pelo Ministério do Trabalho. A lista, instituída em 2003, é um cadastro de empregadores flagrados por fiscais submetendo pessoas ao chamado "trabalho escravo moderno", no qual se inclui o trabalho forçado, degradante e de jornada exaustiva. Para entrar na lista, é preciso que os recursos das empresas tenham transitado em julgado (recebido resposta definitiva do ministério). Para sair, é necessário pagar as multas decorrentes e passar dois anos sem reincidir. Desta vez, Lewandowski, decidindo sozinho no recesso do Judiciário, concordou com o argumento de que a portaria que criou a lista precisaria ter uma lei que a respaldasse. Concordou ainda que a inclusão no cadastro é feita de maneira "unilateral", sem a posição dos suspeitos.Com a decisão, válida até os outros ministros do STF votarem a ação, os bancos mudaram seus procedimentos, firmados com a assinatura do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo.Antes, as instituições checavam se a empresa que pedia dinheiro estava na lista e, se estivesse, não liberavam os recursos. Agora a verificação deixou de ocorrer.(Fonte: IHU)
Dilma, a presidente que demarcou a menor área de terras indígenas nos últimos 35 anos!
A presidente Dilma encerrou o primeiro mandato com a menor área de terras indígenas demarcada desde a redemocratização e começou o segundo período no Palácio do Planalto sem indicar mudança no desinteresse pelo órgão. Há 20 meses, a Funai está sob comando interino. Desde que a demógrafa Marta Azevedo pediu demissão, em junho de 2013, Dilma não nomeou oficialmente nenhuma pessoa para o cargo. O atual presidente interino, Flávio de Azevedo, é um procurador vinculado à Advocacia-Geral da União (AGU) que prestava serviços à área jurídica da Funai até outubro, quando assumiu o posto temporário. A petista homologou em quatro anos a criação de 11 terras, um total de 2 milhões de hectares, mais baixa marca dos governos pós-ditadura militar. Em metade do tempo, Itamar Franco homologou 16 áreas e 5,4 milhões de hectares. O encolhimento também é visível no orçamento. Em 2013, a verba da Funai (a soma de custeio e investimento, em valores já corrigidas pela inflação) chegou a R$ 174 milhões. Em 2014, segundo o órgão, foram R$ 154 milhões. Fora isso, hoje há 13 processos de demarcação parados no Ministério da Justiça, onde precisam de uma Portaria Declaratória para seguirem tramitando no governo. Outros 21 processos de demarcação já estão na mesa de Dilma, à espera da assinatura da presidente. Segundo levantamento da Assessoria Especial de Participação Especial, essas terras indígenas totalizam 1,4 milhão de hectares. Para a presidente o que conta é: ‘licenciamentos a toque de caixa e desenvolvimento a qualquer preço.’ Está colhendo, todavia, o que andou semeando!
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
Quarta feira de cinzas - Cinzas em nossas cabeças para não esquecer o fogo destruidor que somos nós!
Cinzas em nossas cabeças para que não esqueçamos quantas vidas queimamos com nossas mentiras, agressões verbais, promessas vazias, corrupções, moralismos teológicos, manipulações diabólicas e compromissos jamais mantidos.
Cinzas em nossas cabeças para que não esqueçamos que em muitas ocasiões fomos cúmplices em fazer arder no moderno rogo destruidor da nossa ira e da nossa intolerância tantos irmãos e irmãs que pensam e agem de forma diferente da nossa.
Cinzas em nossas cabeças para que não esqueçamos que não fomos suficientemente ousados em denunciar e deter o fogo que destrói matas e campos em nome das ‘deusas soja e cana’ ou do ‘deus pastagem’, alimentando e servindo, idolatradamente, os bois de ouro do grande ‘agronegócio’.
Cinzas em nossas cabeças para que tomemos consciência que nenhum fogo por quanto poderoso possa ser jamais será capaz de destruir integralmente esperanças e vidas. Para que possamos renascer das cinzas e reconstruir uma sociedade sem violência e sem destruição com pequenos gestos de caridade e honestidade!
Cinzas em nossas cabeças para que não esqueçamos que em muitas ocasiões fomos cúmplices em fazer arder no moderno rogo destruidor da nossa ira e da nossa intolerância tantos irmãos e irmãs que pensam e agem de forma diferente da nossa.
Cinzas em nossas cabeças para que não esqueçamos que não fomos suficientemente ousados em denunciar e deter o fogo que destrói matas e campos em nome das ‘deusas soja e cana’ ou do ‘deus pastagem’, alimentando e servindo, idolatradamente, os bois de ouro do grande ‘agronegócio’.
Cinzas em nossas cabeças para que tomemos consciência que nenhum fogo por quanto poderoso possa ser jamais será capaz de destruir integralmente esperanças e vidas. Para que possamos renascer das cinzas e reconstruir uma sociedade sem violência e sem destruição com pequenos gestos de caridade e honestidade!
Na próxima terça feira TJ do Maranhão julgará o caso de 21 famílias de Piquiá de Baixo que pedem indenização contra siderúrgica por danos à saúde pública. Momento histórico para desembargadores!
