Acredite se quiser, mas a Secretaria Estadual de Educação do Maranhão não fornece e nem autoriza a entrega de certificado de conclusão dos estudos para estudantes indígenas que frequentaram as escolas indígenas reconhecidas por ela mesma sem a realização de uma prova única a ser realizada numa escola estadual indicada pelo órgão estadual. Aconteceu a três estudantes indígenas da aldeia Arymy, em Grajaú. Eles estão estudando em centro de ensino superior, mas ainda não conseguem exibir o seu histórico escolar e provar a conclusão do ensino médio, pois a secretaria o condiciona à realização de uma prova que consta de 110 perguntas objetivas sobre 10 disciplinas e num prazo de uma hora e trinta! O paradoxal disso tudo é que os três estudaram numa escola indígena bilíngue autorizada a funcionar por decreto emitido pelo executivo estadual, mas que não lhe foi dado o poder para entregar o histórico. Mais paradoxal foi quando no dia da prova no CAIC de Grajaú os três estudantes deram fé que eram os únicos a realizar tal prova. Colocados em três salas diferentes e monitorados por três professores se debruçaram sobre as 110 perguntas que pouco tinham a ver com a grade curricular prevista pela Escola Indígena onde haviam estudado anos a fio. Um total desrespeito com o que a própria Secretaria vem pregando e em pleno desacordo com os princípios previstos pelas Diretrizes e Leis Básicas da educação escolar indígena que preveem o bilinguismo, a interculturalidade, a especificidade da educação escolar indígena. A associação Carlo Ubbiali, de acordo com os estudantes indígenas e professores da aldeia Arymy, já encaminhou ofício ao Procurador da República, ao Promotor de Justiça de Grajaú, ao Secretário Estadual de Educação e à secretária da SECADI (MEC) n sentido de exigir o fim dessas provas adicionais totalmente descabidas e preconceituosas e a obrigação de fornecer a todo estudante indígena que o solicitar, o seu histórico escolar, pois é direito sagrado possuí-lo. Isto não tem nada a ver com eventuais provas de admissão ou seleção para centros de ensino, faculdades, e outros. O que parece óbvio, nem sempre o é para aqueles que continuam alimentando desconfiança e preconceito.
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Índios Guarani são envenenados e sede da FunaI invadida
A sede da Coordenação Técnica Local (CTL) da Fundação Nacional do Índio (Funai), responsável pelo atendimento à terra indígena Guarani Ñandeva de Yvy Katu, foi invadida na madrugada de domingo para segunda, 24, em Iguatemi (MS), fronteira com o Paraguai. "Arrombaram a porta, levaram dois computadores. Tentaram levar uma L200, mas não conseguiram tirar, só levaram a chave”, relata um servidor da Funai que prefere não ser identificado.“É muito estranha a situação”, conta. "Levaram os computadores que tinham todos os documentos da Funai. Todos os registros de projetos das aldeias, de atendimentos, todos os dados dos indígenas, agendamentos de INSS, todos os dados sobre as famílias, maternidades. Todos os dados sistematizados pela Funai estão lá dentro”. No último dia 17, três Guarani da terra indígena Yvy Katu, foco do maior conflito na região do último período, foram hospitalizados com diarreia aguda, após terem ingerido aguardente de carotes dados a indígenas por uma pessoa não identificada pelos membros da comunidade. A suspeita dos Guarani é de que a bebida contida dos frascos estaria envenenada.Para o servidor da Funai, não há dúvidas de que a intoxicação teria sido proposital. “O envenenamento foi um ataque contra a comunidadade Yvy Katu”, explica. “Aproveitaram a situação [de vulnerabilidade ao uso de álcool] pra largar vários corotes de pinga envenenados, a gente acha que com chumbinho dentro. Três beberam só um pouco e passaram mal quase na hora”, diz. “Foram direto pro hospital, ficaram dois dias internados com dor de barriga aguda e vômito”.Há cinco meses, mais de cinco mil Guarani Ñandeva estão acampados nos 7,5 mil hectares da Terra Indígena Yvy Katu que estavam na posse de fazendeiros criadores de gado. A terra estava com processo de demarcação paralizado desde 2005. (Fonte: IHU)
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
Consistório - Entrevista ao cardeal e teólogo Walter Kasper
Síntese da entrevista ao cardeal teólogo Walter Kasper por ocasião do consistório em Roma sobre a família.
Decidiu-se algo em relação à possibilidade de dar a comunhão aos divorciados recasados?
Eu falei da necessidade de discernir; há situações muito diferentes, há regras gerais, mas também há situações concretas. O Papa falou de uma pastoral inteligente, corajosa e cheia de amor; inteligência pastoral; eu falei sobre o discernimento das situações concretas: cada pessoa não é apenas um caso, mas também tem sua dignidade e deve ser reconhecida.
Qual é sua opinião pessoal sobre este problema?
Não se pode falar em geral. Dou um exemplo: fui bispo durante 10 anos e, quando era bispo, veio conversar comigo um pároco que me falou de uma mãe (que havia se divorciado e casado novamente) que estava preparando o seu filho para a Primeira Comunhão. O filho comungaria e ela não. Então, me perguntou: ‘Isto é possível? Existem o arrependimento, a misericórdia e o perdão de Deus. Podemos negar a remissão dos pecados?’
Falou com o Papa antes do Consistório extraordinário?
Sim, o Papa me disse: exponha perguntas, não soluções. E é correto colocar perguntas sobre a fé. A situação familiar mudou muito na sociedade ocidental. Fiz perguntas, mas não insisto nas minhas posturas. Eu não tenho uma solução, é preciso discernir, depois o Sínodo discutirá sobre estas questões. O Papa abriu uma discussão na qual não há decisões a priori; primeiro, temos que discernir.
