sábado, 26 de janeiro de 2019

III domingo Comum – Subverter ‘liturgias engessadas’ e soltar a ‘palavra escrava’ para libertar cegos e oprimidos! (Lc. 1,1-4;4,14-21)

Quando uma pessoa descobre a sua real missão-vocação no mundo, tudo muda. Muda radicalmente o seu jeito de ser, e de se relacionar com as pessoas. Vive com intensidade cada momento, como se fosse o último da sua vida. Tudo urge! Tudo existe em função dessa sua nova tomada de consciência. Foi o que manifestou Jesus de Nazaré quando voltou à sua terra natal, em Nazaré, após acolher, no batismo, a missão que Deus lhe havia revelado. O primeiro sinal de mudança: Jesus vai à sinagoga, e subverte, de imediato, a ‘liturgia tradicional’. Ele proclama não a leitura que devia ser lida naquele dia, mas a que ele próprio escolheu. É preciso subverter a ‘liturgia cativa e engessada’ ignorando seus controladores! Segundo sinal de mudança: atribui a si próprio a missão que era específica do ‘messias-ungido de Deus’. Com isso Jesus alerta que a missão de proclamar-realizar o fim da miséria para os pobres, a plenitude da visão aos cegos, e a liberdade aos cativos era missão concreta de todos os que escutam a palavra! E não só de um futuro ‘messias’! É preciso soltar a ‘palavra cativa’, a utilizada para conformar pessoas! Terceiro sinal de mudança: Jesus reinterpreta a palavra à luz da sua nova consciência e missão. Jesus não proclama integralmente o trecho de Isaias da consagração do messias, mas omite, propositalmente, a parte em que o messias realizaria ‘o dia de vingança do nosso Deus’. Jesus não concorda com aquela visão do profeta. Libertar pessoas não significa se vingar ou suprimir os opressores! Anunciar a boa nova aos pobres não significa desejar desgraça aos ricos! É preciso libertar ‘a missão cativa’. Aquela bitolada, cega, acomodada. É preciso ser ‘igreja em saída’ que, corajosamente, rompe correntes e esquemas!

A empresa VALE S/A não aprende e mais uma vez Minas conhece mortes e o maior desastre ambiental da história



Pelo menos nove pessoas morreram e chega a 300 o número de desaparecidos em razão do rompimento de uma barragem em Brumadinho, em Minas Gerais, informou o Corpo de Bombeiros no início da madrugada deste sábado. Anteriormente, a corporação trabalhava com o número de sete vítimas fatais e ao menos 150 desaparecidos. A revisão dos dados ocorreu em um novo balanço divulgado por volta da 1h30 deste sábado. Ainda segundo os bombeiros, 189 pessoas que residem ou estavam na área no momento da tragédia já foram resgatadas. "Eu diria que apesar de ser uma tragédia de dimensões enormes, a situação está sobre controle. As nossas forças estão fazendo o melhor e eu acompanho pessoalmente", declarou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Os números dos bombeiros contrastam com os divulgados pela mineradora Vale, responsável pela barragem. Mais cedo, a companhia informou que havia 427 pessoas no local, e que 279 foram resgatadas vivas. Também no início da madrugada deste sábado, a Justiça mineira determinou o bloqueio das contas da Vale, responsável pela barragem de Brumadinho, cidade que fica a 50 km de Belo Horizonte. Em seu despacho, o juiz plantonista Renan Chaves Carreira determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão das contas da empresa e R$ 20 bilhões em ações da firma nas bolsas de São Paulo, Nova York e Madri, recursos estes que serão voltados para o auxílio às vítimas da tragédia.
O rompimento da barragem em Brumadinho acontece três anos e dois meses após outra tragédia em Minas Gerais, ocorrido em Mariana e também ocasionado pelo vazamento de rejeitos de uma barragem de não resistiu.O episódio foi classificado como a maior tragédia ambiental da história do Brasil.

Comentário do blogueiro - Faz somente três anos que Mariana conheceu morte e destruição. As vítimas ainda aguardam justiça. Os sobreviventes reconstrução. Os responsáveis continuam impunes. Nesses dias, foi a vez de Bramadinho a chorar seus mortos e a desgraça ambiental produzida pelo rompimento da barragem. Ninguém quer pré-julgar a empresa, mas é um fato que mais uma vez, alguns setores especializados em segurança, vinham alertando da fragilidade das medidas tomadas. Já vimos esse filme de horror. Dentro de poucos dias a indignação e as lágrimas deixarão lugar à lógica do capital que mais uma vez deixará de assumir suas responsabilidades e tudo fica como está.






sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Em 2005 Bolsonaro defendeu aquele 'miliciano' que hoje é acusado dos disparos contra Mariele. Ele nunca homenageou uma vítima em 5 mandatos!

 Numa sessão da Câmara em 2005, o atual presidente Jair Bolsonaro criticou em discurso no plenário a condenação por homicídio do hoje ex-policial militar Adriano Nóbrega, foragido e acusado de comandar o Escritório do Crime, a milícia mais letal e perigosa do Rio de Janeiro. Ele é alvo da operação Os Intocáveis, deflagrada nessa semana e que prendeu ao menos cinco homens suspeitos de integrar a milícia que domina atividades criminosas em Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio. Adriano também é o principal suspeito de fazer os disparos contra a vereadora Marielle Franco e já foi homenageado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro por Flávio Bolsonaro.
No discurso daquela sessão, o então deputado federal Jair Bolsonaro afirmou que Adriano era um "brilhante oficial" e criticou um coronel que depôs contra o acusado, relatando ao júri o resultado de uma sindicância interna da PM, conforme revelou reportagem da Folha de S.Paulo. "Um dos coronéis mais antigos do Rio de Janeiro compareceu fardado, ao lado da Promotoria, e disse o que quis e o que não quis contra o tenente [Adriano], acusando-o de tudo que foi possível, esquecendo-se até do fato de ele [Adriano] sempre ter sido um brilhante oficial e, se não me engano, o primeiro da Academia da Polícia Militar", afirmou Bolsonaro, segundo registros da Câmara. (Brasil 247)

Governador do Maranhão envia polícia para defender o território dos Awá!