No próximo dia 23 de fevereiro, terça-feira, o Tribunal de Justiça do Maranhão julgará mais um processo importante (nº. 2305-62.2005.8.10.0022) na vida dos moradores do Piquiá de Baixo. Não se trata de algo ligado ao reassentamento, e sim às denúncias por poluição. No ano de 2005, 21 famílias de Piquiá de Baixo, de forma autônoma, ainda antes que a igreja se mobilizasse em apoio à comunidade, entraram na justiça com ações individuais contra uma das empresas siderúrgicas (a mais próxima de suas casas, a Gusa Nordeste). O Juiz da 2ª Vara Cível da Comarca de Açailândia, oito anos depois, reconhecia no dia 17/12/2013 a responsabilidade da empresa pelos danos cometidos contra as 21 famílias que haviam confiado ao Poder Judiciário seus reclamos. A empresa, naturalmente, recorreu, e agora, no dia 23 o TJ irá se manifestar sobre o assunto. Caso o TJ reconheça a responsabilidade da empresa abre-se um positivo precedente que poderá ser um exemplo para que outras famílias sejam indenizadas pelos inúmeros prejuízos à saúde pública produzidos pelas guseiras naquele povoado. Há uma corrente dentro do TJ que sabe manter a ‘justa distância’ de empresas e grupos poderosos no Estado e isso é algo esperançoso para as famílias de Piquiá. Queira Deus e o queira também os nossos desembargadores que sejam reconhecidos o que outros togados vêm reconhecendo em outros estados e países em circunstâncias similares!
Comentário à margem – A igreja católica no Maranhão sempre tem defendido com clareza não somente o meio ambiente, genericamente, mas muitas vítimas de impactos ambientais e poluição. Vejamos um trecho de uma carta aberta escrita pelos bispos do Maranhão em fevereiro de 2011 sobre essas questões: “Preocupa-nos sobremaneira que, em nome de um ilusório e equivocado desenvolvimento, entendido de forma redutiva como desenvolvimento exclusivamente econômico – e não na sua acepção integral –, empresários, quadrilhas de colarinho branco, setores do Estado e do Judiciário pisoteiem direitos básicos, transgridam impunemente normas ambientais, desconsiderem medidas básicas de prevenção de saúde pública, agridam povos e territórios tradicionais, rios, matas e seres vivos em geral”
Francisco aos novos cardeais: ser cardeal não é título honorífico, é ser 'junções cardeais' a serviço da caridade
'A dignidade cardinalícia é certamente uma dignidade, mas não é honorífica. Vós sois «junções cardinais» e estais incardinados na Igreja de Roma, que «preside à universal assembleia da caridade» Na Igreja, toda a presidência provém da caridade, deve ser exercida na caridade e tem como fim a caridade. Por isso, penso que o «hino à caridade» da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (cap. 13) possa constituir a palavra-orientadora para esta celebração e para o vosso ministério, de modo particular para aqueles de vós que hoje passam a fazer parte do Colégio Cardinalício. São Paulo começa por nos dizer que a caridade é «magnânima» e «benévola». Quanto mais se amplia a responsabilidade no serviço à Igreja, tanto mais se deve ampliar o coração, dilatando-se de acordo com a medida do coração de Cristo. A magnanimidade é, em certo sentido, sinônimo de catolicidade: é saber amar sem limites, mas ao mesmo tempo fiéis às situações particulares e com gestos concretos. Amar o que é grande, sem negligenciar o que é pequeno; amar as coisas pequenas no horizonte das grandes. Depois, o Apóstolo diz que a caridade «não é invejosa, não é arrogante nem orgulhosa». Isto é verdadeiramente um milagre da caridade, porque nós, seres humanos (todos, e em todas as idades da vida), sentimo-nos inclinados à inveja e ao orgulho por causa da nossa natureza ferida pelo pecado. E as próprias dignidades eclesiásticas não estão imunes desta tentação. Mas por isso mesmo, amados Irmãos, pode sobressair ainda mais em nós a força divina da caridade, que transforma de tal modo o coração que já não és tu que vives, mas Cristo que vive em ti. E Jesus é todo amor. A caridade, diz Paulo, «não se irrita, não leva em conta o mal recebido». Ao pastor que vive em contacto com as pessoas, não faltam ocasiões para se irritar. E o risco de se irritar é talvez ainda maior nas relações entre nós, irmãos, embora tenhamos efetivamente menos desculpa. Também disto é a caridade, e só a caridade, que nos liberta. Liberta-nos do perigo de reagir impulsivamente, dizer e fazer coisas erradas; e sobretudo liberta-nos do risco mortal da ira retida, «aninhada» no interior, que te leva a ter em conta os malefícios recebidos. Não. Isto não é aceitável no homem de Igreja. Amados irmãos, nada disto provém de nós, mas de Deus. Deus é amor e realiza tudo isto, se formos dóceis à ação do seu Santo Espírito. Eis então como devemos ser: incardinados e dóceis.' (Trechos da homília do papa na solenidade em que consagrou 16 novos cardeais)
sábado, 14 de fevereiro de 2015
6º domingo comum- Os verdadeiros impuros: os que possuem um coração arrogante e sem compaixão (Mc. 1, 40-45)