Existe a possibilidade de uma divisão dentro do Colégio Cardinalício provocada por posturas sobre a família?
Não, este é um contexto sinodal, é preciso chegar a um consenso; e para isso necessitamos de intercâmbio, argumentos e também orações.
A Igreja é uma democracia?
Não, não é uma democracia; a Igreja toma decisões que são o fruto de um processo sinodal; a democracia é outra coisa. (Fonte: IHU)
MPF do Maranhão pede que governo do Estado cumpra com suas obrigações com a educação escolar do povo Canela
O Ministério Público Federal recomendou ao Estado do Maranhão, por meio da Secretaria Estadual de Educação, que sejam adotadas medidas necessárias para a oferta regular de ensino aos indígenas da Escola Indígena Moisés Canela (aldeia Porquinhos) e da Escola Indígena da Aldeia Escalvado, no município de Fernando Falcão (MA). Essa recomendação é um desdobramento do termo de compromisso de ajustamento de conduta firmado com o Estado para regularizar o funcionamento das escolas indígenas no Maranhão. Tanto a população da Aldeia Porquinhos quanto a o povo da aldeia Escalvado, em representação enviada a esta PR/MA, solicitaram a contratação de novos professores, bem como de profissionais essenciais ao funcionamento da escola, tais como diretor, vigia, secretário e zelador. Segundo a representação indígena, embora muitos alunos já tenham cursado o ensino fundamental, ainda não puderam concluir sua formação, uma vez que não há ensino médio nas escolas. Na recomendação, o MPF/MA propõe que o Estado adote as providências necessárias à disponibilidade e frequência de professores, bem como a viabilização da reforma das escolas para garantir condições mínimas de funcionamento com observância às características culturais dos povos indígenas. E, também, verifique a possibilidade de aumento de vagas e a oferta de materiais indispensáveis ao ensino. E mais, esclareça sobre o início efetivo do ano letivo e sobre medidas de controle quanto à aplicação do programa Dinheiro Direto na Escola. O MPF quer que, em 30 dias, o Estado encaminhe as informações sobre a situação encontrada e eventuais providências para a solução dos problemas.(Fonte: MPF/MA)
Comentário do blogueiro - Este blogueiro vem acompanhando e assessorando a escola indígena da aldeia Escalvado desde o início de 2013 e constata a situação de abandono e descaso com os quase 900 alunos que acolá existem. Sem carteiras, sem bebedouro, sem secretária, sem arquivo, sem lâmpadas...O público, os alunos, entre os mais atentos e dedicados que jamais vi, apesar desse descaso. Inacreditável!
Brasil - Aprendam da Bolívia do índio Evo Morales!
Uma vasta onda de conservadorismo econômico varre o Brasil. Neste exato instante, por exemplo, o ministro da Fazenda Guido Mantega batalha por um amplo corte no Orçamento da União para 2014. Reduzir investimentos públicos é, pensa ele, indispensável para “tranquilizar os mercados”, sinalizando que o governo Dilma não adotará políticas que os afetem e recuperando sua “confiança“. Entre os adversários mais fortes da presidente, o cenário é ainda mais devastador. Aécio Neves prega o retorno puro e simples às políticas neoliberais. Uma reportagem na edição de hoje do New York Times sugere desconfiar deste consenso. Trata de um país cuja força para resistir às pressões dos mercados financeiros é, em teoria, incomparavelmente mais reduzida que a do Brasil: a frágil Bolívia, com PIB (US$ 50 bilhões) cerca de 46 vezes inferior ao nosso. Traz revelações surpreendentes. A economia boliviana cresceu 6,5% no ano passado — uma das taxas mais altas do mundo. As reservas internacionais em moedas fortes são, proporcionalmente, quase duas vezes superiores às brasileiras. A dívida pública cai a cada ano. Tudo isso foi alcançado com medidas opostas às esboçadas pelos candidatos brasileiros.
O New York Times não nutre simpatias por Evo Morales, mas o texto reconhece, com honestidade: tais êxitos foram alcançados porque seu governo “abandonou as recomendações do FMI e de outras grandes fontes de financiamento”. Primeiro, inverteu-se a submissão automática aos mercados. Iniciado em 2006, Evo Morales lançou políticas ousadas de redistribuição de renda — em especial, aumento das aposentadorias e uma versão local do Bolsa Família. O percentual da população vivendo em extrema pobreza caiu de 38% para 24%, em seis anos. El Alto, subúrbio proletário e rebelde de La Paz, é marcado hoje, continua a reportagem, pela reforma febril das casas populares e pela multiplicação de padarias mais ou menos refinadas. No campo, as comunidades camponesas começam a substituir o arado puxado por animais por tratores. A exploração do gás — principal produto de exportação — foi renacionalizada em 2006. A alta das cotações internacionais do produto não encheu os bolsos de poucos proprietários privados (como ocorre com o agronegócio e as mineradoras, no Brasil). Ajudou, ao contrário a ampliar os programas sociais, os investimentos de infra-estrutura, a geração de ocupações. Em novembro do ano passado, Evo apoiou-se nesta alta para instituir um 14º salário para os servidores públicos e parte dos trabalhadores privados. Por fim, não houve (ao contrário do Brasil) concessões fiscais a grandes grupos econômicos. Ao contrário. As tentativas de desinvestimento, por parte do empresariado, foram enfrentadas com a nacionalização de pelo menos vinte companhias, numa série de setores econômicos.(Fonte: Carta Capital )
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Sociedade - População classe C do Brasil consome como um país do G20!