O governador do Maranhão, Flavio Dino, não esperou a Polícia Federal para proteger uma área federal, a Terra Indígena Awá-Guajá, e enviou no dia 22 desse, sua própria polícia. Objetivo é evitar mais roubo de madeira na área e inibir eventuais tentativas de re-invasão do território dos Awá por famílias e fazendeiro já retirados de lá, na região compreendida entre os municípios de Zé Doca e São João do Caru. Havia rumores de que algum tipo de mobilização estava sendo planejada para re-ocupar as terras que com ajuda do exército haviam sido liberadas em 2014. Diante das afirmações irresponsáveis do presidente que vem afirmando a toda hora que não irá demarcar sequer um milímetro de terra indígena e que se deveria utilizar os vastos territórios indígenas para produzir muitos grupo de especuladores e aproveitadores sentem-se bastante fortes e protegidos para rasgar a Constituição. Só nesse mês de janeiro algumas carradas de madeira sem origem legal foram apreendidas em Santa Inês pela PRF. 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Luis Nassif ' Bolsonaro será derrubado. É questão de tempo' Mourão e militares serão os herdeiros naturais. Pra' frente Brasil!!!!!

O jornalista Luis Nassif, editor do jornal GGN e primeiro colunista a dizer que o governo Bolsonaro poderá acabar em razão de sua ligação com as milícias do Rio de Janeiro, informa que o miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, chefe do Escritório do Crime que empregou sua mãe e sua mulher no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj, é o principal suspeito de ter efetuado os disparos contra Marielle Franco."Há pelo menos seis meses a equipe que investiga a morte de Marielle Franco tem convicção de que foi ele o autor dos disparos que mataram a vereadora. Demorou-se mais tempo que o normal nas investigações depois que a equipe se deparou com as ligações do capitão com o gabinete de Flávio Bolsonaro, filho de Jair. As menções a figuras políticas influentes que impediriam as investigações não se referiam a meros vereadores, deputados ou políticos do PMDB. Era a uma força maior. Daí o nome da operação: Os Intocáveis", informa Nassif, que diz ter certeza da queda de Bolsonaro.

"O que vai restar dessa lambança toda? Há uma certeza e uma incógnita. A certeza é que Bolsonaro será impichado. A incógnita é quanto ao tempo que irá demorar o processo. Seu único trunfo, junto ao bloco do impeachment, seria a eventualidade de sua queda provocar a volta do PT. Não ocorrerá. Sua queda promoveria a ascensão natural do general Mourão, preservando a unidade em torno de um comando mais racional", diz ele. "Se valer um palpite, acho que haverá um desfecho relativamente rápido dessa crise."

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Passarela da VALE S/A cai sobre a ferrovia no Km 135. Não há feridos!


A Vale S/A, está construindo uma passarela na comunidade de Capim- Açú, zona rural de Arari. Hoje a passarela desabou interditando a estrada de ferro Carajás da mineradora Vale. Segundo populares, essa passarela está sendo construída contra a vontade das comunidades tendo em vista que eles querem um viaduto. A mineradora não aceitou a reivindicação da comunidade. O desabamento aconteceu no km 135. De acordo com populares da comunidade o serviço é de péssima qualidade e por isso veio a desabar. Eles reclamam ainda que a executora da mão-de- obra não os trata como deveriam ser tratados. O blog procurou a Vale para falar sobre as reclamações e a mineradora enviou esta nota:
A Vale informa que a estrutura metálica de uma passarela em construção cedeu sobre a Estrada de Ferro Carajás (EFC) na manhã desta terça-feira (22/1), no município de Arari (MA), interrompendo a circulação de trens no local. A empresa contratada e a Vale estão apurando as causas do incidente. Não houve feridos. (Fonte: Blog Júlio Diniz)

Ainda bem que as contratadas da Vale são todas 'empresas de confiança, que utilizam tecnologia de ponta e metal de primeira qualidade', como afirmou um dia um advogado da empresa a dois integrantes da JnT!!!!!!

sábado, 19 de janeiro de 2019

II domingo Comum – ‘Menos religiosos e mais ‘amantes misericordiosos’ como Jesus (Jo. 2,1-11)