Leproso. Só a simples palavra, para muitas pessoas, dá arrepios. Em 2015 muitos ainda não sabem como se dão os mecanismos do contágio. Simplesmente querem se distanciar de quem é portador de tal doença. Não sabem que o bacilo (descoberto por Hansen, o pesquisador) após 3 dias de tratamento é completamente isolado, e perde o poder de contagiar. Muitos não sabem que não é pelo sangue, e sim pela saliva que, eventualmente, pode ocorrer o contágio. E que, além disso, é preciso ter predisposição genética para contrair tal doença. Considerada a ‘filha da morte’, a lepra sempre foi considerada a doença mais impura e repugnante por excelência. A própria palavra é utilizada como sinônimo de exclusão e segregação. ‘Estão me tratando como um leproso ‘ ou, ‘pior que um leproso’, são expressões utilizadas para definir uma pessoa quando recusada no convívio social por motivos raciais, ideológicos, políticos, etc. Se aos dias atuais a ignorância sobre a doença e os preconceitos para com os portadores dessa doença nos escandalizam, imaginemos 2.000 anos atrás! É contra isso que Jesus fica ‘irado’. A tradução clássica fala em ‘compaixão’, mas vários códigos que nos transmitiram os evangelhos, ao relatar esse acontecimento específico falam unanimemente em ‘raiva’, ‘ira’. Um sentimento considerado escandaloso em Jesus. É ira a que Jesus sente em ver o grau de desprezo e exclusão reservados pelas pessoas ao doente de lepra. Raiva de Jesus por perceber a hipocrisia dos presentes que falavam em amor ao próximo e a Deus e, no entanto, tratavam como lixo os seus semelhantes, igualmente filhos de Deus como eles!
Duas coisas chamam a nossa atenção. A primeira: a ousadia do leproso em quebrar os limites da segregação. Ele devia permanecer, por lei, num lugar isolado e afastado do convívio, mas ele desobedece. Irrompe na vida dos supostos sadios e puros. Contamina sua suposta pureza e saúde, escancara a legalidade de suas leis e normas. Jesus se identifica com essa atitude atrevida. Afinal, Jesus é outro que gosta de fazer o mesmo! Jesus se aproxima, o toca e o cura. Ao fazer isso Jesus manifesta não somente como Deus agiria se estivesse em seu lugar, mas aponta o real tratamento a ser usado por aqueles hipócritas para com uma pessoa portadora de lepra. A segunda: Jesus proíbe ao leproso de fazer publicidade, mas esse, mais uma vez, desobedece. Espalha o que ocorreu com ele aos quatro cantos da terra. E aqui a situação se inverte. Agora é Jesus que deve permanecer em lugares isolados e segregados. Assim é a dinâmica da vida: não somente as vítimas de uma doença impura são marginalizadas, mas também todos aqueles que se aproximam delas e fazem família com elas! Amigo de publicanos e prostitutas, de doentes, cegos e coxos, Jesus também devia ser tratado como eles! Perguntemo-nos: as nossas comunidades são espaços humanos que acolhem e incluem todas as pessoas, sem julgar, excluir e condenar ou estão reproduzindo a mesma metodologia dos ‘supostos puros e hipócritas fieis’ da época de Jesus, que possuíam um coração contaminado pela arrogância e pela falta de compaixão?
sábado, 7 de fevereiro de 2015
Petrobrás - A propina começou em 1997 na era FHC! Não existem puros na história, pois a corrupção está nas entranhas!
Em depoimento prestado à Polícia Federal no dia 21 de novembro de 2014, o ex-gerente-executivo de Serviços da Petrobras Pedro Barusco diz ter recebido propinas em troca da aprovação de contratos desde 1997 ou 1998. Ou seja, ainda durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O depoimento prestado sob o acordo de delação premiada tornou-se público nesta quinta-feira 5. O primeiro pagamento de propina que Barusco afirma ter participado diz respeito a dois contratos firmados com a empresa holandesa SBM, em 1997 ou 1998. Em novembro de 2014, a SBM fechou um acordo com o Ministério Público da Holanda e aceitou pagar 240 milhões de dólares como punição por pagamentos de propina ocorridos entre 2007 e 2011 no Brasil, na Guiné Equatorial e em Angola. Segundo ele, o pagamento de propina era "uma iniciativa que surgiu de ambos os lados e se tornou sistemática a partir do segundo contrato da FPSO (plataforma de petróleo) firmado entre a SBM e a Petrobras no ano 2000". Apenas com os contratos entre a Petrobras e a SBM, Barusco afirma ter recebido aproximadamente US$ 22 milhões, entre 1997 ou 1998 e 2010. Esse valor era transferido para dois diferentes bancos internacionais até terminar no Banco Safra, situado na Suíça, em 2003. Em outro contrato firmado com entre a Transpetro e a empresa Progress, que tinha o mesmo representante que a SBM, entre 1997 e 1998, também houve pagamento de propina. Em 2007, outro contrato entre a SBM e a Petrobras para o fornecimento de uma plataforma de petróleo, a P57, no valor de 1,2 bilhão de reais, Barusco afirma ter recebido 1% de propina sobre o valor do contrato.(Fonte: carta Capital)
Polícia baiana mata 12 e governador afirma que ela tomou a atitude certa! O povão agradece!