Se fosse um país, a classe média brasileira, com seus 108 milhões de pessoas, seria a 12ª nação do mundo em população, algo como a Alemanha inteira ou duas vezes a Austrália. Em matéria de consumo, a classe social que mais cresce no Brasil estaria em 18º lugar, ou seja, no G20 do consumo mundial, com um gasto calculado em 1,17 trilhão de reais em 2013. Os dados são da pesquisa realizada pelo instituto Data Popular em parceria com a Serasa Experian. De acordo com o levantamento, sozinha, a classe C, que compreende os brasileiros que ganham entre 320 reais e 1.120 reais por mês, consome mais que a Holanda ou a Suíça inteiras.Embora o montante seja alto, a comparação precisa levar em conta que a população da Holanda é de pouco mais que 16 milhões de habitantes, que produziram uma renda per capita de pouco mais de 42.000 dólares, ou 101.000 reais. Valor distante dos 22.400 reais gerado por cada brasileiro no mesmo ano, 2012. Já a Suíça, com seus oito milhões de habitantes, registra um PIB per capita de mais de 50.000 dólares.Além do que já foi consumido, o levantamento também traçou o que essa classe social pretende comprar neste ano de 2014. Em primeiro lugar, estão as viagens nacionais, seguida de aparelhos de TV, geladeiras e tablets. "Percebemos um crescimento grande do consumo de eletrônicos, basicamente porque esse bem é visto como uma ferramenta para a qualidade de vida", explica Meirelles. "Outro grande responsável pelo consumo são os serviços de beleza, impulsionados pela ingresso das mulheres mulheres no mercado de trabalho, já que, a cada cinco mulheres da classe média brasileira que estão trabalhando, quatro têm alguma função relacionada com o atendimento ao publico", diz. "E depois, vem a educação, que é vista como um investimento no futuro".
Os Promissores, ou 19% da classe média, são jovens com idade média de 22 anos, solteiros, com ensino médio completo e trabalham com carteira assinada. Eles consomem 230 bilhões de reais em sua maioria com beleza, automóveis, educação, entretenimento e tecnologia. 42% deles estão na região sudeste do Brasil. Os Batalhadores representam 39% da classe média, com 30 milhões de pessoas de idade média de 40 anos e 48% têm ensino fundamental completo. A maioria é solteira e 41% têm acesso à internet. Para esse grupo, o estudo é visto como uma oportunidade para ascensão social. Por ser a maior parcela, os Batalhadores são responsáveis pela maior parte do consumo: 389 bilhões de reais, gastos em viagens pelo Brasil, automóveis, imóveis, móveis, eletrodomésticos e seguros.Os Experientes são compostos por 20 milhões de pessoas ou 26% da classe média. Têm idade média de 65 anos e apenas 7% têm acesso à internet e continua trabalhando mesmo depois de se aposentar, em busca de uma atividade para preservar o padrão de consumo, que é de 274 milhões de reais ao ano. Esse dinheiro é gasto em viagens nacionais, eletrônicos, saúde, móveis e eletrodomésticos.O último grupo, os Empreendedores, abrangem 16% da classe média, com 11 milhões de pessoas, formando o grupo mais escolarizado: 42% deles estão cursando ou já concluíram o ensino médio e 19%, o ensino superior. Com idade média de 43 anos, 60% têm acesso à internet e 43% trabalham com carteira assinada. Consomem anualmente 276 bilhões de reais em educação, eletrônicos, turismo internacional, tecnologia, automóveis e entretenimento. (Fonte: El País)
Francesco - A guerra contra os mandarins da 'instituição'!
Passou quase um ano desde a eleição de Jorge Bergoglio ao sólio de Pedro, e agora toda a Igreja tem confiança nele, os fiéis, sobretudo. Também as estruturas institucionais, na Itália e em todo o mundo, o apoiam sem mais as reservas iniciais que não eram nem poucas nem marginais. Estimam-no e querem dialogar com ele os rabinos e as comunidades judaicas, os imãs que pregam o Alcorão e até – até – os não crentes. Roma tornou-se novamente a capital do mundo. Não a Itália, mas Roma, a cidade do Papa Francisco, é o centro do mundo. Mas Francisco vem desagradando a Igreja que tem como principal objetivo a sua conservação e o poder, o temporalismo que deles derivam. A que Francisco degradou em notável medida à categoria de "intendência", a que deve fornecer os serviços necessários para a Igreja combatente e missionária. Em suma, os mandarins, como os chamariam na China. Sempre houve os mandarins da Igreja Católica depois dos três primeiros séculos da Igreja patrística. Eles combateram guerras não só teológicas, mas também com lanças e espadas e espingardas e canhões e navios e cavaleiros e inquisições e perseguições. Derrotas e vitórias e cismas, heresias e vinganças e intrigas e diplomacias e dogmas e excomunhões. Essa foi a história do Papado e da Igreja; não em intervalos, mas continuamente. Uma Igreja vertical muito pouco apostólica. Vinte e um Concílios em 2.000 anos; muitos sínodos, mas com poucos poderes. Agora – e pela primeira vez – a Instituição está sob o risco de perder o seu status de guia. Em parte, já o perdeu, mas não totalmente. Os mandarins ainda existem. Fizeram ato de submissão, se alinharam, mas ainda combatem. Como? Eles acreditam que podem convencer Francisco a implementar boas reformas, mas não uma revolução. A Igreja-instituição não foi a pregada por Jesus, senão em parte. Por séculos e até por milênios, a prioridade de papel foi da Instituição consciente do valor da Igreja pobre, mas dedicada principalmente ao exercício do poder e, portanto, da temporalidade, embora atualizada aos tempos, mas dedicada ao fortalecimento e à ampliação da temporalidade.