Quando uma religião insiste em criar sentimentos de culpa nas pessoas não pode vir de Deus. Quando ela insiste demais em achar que tudo é pecado para assim exigir que o penitente vá até seus sacerdotes, e se ‘purificar’, algo está errado. A religião que age assim deixa de ser o ‘elo’ com o Amor Infinito que é o Pai de todos nós seus filhos e filhas. Torna-se uma porta aberta para oprimir consciências e criar mais escravidão espiritual. Infelizmente, é o que vemos em muitas igrejas e movimentos, inclusive, católicos! O evangelho de hoje quer deixar definitivamente clara qual foi a missão de Jesus, na versão quase poética de João. Este exímio escritor nos deixa muitas pistas para que possamos compreender que ele está bem longe de se deter em apresentar e exaltar um ‘milagre poderoso’ de Jesus: uma mera transformação material de água em vinho. É, mais bem, uma aula de catequese e de alta teologia. Desde logo o evangelista deixa claro que estamos num contexto de ‘festa de casamento’. Coroação do amor e aliança entre um homem e uma mulher! João resgata essa imagem bíblica (Deus o esposo e o povo a esposa) para nos dizer que agora a nova aliança, o verdadeiro casamento, se dá entre Jesus e o seu povo. Cuidado, porém: casamento-aliança alicerçado no amor gratuito, e não na lei e preceitos, como a religião faz. A ‘mãe’ de Jesus o alerta sobre a gravidade da situação dos convidados (povo) a participar da aliança: não têm mais amor-vinho, pois tudo foi tomado pelo ‘templo, suas normas, preceitos e sacerdotes’ que viviam a exigir 'purificação’ do povo. Por isso Jesus faz questão de mandar preencher os antigos e enormes potes de pedra que a religião judaica utilizava para a ‘purificação’ para preenchê-los definitivamente de AMOR. É o vinho, símbolo do amor, e não a água das obrigações cultuais de que precisamos! É deixar de sermos ‘religiosos piegas’ e nos tornar verdadeiros ‘amantes misericordiosos’, como Jesus fez! 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

O Bozo libera posse de armas: somos todos milicianos! Salve-se quem tiver 'corpo fechado!

Sob o argumento de dar ao cidadão o direito de ter uma arma de fogo para se defender, o presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça-feira um decreto que flexibilizou o acesso a armamentos, medida que pode resultar em mais homicídios e o fortalecimento de facções criminosas. Na visão de analistas ouvidos pela Sputnik Brasil, o decreto assinado por Bolsonaro está cercado de muitas dúvidas, e os resultados da medida por ora são muito incertos. Segundo o decreto, estão mantidos os requisitos do Estatuto do Desarmamento para se ter uma arma de fogo, como ser maior de 25 e sem antecedentes criminais, a Polícia Federal deixou de ser a autoridade máxima quanto à possibilidade de autorizar o pedido de posse. No mesmo documento, está estabelecido que pessoas morando em áreas urbanas com índices anuais de mais de 10 homicídios por 100 mil habitantes, segundo dados de 2016 apresentados no Atlas da Violência 2018, podem ter a posse de até quatro armas de fogo. Também está estabelecido o mesmo para agentes de segurança (mesmo os inativos), militares, agentes penitenciários, entre outros. Na prática, o decreto abre o caminho para toda a população se armar, já que todos os estados e o Distrito Federal têm índices superiores a 10 homicídios por 100 mil habitantes. Segundo o Atlas da Violência de 2018, o país registrou 62.517 homicídios em 2016, uma média de 30,3 mortes por 100 mil habitantes.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

presidente da FUNAI se demite....indígenas se preparem! Tudo é possível no caos .....

O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Wallace Bastos, pediu exoneração do cargo nesta segunda-feira (14). A informação foi divulgada há pouco pelo órgão. Bastos estava à frente da Funai desde maio de 2018, quando foi nomeado para o cargo pelo então presidente Michel Temer. Atualmente, a fundação está vinculada ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. A transferência do órgão da estrutura do Ministério da Justiça para a nova pasta foi definida pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.Na semana passada, o governo iniciou a revisão da política de demarcações de terras indígenas. A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, se reuniu com os ministros Augusto Heleno (Segurança Insitucional), Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos). Eles trataram da criação de conselho interministerial que vai analisar demarcação fundiária de terra indígena

Segurança que nada....a indústria das armas cobra a fatura, imbecil!


O atual ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, sempre contou com um grupo muito fiel de apoiadores financeiros em suas campanhas eleitorais. A indústria de armas, que sempre teve no então deputado gaúcho um defensor abnegado, chega junto desde 2006, ano em que Lorenzoni se elegeu para a Câmara dos Deputados. De lá até 2014, último pleito em que foi permitida a doação de empresas a candidatos, o porquinho do parlamentar foi recheado com mais de meio milhão de reais da indústria armamentista.

Junto ao Congresso, Onyx Lorenzoni é hoje, por ideologia e por dever de ofício, o principal articulador da flexibilização do uso de armas de fogo no Brasil, personificada na medida provisória que o presidente da República está doido para aprovar, ainda esta semana. Trata-se da mais barulhenta promessa de campanha do então candidato Jair Bolsonaro que a transformou em gesto-símbolo: dedos indicador e polegar em riste, mãozinha em forma de arma. Armar os "cidadãos de bem" foi o mote central do discurso. Até mesmo depois que o candidato foi vítima de um atentado, mas de arma branca. Lorenzoni é apenas um exemplo, pinçado até pela posição estratégica que exerce no governo, em relação à consolidação da ideia. A "bancada da bala" tem vários outros representantes e afilhados no governo e na base de apoio do bolsonarismo. Até porque bolsonarismo e armamentismo soam a muitos como almas gêmeas, e univitelinas.

E já que é um exemplo, vamos lá. Segundo dados da Agência Lupa, o atual ministro recebeu, em 2006, doação de R$ 110 mil da Taurus, maior indústria de armas do País. Contribuição que se repetiu em 2008 (candidatura derrotada a prefeito de Porto Alegre, RS) e saltou para R$ 150 mil em 2010, quando a Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições entrou também com R$ 100 mil. Em 2008, vale citar, a Companhia Brasileira de Cartuchos doou R$ 150 mil a Lorenzoni. E em 2014, lá estava a Taurus com outros R$ 50 mil
(Fonte: Gilvandro Filho)

Maranhão indígena - Famílias que ocupavam as terras dos Awá se organizam para re-invadi-las