Parece que somente a polícia brasileira tem pontaria certeira quando é recebida a bala. A uma semana do Carnaval, 12 pessoas foram mortas e 4 ficaram feridas numa ação policial num bairro de classe média baixa de Salvador, na madrugada desta sexta (6). Estranhamente só um policial foi levemente ferido. Segundo a Polícia Militar, elas eram suspeitas de planejar um assalto a uma agência bancária na região e receberam os policiais a tiros. O tiroteio envolveu cerca de 30 suspeitos, disse polícia. Dos 15 baleados, nove tinham antecedentes criminais, como roubo e tráfico. Dois eram adolescentes --um deles morreu. As mortes foram registradas como autos de resistência --quando o suspeito é morto ao reagir à ação da polícia. A Polícia Civil investiga o caso. Os PMs que participaram da ação foram interrogados e entregaram suas armas. Segundo a polícia, os envolvidos tinham relação com uma facção conhecida como CP (Comando da Paz), considerada uma das mais atuantes na periferia de Salvador. O governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou à imprensa que não há "nenhum indício" de uma atuação fora da lei por parte dos PMs."A polícia [...] tem que ter a frieza necessária para tomar a atitude certa. E para definir a escolha, muitas vezes, não nos resta muito tempo, são alguns segundos. É igual ao artilheiro quando está de frente para o gol", justificou..
Comentário do blogueiro - Atitude certa, governador, é atirar para matar, certo? Nunca para ferir!?Então ta! O pior é que alguns anos atrás de um governador do PT alguém esperava outras atitudes. Hoje em dia ninguém mais estranha se um governador petista acha normal matar 12 de uma só bolada! Eles entraram na vala comum.Vai ver que achou que a sua popularidade estará em alta depois dessa...O pior é que vai...Afinal bandido bom, é bandido morto!!!!!!
5º domingo comum - 'Pegar pela mão e levantar' o caído e abandonado! (Mc. 1, 29-39)
Quantas vezes nos flagramos fugindo de situações de dor. O sofrimento alheio e próprio nos incomoda. Traz à tona a nossa fragilidade. Descobrimos que não somos todo-poderosos. Diante do sofrimento somos chamados a tomar posição: ou a conformar o doente ou a combater o que produz o seu sofrimento. Ou achar que nada pode ser feito, - pois seria vontade divina, - ou permanecer próximo do doente e lutar com ele e com todas as próprias forças para restabelecer a ‘beleza original que Deus concedeu aos humanos. Jesus fez a segunda escolha. Jesus se aproximava das pessoas doentes e sofridas. Conhecia sua dor e sabia que ela não era desejo de Deus. Luta para eliminar toda causa de sofrimento. Jesus não tem medo de mergulhar nesse mundo misterioso e ambíguo da dor humana onde muitas pessoas ainda o interpretam como o resultado de seus pecados e de sua infidelidades a Deus. No evangelho de hoje vemos que Jesus não somente não foge como tem contato físico com a doente, a sogra de Pedro. Ajuda-a a se levantar pegando-a pela mão. Não teme um possível contagio, nem se importa com o que os demais irão falar. Sabe que a doença para o doente não é só fonte de sofrimento físico, mas também espiritual. Muitos se afastam da pessoa quando adoece, inclusive os próprios familiares. Estes, em muitos casos, temem por sua incolumidade física e abandonam a pessoa na hora de maior precisão. Tornam-se causa de exclusão afetiva e psicológica. Jesus sente-se no dever de dar uma ‘nova vida’ à pessoa que por causa do seu sofrimento vem fazendo a experiência de uma autêntica morte interior.
Por isso Jesus a ‘levanta’. É o mesmo verbo utilizado para descrever a ‘ressurreição’! Levantar-se da dor, levantar-se de um estado de abandono e de exclusão a que havia sido relegada. Tudo isso ocorre não para ostentar poder milagroso, mas para que o ‘curado-ressuscitado’ compreenda que ele também tem o dever de reproduzir a mesma coisa: servir e ajudar a 'levantar' outros doentes e sofredores. Marcos nos informa que a partir dessa atitude de Jesus em se aproximar e levantar os doentes, ‘muitos’ outros acorrem até ele conseguindo a cura. Da mesma forma os possuídos por ‘espíritos maus’ que conheciam o poder de libertar de Jesus. Isto poderia nos levar a pensar que Jesus era uma pessoa que apostava no seu poder de fazer milagres até como forma de resolver os problemas de ‘saúde pública’ como muitos 'aproveitadores religiosos'. Ao contrário: compreendemos que quem não está debilitado e doente deve compreender o tamanho e a gravidade dos problemas que afetam a ’muitos,’ e que não podem permanecer indiferentes, mas ao contrário, mergulhar neles e devolver a esperança e a vida. Marcos nos diz que nós hoje somos aqueles que como Jesus podemos dar vida e esperança a tantas pessoas que estão se conformando e desistindo de lutar e de viver!
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
Sacerdócio a homens casados: algo possível. A porta está aberta!