O Papa Francisco sempre esteve em guerra contra a primazia da temporalidade. Ele é flexível e consciente e conhecedor da força dos seus adversários, é astuto na gradualidade e na necessidade de compromissos, mas também é sagaz para captar o momento do ataque radical dos obstáculos que os mandarins lhe opõem. Em suma, é uma guerra e vai durar por um longo tempo. O papa, que hoje conduz a obra de purificação e de transformação que Ratzinger não pôde fazer, tem dentro de si o objetivo do santo de Assis e a metódica de Inácio. A contradição é esta: a purificação do pântano é um propósito que Inácio também tinha bem presente no seu tempo, mas a sua metódica se desenvolvia no pântano, utilizava o pântano para tornar ainda mais necessária a presença da Companhia. Agora, ocorre que o jesuíta Bergoglio fez com que a metódica jesuíta passasse novamente de metódica a instrumento. Por isso, ele assumiu o nome de Francisco. Mas essa não é uma posição reformista que os mandarins tolerariam e até mesmo apoiariam. Essa é uma revolução. Um jesuíta que escolhe esse nome é, talvez contra as suas intenções, talvez mesmo sem que esteja plenamente consciente, uma bomba. Isso nunca tinha acontecido na história da Igreja. É a pessoa adequada para o escopo que se propôs. Mais de 90% dos fiéis estão com ele, mas os obstáculos são inúmeros, e o Espírito da terra, como se queira identificá-lo, é uma muralha de borracha dificilíssima de erradicar. (Fonte: síntese de um artigo de Eugenio Scalfari)
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
VALE - ONGs cobram investigações sobre espionagem da VALE. Quem tem medo dela?
Organizações de direitos humanos voltaram a cobrar nesta semana investigações sobre as denúncias de espionagem de ativistas e de movimentos sociais pela mineradora Vale e pelo consórcio Norte Energia, responsável pela obras da usina hidrelétrica de Belo Monte (PA). As entidades consideram insatisfatórias as investigações sobre as denúncias apresentadas em 2013 para autoridades no Congresso Nacional e para o Ministério Público Federal. “Há um esquema privado que acessa banco de dados do governo federal e que vende [as informações] para outras empresas. Esses dados se referem a informações biográficas, de pessoas e de organizações”, disse a advogada Alexandra Montgomery, da ONG Justiça Global. Alexandra integra o grupo que elabora relatório sobre o andamento das denúncias e que trará recomendações ao governo brasileiro. O documento fica pronto em abril.A Vale é acusada por espionar ativistas de uma lista de organizações, como o Movimento de Atingidos pela Vale, o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e a ONG Justiça dos Trilhos, que atua no Maranhão. Esta última é responsável por denunciar a mineradora à Justiça por acidentes na Ferrovia Ferro Carajás, que leva minério do interior para a capital do Estado, e por cobrar reparação a comunidades locais, por danos socioambientais.
O advogado da Justiça dos Trilhos, Danilo Chammas, um dos espionados, denuncia escutas telefônicas, interceptação de e-mails e acesso ilegal a informações confidenciais. Segundo ele, o site da organização foi invadido várias vezes e a sede da instituição arrombada em circunstâncias suspeitas. Nada foi roubado. Vivi parte de minha infância sob a agonia da ditadura militar, que agora completa 50 anos. Estou passando agora o mesmo processo angustiante, quero viver em paz e fazer o meu trabalho”, declarou Chammas.Denúncias feitas por um ex-empregado da Vale, tornadas pública no fim de 2013, em audiência no Senado Federal, indicam que a mineradora teria pago até R$ 500 mil a agentes privados e a servidores públicos para monitorar pessoas e obter dados do sistema integrado do governo. O esquema teria obtido também a colaboração de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), vinculados às Forças Armadas, segundo o dossiê. “Esses documentos, do ex-empregado, orientam a Vale a classificar os acidentes ferroviários e os atropelamentos por trem, como suicídio ou desova de cadáveres, com a cumplicidade da força policial”, disse a advogada da Justiça Global. “Isso dá uma dimensão do que um setor de inteligência dentro de uma empresa privada é capaz”, afirmou Alexandra. A ONG Justiça dos Trilhos cobra da Vale segurança na ferrovia.
(Agência Brasil)
sábado, 15 de fevereiro de 2014
VI Domingo Comum - Não o legalismo hipócrita, mas a 'justiça do Reino'! (Mt. 5,17-37)
Vivemos numa realidade em que tudo parece estar regulamentado por normas, leis, prescrições. Mesmo sem conhecê-las plenamente nos sentimos obrigados a obedecê-las. Outras vezes, mesmo conhecendo algumas normas as desrespeitamos porque achamos que elas nos prejudicam. Achamos que limitam a nossa liberdade sagrada. Ou, compreendemos que são normas e leis feitas por um pequeno grupo de iluminados que têm poder para tirar proveito da grande maioria do povão. Tudo isso faz sentido. O mesmo pode acontecer com ‘as normas éticas’ contidas no evangelho. Para alguns podem parecer algo castrador, e limitadoras de felicidade e liberdade sem fim. Como se fossem exigências para nos purificar, e nos impedir de sermos totalmente autônomos. Jesus, na sua época, agiu de forma tão livre perante a lei que muitos diziam que veio para derrubar tudo o que Israel havia construído ao longo de tantos séculos. Jesus mexeu em pilares sagrados como a observância do repouso no dia de sábado. Muitos diziam que isso era mais que um irreverência, era blasfêmia. E mesmo assim, ele nunca deixou de agir dentro da ‘legalidade do Reino’. Uma legalidade que ia além da lei em si e procurava descobrir o seu sentido mais profundo. Uma necessidade de praticar uma justiça que ia além da justiça dos fariseus hipócritas.
