sábado, 22 de junho de 2019

12º domingo comum – Que Cristo sou eu? (Lc. 9,18-24)

A sensação de estar fracassando na vida é terrível. Os sentimentos de insatisfação e de frustração paralisam. Frequentemente levam à depressão. Mais angustiante é quando os próprios amigos e familiares não compreendem os dramas interiores que vivemos. Jesus, no trecho evangélico de hoje, aparece em toda a sua terrificante humanidade. E, ao mesmo tempo, na sua indomável vontade de levar a cabo uma missão que parece ser somente sua! No ápice da sua ‘força-tarefa’ promove uma rápida sondagem junto aos seus discípulos. Eles acabavam de voltar de mais uma missão itinerante. O resultado é que Jesus descobre que ninguém tinha entendido nada a seu respeito! Vários grupos o acham semelhante a João, e outros, a Elias. Dois profetas que anunciaram um Deus irado e vingador. Nada a ver com o Pai amoroso que ele vinha pregando e testemunhando. O próprio líder do grupo, Pedro, continua apostando que Jesus será o ‘ungido-Cristo de Israel’. O predestinado para derrotar os romanos e fazer limpeza dos inimigos. E se impor com grandeza e glória. Piorou. Jesus se irrita e o censura como se fosse um legítimo satanás. Jesus se descobre sozinho. 
Percebe que tem a presença de discípulos amigos, mas eles não comungam com seus propósitos. Não se identificam com Ele. Acompanham Jesus, mas não o seguem. Não resta outra coisa a Jesus senão a de abrir o jogo para um convite definitivo. Determinante. Quem realmente deseja segui-lo em sua missão de anunciar a Realeza de Deus-Pai dever ter a coragem de assumir, todos os dias, a cruz do descrédito e da incompreensão. Do banimento religioso e da perseguição. E renunciar, definitivamente, às mesquinhas ambições por cargos. Às disputas por fama, e  às ilusórias pretensões de se dar bem na vida. Querer ser discípulo de Jesus, e desejar tirar vantagens é algo incompatível! Infelizmente, hoje, nas igrejas, muitos ainda acham que é possível combinar serviço gratuito com desejo de mando! Adorar, na igreja, o Pai da compaixão, e seguir os idólatras das armas e da esperteza na rua! 

sexta-feira, 21 de junho de 2019

PAI NOSSO .......Cancela as nossas dívidas, pois nós as cancelamos aos nossos devedores....


“O servo prostrou-se diante dele e lhe implorou: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo’. O senhor daquele servo teve compaixão dele, cancelou a dívida e o deixou ir. (Mt.18,26-27) 

Vivemos no mundo da interdependência. Todos nós somos devedores de algo para com alguém. Como diz papa Francisco ‘somos devedores porque nenhum de nós brilha de luz própria. Ninguém é capaz de amar com suas próprias forças. Se amamos é porque alguém nos sorriu quando éramos pequenos, e nos ensinou a responder com o sorriso. Amamos, porque fomos amados. Perdoamos porque fomos perdoados’. Bastaria esta simples constatação para começar a sermos mais humildes e compassivos. E deixar de reivindicar, de forma intransigente, para os nossos supostos devedores, o pagamento de dívidas humanas, afetivas, e até, econômicas. Trata-se de ver, então, de qual tipo de dívida Jesus está a falar no seu pedido ao Pai. De imediato, descobrimos que Jesus não se refere a dívidas monetárias. Tampouco se trata de uma ‘dívida moral’, um ‘pecado, ou uma ofensa’, como tradicionalmente rezamos. Pecado diz respeito a uma transgressão religiosa, cultual, moral. Mas Jesus, no Pai Nosso, não fala em ‘perdão dos pecados’, e sim, em ‘cancelar, ou zerar dívidas’! E a palavra ‘DÍVIDA’ é muito mais abrangente do que a palavra genérica ‘pecado ou ofensa’. Jesus nos catapulta diretamente na dimensão ética! Ele se refere a valores substanciais da existência humana, e não a pequenas infrações morais ou cultuais! A ‘dívida’ a ser radicalmente cancelada pelo Pai e por nós, tem a ver, essencialmente, com direitos, rumos, opções fundamentais que uma pessoa faz ao longo da vida. Jesus ousa pedir isso ao Pai porque ele próprio e os seus discípulos já vêm praticando isso!
O pedido que Jesus e a sua comunidade dirigem ao Pai deve ser entendido à luz do grande sonho/desafio de construir ‘a governança’ de Deus entendido como Pai, aqui, na terra. Para Jesus, Deus não se assemelha ao ‘deus/contador’ que anotava no seu livro de contabilidade as ‘dívidas e pecados’ como uma antiga tradição judaica imaginava. Deus, a partir de Jesus, deixou de ser um contador que vive extorquindo seus fregueses devedores. Ele é um pai que anistia definitivamente todas as dívidas de seus filhos. Sem exigir nada em troca. O perdão formal de algo exigia sempre algum tipo de reparação. Uma espécie de contrapartida por parte do devedor. Jesus, no entanto, pede ao Pai ‘o cancelamento radical das nossas dívidas’, pois tinha certeza que no Seu coração só cabia compaixão. A melhor prova disso era o modo como o próprio Jesus agia com ‘os pecadores públicos’. Ele sentava à sua mesa sem exigir purificação, nem penitências ou outras condições. Bem diferente do que ocorre na ‘confissão’! Ela continua a reforçar moralismos baratos, e sentimentos de culpa. Jesus tinha a plena convicção que a pessoa anistiada de suas dívidas passaria a amar do jeito que ela foi amada. Recomeçando uma nova existência! ‘Nem eu te condeno. Vá em paz, e não peques mais’ disse Jesus à adultera! O mestre ignora a lei que exigia cobrança ferrenha das dívidas e punição para tais infratores. Ajuda a mulher a romper definitivamente com o seu passado. E a ser uma nova criatura. Cancelar dívidas não é, simplesmente, cancelar pecados! Zerar multas morais! É cancelar um passado feito de mágoas, de culpas, de injustiças. E de dependências de todo tipo. É oferecer uma inédita chance para adquirir uma nova identidade! É ter um novo horizonte na vida!
Hoje, fala-se muito em ‘pagar as dívidas históricas e sociais’ para com determinados grupos sociais profundamente injustiçados ao longo da história. O estado e as elites aristocráticas do nosso País são, inegavelmente, devedores para com os povos indígenas, os descendentes de escravos africanos, os pequenos lavradores expulsos de suas terras, e os milhares de perseguidos políticos, entre outros. Seria evangélico por parte dessas vítimas credoras de liberdade e de direitos ‘cancelar dívidas históricas’ que lhes causaram dor, morte, e dispersão? Se Jesus estivesse aqui, hoje, colocar-se-ia, sem tergiversar, do lado das vítimas da história. Não iria, talvez, cobrar dívidas contraídas num passado remoto. Certamente, porém, iria começar a reivindicar que, a partir de agora, o estado e a sociedade comecem a respeitar direitos e dignidades! Ofereceria uma nova chance a quem muito prejudicou. Entretanto, movido pelo amor exigente, Jesus seria firme e incansável em exigir plena justiça e compaixão. Para Jesus é urgente aprender a romper, unilateralmente, a diabólica espiral da cobrança. Da extorsão moral e da vingança, mesmo quando não exista a boa vontade do outro lado. A misericórdia ativa e incondicional é subversiva! É a única forma para desconcertar e desmascarar os arrogantes e os prepotentes de hoje. Os idólatras das armas, e da truculência. E construir com pequenos gestos de compaixão, e de resistência, a ‘nova governança’ do Pai!