Tudo começou com um convite às famílias ‘que sofreram desintrusão da Terra Indígena Awá no dia 06 de janeiro de 2014 a se encontrarem no dia 13 deste no povoado Maguary, no Clube do Sr. Misael’, em São João do Caru (MA). O contexto sócio-geográfico é a região que abrange os municípios de São João do Caru, Zé Doca, Governador Newton Belo e Centro Novo. No convite são citadas várias personalidades governamentais e não, menos a FUNAI e os próprios indígenas, naturalmente. O que poderia ser um inócuo encontro de famílias que se encontram para refletir e discutir o seu futuro como posseiros produtores poderá significar, ao contrário, o início de um grande e perigoso movimento para retomar as terras indígenas ocupadas ilegalmente, outrora, por elas. Vários indícios apontam para isso. O primeiro e mais lógico é que o recém empossado presidente da República e seus colaboradores vêm dando reiteradas declarações contra direitos indígenas que pareciam consolidados. Isto vem dando asas aos desejos e às cobiças de um exército de grupos, empresas, mineradores, camponeses de olho nas terras indígenas, e desejosos de explorá-las com a oculta convicção de que terão o tácito apoio do governo federal e seus funcionários. O segundo indício é de que entre os lideres que vêm mobilizando aquelas famílias há alguns bem conhecidos que se destacaram como elementos recalcitrantes, e que jamais se conformaram com as decisões da Justiça Federal. É bom lembrar que muitas das famílias que vinham ocupando as terras dos Awá estavam no local de ‘má fé’, ou seja, entraram e invadiram as terras mesmo sabendo que estavam interditadas. Muitas delas com o intuito de receber indenização ou confiantes nas omissões e negligências históricas da justiça, o que não ocorreu, nesse caso específico. Outro fator instigador do grupo pode ter sido a incapacidade dos órgãos governamentais (INCRA) e/ou sindicais (FETAEMA) de reassentar adequadamente as famílias cadastradas dando-lhes munição para iniciar esse movimento de volta. Seja o que for, o caldo que vem sendo preparado é uma perigosa mistura de ressentimento, atrevimento e desaforo para com a justiça que já garantiu e registrou como Patrimônio da União terra para os índios Awá. Sabe-se que os índios da região, - e não somente os Awá, - vêm acompanhando esse movimento que já não esconde suas intenções de reverter o que já foi definitivamente consagrado e garantido por lei. A palavra de ordem, hoje em dia, entre indígenas e seus aliados é RESISTÊNCIA. Espera-se que tudo seja resolvido priorizando o bom senso e o pleno e rigoroso respeito à justiça. Caso não ocorrer já se sabe quem são os transgressores! 

Brasil indígena - Aldeia dos Guarani Mbya atacada a tiros por homens encapuzados ameaçando de morte


Na madrugada desta sexta-feira (11), os Guarani Mbya da comunidade Ponta do Arado, em Porto Alegre (RS), foram atacados a tiros por homens encapuzados. Segundo o relato da comunidade, o ataque ocorreu por volta das três horas da manhã, quando dois homens com os rostos cobertos atiraram dezenas de vezes sobre os barracos dos indígenas. Além dos disparos, que não atingiram ninguém, os agressores também ameaçaram os Guarani, afirmando que, se não deixarem a área até domingo, serão todos mortos. “Chegaram dois homens armados, encapuzados, dando tiros em cima do nosso barraco. As crianças ficaram todas assustadas, chorando. Eles falaram que vão esperar até domingo. Se a gente não sair até domingo, eles disseram que vão matar todo mundo, que não vai sobrar nenhuma pessoa. Foram muitos tiros”, relata o cacique Timóteo Karai Mirim. A retomada da Ponta do Arado fica no bairro Belém Novo, na zona sul de Porto Alegre, às margens do rio Guaíba, numa região de preservação ambiental que é, também, um importante sítio arqueológico do povo Guarani. A área é alvo de forte especulação imobiliária, e os indígenas já receberam outras ameaças de seguranças da empresa que pretende construir um grande condomínio no local. “Se a gente não sair até domingo, eles disseram que vão matar todo mundo, que não vai sobrar nenhuma pessoa. Foram muitos tiros. Queremos que o Ministério Público e a Funai nos protejam, porque estamos longe da cidade”
Na quarta-feira (9), o cacique conta que uma pessoa que se apresentou como gerente do empreendimento foi à retomada e se colocou à disposição para ajudar os indígenas a “fazer a mudança” da comunidade para a aldeia Cantagalo, localizada em Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre. Acompanhado de outras duas pessoas, o suposto gerente afirmou aos Mbya que eles não tinham condições de ficar ali e acabariam tendo que sair de qualquer jeito. Na noite seguinte, de quinta-feira, os indígenas relatam que seis seguranças cercavam os seus barracos, falando muito alto. Por volta das dez horas da noite, eles se retiraram para o meio da fazenda que circunda a retomada, e os indígenas ouviram muitos disparos. Algumas horas depois, às três da manhã, iniciou o ataque dos homens encapuzados contra a comunidade, que focaram os barracos com lanternas, dispararam e gritaram ameaças contra os indígenas.
Desde que retornaram para sua terra ancestral, em junho de 2018, os Guarani Mbya da Ponta do Arado tem sofrido com ataques e ameaças constantes. Naquele mesmo mês, homens armados, dizendo-se policiais, ameaçaram os indígenas e afirmaram que se não deixassem o local seriam removidos à força. Hoje pela manhã, os indígenas registraram um boletim de ocorrência na delegacia de polícia do bairro Belém Novo e, pela tarde, denunciarão a situação ao Ministério Público Federal (MPF). (Tiago Miotto) 

Sônia Guajajara - 'Bozo entrega o papel de defender os direitos indígenas àqueles que querem nos extinguir'