Um grupo representando aproximadamente mil padres católicos americanos pediu aos bispos do país que “comecem a dialogar” no sentido da ordenação de homens casados ao sacerdócio. Em cartas enviadas no dia 23 de janeiro a todos os membros da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, a Associação dos Padres Católicos dos EUA disse que o pedido foi feito principalmente com a preocupação “pelo acompanhamento pastoral das almas” e que se precisa de padres casados para “servir às necessidades pastorais das pessoas”. “O momento chegou. A porta está aberta. A necessidade disso é urgente”, disseram os padres. A carta é assinada por 12 membros da equipe diretiva e funcionários da Associação, representando 9 dioceses e uma ordem religiosa; a secretária executiva, a Irmã Jackie Doepker (franciscana), também subscreveu o documento.
Entre os motivos que os padres citaram na carta para o início do diálogo estão:
• a inclusão na Igreja romana do clero casado de outras denominações cristãs, tais como a Igreja Anglicana;
• os pedidos dos leigos de um diálogo sobre padres casados;
• o número decrescente de padres ativos e o fechamento resultante de paróquias;
• e a saúde espiritual, mental e física dos atuais padres, em particular aqueles que experimentam uma “carga de trabalho cada vez maior e, por vezes, esmagadora”.
“Existem muitas vozes na Igreja esperando serem ouvidas aqui – inclusive a nossa”, disserem os padres. A Associação dos Padres baseou o seu pedido por padres casados na crença de que o Papa Francisco está aberto à possibilidade, caso uma conferência episcopal nacional leve o assunto até ele. Nesse sentido, há uma referência feita a uma entrevista (de abril de 2014) dada a um jornal australiano em que o papa teria dito a um bispo brasileiro que cabia às conferências episcopais regionais buscarem e encontrarem um consenso sobre as reformas da Igreja, e então trazê-las a Roma.
Segundo uma reportagem do jornal The Tablet a partir da entrevista, Dom Erwin Kräutler disse que, numa conversa sobre a escassez de padres na prelazia do Xingu, Francisco expressou certa abertura ao assunto.
Dom Erwin confirmou que ele e o papa discutiram a ordenação de viri probati (“homens casados provados”) ao sacerdócio. “Cabe aos bispos apresentar sugestões, disse novamente o papa”, completou. (Fonte: IHU)
Pedrinhas blindada! Não se fala mais nela, mas tudo continua como antes!
Muitos acreditam que o problema Pedrinhas foi definitivamente resolvido com a chegada da nova gestão. Ledo engano. Continua tudo como antes ou pior que antes, independentemente de ter ou não degolas. Repare o leitor que desde que o novo governo assumiu nada saiu na imprensa sobre Pedrinhas. Inclusive, alguns blogueiros que atacavam duramente, e com certa razão, os descalabros que acolá se davam, agora parecem, surpreendentemente, silenciar. Um silêncio suspeito e, diria, um tanto omisso e irresponsável. Atualmente, Pedrinhas parece estar ‘blindada’. A imprensa não divulga o estilo mão de ferro que lá foi implantado pelo novo secretário. Nada de o Estado oferecer assistência jurídica como se tentava antes. Agora só alguns poucos defensores públicos promovem alguns mutirões para tomar as primeiras medidas para centenas de presos! A própria assistência psicológica vem trabalhando sob pressão por causa do forte e espetacular esquema de segurança. Por enquanto nada de diálogo entre diretor e presos. Aos primeiros sinais de revolta interna as borrachas zigzagueiam pelas celas e pelas cabeças dos detentos. Quem está lá para denunciar e informar? A própria experiência da APAC (associação e assistência e proteção ao condenado) no Maranhão iniciado a pouco mais de um ano atrás, está por um fio. Atualmente, graças a um convênio com o DETRAN/MA a associação tem conseguido manter atividades mínimas para ensaiar uma nova forma de humanizar e gerenciar parte do sistema prisional. Tudo indica que o convênio - que vence nos próximos meses, - não será renovado, em que pese a promessa de Dino de apoiar a APAC. Sem a grana do Detran será praticamente impossível viabilizar o acompanhamento aos detentos selecionados e assegurar a sua preparação em vista da sua reinserção. Espera-se que a própria Secretária dos Direitos Humanos do Estado não fique inibida e faça uma visita a Pedrinha para que haja coerência no que se diz e faz, para dentro e para fora, para amigos e não amigos....Prezados ‘blogueiros das penitenciárias’ vamos acordar?
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
Cunha vai desarquivar a Emenda Constitucional que dá poder aos picaretas do Congresso de decidir sobre terras indígenas e quilombos
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), confirmou, ontem, hoje (4/2) que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215 será desarquivada. O projeto transfere para o Congresso a última palavra sobre a oficialização de Terras Indígenas (TIs), Unidades de Conservação e Territórios Quilombolas.Em reunião com índios Kayapó, ele afirmou que não poderia impedir o reinício da tramitação da proposta, arquivada no final do ano passado. Os indígenas exigem que ela seja sepultada definitivamente. O Presidente da Câmara diz que não pode impedir recomeço da tramitação do projeto que transfere para Congresso tarefa de aprovar formalização de Terras Indígenas, Unidades de Conservação e Territórios Quilombolas
Comentário do blogueiro - quando é do interesse do Presidente da Câmara ele é obediente ao regimento. Quando não era do seu interesse - como deputado simples, - fazia obstrução e inventava outros artifícios. É evidente que ele atende aos interesses dos amigos dele e da onça, e foi por isso que ele foi eleito: defender os interesses dos ruralistas, homofônicos e racistas...Ah, esquecia: em nome de Cristo e da moral, claro!