- O blogueiro escreve mensalmente no O Jornal do Maranhão, da Arquidiocese de São Luís

Brasil incluído em uma lista dos 10 piores países do mundo para os trabalhadores

Monitorado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) por causa de sua nova legislação, o Brasil foi incluído em uma lista dos 10 piores países do mundo para os trabalhadores, segundo a Confederação Sindical Internacional (CSI), que divulgou nesta quarta-feira (19) o seu Índice Global de Direitos. É a primeira vez que o Brasil aparece entre os 10 piores, em uma relação com 145 países, avaliados com base em 97 indicadores. A divulgação foi feita durante a 108ª Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra. Segundo o presidente da CUT, Vagner Freitas, que participa do evento na Suíça, as mudanças feitas pela Lei 13.467, de “reforma trabalhista”, ainda na gestão Temer, contribuíram para o Brasil atingisse esse “lamentável resultado”. E o cenário pode piorar no governo Bolsonaro, acrescentou.

“No Brasil, além de não haver mais legislação trabalhista, não há democracia. Há perseguição às liberdades individuais e ao direito coletivo. E, acima de tudo, há o desrespeito muito grande aos tratados e convenções internacionais, não apenas no que diz respeito aos direitos trabalhistas, mas também aos direitos humanos”, afirmou o presidente da CUT, fazendo referência a ameaças do governo brasileiro de sair das Nações Unidas e da própria OIT, por discordar de suas decisões. “A única saída que o governo brasileiro propõe é mais violência. O governo propõe armar a população e ignora que o Brasil está entre os dez países onde foram constatados assassinatos de sindicalistas, como aponta o relatório da CSI

'Quem demarca terras indígenas sou eu' diz o pequeno ditador Bozo!

“Quem demarca terra indígena sou eu! Não é ministro. Quem manda sou eu. Nessa questão, entre tantas outras. Eu sou um presidente que assume ônus e bônus.”
Um dia antes, o presidente havia editado uma nova medida provisória que reverte a decisão de maio do Congresso e devolve a tarefa de demarcação de terras 'Quem demarca terras indígenas sou eu', diz indígenas no país ao Ministério da Agricultura. Publicada no Diário Oficial, a nova MP estabelece que constituem áreas de competência do Ministério da Agricultura a reforma agrária, a regularização fundiária de áreas rurais, a Amazônia Legal, as terras indígenas e as terras quilombolas.A reportagem ainda informa que, na sequência, o texto afirma que tais competências incluem "a identificação, o reconhecimento, a delimitação, a demarcação e a titulação das terras ocupadas pelos remanescentes das comunidades dos quilombos e das terras tradicionalmente ocupadas por indígenas".Indagado nesta quinta-feira sobre a mudança na demarcação de terras indígenas, afirmou: “A reestruturação do governo é competência minha. O Congresso diz sim ou não”.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

O presidente que veste todas as camisas de futebol e de igrejas agradece voto evangélico. Carismáticos católicos ficam com ciúme!

Hoje, feriado do Corpus, na primeira participação de um presidente da República na Marcha para Jesus, Jair Bolsonaro (PSL) agradeceu o eleitorado evangélico pelo apoio que assegurou a sua vitória nas urnas, no ano passado. "Vocês foram decisivos para mudar o destino dessa pátria maravilhosa chamada Brasil", disse Bolsonaro diante dos fiéis que participaram do evento na zona norte de São Paulo hoje. "No ano passado, eu lhes disse: 'Se Deus quiser, estarei o ano que vem nessa marcha como presidente da República do Brasil'. Um presidente que diz que o estado é laico, mas ele é cristão", destacou Bolsonaro no começo de sua fala... Obs. Cristão assim...longe da minha igreja!

