segunda-feira, 18 de julho de 2022

Interdição da BR 226 no Maranhão - Governo frouxo que deixa milhares de pessoas no caos quando com uma canetada e sem violência, poderia resolver!

 


Na tarde desta sexta-feira (15), os indígenas da Reserva Cana Brava voltaram a interditar totalmente um trecho da BR-226, na altura do km 356, no município de Jenipapo dos Vieiras, a cerca de 437,2 km. Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), não há previsão de liberação da BR e nem proposta de desvio para os motoristas. Segundo informações, ambulâncias e outros veículos de segurança pública são analisados e, dependendo do serviço a ser prestado, os indígenas liberam a passagem deles no bloqueio.

De acordo com a PRF, os indígenas exigem melhorias das condições de saúde da comunidade. Os manifestantes relatam que há problemas na assistência de saúde nas aldeias da região, como falta de medicamentos e até de combustível para as ambulâncias. Além disso, os manifestantes exigem a saída de Alberto José, coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI). Nessa quinta-feira (14), o presidente Jair Bolsonaro (PL), em visita ao Maranhão afirmou, durante entrevista coletiva em São Luís, que iria atender aos pedidos dos indígenas, exonerando o atual diretor do DSEI/MA, Alberto José. Porém não disse quando a exoneração seria feita. 

Bolsonaro diz que Governo Federal deve mudar coordenação do DSEI no MA. Na mesma entrevista, o presidente chegou a pedir que os indígenas não fechassem mais a BR-226. Essa é a quarta vez que os indígenas interditam um trecho da rodovia federal, cobrando soluções do poder público. O primeiro bloqueio foi no dia 30 de junho. O segundo protesto aconteceu no dia 5 de julho, quando os manifestantes fecharam um trecho da BR-226, em Barra do Corda, a 459 km de São Luís. Já a terceira interdição da rodovia aconteceu no dia 7 de julho, também em um trecho na cidade de Barra do Corda. No dia 9 de julho, os indígenas deram fim a interdição da BR-226. Na tarde desta sexta-feira (15), os indígenas da Reserva Cana Brava voltaram a interditar totalmente um trecho da BR-226, na altura do km 356, no município de Jenipapo dos Vieiras, a cerca de 437,2 km.

Considerações à margem - 

Ninguém gosta de ver seus direitos constitucionais de 'ir e vir' sendo suprimidos por quem quer que seja...
Todos deveríamos ficar indignados quando olhamos centenas de aldeias no Maranhão que continuam sendo vítimas do descaso, da negligência e da roubalheiras institucional.
Todos deveríamos compreender que as únicas armas e força política que os indígenas hoje têm é a mobilização que cria 'transtorno próprio e alheio', e mesmo assim, nem parece chamar a atenção de quem deveria dar uma resposta rápida e definitiva.....
Pessoalmente não deixaria uma interdição de uma estrada federal se estender nem sequer por uma hora, pois um bom governante é aquele que, mesmo sem se deixar chantagear, se antecipa, vai a campo, senta, negocia, dialoga e toma decisões rápidas. Não há dúvida que o governo federal é um molenga, um frouxo que, por causa de um insignificante coordenador, - que poderia trocar em duas horas, - deixa milhares de cidadãos e empresas.... à mercê....
Tirem logo o cara que tanto não muda nada. Bolsonaro já deixou a saúde indígena sem nada e vai colocar outra marionete que irá ser insignificante do mesmo jeito, mas pelo menos ele ganha tempo e ....nós ganhamos outro governo em breve!

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Saúde indígena - O fracasso do governo Bozo na assistência à saúde indígena no Maranhão provoca protestos, interdição de BR e pedido de exoneração do Coordenador estadual.

 Uma intervenção parlamentar, realizada por deputados federais da bancada maranhense, ajudou a pôr fim, na noite do último sábado (9), ao protesto de povos indígenas, que interditaram um trecho da BR-226, entre os municípios de Barra do Corda e Grajaú. A ação dos povos originários questiona a situação de precariedade dos serviços de saúde pública oferecidos nas aldeias. A ausência de medicamentos, durante a realização de procedimentos médicos; a falta de suporte técnico, por meio de equipamentos hospitalares, e a presença de remédios fora da validade, em postos de saúde, são algumas das queixas da população indígena, no povoado Cana Brava. Em meio a crise, a falta de combustível nos carros, para transporte de pacientes, tem feito dos caminhões uma alternativa para o deslocamento de índios com enfermidades. Uma das moradoras da região, Glória Guajajara, lamenta a falta de assistência para a população local, que segundo ela, chega a ser estigmatizada e vítima de preconceitos.