O consumidor de cocaína é branco e rico, mas quem vai preso é negro e da periferia, afirma coordenador nacional da Pastoral Carcerária do Brasil
Valdir João Silveira, de 62 anos, é o Coordenador Nacional da Pastoral Carcerária, e passa seus dias viajando pelo país visitando alguns dos lugares mais brutais e violentos de nossos tempos: os presídios. Ele é crítico ferrenho da política de encarceramento vigente no país.“Quanto mais presídios você constrói, mais aumenta a violência. Há uma propaganda enganosa de que existe um déficit de vagas nas cadeias, e que esse é o problema. Na verdade são os presídios, quase todos comandados por facções criminosas que também atuam nas periferias, que alimentam o ciclo de violência”, diz. A Pastoral Carcerária defende a descriminalização das drogas como forma de diminuir a violência e acabar com o encarceramento em massa. “Existe uma ênfase muito grande do poder Executivo de investir na lógica da repressão, principalmente nos bairros onde falta a presença do Estado: falta escola, saneamento, saúde e condições dignas de vida. E se responde a isso com a repressão da polícia”, afirma. “A pena existe para o traficante, mas quem define quem é usuário e quem é traficante é a polícia, que acaba tomando essa decisão com base no perfil do suspeito: se foi preso na favela, é traficante. A questão do usuário se resolve com tratamento. É assim em Portugal, na Holanda. O presídio é a garantia do uso da droga, porque entra muita cocaína, crack e maconha lá dentro. Lutamos pela descriminalização, não pela legalização.” Valdir argumenta que o perfil da nossa população carcerária é bem definido: são jovens, semialfabetizados e moradores das periferias das grandes cidades. “Se você aprofundar um pouco mais esta análise, vai perceber que a maioria deles foi preso por crimes relacionados à venda de drogas. Mas o grande consumidor de cocaína e maconha não está na periferia. Está no condomínio. Só que lá não existe a repressão policial que existe nos bairros pobres”, afirma.O padre é categórico ao apontar o Poder Judiciário como sendo o primeiro responsável pela crise no sistema carcerário: “Hoje, em média, 44% dos presos no Brasil são provisórios. Pela lei eles deveriam ter uma primeira audiência com um juiz dentro de no máximo 90 dias após a prisão. Quando esses provisórios são julgados, 37% são considerados inocentes ou já cumpriram a pena determinada. Se existe a barbárie no sistema prisional, quem mantém isso é o Judiciário brasileiro”, explica. (Fonte: IHU)
Prisões - No Brasil 40% dos presos são provisórios, inocentes até se provar o contrário! Seu filho ou seu marido, inocentes, poderiam estar entre eles!
O “Mapa das Prisões” da organização de direitos humanos Conectas, mostra um crescimento de 317,9% na taxa de encarceramento (número de presos por cada grupo de 100 mil habitantes) do país entre 1992 e 2013, passando de 74 para 300,96 enquanto a Rússia, por exemplo, registrou redução de cerca de 4% no mesmo período. Segundo os últimos dados disponibilizados pelo InfoPen do Ministério da Justiça de junho de 2013, o Brasil contava com mais de 581 mil pessoas privadas de liberdade, 41% delas em prisão provisória. É a quarta maior população carcerária do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e Rússia. O déficit de vagas supera 230 mil. No estado do Amazonas mais de 70% dos encarcerados são presos provisórios e em São Paulo 36% do total, segundo os últimos dados do Ministério da Justiça. Mas de acordo com Bruno Shimizu, defensor público do Núcleo de Situação Carcerária de São Paulo, o número de provisórios é ainda maior já que esta conta diz respeito apenas aos presos sem julgamento, não incluindo os que não tiveram ainda o processo concluído: “Os dados apontados pelo Depen não mostram um número real porque quando a pessoa tem uma sentença de 1o grau ela continua sendo inocente até o fim do processo”. 90% dos processos existentes nas Varas Criminais são de flagrantes da Polícia Militar. E a PM que faz triagem, que aborda muito mais na periferia que no centro, muito mais o jovem que o idoso, o negro que o branco, isso já traz uma seleção”, define. O réu é o último a ser ouvido, isso não acontece antes de dois meses. Quer dizer, o Estado só sabe que esse cara existe depois de no mínimo dois meses. Em 2011, foi criada a lei 12.403/2011 para tentar melhorar esse cenário. Ela proibiu, por exemplo, a prisão preventiva nos casos em que mesmo se a pessoa fosse condenada não receberia pena de prisão. Também trouxe mais opções de medidas cautelares que podem substituir a prisão. Mas o que se tem visto, segundo os defensores públicos, é que a lei tem prendido mais do que soltado. Uma das medidas que ganhou força com essa lei foi a fiança. Então para uma pessoa que não pode ter a prisão preventiva decretada, o juiz determina que pague tantos salários mínimos. E aí se descobre uma coisa assustadora: que é o número de pessoas presas simplesmente por não ter dinheiro para pagar essa fiança. O juiz não é inocente nessa história, a finalidade é essa, de continuar um projeto higienista de tirar a pobreza da rua.(Fonte: Carta Capital)
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
Educação escolar indígena - Atrás de recursos para moralizar ou para continuar a manter o negócio do transporte escolar?