Candidata a vice-presidente pelo PSol, na chapa com Guilherme Boulos (PSol), Sonia Guajajara afirma que a consequência do esvaziamento da Fundação Nacional do Índio (Funai) "é não cumprir com a Constituição de 1988 que manda o Estado demarcar e proteger as áreas tradicionalmente ocupadas e necessárias à sobrevivência física e cultural dos povos indígenas". "Ou seja, é entregar o papel do Estado de proteger nossas vidas, nossas terras e nossos direitos às mãos daqueles que se colocam publicamente a favor de nossa extinção", disse ela à Revista Forum. "Resistiremos. E se junto com os povos quilombolas fomos os primeiros a serem atacados com medidas desse novo governo, seremos também os primeiros a puxar o movimento de resistência. Convocaremos a sociedade para se posicionar contra o racismo e o etnocídio. Como dizíamos em nossa campanha, eleição não é cheque em branco e a sociedade brasileira está do nosso lado. Vamos agora lançar a campanha Sangue indígena nenhuma gota a mais com a #janeirovermelho", afirmou.

Evo Morales estraga a festa do Bozo e lacaios, e despacha Battisti diretamente para Itália

Bozo, gen. Heleno e Moro não se continham e queriam oferecer o que eles consideravam um troféu, a cabeça de Batisti, aqui, no Brasil. O acusado e condenado por 4 homicídios na Itália em 1970 havia sido detido e preso na Bolívia, mas Evo Morales decidiu negociar e despachar diretamente para Itália o 'ex-terrorista'. Uma humilhação para quem vive tripudiando das desgraças alheias e para quem queria associar o 'ex-terrorista' ao PT. Ele já se encontra na Itália numa solitária, na penitenciária de Rebibbia, Roma, onde permanecerá por seis meses. Condenado à prisão perpétua na Itália, Battisti foi sentenciado pelo assassinato de quatro pessoas na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, um braço das Brigadas Vermelhas. Ele se diz inocente. Para as autoridades brasileiras, é considerado terrorista. No Brasil desde 2004, o italiano foi preso três anos depois. O governo da Itália pediu sua extradição, aceita pelo Supremo Tribunal Federal. Contudo, no último dia de seu mandato, em dezembro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que Battisti deveria ficar no Brasil. Batista garante que ele fez de tudo para convencer os ex-companheiros a desistir da luta armada....sem conseguir. 

domingo, 13 de janeiro de 2019

Maioria dos brasileiros é contra a redução de terras indígenas....


Como já vai se tornando costume, o povo brasileiro mais uma vez se manifesta contra a agenda errática do governo Bolsonaro. O Datafolha pesquisou 2.077 pessoas pelo Brasil e constatou que a população brasileira é contra a redução das áreas destinadas às terras indígenas. 6 em cada 10 brasileiros desaprova a política de Bolsonaro para o setor. 62% das mulheres são contra à diminuição das reservas indígenas. Nos homens, o índice é de 57% de desaprovação. A reportagem do jornal Folha de S. Paulo destaca que "quanto mais velho e menos escolarizado for o brasileiro, maior a tendência de concordar com a redução dos limites das reservas. Na faixa entre 16 e 24 anos, por exemplo, essa aceitação é de 32%, percentual que sobe para 46% no grupo acima de 60 anos. Já entre os que têm ensino fundamental, a concordância é de 48%, reduzindo-se a 30% entre quem possui ensino superior."A matéria relembra que "a polêmica em torno do tema é crescente porque, na prática, as identificações, delimitações e demarcações de terras passaram às mãos de representantes dos ruralistas no novo governo, movimento que vem sendo alvo de críticas e classificado como conflito de interesses. A Secretaria de Assuntos Fundiários, que é ligada à Agricultura e cuida do tema, é chefiada por Nabhan Garcia, que foi presidente da UDR (União Democrática Ruralista)."

sábado, 12 de janeiro de 2019

QUO VADIS, BOZONARO? Terás a duração de uma fake news?


O começo mais tresloucado de governo da história fez com que até a imprensa tradicional enxergasse o óbvio: o prazo de validade de Jair Bolsonaro tem a extensão de uma fake news. A revista Veja produziu uma capa que sintetiza a condição descartável do presidente eleito: a fusão de sua imagem com a clássica foto de Jânio Quadros feita pelo fotógrafo Erno Schneider em 21 de abril de 1961. A foto, intitulada "Qual o Rumo", é um dos documentos mais significativos da história política brasileira e, com ares premonitórios, antecipou a queda de Jânio sete meses depois de vencer as eleições com discurso anti-corrupção. 

A foto causou alvoroço nas trincheiras bolsonaristas. A comparação é bastante tóxica, justamente porque conecta dois políticos similares em muitos aspectos. Bem menos inteligente que Jânio - o que é uma constatação evidente -, Bolsonaro produz, como o ícone da 'vassourinha', um discurso confuso, errático e destituído de sentido histórico e político. 

A falta de rumo de Bolsonaro nos primeiros dias de governo é tal, que a imagem histórica de Jânio com os pés tortos emergiu talvez com sua maior força simbólica desde 1961. A revista, majoritariamente lida por bolsonaristas, produziu um ruído severo no governo com a fusão iconográfica. A imagem, que na cultura popular, vale por mil palavras, neste lampejo de lucidez editorial da revista falimentar, vale por mil crises.

O permanente ataque aos direitos indígenas no Brasil pós-moderno! Civilização ou barbárie?