Comentário - Sabe-se que mais que 90% dos carismáticos católicos seguindo as orientações de seus gurus (que não são os bispos, naturalmente....) apoiaram o Bozo nos dois turnos, acreditando ingenuamente na sua promessa de defender a 'Família', combater os 'kit-gays', a ideologia de 'gênero' e outras monstruosidades para não dizer babaquices....Não é preciso ficar com ciúme pela presença do Bozo na Marcha para Jesus. Só convidar ele para os 'Rebanhões' da vida que ele estará lá vestindo a camisa da Renovação. Afinal, ele já vestiu a camisa do Palmeiras, do Flamengo, da Seleção.....

Defender, respeitar e venerar os Corpos das pessoas, os verdadeiros ostensórios da presença do CORPO DO SENHOR!


A festa de Corpus Christi foi instituída oficialmente pelo papa Urbano IV, com a publicação da bula Transiturus de hoc mundo, em 8 de setembro de 1264, com a celebração marcada para a quinta-feira após a solenidade da Santíssima Trindade. A origem da festa remete à devoção eucarística iniciada na França e na Bélgica, antes do século XII. Ligada à piedade do povo cristão, a solenidade também é lembrada pela influência das visões da monja agostiniana belga Juliana de Cornillon, as quais mostravam o anseio de Cristo para que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque. Tais visões foram consideradas decisivas para a decisão do papa, em 1264. Mas foi somente 50 anos depois da morte de Urbano IV que a Solenidade ganhou caráter universal definitivo. A partir do século XIV, no papado de Clemente V, foram instituídas as Constituições do Corpus Júris, e 1313, as quais tornara a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial. No mesmo documento, ficou estabelecido o dever de levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas, o que foi fortalecido pelo Concílio de Trento (1545-1563), como ação de graças pelo dom Eucarístico e como manifestação pública da fé na presença real de Cristo na Eucaristia. (Fonte: CNBB)

Comentário - Evidente que estamos no campo da tradição e da devoção cristã, e não da realidade do Jesus histórico. Jesus dificilmente teria sugerido tais manifestações. Fazer memória da sua entrega-doação ao partir o pão com as pessoas que sentam à mesma mesa e beber o vinho do martírio significava, para Jesus, reproduzir o seu mesmo gesto de amor infinito, preservando vidas. Oferecendo-se em lugar de tantos ameaçados e condenados da história...e não, certamente, expor num ostensório um 'pão consagrado' para a veneração pública. Mesmo respeitosos da devoção popular, torna-se urgente voltar ao gesto subversivo, radical e atual de Jesus. Venerar e proteger CORPOS de pessoas, os verdadeiros sacrários, tempos e ostensórios do CORPO DO SENHOR!

Igreja católica terá, enfim, casados que poderão ser padres! - Leonardo Boff

No dia 17 de junto de 2019 o Vaticano emitiu um documento que recomendava ao Sínodo Pan-amazônico a realizar-se em outubro em Roma, que se considere a ordenação sacerdotal de homens casados, mais idosos e respeitados, especialmente indígenas, para as regiões afastadas da Amazônia. O Papa não quer uma Igreja que visita mas uma Igreja que permanece. Essa reivindicação é antiga e foi proposta pela CNBB ao Papa João Paulo II, nos anos 80 de século passado. Ele a interpretou como uma espécie de provocação; por causa disso sempre manteve relativa distância da CNBB. Fontes eclesiásticas sérias fornecem os seguintes dados: na Igreja entre 1964-2004 70 mil sacerdotes deixaram o ministério. No Brasil sobre 18 mil padres, 7 mil fizeram o mesmo. As CEBs e os ministérios laicais visam a suprir a carência de padres. Por que não acolher os padres já casados e permitir-lhes assumir seu ministério ou então ordenar casados?

Seguramente, no Sínodo Pan-amazônico esta sugestão será acatada. Refere-se também que haverá “um ministério oficial para as mulheres” que não sabemos qual será. Em fim, teremos casados padres, antigo desiderato de muitas Igrejas. Desde o início do cristianismo a questão do celibato foi polêmica. Desenharam-se duas tendências: uma que permitia padres casados e outra que preferia padres celibatários. Para todos era claro que o celibato não é nenhum dogma de fé. Mas uma disciplina eclesiástica, particular da Igreja ocidental. Todas as demais Igrejas católicas (ortodoxa, siríaca, melquita, etíope etc) e as cristãs não conhecem essa disciplina. Enquanto disciplina, pode ser abolida dependendo, ultimamente, da decisão do Papa.

Resumindo uma longa e sinuosa história do celibato, constata-se que ele inicialmente não existia como lei e se existia era pouco observado. Assim que o Papa Adriano II (867-872) bem como Sérgio III (904-911) eram casados. Entre o século 10. e século 13. dizem os historiadores, era comum que o sacerdote convivesse com uma companheira. No Brasil colônia era também muito frequente. Outrora, os párocos do campo geravam filhos e os preparavam para serem subdiáconos, diáconos e padres, pois não havia instituições que os preparassem.

terça-feira, 18 de junho de 2019

O moralismo criminoso do ex-juiz Moro - Por Aldo Fornazieri

.....Já se escreveu muito sobre o Estado de exceção. Um dos aspectos desse Estado é fomentado pelo Judiciário: julga-se a partir de critérios emanados do juízo moral do juiz, da interpretação violentada da lei segundo interesses e objetivos políticos e da pressão da opinião pública. Estes juízos, de modo geral, fogem das leis, da Constituição e do direito. Moro incorreu em todas essas práticas, golpeando a democracia, o Estado de Direito e a Constituição. Ele antecedeu Bolsonaro na sanha destrutiva da institucionalidade, da legalidade e da constitucionalidade do país.