“Nós temos o direito de ter uma saúde, como qualquer outro ser humano. As pessoas querem tratar a gente como se fosse bicho. A gente tem as viaturas da saúde, mas elas recebem o combustível não para o mês inteiro, mas quinzenal. E o resto do mês? Nós temos médicos, sim; temos clínico geral nas aldeias, em alguns postos de saúde, nas aldeias, mas e aí, o que é que adianta a gente ter isso, se não tem medicamento?”, diz. A Líder indígena Kerliane, que atua na região do povoado Cana Brava, informa que a atenção das autoridades é necessária para enfrentar o momento delicado na localidade. “A comunidade tá sofrendo o problema na pele. Não é fácil nós sermos vítimas da saúde indígena no Maranhão. Eu quero pedir, mais uma vez, um pedido de socorro, para que eles (autoridades) possam atender, de imediato, as demandas dos caciques. Que eles vêm reivindicando, há muito tempo, em diálogos, reuniões, videoconferência, e, em nada, eles tiveram avanço, por parte da saúde, infelizmente.


DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA BATE RECORDE EM JUNHO E CHEGA A 1.120 KM²

 



O desmatamento na Amazônia bateu novo recorde em junho e chegou a 1.120 km², a pior cifra da série histórica do programa de alertas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Deter. A área perdida no mês é maior do que a cidade do Rio de Janeiro. Os números foram atualizados nesta sexta-feira (8) pelo Instituto. No acumulado do ano, já foram derrubados 3.987 km² de floresta, número 10% maior do que o mesmo período do ano passado e também o pior de toda a série histórica do Deter, iniciada em 2016. A área perdida entre janeiro e junho já representa 30% de tudo que foi desmatado no ano de 2021, quando 13.038 km² (taxa consolidada) de florestas vieram ao chão. A expectativa de especialistas é que, se o desmatamento continuar no ritmo que está, a destruição na Amazônia chegue a 15 mil km² ao final do ano. Historicamente, o desmatamento tende a crescer em anos de eleição, devido ao afrouxamento nas ações de fiscalização nas diferentes esferas de poder, com o intuito de beneficiar – ou não desagradar – o eleitorado.

Segundo o Deter, sistema de alertas de desmatamento do INPE, em junho, o Amazonas foi o estado com maior área desmatada. No período, foram registrados 400 km² de derrubadas nesta unidade da federação, um salto de 82% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 219 km² de floresta vieram ao chão no território amazonense. O segundo lugar no ranking de desmatadores ficou com o Pará, com 381 km² perdidos. O número é 13% menor do que o mesmo período do ano passado, quando 438 km² de floresta foram desmatados no estado. Rondônia novamente aparece em terceiro lugar no ranking, com 139 km². O número é 17% menor do que o mesmo período do ano passado, mas não menos ruim para este estado, que vem desbancando outras unidades com histórico de desmatamento, como Mato Grosso. Junho é considerado o primeiro mês da estação seca na Amazônia, mas ainda não é o pior período do desmatamento, que acontece entre julho e setembro. “É mais um triste recorde para a floresta e seus povos. Esse número só confirma que o Governo Federal não tem capacidade, nem interesse, de combater toda essa destruição ambiental, seja por ação ou omissões o que vemos é uma escalada inaceitável da destruição da floresta e do massacre de seus povos e defensores”, diz Rômulo Batista, porta-voz da campanha Amazônia do Greenpeace Brasil.

Por: Cristiane Prizibisczki


quarta-feira, 13 de julho de 2022

Política indigenista no Brasil: 'Serei o próximo a morrer?

 Assédios, intimidações e ameaças: servidores da Funai que atuam na Amazônia e em Brasília contam detalhes do dia a dia sob Bolsonaro. Não é segredo que a Fundação Nacional do Índio (Funai) parece ignorar sua principal missão – a proteção aos povos indígenas – durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Não à toa, após o assassinato do indigenista licenciado Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips os servidores da pasta se rebelaram contra a atual diretoria: a categoria lançou, junto ao Instituto de Estudos Socioeconômicos, um dossiê com mais de 200 páginas, uma espécie de radiografia do atual desmonte da Funai, e iniciou uma greve nacional pela saída de Marcelo Xavier da presidência do órgão. 