No evangelho de hoje Jesus parece querer acalmar as pessoas que o acusavam de infringir as normas sagradas e coloca os pinguinhos nos ‘is’. Ele veio para dar plenitude à lei que está no antigo testamento e mostrar come age a ‘justiça do Reino’. É preciso ir mais além do simples cumprimento formal da lei. Temos que superar a atitude legalista, da mera obediência, cega e acrítica, e ir mais a fundo. E para isso faz alguns exemplos que são de extrema atualidade. Peguemos somente um mandamento: não matarás – Jesus nos diz que ninguém pode se sentir dono da vida do outro e eliminá-lo quando achar conveniente. Em nenhuma hipótese um humano pode dispor da vida de outro humano, mesmo quando ele é um perigoso criminal. Uma pena que mais de 60% de cristãos do nosso país, hoje, esteja a favor da pena de morte! Mas Jesus sabe também que há pessoas que não o fazem, e poderiam se sentir tranqüilas só por não serem assassinos. Aí ele nos lembra que não é suficiente não matar fisicamente uma pessoa, mas que temos também a obrigação de não ofendê-la em sua dignidade. De fato, a língua afiada e caluniosa mata tanto quanto a faca ou o revólver. A mentira e a ofensa tiram a vida e a paz de tantas pessoas que vivem ao nosso lado e caminham pelas ruas e praças das nossas cidades. A tortura física e psicológica que humilha e deforma corpos e almas tiram o hálito da vontade de viver e crer. Tudo isso torna essas pessoas verdadeiros cadáveres ambulantes porque a sua dignidade foi destruída por algum ‘homicida’ que acha que ‘nunca matou’! Não anestesiemos a nossa consciência. Corramos para junto da pessoa que ofendemos ou ‘matamos’ com os nossos estúpidos sarcasmos, e nos reconciliemos. Em nada servem dízimo, missa, promessas, confissões e oferendas litúrgicas se não tivermos a humildade e honradez de restabelecermos os vínculos de irmandade que deveriam unir os humanos. O Reino começa lá onde termina a obediência hipócrita a normas que, frequentemente, são utilizadas para justificar nossos interesses e omissões!
Breves e dramáticas do mundo!
Nigéria: a violência de cada dia.
Um grupo de milicianos fundamentalistas do Boko Haram atacou cidade de Konduga, no Estado norte-oriental de Borno, na terça-feira, 11 de Fevereiro, deixando mais de 50 mortos e centenas de habitações incendiadas.Os extremistas incendiaram casas e lojas, a atirar contra os habitantes que procuravam fugir em direcção ao mato. As vítimas identificadas são cinquenta e uma, mas o número pode ser muito maior. Antes de se afastar imperturbável da localidade do assalto, o grupo terrorista Boko Haram raptou cerca de vinte meninas de uma escola.
Ameaças à liberdade religiosa.
O observador permanente da Santa Sé na ONU denunciou o aumento das ameaças à liberdade religiosa em todo o mundo, durante um debate dedicado ao tema que decorreu no Capitólio, Washington (Estados Unidos da América). D. Francis Chullikatt, citado pelo portal de notícias do Vaticano, disse que as perseguições aos crentes estão a emergir “com uma frequência cada vez maior”, mesmo nas democracias ocidentais, como no caso das proibições legais de apresentar publicamente símbolos e imagens cristãs.O responsável alertou, em particular, para a situação no Médio Oriente, cujas comunidades cristãs enfrentam situações de violência e de exclusão social.
Risco de genocídio na República Centro-Africana -
Para o Arcebispo de Bangui, capital da República Centro-Africana, “aqueles que se dizem cristãos e pertencem aos ‘anti-balaka’ não devem acreditar ser coerentes com sua fé. Não se pode dizer ser cristão e depois matar seu irmão, queimá-lo, aniquilá-lo. Não se pode dizer que é cristão e expulsar o próprio irmão”.Dom Dieudonné Nzapalainga ainda condenou as ações das milícias anti-balaka, com frequência descritas como “cristãs”, responsáveis por violências contra os muçulmanos, que obrigaram milhares de pessoas a fugir. O arcebispo de Bangui manifestou também a sua preocupação pela onda de violência que se vive na República Centro-Africana, temendo que possa vir a ocorrer “um verdadeiro genocídio”. Amnesty International denunciou a “limpeza étnica” em andamento em especial no oeste do país contra as comunidades muçulmanas, compostas por centro-africanos e por imigrantes provenientes de outros países africanos (Chade, em especial, mas também por estados mais distantes, como a Mauritânia). (Fonte: Além-Mar)
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
Francesco - Cristão: cordeiros, não lobos!
Não se pode pensar num cristão parado: um cristão assim está doente na sua identidade cristã. O cristão é discípulo para caminhar, para ir. É aquilo que o Senhor nos pede: Ide e proclamai o Evangelho. Ir. Caminhar. Eis que a primeira atitude da identidade cristã é caminhar, e caminhar mesmo em meios às dificuldades, ir além das dificuldades. Um segundo aspecto da identidade do cristão é permanecer sempre “cordeiro”. “O Senhor nos manda como cordeiros em meio aos lobos”, disse o Papa, advertindo que contra eles não se deve usar a força. Porque, às vezes, a tentação nos faz pensar: ‘Mas isso é difícil, esses lobos são astutos e eu serei mais astuto do que eles. Cordeiro. Não tolo, mas cordeiro. Com a astúcia cristã, mas sempre cordeiro. Porque se você é cordeiro, Ele o defende. Mas se você se sente forte como um lobo, Ele não o defende, o deixa só, e os lobos o devorarão. Como cordeiro. O terceiro aspecto desta identidade, disse, é o “estilo do cristão”, que é a “alegria”. Os cristãos são pessoas que exultam porque conhecem e carregam o Senhor. Mesmo “nos problemas, inclusive nas dificuldades, mesmo nos próprios erros e pecados – reiterou o Papa – há a alegria de Jesus, que sempre perdoa e ajuda”.
Awá-Guajá - O deputado ruralista do PDT Weverton Rocha defende grileiros e invasores de terras indígena e envergonha a trajetória do partido no Maranhão!