A imoralidade de Moro é avassaladora. Condenou Lula por corrupção como forma de camuflar os seus desejos e suas práticas corruptas. Erigiu-se como paladino da moral e herói do país enquanto recebia ganhos salariais muito acima do teto constitucional  e era beneficiário do inescrupuloso, indecoroso e criminoso auxílio-moradia. Os privilégios públicos sempre foram e são uma forma de corrupção. Moro era um corrupto pelos seus privilégios e se corrompeu ao violar os princípios legais e constitucionais no julgamento de Lula. O juiz moralista, ao julgar pela sua vontade totalitária, privatiza a vontade universal para si e age sempre como se ele fosse o representante de todos. Eleva sua vontade ao trono do país e pela sua reputação de herói, construída através da manipulação da opinião pública, pretende que ninguém lhe oponha resistência, nem mesmo os poderes superiores (no caso o STF, acovardado pela pressão popular, sendo que alguns ministros concordavam com as ideias criminosas de Moro). Essa vontade totalitária, que no fundo é uma vontade de morte, de anular e suprimir o outro, se espalhou de forma significativa no Judiciário e foi fatal para levar ao colapso os mecanismos de limites e travas constitucionais daquele poder. Essa fúria destruidora de Moro, do MP e de outros juízes, se transmutou para o Executivo na figura de Bolsonaro, que não se cansa de destruir mecanismos garantidores de direitos e os precários avanços civilizatórios

sábado, 15 de junho de 2019

Festa da Santíssima Trindade – Ame como o Pai e faça o que quiser! (Jo.16,12-15)

Só podemos entender a dor dilacerante de uma mãe que perde um filho quando nós mesmos passarmos por essa mesma experiência. Só podemos experimentar a plena felicidade quando nos colocarmos, de verdade, a serviço de outras pessoas. Enquanto permanecermos desconfiados que isso seja verdade nunca vamos experimentar a paz interior, e o sentimento pleno de felicidade. No evangelho de hoje os discípulos não podiam entender as palavras de Jesus, naquele momento, porque ainda não tinham feito a experiência concreta e pessoal de dar a vida por amor, como Jesus já tinha feito! Eles irão compreender o que é a verdade e o que significa ‘fazer a verdade’ somente quando começarem a se doar até o derramamento do seu próprio sangue. O Espírito da verdade, quando realmente ouvido, abre o coração da pessoa que ainda receia em se doar com generosidade. E teima em se esconder, em se acomodar, e se omitir. O amor é o critério para saber se uma pessoa é de Deus, e vem de Deus. Se, de fato, caminha na ‘verdade do amor’. Só uma pessoa que ama tem condições de compreender o coração de um Deus Pai. E amar como Ele ama. Na solenidade da Santíssima Trindade é urgente compreender que não adianta falar de Deus e anunciar o seu Reino sem que haja uma vivência prática de cuidado, de bem querer e de atenção aos irmãos. Não seria o Espírito da verdade falando por nós! Pouco serviria apresentar a comunidade trinitária de comunhão do Pai, com o Filho e o Espírito Santo se não há, no cotidiano, aquela dedicação mínima em acolher e proteger as pessoas que vivem ao nosso lado!

terça-feira, 11 de junho de 2019

Dez pontos para entender a gravidade da relação MORO - DALL' AGNOL

Por Paulo Donizetti de Souza e Rodrigo Gomes, da RBA -

A troca de mensagens entre o ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, o procurador da República Deltan Dallagnol, responsável pela Lava Jato, e outros integrantes da operação ratificou suspeitas e críticas de que o ex-magistrado atuava também como investigador, além de julgador dos casos. Entre as conversas reveladas pelo site The Intercept Brasil, estão a combinação de ações, cobranças sobre a demora em realizar novas operações, orientações e dicas de como a força-tarefa da Lava Jato deveria proceder. O Intercept revelou que até o procurador tinha dúvida sobre as acusações de propina da Petrobras horas antes da denúncia do caso do tríplex no Guarujá. E que a equipe de Ministério Público Federal atuou para impedir a entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes das eleições por medo de que ajudasse a eleger o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad. Cooperação ilegal, motivações políticas e sustentação de uma acusação frágil revelam os bastidores da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A RBA listou alguns aspectos importantes do que foi revelado até agora para tentar ajudar o leitor a traduzir o "juridiquês".

1. Separação de funções -No Brasil, o sistema de justiça funciona com partes separadas. A Constituição não considera o Ministério Público – estadual ou federal – como parte do Poder Judiciário. O MP representa a sociedade. A ele cabe reunir provas, formular a denúncia e sustentar a acusação – seus integrantes têm, então, procuração constitucional para advogar em nome da sociedade. Aos juízes e desembargadores, cabe julgar com base nas provas e argumentos, de acusação e de defesa. 
Moro auxiliou procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e até sugeriu a alteração de ordem das fases da Operação Lava Jato. Perguntava o motivo de alguns pedidos do MPF e orientava a melhor forma de encaminhar as petições. Em um mês que não houve novas operações, Moro cobrou Dallagnol se não era "muito tempo sem operação".

2. O que é um juiz imparcial? - O Código de Ética da Magistratura proíbe essa relação entre juiz e procuradores. Em seu artigo 8 diz claramente: "O magistrado imparcial é aquele que busca nas provas a verdade dos fatos, com objetividade e fundamento, mantendo ao longo de todo o processo uma distância equivalente das partes (acusação e defesa), e evita todo o tipo de comportamento que possa refletir favoritismo, predisposição ou preconceito".
Mas, além de opinar sobre as ações do MPF, Moro também chegou a propor uma resposta conjunta quando o PT emitiu notas criticando a atuação da Operação Lava Jato. "O que acha dessas notas malucas do diretório nacional do PT? Deveríamos rebater oficialmente? Ou pela Ajufe (Associação de Juízes Federais)?", questiona o ex-juiz a Dallagnol.