A pesquisadora Silvia Beatriz Adoue relembra qual o nosso patamar civilizatório com relação às políticas indígenas: "no Brasil, há aproximadamente um milhão de indígenas, com 274 línguas diferentes. A demarcação de suas terras, prevista nos artigos 231 e 232 da Constituição Federal, teve seu momento de alta na primeira metade da década de 1990 e foi decaindo, de maneira mais pronunciada durante o governo Dilma Rousseff, até a paralisia durante o governo Michel Temer." 
Adoue prossegue, em seu artigo publicado no blog da Boitempo: "há hoje 436 terras indígenas regularizadas, num total de quase 106 milhões de hectares. Há também 130 processos demarcatórios pendentes, entre terras delimitadas, declaradas e homologadas, que correspondem a pouco mais de 12 milhões de hectares. Além do mais, há 115 áreas em estudo. Seis áreas, num total de um pouco mais de um milhão de hectares, estão interditadas para proteção de indígenas isolados2. As terras regularizadas correspondem a 12% do território nacional e a maior área indígena concentra-se na Amazonia Legal."
 E acrescenta: "apesar do marco legal de 1988, a política fundiária do Estado brasileiro vem priorizando o agronegócio exportador de maneira contínua. O que se conquistou na letra da Constituição, não vinga na política de Estado. A curva de destinação de áreas para reforma agrária e de titulação de terras quilombolas segue a mesma tendência que a curva de demarcação de terras indígenas. Elas têm sido tratadas mais como políticas da área social do que como políticas fundiárias."

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Batismo de Jesus - Descobrir o nosso papel na humanidade! (Lc 3,15-16.21-22)

Muitas vezes nos perguntamos se as escolhas de vida que fizemos são aquelas certas. As que realmente desejávamos do profundo do nosso ser. Sabemos que na hora das grandes decisões, muitas vezes, somos condicionados pela formação que recebemos no passado, pelas circunstâncias, pelas pressões e pelas necessidades do presente. Ninguém tem a plena certeza que é Deus que nos chama para exercer esta ou aquela missão-vocação de vida. Temos, contudo, alguns critérios para poder verificar se, afinal, estamos percorrendo o caminho almejado. Quando sentimos, por exemplo, dentro de nós um profundo sentimento de alegria e de serenidade quando as pessoas nos dizem que ‘nascemos para fazer o que estamos fazendo, porque temos jeito’, quando vemos que as pessoas se alegram ao nos ver e conviver conosco, talvez estejamos no lugar certo. O Batismo de Jesus representa o coroamento de um caminho de busca, e o início de uma nova e inédita etapa da sua vida. Jesus como todos os humanos vinha refletindo sobre o que Deus queria dele. Qual o seu papel e a sua missão como cidadão da Galileia, como filho, como membro de uma comunidade. Nessa procura que vinha se arrastando há quase 30 anos ele sentiu angústia, inquietação, desnorteamento, como todos nós quando ainda não conseguimos respostas claras e definitivas sobre o nosso papel no mundo. Jesus também deve ter se perguntado muitas vezes se era isso mesmo que ele e Deus queriam. No Jordão, a contato coma pregação e o testemunho de João Batista, ele sentiu com uma clareza jamais experimentada antes o que Deus queria que ele fosse daí em diante. Mais do que isso: Jesus se sentiu chamado, ungido e enviado como ‘filho amado do Pai’, ou seja, com mandato do Pai para ‘representá-Lo’ em tudo o que faria.  A sua compaixão e amor para com os pobres, a sua indignação diante das manipulações de sacerdotes hipócritas e violentos governantes, a sua liberdade profunda em se aproximar dos doentes, dos pecadores, das mulheres excluídas, confirmam que aquele chamado à beira do Jordão não foi uma ilusão!  

sábado, 5 de janeiro de 2019

Epifania (Mt.2.1-12) - Os 'herodes' se sentem ameaçados, mas os pobres e os pagãos pulam de alegria. O Amor chegou até eles!

Muitas vezes nós nos flagramos dominados pelo ciúme. Ficamos irritados, por exemplo, porque um nosso amigo, ou amiga, dá a mesma atenção e carinho a outras pessoas. Gostaríamos no fundo do coração de sermos os únicos. E nos incomodamos quando temos que dividir atenção, carinho, apoio, proteção com outras pessoas. A festa de hoje nos diz em alto e bom som que o amor de Jesus não se limita a um povo somente, ou a uma categoria. Que ninguém pode se achar indigno, e não merecedor da sua atenção e misericórdia. Os magos do Oriente simbolizam na Bíblia todos aqueles povos estrangeiros e pagãos que Israel desprezava e amaldiçoava. Os sacerdotes do templo invocavam Deus para que ‘descarregasse a sua ira sobre as nações que não invocam o seu nome’.

Ironicamente, para Mateus, os pagãos foram os primeiros a reconhecer que Jesus era a verdadeira luz. A estrela-guia, de fato, nunca aparece na cidade de Jerusalém, sempre hostil e ameaçadora, e nem no palácio do amedrontado e prepotente Herodes. Ela só brilha quando existem pessoas abertas e acolhedoras, não importa a sua origem religiosa e cultural. Foi assim que agirá Jesus já adulto: reconhecendo que os pagãos que se aproximavam dele possuíam uma fé que não existia em nenhuma pessoa religiosa de Israel! Hoje, diante de pessoas que exigem o culto a si próprias, na submissão e na bajulação, queremos oferecer a Jesus:
o ‘ouro’ que se doa àqueles reis que sabem servir, que respeitam e protegem seus cidadãos;
o ‘incenso’ da verdadeira liturgia e ação de graça, próprio das pessoas que, longe dos templos, fazem  uma ligação permanente entre fé e vida;
a ‘mirra’ perfumada usada pelas noivas/pessoas que casam com o projeto de vida e de justiça de um ‘Esposo’ que nunca trai e abandona a sua família, e o seu povo! 