Ontem na capital chegou mais uma comitiva indígena reivindicando melhoria na educação escolar. O fato é que com a proximidade do início do novo ano letivo os prédios escolares das comunidades indígenas carecem de tudo, e torna inviável a retomada das aulas. Evidente que o caos não é de hoje. É preciso um tempo para a nova gestão tomar conhecimento da real situação das escolas indígenas, embora não tenham faltado levantamentos detalhados nesses anos! Será também fundamental descobrir e combater os interesses não tão ocultos de supostas lideranças indígenas que querem manter o negócio do transporte escolar, uma forma rápida de fazer grana, após ter perdido o negócio da saúde indígena. Olhando as caras de algumas supostas lideranças que transitavam pela secretaria, ontem, tudo indica que também esse ano estará marcado por pressões e tentativas de aliciamento para que a indústria do transporte continue frutificando para uma pequena, mas barulhenta aristocracia indígena. Caberá à nova gestão não se deixar intimidar, ao contrário, deverá mostrar força e moral para moralizar a educação escolar indígena no estado que virou a pior, em absoluto, do Brasil.
Agora, também para a igreja hierárquica, Dom Oscar Romero é 'mártir'!
Enfim, também a igreja hierárquica reconheceu que Dom Oscar Romero é mártir. A grande maioria já o venerava como tal, mas só nesses dias com voto unânime, os membros do Congresso dos Teólogos da Congregação para as Causas dos Santos, reconheceram o martírio formal e material do arcebispo, morto no altar enquanto celebrava a missa no dia 24 de março de 1980. O pronunciamento dos teólogos que colaboram com o dicastério vaticano para os Santos parece dirimente e crucial. O reconhecimento do martírio de Romero confirma de maneira definitiva que o arcebispo salvadorenho foi morto in odium fidei. Ou seja, o que impulsionou os executores não foi a simples ânsia de matar um inimigo político, mas o ódio desencadeado pelo amor pela justiça e pela predileção dos pobres que Romero manifestava como reverberação direta da sua fé em Cristo e da sua fidelidade ao magistério da Igreja. No delírio sangrento que martirizava El Salvador naqueles anos atrozes, Romero foi o bom pastor disposto a oferecer a vida para seguir a predileção pelos pobres própria do Evangelho. O desencadeamento do ódio que o matou era cultivado e compartilhado também por setores da oligarquia, acostumados a ir à missa ou a fazer ofertas e doações para as instituições eclesiásticas. Incluindo as associações das chamadas "mulheres católicas" que publicavam nos jornais acusações e maldades fabricadas artisticamente contra ele.
Depois do ano 2000, a causa de Romero permaneceu parada, com a motivação de que todas as homilias e os escritos do bispo salvadorenho deviam ser submetidos a exame pela Congregação para a Doutrina da Fé, para verificar a sua ortodoxia. Naqueles anos, que assumiu um papel preponderante na gestão do dossiê Romero – e que pressionou para que a causa não seguisse em frente – foi particularmente o cardeal colombiano Alfonso López Trujillo (+ 2008), naquele tempo influente consultor do ex-Santo Ofício e do papa João Paulo II. Agora, parece ter chegado o momento também de Oscar Arnulfo Romero. Só resta esperar. E não será preciso esperar muito, se levarmos em conta que, para a beatificação dos mártires, não é necessária a confirmação canônica de um ‘milagre’ realizado pela sua intercessão. A sua vida e o seu martírio foram um milagre!(Fonte: IHU)
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Pastores homofóbicos e racistas se alegram com a eleição do novo presidente da Câmara! Deus salve o Brasil!
A vitória de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na disputa pela presidência da Câmara arrancou uma manifestação de euforia do pastor Silas Malafaia. Nas redes sociais, o líder religioso vibrou com a derrota imposta ao candidato do PT, Arlindo Chinaglia, apesar de todo o esforço do Planalto para impedir que Cunha fosse eleito. “Parabéns ao novo presidente da Câmara, deputado evangélico Eduardo Cunha, uma vitória espetacular”, disse Malafaia em seu Twitter. “Humilhou o governo e o PT. Vão ter que nos aturar”, acrescentou.
Cunha, novo presidente da Câmara, acumula dezenas de inquéritos, mas para os inimigos dos direitos humanos ele é o cara !
Para garantir a eleição de Cunha, os jornalões e as emissoras de TV e rádio esconderam de seus espectadores as seguintes informações:
1. No STF (Supremo Tribunal Federal), pelo menos vinte e dois processos têm Eduardo Cunha como parte.
2. Dentre esses processos, há três inquéritos (2123, 2984 e 3056) para apurar possíveis crimes cometidos por Cunha quando presidente da Companhia de Habitação do Estado do Rio de Janeiro (CEHAB-RJ) entre 1999 e 2000.