3. Juiz suspeito - O Código de Processo Penal também é muito claro sobre os limites da atuação do juiz. O artigo 254 define que o magistrado deve se declarar suspeito de julgar um processo, entre outros motivos, "se tiver aconselhado qualquer das partes".
Moro não só aconselhou como incentivou e ofereceu pessoas a serem ouvidas pelos procuradores, com o objetivo de garantir o andamento do processo de acordo com seu objetivo.

4. A lei deveria ser para todos - Moro e Dallagnol também discutiram sobre contra quem dirigir investigações ou não. Quando 77 executivos da empreiteira Odebrecht apresentaram seus relatos, estariam implicados mais 150 nomes do mundo político. Embora costumassem dizer publicamente que "a lei é para todos", ambos conversaram sobre quem recairia a aplicar a lei.
Quando recebeu uma lista um pouco mais detalhada sobre os envolvidos, Moro foi categórico em dizer que as investigações deveriam ter foco sobre o Poder Executivo – à época em que o país fora presidido pelo PT. "Opinião: melhor ficar com os 30 por cento iniciais. Muitos inimigos e que transcendem a capacidade institucional do MP e judiciário", escreveu o atual ministro da Justiça quando era juiz.

5. Processo capenga - Para garantir que o processo ficasse em Curitiba, nas mãos de Sergio Moro, Dallagnol fez uma manobra arriscada. Vinculou os supostos benefícios a Lula no caso do triplex de Guarujá ao esquema de corrupção na Petrobras. Para sustentar essa tese, o procurador não se fiou a provas robustas ou testemunhos inquestionáveis, mas a uma reportagem do jornal O Globo sobre o atraso nas obras do Edifício Solaris quando este ainda pertencia à Bancoop.
"A denúncia é baseada em muita prova indireta de autoria, mas não caberia dizer isso na denúncia e na comunicação evitamos esse ponto", avisou o procurador a Moro. Para dar mais força à denúncia, ele estava ciente que era preciso conquistar a induzir a opinião pública. E não o juiz com quem trocava mensagens quase diariamente. E o fez: construiu uma apresentação de slides em powerpoint e colocou Lula como "chefe" de um esquema de corrupção gigantesco, chamando-o de "líder máximo", mesmo sem ter prova alguma, apenas "convicções".

6. Agentes públicos x privacidade - "Ah, mas as conversas foram obtidas por um hacker. Foi um crime. As autoridade têm direito à privacidade", alegam alguns apoiadores do esquema Lava Jato. Ainda que a obtenção das informações tenham sido obra de um hacker, a divulgação não. Como se tratam de informações de interesse público, de ilegalidades cometidas por agentes públicos no exercício da função, os jornalista do Intercept se consideraram na obrigação de divulgar (avisando que foi só início). E quando se trata de má conduta de servidores públicos não cabe evocar direito à privacidade, com escreveu o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
É provável que Moro, Dallagnol e os demais procuradores da Lava Jato não possam ser punidos com base em uma prova obtida dessa forma. Por outro lado, a contaminação dos processo em que eles atuaram pelo que foi revelado pode levar a anulação de condenações e de processos que ainda estão em andamento.

7. Inflando protestos - As motivações políticas de Moro e Dallagnol ficam evidentes em uma conversa de 13 de março de 2016, quando as manifestações contra o governo da presidenta Dilma Rousseff atingiram o ápice. O ex-juiz diz querer "limpar o Congresso". O diálogo entre eles revela que as ações da Lava Jato buscavam influenciar a opinião pública contra o governo petista.
Dallagnol: E parabéns pelo imenso apoio público hoje. Seus sinais conduzirão multidões, inclusive para reformas de que o Brasil precisa, nos sistemas político e de justiça criminal.
Moro: Fiz uma manifestação oficial. Parabéns a todos nós.

8. Aos inimigos, nem a lei - Apesar de reclamar da divulgação de suas conversas, Moro e Dallagnol dialogaram sobre a revelação das conversas grampeadas ilegalmente entre Lula e Dilma, quando ela o indicou para o cargo de ministro da Casa Civil. No cargo, Lula empregaria de sua capacidade política para tentar conter a escalada da crise que derrubaria Dilma naquele mesmo ano. A ação era ilegal: um juiz de primeira instância não pode autorizar grampo telefônico contra a presidência da República e a gravação foi obtida após o prazo limite da decisão que permitiu o grampo nos aparelhos de Lula.
Moro chegou a pedir desculpas públicas, mas nas conversas com Dallagnol se dizia convicto de ter agido conforme seus objetivos. "Não me arrependo do levantamento do sigilo. Era melhor decisão. Mas a reação está ruim", escreveu o ex-juiz.

9. Operação anti-PT - Os procuradores da Lava Jato atuam de modo "técnico, imparcial e apartidário, buscando a responsabilização de quem quer que tenha praticado crimes no contexto do mega-esquema de corrupção na Petrobras", segundo escreveu Dallagnol nas redes sociais. Mas quando o STF autorizou uma entrevista de Lula ao jornal Folha de S. Paulo, o partidarismo da equipe ficou evidente. Tanto em lamentações quanto em ações para impedir a entrevista. O medo? Que Lula ajudasse Fernando Haddad a vencer a eleição.
Nas trocas de mensagens, os procuradores buscam formas de impedir a entrevista: descumprir a decisão judicial buscando brechas legais, alegar que a decisão valia para todos os condenados na Lava Jato, convidar outros veículos de comunicação à revelia da decisão judicial. Quando o STF acatou pedido do Partido Novo contra a entrevista, os procuradores deixaram qualquer profissionalismo de lado e comemoraram como final de campeonato: "Devemos agradecer à nossa PGR: Partido Novo!!!"