O cargo é ocupado pelo delegado da Polícia Federal (PF) desde julho de 2019. No período, o governo inundou a Funai com agentes de segurança: para se ter ideia, segundo o dossiê recém-lançado, mais da metade das coordenações regionais do órgão estava sob controle de militares, policiais militares e federais até maio passado. Alguns deles já falaram em “meter fogo” em povos isolados, cometeram agressões físicas contra indígenas e envolveram-se em acordos de arrendamento de reservas. No fim das contas, o brutal crime ocorrido no Vale do Javari (AM) fez com que alguns indigenistas rompessem a mordaça. A maioria dos entrevistados na ativa da Funai relatou em detalhes à Agência Pública parte da rotina de assédios, intimidações e ameaças de morte que tem sofrido nos últimos quatro anos. “Assim, não precisa nem contratar pistoleiros para nos matar”

 Daniel Cangussu foi o único indigenista do grupo ouvido pela Pública a não pedir anonimato, dada sua notória insatisfação com a presidência de Marcelo Xavier. Ele atua há mais de dez anos na Frente de Proteção Etnoambiental (FPE) Madeira-Purus, uma das regiões mais ameaçadas da Amazônia, onde se especializou na localização e no contato com povos isolados. “Com o desmonte [da Funai], ficamos desmoralizados na ponta… acabamos ‘isolados’ também. Os invasores sabem que não temos porte de arma regulamentado, nem forças de segurança ao nosso dispor. As intimidações são constantes”, afirma o indigenista. Sua rotina de trabalho envolve tanto o planejamento e a realização de expedições em busca de vestígios de indígenas como também a proteção dos isolados contra grileiros, madeireiros e pistoleiros que cercam as terras monitoradas pela Funai. “No fim de 2021, uma pessoa abordou a gente, eu e minha equipe, em nosso trajeto de trabalho, nos alertando do perigo que estávamos enfrentando. Meses depois, descobrimos que aquela mesma pessoa estava armando uma emboscada para nós”, diz.  O servidor conta que a descoberta ocorreu quase que por acaso, vinda de alguém convidado a participar do ataque. “Quando recebemos ameaças, o relato vem primeiro pela boca dos outros. Receber ameaças [de morte] virou algo comum, infelizmente. Dizem que são ossos do ofício, quando não deveria ser”, afirma. Cangussu narra ainda o avanço de invasores em áreas indígenas entre o Amazonas e o Pará durante o governo Bolsonaro. “Por exemplo: na calha do [rio] Madeira, houve um aumento de atividades criminosas, especialmente desmatamento e grilagem. Nas idas a campo, virou comum passarem caminhões cheios de invasores armados, de pistoleiros, circulando nas áreas indígenas – onde é proibido.”

(A reportagem é de Caio de Freitas Paes, publicada por Agência Pública, 11-07-2022.)


 


segunda-feira, 11 de julho de 2022

O ditador Ortega da Nicarágua expulsa ONGs, irmãs de Madre Teresa de Calcutá, Institutos católicos, Tevês católicas, Núncio Apostólico, e Roma silencia!

 Como semanas atrás, também hoje o Telcor, o instituto governamental para o controle e gestão das telecomunicações, notificou, com data de 27 de junho, a decisão de Daniel Ortega à Igreja, em particular à diocese, sem dar explicações. Na verdade, esse fechamento não surpreendeu tanto, já que a Telcor vem aplicando sanções administrativas, arbitrárias e repressivas ao canal da diocese de Matagalpa há três meses. Seu bispo é Mons. Rolando Alvarez, uma pessoa indesejada na ditadura e até poucos dias atrás vítima, durante semanas, de uma verdadeira perseguição orquestrada como um verdadeiro cerco policial, dia e noite. O prelado, que também é responsável pela área de comunicações da Conferência Episcopal, confirmou que o canal continuará por enquanto suas transmissões via web. Mons. Alvarez, como outros bispos, foi ameaçado de morte várias vezes e um de seus coirmãos eméritos, Mons. Abelardo Mata, foi vítima de uma tentativa de homicídio com o método habitual das ditaduras latino-americanas: o falso acidente de carro.