Não causou qualquer surpresa a iniciativa do deputado Weverton Rocha (PDT), ocupar a tribuna da Câmara federal para defender interesses de grileiros ligados a Federação da Agricultura do Maranhão e Confederação dos Trabalhadores na Agricultura, que ocupam áreas dos povos indígenas awá-guajá. Dissimulado, o parlamentar pedetista na realidade não está tratando de interesses de trabalhadores e trabalhadoras rurais, mas de empresários rurais que ocupam milhares de hectares para a criação de bovinos e exploração de madeira, os quais tentam se insurgir contra decisão da Justiça Federal para a desocupação da área dentro dos próximos 30 dias. Um dos problemas sérios que vêm sendo registrados na área reside em que criadores de gado e madeireiros, que exploram as terras indígenas, estão cooptando pequenos trabalhadores para não se cadastrarem, oferecendo alimentos e pagando pequenas despesas deles para que possam ficar mais tempo no local e naturalmente prontos para enfrentar as autoridades policiais. O deputado Weverton Rocha é integrante da bancada ruralista do Congresso Nacional, que é contra a agricultura familiar, defende a produção de monoculturas extensivas, não oferece emprego e é bem identificada com o trabalho escravo. É aliado da conhecida senadora Kátia Abreu.(Fonte: Blog do Aldir Dantas)
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
Violência policial - Na Vila Embrael policiais abusam de poder, prendem dois inocentes trabalhadores!
Numa das paredes de uma delegacia da Polícia Militar numa das nossas cidades interioranas estava estampada em caracteres gigantes a seguinte frase ‘Quando a polícia está perto sentimos medo, mas quando está longe sentimos saudade’! Nada de mais patético e inverídico. Polícia da medo quando está perto e quando está longe. Uma polícia que está sempre mais longe das pessoas e que quando está perto acaba cometendo barbaridades com inocentes marcando-os de forma indelével para toda a vida. É o caso de dois jovens da Vila Embratel. Os fatos ocorreram algumas semanas atrás. No primeiro caso a polícia chegou de forma agressiva e aborda dois jovens que estavam caminhando um ao lado do outro. Exige que os dois abram as pernas e levantem os braços. Começa a revista. No bolso de um deles os policiais encontram um celular que, posteriormente, foi verificado como tendo sido roubado. No outro jovem não encontram absolutamente nada. Os dois são levados imediatamente para Pedrinhas. Mesmo lotada Pedrinhas está lá para acolher ladrão de...celular e inocentes! Não há o que contestar ou espernear. Em nada adianta o jovem dizer que nem conhecia o outro que estava com um celular roubado. Esse jovem trabalhador passará um mês em Pedrinhas, naquele inferno de terror e medo. Só com a ajuda de um advogado e de familiares se consegue provar que ele nada tinha a ver com o roubo. Graças a Deus ele voltará a trabalhar na empresa onde já trabalhava. Só se encontrava no lugar errado, na hora errada, com policiais....errados!
O outro caso é similar a esse. Um jovem estava sentado em companhia de outro tomando uma cerveja. Chega a polícia e manda todo mundo levantar os braços e abrir as pernas. Encontram uma arma nas calças de um. No outro jovem absolutamente nada, mas a desgraça foi a de estar junto com ele. O jovem reage, e grita que ele não tem nada a ver, que ele não tem arma, que não é justo o que fazem. A polícia começa a bater nele e quebra o braço do jovem. Depois levam os dois para a lotada Pedrinhas. Lá o jovem que nada tinha a ver com a história passa 3 semanas e, enfim, é descarregado para cuidar do seu braço e entregue ao seu destino. O jovem está aguardando uma vaga no hospital e nada de trabalho por enquanto. Nada é feito com esses policiais que continuam agindo impune e irresponsavelmente. Quem é o doído que vai denunciá-los à Corregedoria que é a primeira a entregar o denunciante? Saudade sim, mas do...Paraíso Terrestre, e não desse inferno!
Crime institucional - Deputado 'bandido' sugere ação armada contra índios, camponeses, gay, lésbicas....e quantos não são bandidos como ele!