10. Quem investiga procurador e juiz - O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) é o órgão encarregado de controlar e fiscalizar a atuação dos órgãos integrantes do Ministério Público nacional e de seus membros. Integrantes do CNMP já pediram que a conduta de Deltan Dallagnol seja investigada.O conselho é presidido pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e composto por outros 13 membros: quatro provenientes do Ministério Público Federal; três dos MPs estaduais; dois juízes, indicados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ); dois advogados indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); e dois cidadãos de notório saber jurídico, indicados pela Câmara e pelo Senado.

LAVA-JATO condenou Lula sem provas e o perseguiu para tirá-lo da disputa eleitoral. AGORA EXISTEM PROVAS! O TSUNAMI CHEGOU!

A publicação de mensagens privadas que expõem as relações promíscuas entre Sergio Moro e os procuradores de Curitiba, durante toda a condução da operação Lava Jato, são provas “diretas e irrefutáveis de uma conspiração que destruiu o Estado de Direito no Brasil.”

A operação “manipulou a opinião pública para fraudar as eleições” e, com isso, “criou as condições para que tivéssemos na presidência da República um homem notoriamente despreparado que está destruindo o que podíamos ter de sociedade democrática e transformando o país em selvagem terra de ninguém, um faroeste sem lei e sem regras.”

As revelações contra Moro e Dallagnol respingam ainda na falta de legitimidade de Jair Bolsonaro “e de mandatos do Congresso Nacional, eleitos em solares violações da ordem democrática, do turvamento da vontade popular, da manipulação dos grandes órgãos de imprensa, das máfias das poucas ‘famiglie’ que controlam a comunicação no país e direcionam a opinião pública.”Importante sublinhar, ainda, que “já havia provas suficientes deste imoral e ilegal conluio antes mesmo da revelação do já histórico trabalho jornalístico do The Intercept. As autoridades brasileiras preferiram, como se diz em linguagem da internet, ‘passar o pano’. O mérito das revelações é que isto, agora, é grande demais para as instituições abafarem, o rei está nu.”

Que Moro seja afastado; que Lula seja solto, e os membros da Lava Jato, investigados por suas condutas criminosas. Que novas eleições sejam convocadas. A análise é dos advogados Marcio Sotelo Felippe, Patrick Mariano e Giane Ambrósio Alvares, em artigo divulgado no site da revista Cult, na noite desta segunda (10). (GGN)

sábado, 8 de junho de 2019

É PENTECOSTES quando.....(Jo.20,19-23)

È Pentecostes....
....Quando deixamos de nos submeter a fórmulas dogmáticas e a liturgias espetaculares, e proclamamos com gestos de verdadeiro serviço o ‘hino da caridade’!

...Quando deixamos de competir com outros grupos, pastorais e movimentos para ver quem faz ‘mais bonito’, e começamos a balbuciar a linguagem do diálogo fraterno e da colaboração sincera.

....Quando deixamos de apontar o dedo e prejulgar aqueles que caminham ao nosso lado, e começamos a tratá-los como parceiros e aliados. 

... Quando somos intolerantes com a nossa própria intolerância, com os nossos preconceitos e racismos, e abraçamos com firmeza e ternura aquele que nunca nos rejeitou!

....Quando tiramos a máscara dos que promovem os espetáculos da fé, e a indústria dos milagres, e começamos a acreditar com fé nos gestos singelos de generosidade e de compaixão dos pequenos invisíveis e anônimos. 

.....Quando renunciamos aos cargos e promoções eclesiásticos e aos títulos altissonantes, às vestes litúrgicas multicoloridas e aos altares sacrificantes, e começamos a vestir a toalha para lavar os pés de tantos descalços e maltrapilhos. 

.....Quando deixamos de exaltar os brutos que nos governam, que massacram pais de família e que roubam o futuro de nossa juventude, e assumimos a missão de administrar, nós mesmos, o ‘reino’ que preserva e promove vidas!

.....Quando começamos a aprender que Deus não se adora nem na igreja, nem no templo, nem na sinagoga, nem na mesquita, nem no céu infinito, mas em ‘espírito e verdade’, em toda montanha, em toda planície, em toda mata, em todo riacho e mar, em todo coração manso, e em todo hálito de vida!

...Quando descobrimos pela fé que o ‘Espírito do Ressuscitado’ é o Espírito de todos aqueles que seguem o exemplo de Jesus de Nazaré, e que continuam a se lançar, impávidos, nos braços da humanidade para humanizá-la. 

......Quando deixamos de falar ‘as línguas’ da ganância e da ambição, da truculência e da maledicência, da corrupção e da violência, e pronunciarmos 'soletrando' com gestos de fraternidade a linguagem do pão partilhado e do vinho do amor derramado em todo canto e beco, em toda praça e ruela, em toda escola e hospital..

Será a festa do Espírito da liberdade, Aquele que derrota a escravidão e a cegueira, e nos abre à verdadeira prática da CARIDADE!