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Secretário de Assuntos Fundiário do governo Bozo, - ruralista, - afirma que poderão ser revistas todas as demarcações desses últimos 10 anos!

O secretário especial de Assuntos Fundiários, o líder ruralista Luiz Nabhan Garcia, afirmou que o governo do presidente Jair Bolsonaro prepara uma revisão de demarcações de terras indígenas, titulações de áreas quilombolas e desapropriações para a reforma agrária feitas nos últimos dez anos. Segundo Garcia, que vai cuidar de demarcações de terras indígenas, áreas quilombolas e políticas de reforma agrária, existe a possibilidade reversão desses atos, em caso de constatação de "falha grave", "erro inadmissível" ou "fraude processual".

"Será feito um levantamento amplo e geral de tudo que aconteceu em questões fundiárias no Brasil, seja em reforma agrária, demarcação de terras indígenas e quilombolas. Se houve alguma falha e se tiver brecha que mostre para Justiça que houve um erro, tudo é possível de anular. Isto é previsto em lei, a possibilidade de abrir um novo processo e rever. Demarcação pode ser revista, sim senhor, se houve falha. Houve uma participação muito grande de processos políticos e ideológicos nessas demarcações, inclusive uma participação indevida de ONGs com interesses escusos. Isto aí é inaceitável", disse Nabhan ao jornal O Globo. A Secretaria Especial de Assuntos Fundiários foi criada no âmbito do Ministério da Agricultura, que passa a ficar responsável pela demarcação de terras indígenas, papel que era da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Em fevereiro do ano passado (2018), o então deputado federal disse que não pretende demarcar terras indígenas. "As ONG’s e o governo estimulam o índio para o conflito. Se eu assumir como presidente da República, não haverá um centímetro a mais para demarcação. Na Bolívia temos um índio como presidente, porque aqui eles precisam de terra?”, disse ele, de acordo com o site Dourado News. (Brasil 247)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

PAI NOSSO 1- (Mt.6,9) - Reflexões

Pensemos por instante na decepção de um filho que não conhece seu pai. Ou na dor inconsolável de quem o perdeu precocemente. Ou na revolta interior daquele que nunca foi reconhecido como ‘filho’ pelo seu pai biológico. Pensemos, agora, na emoção indescritível de um pai que ouve pela primeira vez da boca do seu filhinho a palavra ‘p-a-i’! E sente que naquelas inéditas letrinhas balbuciadas com dificuldade estão contidos sonhos, projetos de vida, relações afetivas, emoções, proteções, e redes de solidariedade inimagináveis...

Hoje, temos a sensação de viver numa sociedade órfã de pai. Há muitos exímios reprodutores, e também padrastos nas fluídas relações conjugais. Temos até supostos ‘pais’ da Pátria amada’! Carecemos, contudo, de pais afetivos, provedores de compaixão e de ternura. Por longos e seguidos séculos deformamos gerações inteiras ao catequizá-las apresentando como modelo não um Deus-Pai, mas um sisudo ‘deus-patrão e fiscal’’. Um Deus entendido como Pai amoroso parecia demasiado perigoso para uma sociedade que era obrigada a viver submissa a reis e rainhas. E a cultivar o temor e o ‘respeito’ ao ditador de turno disfarçado de ‘paizão protetor’. O mais ameaçador parecia ser a ideia de que se Deus era Pai, ‘todos nós’ somos família, com obrigações éticas de nos respeitar, acolher, e proteger reciprocamente. Isto tem sido profundamente alarmante para sociedades alicerçadas em relações sociais em que as prevaricações e os privilégios de uma minoria autoritária deviam ser preservados. Num momento histórico em que muitos defendem a ideia de um pai autoritário, torna-se urgente resgatar o sentido profundo e inovador de Deus como ‘Pai’ tal como Jesus O apresenta nas versões de Mateus e de Lucas. 

Parece paradoxal, mas a mais conhecida ‘Oração do Pai Nosso’, não é uma oração. Nem uma reza a ser repetida mecanicamente. Jesus resistiu à ideia de oferecer aos seus seguidores uma oração específica, pelo simples motivo que o ‘Pai já conhece as nossas necessidades antes mesmo de pedir’ (Mt. 6,7-8). O ‘Pai Nosso’ é uma declaração de intenções e compromisso dos seguidores de Jesus com Deus-Pai para transformar uma ‘nação’ numa ‘família planetária solidária’. Com isso, os discípulos-filhos passam a atuar como verdadeiros construtores de um ‘Reinado/Família’ onde quem governa é um pai, e não um déspota! Só um Pai para compreender a depressão de uma filha. Ou para aliviar o sentimento de culpa e de fracasso de um filho. Só um pai para ir à praça pública e gritar contra quem detona os direitos de seus filhos! E que se organiza em redes de famílias para propor ‘políticas públicas’ em favor daqueles filhos que estão sendo dominados e eliminados por outros filhos que não têm consciência de sua pertença à mesma família. Por isso que o contexto do surgimento do ‘Pai Nosso’ não é o Palácio do governador, e nem o templo de Jerusalém, - sinônimos de corrupção e de traição ao plano de Deus, - mas a realidade conflituosa da ação missionária onde as famílias se ajudam e lutam. É nesse cotidiano que construímos relações de afeto e de colaboração. Que podemos ser ‘pais afetivos ’ anunciadores da Boa Nova para aqueles filhinhos órfãos de afeto, de direito, e de esperança.  