“Nós, os parlamentares, não vamos incitar a guerra, mas lhes digo: se fartem de guerreiros e não deixem um vigarista desses dar um passo na sua propriedade. Nenhum! Nenhum! Usem todo o tipo de rede. Todo mundo tem telefone. Liguem um para o outro imediatamente. Reúnam verdadeiras multidões e expulsem do jeito que for necessário”, diz o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS). “A própria baderna, a desordem, a guerra é melhor do que a injustiça”, defende. Ele afirma que o movimento pela demarcação de terras indígenas seria uma "vigarice orquestrada” pelo ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Moreira diz também que tal movimento seria patrocinado pelo Ministério Público Federal, o qual, segundo ele, defenderia a “injustiça”. No vídeo, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado federal Luís Carlos Heinze (PP-RS), diz que índios, quilombolas, gays e lésbicas são “tudo que não presta”. “Quando o governo diz: ‘nós queremos crescimento, desenvolvimento. Tem de ter fumo, tem de ter soja, tem de ter boi, tem de ter leite, tem de ter tudo, produção’. Ok! Financiamento. Estão cumprimentando os produtores: R$ 150 bilhões de financiamento. Agora, eu quero dizer para vocês: o mesmo governo, seu Gilberto Carvalho, também é ministro da presidenta Dilma. É ali que estão aninhados quilombolas, índios, gays, lésbicas. Tudo o que não presta ali está aninhado”, discursa Heinze. Ele também sugere a ação armada dos agricultores. “O que estão fazendo os produtores do Pará? No Pará, eles contrataram segurança privada. Ninguém invade no Pará, porque a brigada militar não lhes dá guarida lá e eles têm de fazer a defesa das suas propriedades”, diz o parlamentar. “Por isso, pessoal, só tem um jeito: se defendam. Façam a defesa como o Pará está fazendo. Façam a defesa como o Mato Grosso do Sul está fazendo. Os índios invadiram uma propriedade. Foram corridos da propriedade. Isso aconteceu lá”.(Fonte: IHU)
Exploração - São 215 milhões de crianças no mundo que são obrigadas a trabalhar como escravas
Segundo a Human Rights Watch, a conhecida organização de defesa dos direitos humanos, há no mundo 215 milhões de crianças e adolescentes que vivem em regime de trabalho servil. A maioria delas vive na Ásia. Os apelos à protecção legal destas crianças repetem-se, por parte das organizações e dos governos no continente. Mas a promoção da educação elementar e secundária é a única esperança de uma vida melhor para estas crianças, o caminho para a saída de uma infância e adolescência de escravidão. No Sri Lanka, por exemplo, o trabalho infantil está generalizado nas actividades das minas de gemas e pedras preciosas. Crianças, com idades que podem descer aos 10 anos, trabalham em condições perigosas, em minas que podem ter 15 metros de profundidade. (Fonte: Além-Mar)
Violência - Mulheres continuam sendo vítimas de abusos sexuais no mundo
Uma em cada 14 mulheres já foi, pelo menos uma vez, vítima de abuso sexual por parte de alguém que não o seu parceiro, mostra estudo feito em 56 países e publicado ontem (12) na revista The Lancet. De acordo com o levantamento, a situação varia muito de país para país. A taxa de mulheres vítimas de abusos chega a 20% na Região Central da África Subsaariana, mas em média, 7,2% das mulheres com 15 anos ou mais dizem ter sido atacadas sexualmente pelo menos uma vez na vida.“Descobrimos que a violência sexual é uma experiência comum para as mulheres em todo o mundo, e em algumas regiões é endêmica, atingindo mais de 15% em quatro regiões.
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Pedrinhas - Senadora apresenta relatório da visita da Comissão dos Direitos Humanos do senado a Pedrinhas e afirma que " Crime organizado está fora de controle'
A presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Ana Rita (PT-ES), apresentou nesta quarta-feira (12) relatório da visita que parte dos integrantes da comissão fez em janeiro ao Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão. O relatório da Comissão de Direitos Humanos do Senado defendeu a realização de concursos para defensores públicos no estado a fim de atenuar um dos principais problemas constatados durante a diligência: a superlotação e o convívio de presos provisórios com detentos já condenados. O déficit de vagas nas unidades prisionais e nas delegacias do Maranhão, segundo dados apresentados no relatório, é de 2.554 vagas; 70% dos funcionários que trabalham com os presos são terceirizados.Além da contratação de mais agentes, a comissão defendeu a realização de mutirões carcerários com auxílio de outros estados. “A situação do presídio se assemelha à de outros presídios, mas há situações que podem ser resolvidas, como os presos provisórios misturados com presos condenados. A comissão sugere que haja contratação de profissionais, principalmente defensores públicos, para que dê conta desses processos”, disse a senadora Ana Rita.No último dia 6, a comissão fez pedido à governadora Roseana Sarney para que envie o projeto de medidas emergenciais para conter a crise no sistema carcerário. Houve também pedido de audiência com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e com o corregedor do Conselho Nacional de Justiça, Francisco Falcão. Nenhum dos pedidos teve resposta até o momento, de acordo com a senadora Ana Rita. Para a presidente da comissão, o crime organizado no presídio de Pedrinhas está “fora do controle” do Estado.“Há presença de facções criminosas que têm o controle interno e que ultrapassam os muros do presídio fazendo articulações, promovendo rebeliões e colocando em risco a vida da população”, disse. “O Estado realmente precisa ter controle sobre isso. O presídio não pode ficar sob controle de grupos criminosos. (Fonte: TG1)
sábado, 8 de fevereiro de 2014
V Domingo Comum - Ser sal e luz para quem perdeu o gosto de viver e vive nas trevas do anti-reino
É sempre mais comum ouvir expressões do tipo ‘Não tenho mais nada a perder, viver ou morrer, para mim, dá na mesma!’ Em geral são pessoas desgostosas da vida. Passaram, ou vêm passando, por experiências dolorosas. São pessoas traumatizadas por doenças, violência e conflitos, excluídas e pouco valorizadas, muitas vezes revoltadas consigo mesmo e com o mundo, ou com um destino considerado ingrato. São pessoas que perderam a confiança no futuro, o gosto de viver cada instante do cotidiano. Viver se tornou um pesadelo. Querem sumir, desaparecer, esquecer, pois isso seria a única forma de se livrar de um sofrimento humano e espiritual que as atormenta cotidianamente. Na narração evangélica de hoje, Jesus, na ‘montanha’ (lugar de revelação), se dirige aos ‘bem-aventurados’ e aos seus discípulos e os convida a aceitar o desafio de dar sabor à vida de tantas pessoas cuja existência se havia tornado insossa. A multidão que seguia Jesus estava nessa situação. Os discípulos/as são chamados a oferecer aquele ‘algo a mais’ que outros não conseguem, ou não querem dar para as pessoas que haviam perdido a vontade de viver. Dessa forma Jesus deixa claro que ser discípulo/a é saber fazer a diferença. É ser estímulo, incentivo, esperança (sal) que se dilui, se derrete internamente para se misturar na vida das pessoas. E ao fazer isso se torna instrumento de alegria, de esperança renovada, de re-motivação para quantos fazem a experiência da dor e do abandono. Mas, cuidado. Nunca perder essa consciência e essa capacidade que podemos e devemos ser sal, pois se assim acontecer a mais nada serviremos, senão para sermos jogados fora e ser pisados, pois perderíamos o que nos sustenta: ser o sal da terra.