quinta-feira, 6 de junho de 2019

BOLSONARO: MILITAR OU MILICIANO? Por Francisco Celso Calmon


O militar 'Bolsonaro'
Quando militar, Bolsonaro atentou contra a hierarquia e a disciplina. Foi preso e respondeu a inquérito. “Punido por ter elaborado e feito publicar, em uma revista semanal, de tiragem nacional, sem conhecimento e autorização de seus superiores, artigo em que tece comentários sobre a política de remuneração do pessoal civil e militar da União; ter abordado aspectos da política econômica e financeira fora de sua esfera de atribuição e sem possuir um nível de conhecimento global que lhe facultasse a correta análise; por ter sido indiscreto na abordagem de assuntos de caráter oficial, comprometendo a disciplina; por ter censurado a política governamental; por ter ferido a ética, gerando clima de inquietação no âmbito da OM (Organização Militar) e da Força e por ter contribuído para prejudicar o excelente conceito da tropa paraquedista no âmbito do Exército e da Nação (NR 63, 65, 66, 68 e 106 do anexo I, com agravantes do NR 2 e letra “C” NR 6 do artigo 18, tudo do RDE, fica preso por 15 (quinze) dias”. (Relatório secreto do Centro de Inteligência do Exército (CIE), nº 394, de 1990, com 96 páginas, publicado pelo DCM pela primeira vez).
“Canalha”; “covarde”; “contrabandista”. Era a reputação de Jair Bolsonaro no tempo em que serviu o Exército.
Ao invés de fazer croqui de bombas, escreva quantas vezes você foi ao Paraguai trazer muamba. Conte sobre os seus problemas no Mato Grosso. Verifique qual é o seu conceito na Brigada Paraquedista.”, diz a missiva, em parte referindo-se ao episódio narrado pelo próprio Bolsonaro à Veja, de que preparava atentados à bomba para promover sua campanha por aumentos de salários. (Informações em reportagem no site Pragmatismo Político)  Em uma outra carta revelada pela imprensa em maio de 91, o então chefe do Estado Maior das Forças Armadas, general Jonas de Morais Correia Neto, o chama de “embusteiro, intrigante e covarde”, acusando-o de “inventar e deturpar visando aos interesses pessoais e da política”, como mostra reportagem abaixo, de 16 de abril de 1991. Em outubro daquele mesmo ano, quando Bolsonaro já era deputado federal então pelo PDC-RJ (Partido Democrata Cristão), suas frequentes visitas ao antigo emprego para fazer propaganda política e angariar votos contrariaram de tal maneira seus ex-comandantes que estes proibiram a entrada de Jair Bolsonaro nos quartéis do Rio de Janeiro. É que, de acordo com o Comando de Operações Terrestres (Coter) do Exército Brasileiro, Jair Bolsonaro estava insuflando a revolta na tropa. O general Alberto dos Santos Lima Fajardo, então comandante do Coter, explicou a punição em entrevistas à imprensa. Disse que Jair Bolsonaro estava “insuflando oficiais superiores e sargentos com panfletos criticando exaustivamente o comando da tropa”.
A vida pregressa do ex-capitão Bolsonaro demonstra que a sua estada no Exército foi mais de agitador e terrorista do que de um militar, conforme o manual da corporação. Ele vai para a vida pública política mostrando ressentimento e não amor à farda. Bolsonaro é um recalcado por não ter continuado no Exército e um ressentido pelo que o Exército lhe fez, pois, a rigor, pela hierarquia da tropa, ele fora expulso, e conseguiu manter-se indo para a reserva pela via jurídica – STM.


E quanto a ser miliciano?

Em 2008, como deputado federal, defendeu as milícias: “Elas oferecem segurança e, desta forma, conseguem manter a ordem e a disciplina nas comunidades. É o que se chama de milícia. O governo deveria apoiá-las, já que não consegue combater os traficantes de drogas”. Abro aspas para a reportagem do jornalista Gil Alessi no jornal El País.
“Raimunda Veras Magalhães e Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega. As duas mulheres são o elo entre o senador eleito Flávio Bolsonaro e o grupo miliciano Escritório do Crime, um dos mais poderosos do Rio. O grupo é também suspeito de envolvimento no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, em 14 de março de 2018. 
Segundo o jornal O Globo, Raimunda e Danielle são, respectivamente, mãe e mulher do capitão Adriano Magalhães da Nóbrega, vulgo Gordinho, tido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como uma das lideranças do Escritório do Crime. As duas foram lotadas no gabinete do então deputado estadual Flávio na Assembleia Legislativa do Rio, mas o filho do presidente diz não ter sido responsável pelas nomeações. Foram presos cinco suspeitos de integrar a milícia que agia nas comunidades de Rio das Pedras e Muzema. Além do suposto envolvimento no assassinato de Marielle e Anderson, o grupo é acusado de extorsão de moradores e comerciantes, agiotagem, pagamento de propina e grilagem de terras.
Entre os detidos está o major da Polícia Militar Ronald Paulo Alves Pereira, vulgo Tartaruga, que irá a júri popular no caso da chacina da Via Show, ocorrida em 2003. Apesar disso, em 2004 o deputado Flávio Bolsonaro propôs uma “menção de louvor e congratulações” ao então capitão Pereira. Adriano também foi homenageado. Tanto Ronald como Adriano foram ouvidos em 2018 pela Delegacia de Homicídios como parte das investigações do caso Marielle.”

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva denuncia que foi vítima de espionagem do então juiz MORO!


A Operação Lava Jato, sob o comando do então juiz Sergio Moro, fez interceptação telefônica do escritório dos advogados de Lula e violaram a lei ao produzir relatórios que detalharam ao menos 14 horas de conversas entre os defensores do ex-presidente. A denúncia está em reportagem de Wálter Nunes da Folha de S.Paulo, em que  aponta que esta é a base de uma aposta da defesa de Lula para tentar anular no STF (Supremo Tribunal Federal) a condenação do ex-presidente no caso do tríplex de Guarujá (SP). A ação que pede a anulação do processo no STF se baseia no relato do advogado Pedro Henrique Viana Martinez. Ele não faz mais parte da equipe contratada por Lula, mas diz ter visto na 13ª Vara Federal de Curitiba os relatórios produzidos a partir das interceptações telefônicas do ramal-tronco do escritório Teixeira Martins & Advogados, responsável pela defesa técnica de Lula.

Quem atuava nessa vara era exatamente o então juiz e hoje ministro da Justiça do governo de extrema-direita Sergio Moro. 