João no prólogo do seu evangelho nos diz que todos aqueles que acreditam e agem como Jesus lhes foi dado ‘o poder de se tornarem filhos de Deus’. Filiação não é um dado biológico adquirido. É opção consciente. É aderir a uma relação de confiança e de colaboração com um pai que quer o nosso bem. Jesus, também, foi educado a sentir que Deus era Pai absorvendo cotidianamente o jeito amoroso de pessoas próximas que agiam como verdadeiros pais. Aprendeu, progressivamente, no carinho e na compreensão que Deus não podia ser aquele ‘deus vingativo e terrível’ que lhe era apresentado pela religião oficial. Já adulto, Jesus condenou as manipulações dos influentes sacerdotes sobre Deus, e com uma desenvoltura desconcertante ousou chamá-Lo de ‘papai’, tal como faz uma criancinha. Sentiu-se tão profundamente unido a Ele que não teve receio em dizer a Filipe ‘Quem me viu, viu o Pai’ (Jo.14,9). Por isso que podemos dizer que não é Jesus que é igual a Deus, e sim, Deus é como Jesus! Se o Deus invisível pudesse ser visto Ele agiria como Jesus: um pai-pastor compassivo e misericordioso, principalmente com os pequeninos feridos e desgarrados. Mais que isso: para escândalo dos nacionalistas de Israel que tratavam Deus como uma sua ‘propriedade privada’ manipulável, afirmou que Ele é ‘Nosso’! Não de uma elite, nem de uma igreja, e nem de uma nação, mas de todos os seus ‘filhinhos pequeninos’ que O adoram em ‘espírito e verdade’. Que não querem enjaulá-Lo em templos esplendorosos, e que não colocam o seu santo nome em lemas de campanha política para ocultar racismos e intolerâncias. Hoje, queremos deixar ecoar dentro de nós ‘o Espírito do seu Filho que clama ‘Aba’, ó Papai! (Gl. 4,6-7), e viver não mais como escravos, e sim, como ‘filhos livres’. Livres para amar e proteger, como somente um ‘Pai Materno’ sabe fazer.

 (Este blogueiro escreve mensalmente no O Jornal do Maranhão, da Arquidiocese de São Luís)

17 canetadas do 'mito', em menos 24 horas, falam tudo sobre de que lado ele está!


Menos de 24 horas depois de assumir o comando do país, Jair Bolsonaro já colocou em prática seu projeto de país que coloca em risco o povo brasileiro, a liberdade da população e a soberania nacional. Da posse até aqui, são ao menos 17 medidas podem agravar ainda mais a crise iniciada após o golpe de 2016 e aumentar a violência contra pobres, negros e das minorias que tanto atacou durante sua vida parlamentar.

As decisões vão desde a redução do salário mínimo previsto para 2019 até a disposição imediata para curvar-se aos interesses do governo dos EUA.

Confira as 17 medidas de Bolsonaro contra o Brasil:

1) Garfou 8 Reais do salário mínimo aprovado pelo Congresso;

2) Extinguiu Secretaria da Diversidade, Alfabetização e Inclusão do MEC, para reimplantar o preconceito e impedir o ensino crítico;

3) Proibiu a Funai de demarcar áreas indígenas, que agora será feita pelo Ministério do Agronegócio;

4) Anunciou liberação a posse de armas e disse que vai tornar esse “direito” vitalício;

5) Anunciou que vai impor a prisão de condenados em segunda instância, atropelando o STF;

6) Extinguiu os ministérios do Trabalho, da Cultura, das Cidades, Esportes e Integração Racial;

7) Esvaziou a Comissão da Anistia, remetendo-a para o patético Ministério da Damares;

8) Liberou as chefias do Itamaraty para nomeações políticas, quebrando uma tradição secular da diplomacia profissional brasileira;

9) Anunciou que vai privatizar Eletrobras, apesar do veto do Congresso ao processo de capitalização da estatal;

10) Comprometeu-se com os EUA para atacar Venezuela, Cuba e Nicarágua;

11) Colocou a reforma contra os aposentados no topo da agenda de governo;

12) Confirmou a transferência da embaixada brasileira para Jerusalém, mostrando que é submisso a Trump e ofendendo a comunidade árabe;

13) Reprimiu seus próprios apoiadores na posse e censurou violentamente a cobertura da imprensa;

14) Anunciou demissão sumária de servidores que criticaram suas políticas em redes sociais privadas;

15) Extinguiu o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), que orienta o combate à fome e o Bolsa Família;

16) Acabou com o Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transportes e tirou do Senado a aprovação dos diretores do DNIT;

17) Fez um acordão com os partidos políticos que ele tanto criticou, para que o PSL apoie a reeleição de Maia e ganhe cargos na Câmara.

(GGN)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Bozo mal assume e já decreta que será o Ministério da Agricultura a demarcar as Terras indígenas. Ruralistas riem à toa!

Acredite se quiser. Mal assumiu e já estava pronta a Medida Provisória em que o Bozo transfere para o Ministério da Agricultura as funções que eram próprias da FUNAI até ontem: identificar, delimitar e demarcar terras indígenas. Agora serão os ruralistas a dizer o que e qual o tamanho de futuras terras indígenas, se é que para eles ainda há terras indígenas a ser legalizadas. O mesmo ocorre com os territórios quilombolas. Fora o INCRA e caminho aberto para o Ministério da Agricultura para dispor e indispor de terras tradicionais ocupadas por ex-escravos. Há vários processos em curso, inclusive aqui no Maranhão...A Terra dos Krenyê, no município de Tuntum pronta para ser legalizada, com dinheiro já empenhado poderá ser revista e sofrer fortes alterações, inclusive a sua total anulação processual. O mesmo ocorre com os Gamelas. O desmanche já estava no ar e agora se confirmou. Volta-se atrás de 60 anos, mas essa é a nova realidade a ser encarada e enfrentada. 

terça-feira, 1 de janeiro de 2019