Ortega expulsa da Nicarágua as irmãs de Madre Teresa de Calcutá

A última 'decisão surpresa' do casal ditatorial, Daniel Ortega - Rosario Murillo, marido e mulher, respectivamente presidente e vice-presidente da Nicarágua, é o fechamento de centenas de ONGs e associações territoriais de base, bem como o fechamento das obras de caridade das irmãs de Madre s. Teresa de Calcutá, depois de mais de 40 anos de serviço à caridade, religiosas imensamente amadas pelo povo nicaraguense. A maioria delas será obrigada a deixar gradualmente o país, deixando muitas crianças, idosos e doentes no abandono. Um verdadeiro crime da parte de Ortega. Anteriormente houve dezenas de outras ações repressivas, assassinatos, expulsões, prisões ilegais, torturas e campanhas de ódio e morte, calúnias e mentiras, pois a lógica insensata do casal governante, que usurpou o nome do líder mais importante da nação, Augusto Cesar Sandino (1895-1934), é uma só: terra arrasada em torno de todos aqueles que não aceitam submeter-se ao governo de Ortega e seus paramilitares. Em suma, uma reviravolta dramática da história: o "sandinismo" nascido para acabar com as ditaduras da dinastia Somoza que depois de algumas décadas se torna uma ditadura pior que as dos Somoza. A síntese histórica e humana dessa tragédia é o próprio Daniel Ortega que há vários anos vem perseguindo a Igreja Católica, bispos, padres, catequistas e agora também religiosas, gabando-se - com mentiras – de relações diretas privilegiadas com o Papa, ainda que em março passado tenha mandado expulsar em poucas horas, sem motivo algum, o Núncio de Francisco em Manágua.

O inexplicável silêncio de Roma

O que mais surpreende nesta história, que acompanhamos e documentamos desde o início da crise em 2018, é a passividade e a fraqueza com que a Santa Sé, em particular o Pontífice, se comportou quase para não irritar ou incomodar um ditador feroz e implacável. Nos últimos anos, o Vaticano tem recebido muitos apelos para o diálogo, em busca de soluções consensuais, para a libertação de presos políticos e assim por diante... Mas Ortega nunca ouviu ninguém e sempre mentiu, como bem sabem nos escritórios da Secretaria de Estado. Entre a Sé Apostólica e os bispos da Nicarágua existe há vários anos, ainda que oculto e discreto, um conflito causado pela política vaticana do chamado método discreto, do silêncio estratégico, da amizade que domestica. Esse silêncio do Santo Padre, inexplicável e injustificável, causou e está causando graves dores à comunidade católica da Nicarágua e da América Latina. A Santa Sé deve corrigir alguns erros graves também para evitar que outros governos da região se sintam encorajados a silenciar a voz de centenas de bispos fiéis ao Magistério, ao Concílio e Aparecida. (IHU)


Alunos levam merenda para casa para matar a fome da família. Mesmo sendo ilegal, professores concordam por 'razões humanitárias'.

 Devido à crise sem precedentes, alunos carentes estão levando sigilosamente a merenda servida nas escolas públicas, para familiares que passam fome. Professores esclarecem que a ajuda, apesar de ilegal, é por uma “razão humanitária”.  “A gente faz o que não pode fazer: chama as crianças fora do horário e dá merenda para elas levarem para casa. Às vezes, a própria família vem aqui pedir comida, como uma mãe que me disse: ‘o desespero me fez perder a vergonha — estou com fome’”. Relata a diretora de uma escola pública em São Paulo. A liberação da merenda, está sendo organizada por redes de apoio formada por merendeiras, professores, coordenadores e diretores pedagógicos. Detectando os casos mais críticos de famílias com insegurança alimentar e os meios para ajudá-los, estes profissionais criaram uma força-tarefa do bem. As colaborações também contam com arrecadações, realizadas pelos servidores, que doam alimentos ou dinheiro para estas famílias. “Uma vez, um menino pegou tanta bolacha e guardou [na bolsa], que tivemos de chamá-lo na saída, discretamente. Explicamos que ele podia levar tudo para casa, mas que, quando precisasse, poderia pedir. Ele saiu pulando de alegria. Depois, montamos uma campanha de arrecadação”, conta a diretora. Em casos extremos, a única alimentação do dia é fornecida pela escola. “Minha filha traz a merenda para a gente jantar e almoçar”, disse a mãe de dois alunos, que conta somente com o Auxílio Brasil (R$ 400) para lidar com todas as despesas da casa. Apesar da situação, especialistas reforçam a ilegalidade da prática, pois o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é exclusivo para a nutrição dos estudantes. Portanto, caso descoberto, a Secretaria de Educação pode ser responsabilizada por órgãos de controle, por desvio de recursos públicos. Segundo docentes, a ação humanitária não parará até que todas as famílias consigam manter pelo menos o básico de alimentação, com um amparo maior do governo. (Fonte: IHU)