3. Cunha tornou-se sócio do deputado Federal Francisco Silva (PRN), da bancada evangélica na rádio Melodia. Juntos foram acusados de participação no escândalo das notas fiscais falsas para sonegação de ICMS por parte da Refinaria de Manguinhos.
4. O inquérito 2984 apura uso de documentos falsificados, inseridos em processo do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, para conseguir o arquivamento de inquérito aberto contra Cunha. O ex-subprocurador-geral Elio Gitelman Fischberg, que participou da falsificação, perdeu o cargo e foi condenado 3 anos e 11 meses de prisão. O STF autorizou abertura de processo contra Cunha, que corre em segredo de Justiça.
5. O primeiro inquérito contra Cunha ocorreu no bojo das ações contra PC Farias. Cunha era o braço de PC na Telerj.
6. Em 2000, um ano antes de assumir mandato como deputado estadual pelo Rio de Janeiro, Cunha teve seu nome envolvido problemas com o fisco. A Receita Federal detectou incompatibilidade entre a movimentação financeira do deputado e o montante declarado ao Imposto de Renda.
7. Foi acusado de ligações com o doleiro Lúcio Funaro, investigado pela CPI dos Correios. Segundo reportagem da revista Época, Funaro pagava o aluguel do deputado em um luxuoso flat em Brasília.
........................ (Fonte: Blog do Luis Nassif)
1. No STF (Supremo Tribunal Federal), pelo menos vinte e dois processos têm Eduardo Cunha como parte.
2. Dentre esses processos, há três inquéritos (2123, 2984 e 3056) para apurar possíveis crimes cometidos por Cunha quando presidente da Companhia de Habitação do Estado do Rio de Janeiro (CEHAB-RJ) entre 1999 e 2000.
3. Cunha tornou-se sócio do deputado Federal Francisco Silva (PRN), da bancada evangélica na rádio Melodia. Juntos foram acusados de participação no escândalo das notas fiscais falsas para sonegação de ICMS por parte da Refinaria de Manguinhos.
4. O inquérito 2984 apura uso de documentos falsificados, inseridos em processo do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, para conseguir o arquivamento de inquérito aberto contra Cunha. O ex-subprocurador-geral Elio Gitelman Fischberg, que participou da falsificação, perdeu o cargo e foi condenado 3 anos e 11 meses de prisão. O STF autorizou abertura de processo contra Cunha, que corre em segredo de Justiça.
5. O primeiro inquérito contra Cunha ocorreu no bojo das ações contra PC Farias. Cunha era o braço de PC na Telerj.
6. Em 2000, um ano antes de assumir mandato como deputado estadual pelo Rio de Janeiro, Cunha teve seu nome envolvido problemas com o fisco. A Receita Federal detectou incompatibilidade entre a movimentação financeira do deputado e o montante declarado ao Imposto de Renda.
7. Foi acusado de ligações com o doleiro Lúcio Funaro, investigado pela CPI dos Correios. Segundo reportagem da revista Época, Funaro pagava o aluguel do deputado em um luxuoso flat em Brasília.
........................ (Fonte: Blog do Luis Nassif)
São Luis - 84 homicídios dolosos em janeiro!
Dados da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) e do Centro Integrado de Operações de Segurança ( Ciops) registraram 110 mortes violentas somente no mês de janeiro na Região Metropolitana de São Luís. Ao todo, foram 84 homicídios dolosos. No mês de dezembro de 2014, foram registrados 78 homicídios desse tipo, o que representa um aumento de 7,6%. (Fonte: G1)
Mattarella, é o novo presidente da Itália: católico, austero, e nenhuma denúncia contra ele por corrupção!
Em Santa Marta, onde mora o Papa Francisco, alguns detalhes aparentemente insignificantes destes últimos dias não escaparam e ajudaram a medir o homem. Como, por exemplo, o fato de que Sergio Mattarella vai à missa todos os domingos, é alérgico às escoltas, circula geralmente em um carro popular, não ostenta o poder e é apegado aos filhos e aos netos em uma dimensão familiar muito tradicional. Em suma, tudo em consonância com o estilo tão apreciado pelo pontífice. Não é pouca coisa, considerando que, em perspectiva, isso está destinado a marcar um percurso comum, a ser construído com base em semelhanças. Bergoglio e Mattarella vão se entender. No Vaticano, a esse respeito, não há dúvidas. As afinidades eletivas não são difíceis de se identificar.Tanto Mattarella quanto Bergoglio apoiam uma ideia de laicidade capaz de favorecer a pacífica convivência entre as muitas realidades presentes, as confissões, as culturas.Para Francisco, a laicidade do Estado respeita e "valoriza a presença do fator religioso, favorecendo as suas expressões concretas". Em suma, nenhuma ingerência, mas respeito mútuo, uma separação bem definida, com papéis não que não devem se sobrepor, embora se encerrem dentro de um marco solidário pelo bem do país. Mattarella é o sucessor natural de Napolitano, ambos expoentes de uma classe política que, funestada pelos eventos do Tangentopoli [sistema de corrupção política dos anos 1990], foi capaz de expressar estadistas e homens das instituições de cujo estilo e de cujos valores, muitas vezes, nas últimas décadas, sentiu-se a falta." Como que dizendo que Mattarella está a anos-luz de distância do berlusconismo.(Fonte: IHU)
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