Poucos acreditavam que a polêmica ‘padre-governador’ fosse render o tanto que tem rendido. Não há, ou não deveria haver, tampouco, a essa altura, um mórbido desejo para encontrar vencedor ou perdedor. Talvez seja o provincianismo da nossa imprensa local com carência de assuntos conspícuos que esteja dando asas a algo que, francamente, não merecia tamanha cobertura, pelo menos em alguns detalhes. Foram oferecidas munições de ambas as partes e os soldados (muitos) as usaram. Alguns atirando a esmo! Outros para ferir, mas sem ter o propósito de matar. Outros, enfim, alvejando para aniquilar um suposto inimigo. Cabe, agora, fazer apelo à sensatez, o que não significa renunciar às próprias convicções, mas colocar alguns os pinguinhos nos ‘i’!
Não ache a atual oposição ao governo Flávio Dino que esse senhor que escreve, bem como a Pastoral Carcerária, acredito eu, esteja na sua mesma vala, ou no mesmo barco ou, para utilizar uma expressão mais poética, na sua mesma margem. Claro que não! Não queiram nos transformar, agora, em ‘idiotas úteis’ utilizando ou manipulando notas públicas, postagens ou críticas específicas tendo como alvo circunstancial uma determinada postura do governador para ela crescer politicamente, e desgastar quem quer que seja. A oposição politico-parlamentar, principalmente, em geral, adota a arcaica e imatura postura de sempre bater no reinante de turno, mesmo quando este apresenta projetos de grande interesse público e administra com competência. Não é do meu feitio agir de tal maneira. O fato de criticar e de ‘bater’ em determinadas posturas, modos de ser, escolhas e decisões de uma pessoa não significa a-priori que se quer aniquilar aquela pessoa. Ou torcer para que fracasse. Quem iria se dar mal, no final das contas, são sempre os setores mais fragilizados da sociedade. Tampouco sou partidário do princípio ‘quanto pior, melhor’, algo muito caro a muitas correntes de direita e de esquerda. Tudo em nome da possibilidade de governar, futuramente, melhor do que o seu antecessor.
Dito isso queria sussurrar, com humildade, duas palavrinhas ao nosso governador e aos seus assessores. Prezado, o senhor foi escolhido por uma sensível maioria para ‘servir’ os sonhos do Maranhão, pelo menos pelos próximos quatro anos. São sonhos e aspirações de grande magnitude. Legítimos e acalentados desde há muitas décadas. Diante desse enorme horizonte, desafiador, por certo, gostaria que o senhor não se expusesse em primeira pessoa para bater nesta ou naquela pessoa que o possa ter criticado explícita ou implicitamente. Trabalhe também com a hipótese que talvez o tenha criticado por estar querendo que o senhor dê o máximo de si, e não para detoná-lo. Nem para macular a sua imagem e nem o seu governo. Não se rebaixe em primeira pessoa para insinuar isto ou aquilo de quem quer que seja, principalmente se não for verdade. O senhor tem que se preservar, mesmo sem renunciar a colocar objetivamente o que se faz e o que se pretende fazer nas diferentes áreas. Mas com elegância e seriedade. Os seus eleitores e o Maranhão o exigem! Ou, se o senhor encarregou alguém para ‘tuitar’ em seu nome, e adotar a prática do ‘bateu, levou’, que ele se contenha, ou que seja trocado. ‘Blogueiros de corte’ não faltarão para fazer esse papel, inclusive manipulando a bíblia! Já o meu patrício Maquiavel dizia isso muitos séculos atrás ao falar do impetuoso Cesare Borgia.