FOLHA DE SÃO PAULO: Bolsonaro é um 'presidente sem noção'!


O jornal Folha de S.Paulo publica em sua edição desta quinta-feira (6) editorial afirmando que o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro é "sem noção" e age como se ainda fosse "um deputado de causas nanicas". A crítica se volta contra o decreto assinado pelo presidente flexibilizando e extinguindo penalidades para infratores no trânsito. Em especial, o editorial condena a eliminação das sanções para quem desrespeita regras de transporte de crianças em automóveis. "Em um país cujo trânsito figura entre os mais violentos do mundo, é chocante ver o presidente da República empenhando-se na defesa de políticas que tendem antes a aumentar que a diminuir a quantidade de acidentes em ruas e estradas", diz o editorial. "Assim age Jair Bolsonaro (PSL), como se ainda fosse um deputado de causas nanicas", ressalta. O jornal aponta que as alterações propostas por Bolsonaro no Código Brasileiro de Trânsito estão na contramão do que recomendam a literatura especializada e o exemplo de países desenvolvidos.

Comentário à margem - Uma pena que a Folha pouco fez para esclarecer o grande público sobre essa figura quando da campanha eleitoral....e se alinhou à onda 'mais antes ele, do que o petista'....

Política Ambiental do governo é pior do que a da época da ditadura, afirma especialista

 Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado ontem (5), o professor do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-graduação da Universidade de São Paulo (USP) Wagner Ribeiro faz um balanço, em entrevista à Rádio Brasil Atual, sobre os seis meses do governo de Jair Bolsonaro e da gestão do ministro Ricardo Salles à frente da pasta do Meio Ambiente. Com propostas que acabam com a participação popular no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e promovem o desmonte de institutos ambientais e de grupos de combate ao desmatamento, passando às mais recentes declarações de integrantes do governo sobre a reestruturação do Fundo Amazônia e a terceirização do monitoramento da região, fica evidente a construção de uma agenda voltada aos interesses do agronegócio.
"A ação do Ricardo Salles tem sido muito mais de desarticular tudo o que foi construído", avalia Wagner Ribeiro à jornalista Marilu Cabañas. "Desde a ditadura militar está sendo construída a política ambiental no Brasil, os próprios militares tinham uma visão do meio ambiente muito melhor do que o que a gente está assistindo hoje", adverte.
No comando do Meio Ambiente, o ministro tem justificado suas ações alegando uma suposta defesa da qualidade de vida urbana algo que, no entanto, o professor diz não ser uma novidade. Ribeiro, que acaba de retornar de uma expedição que fez à Amazônia, pelo projeto Baixo Rio Branco, iniciativa do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Roraima (UFRR), diz ainda que o Salles ignora a existência de projetos alternativos criados em prol da preservação ambiental, perdendo inclusive o protagonismo do país no setor. "Estamos falando de seis meses de gestão de um país que tem potencial. A gente vai para essas comunidades (na Amazônia) e vê as pessoas vivendo com ciclos econômicos produtivos, ninguém fica parado em momento algum. A cada três meses eles estão fazendo um tipo de atividade diferente, o que falta é apoio", observa. 

sábado, 1 de junho de 2019

Ascensão – Transformar a terra num Céu, amando como um ‘divino humano’ faz! (Lc.24.46-53)


Jesus nunca subiu ao céu, porque nunca se afastou daqueles que Ele sempre amou, aqui, na terra. Jesus, ao contrário, tentou trazer o ‘Céu’ para cá. Trazer aos humanos a plenitude do Divino: a liberdade e a vida eterna/plena, aqui, na terra. Ele tentou, em diferentes modos, aqui, na terra, ‘afastar e libertar’ os seus daqueles lugares e instituições que escravizavam corpos e manipulavam consciências. Jesus queria que as pessoas compreendessem que o ‘Céu’ já tinha chegado, definitivamente, até elas. Através do Seu amor e da Sua compaixão. Quem via Jesus, via o Pai. Sim, Aquele que ninguém viu! Mesmo assim, ainda hoje nós continuamos ansiosos em desejar e procurar um céu mítico e inexistente. Pior, o procuramos através de práticas religiosas bitoladas e alienantes. É preciso que libertemos nossas mentes para compreendermos a mensagem da festa de hoje. A Ascensão de Jesus não significa afastamento físico. Tampouco subida sideral. Significa, isso sim, ‘liberdade pura’. Vitória total sobre todas as instituições, regimes, forças e formas terrenas de prender, escravizar e destruir vidas, pessoas. Por isso, o evangelista Lucas adota o mesmo verbo utilizado em Êxodo para identificar a saída do povo de Israel da escravidão para a terra prometida. Jesus ‘CONDUZIU’ os apóstolos para fora da cidade (v.50). Porque a ‘terra prometida’ havia se tornado uma ‘terra escravizada’ pelas elites religiosas e políticas. Era preciso retomar a missão de Jesus: trazer novamente o ‘Céu’ para uma terra desesperançada e alienada. Não esquecer que com Jesus o ‘Divino Céu foi humanizado e ficou ao nosso alcance’, e que o ‘Humano foi divinizado e reerguido’. É preciso, portanto, hoje, fazer outras opções de vida. Não mais ‘buscar‘ num fantasioso céu um Deus que já veio e vive entre nós. Não mais voltar a se submeter a instituições e crenças que nos distanciam de um ‘Divino que liberta’, como fizeram os apóstolos que acabaram voltando, novamente, ao templo! Mas, ao contrário: adorar Aquele que vive e que não está mais amarrado às coisas terrenas anunciando-O a todos. Libertando todos os povos, todas as mentes e todo coração. Provando que o ‘Céu da liberdade e da vida plena’ é possível aqui, na terra!