A outra característica que o discípulo/a ‘bem-aventurado/a’ de Jesus deve possuir é a de ser luz. Essa imagem nos remete à missão do servo de Javé, que era a de ser ‘luz das nações’. O discípulo não tem a função de ele ‘brilhar’. Ele é um mero veiculador de luz. Ele é uma pessoa que antes de descobrir a beleza da luz que é a Realeza de Deus anunciada por Jesus, experimentou o que significa viver nas trevas, na escuridão da vida, nos anti-reinos do mundo. O discípulo/a que encontrou Jesus encontrou aquele que tem o poder de dissipar as trevas da sua vida e, agora, iluminado e consciente, quer ser luz para os que vivem na escuridão. Quer desmascarar tudo o que ameaça e oculta a beleza da 'boa nova'. Por isso que Jesus insiste para que essa ‘experiência luminosa’ de ter encontrado alguém que deu sentido á sua vida não pode ficar escondida. Não pode ser uma simples experiência privada, pessoal, para segurar só para si, mas algo a ser divulgado e reproduzido. Para outras pessoas que só ouviam 'má-notícias' em suas vidas pudessem sentir que ainda podiam esperar e crer. Afinal, ‘bem-aventurado’ será aquele que terá a coragem de proclamar e testemunhar com suas opções e escolhas de vida as ‘bem-aventuranças do reino de Deus’! A nova lógica de Deus. O novo modo de administrar a vida!
EDUCAÇÃO - Maranhão detém a pior infraestrutura escolar pública do Brasil.
Mais de 80% das escolas maranhenses não oferecem computadores a seus professores e alunos. Estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mostra que grande parte dos colégios brasileiros só possui condições mínimas de funcionamento (44,5%). O Maranhão é o estado que possui a infraestrutura escolar mais precária do país. Oito em cada dez dos mais de 13 mil colégios maranhenses (80,7%) oferecem apenas água, sanitários, cozinha, energia elétrica e esgoto aos funcionários e alunos que os frequentam. Não há salas para diretores, TV, DVD, computadores ou impressoras nessas unidades. Se oferecessem esses equipamentos, as escolas entrariam em outra categoria, avaliadas com infraestrutura básica. Apenas 16,2% das unidades escolares se encontram nessa situação. Por outro lado, as instituições “adequadas” – que possuem, além da infraestrutura básica, sala de professores, biblioteca, laboratório de informática, quadra esportiva, parque infantil e acesso à internet – são mínimas (2,96%), que representam 404 colégios) e as avançadas, 0,11%.No outro extremo, estão estados da região Centro-Oeste, Sul e Sudeste. O Distrito Federal possui a melhor infraestrutura escolar do Brasil. Apenas 0,98% dos colégios da capital têm condições elementares e 60,11%, adequadas. O Maranhão precisa de mais recursos para investir em infraestrutura, acredita Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Para sanar os problemas, ele acredita que o repasse de verbas da União para as redes municipais e estadual teria de ser maior. Mais dinheiro, porém, não seria útil sem aprimoramento de gestão.“O Maranhão faz muita renúncia fiscal, por isso acaba dependendo mais da União do que outros estados. Mas, além de deixar de arrecadar, há problemas de gestão lá. O governo federal precisaria participar mais da gestão da educação básica no estado. Não adianta transferir dinheiro se os gestores não executarem os projetos”, afirma.
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CNBB - Bispos do Brasil se manifestam denuncia m falência do sistema prisional e condenam as desigualdades causadoras da violência
Síntese da nota oficial divulgada pela CNBB.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifestou-se em nota, na quinta-feira, 6 de fevereiro, sobre o sistema carcerário brasileiro. Os bispos, reunidos no Conselho Episcopal Pastoral (Consep), realizado entre os dias 4 e 6, em Brasília, repudiaram aos episódios de violência ocorridos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, reafirmaram o compromisso de contribuir para a cultura de paz e apontaram as precariedades do sistema carcerário.“A falência do nosso sistema prisional é sustentada pela política de encarceramento em massa e comprovada pelas desumanas condições dos presídios, por denúncias de práticas de torturas, por despreparo de agentes penitenciários”, consta em um dos trechos da nota, cuja íntegra segue abaixo. “Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos que são maltratados, pois também vós tendes um corpo!” (Hb 13,3) Continuam os bispos ‘Unimo-nos aos bispos do Maranhão que, em nota, condenaram “o clima de terror e medo vivido na cidade de São Luís”, consequência da violência no Complexo de Pedrinhas. Com eles afirmamos: “A nossa sociedade está se tornando cada vez mais violenta. É nosso parecer que essa violência é resultado de um modelo econômico-social que está sendo construído”.Esse modelo produz a desigualdade social, uma das maiores causas da violência. Não podemos assistir passivamente à violação da dignidade humana como ocorre nos presídios brasileiros e em inúmeras situações de violência que grassa no país. É lamentável que o Estado e a Sociedade só tenham olhos para a situação carcerária quando os presídios são palco de cenas estarrecedoras como as do Maranhão. A falência do nosso sistema prisional é sustentada pela política de encarceramento em massa e comprovada pelas desumanas condições dos presídios, por denúncias de práticas de torturas, por despreparo de agentes penitenciários. Soma-se a isso o fato de que dos mais de 500 mil detentos, cerca de 40% aguardam julgamento da justiça, além dos milhares com penas já vencidas. Como compreender uma situação dessas? É urgente uma reforma do sistema carcerário que estabeleça metas claras para a solução dos problemas enfrentados pelos presídios, além da criação de um grupo ou programa de monitoramento de implementação destas metas. Que Deus nos ilumine e nos dê sabedoria para juntos trilharmos os caminhos da justiça e da paz!
Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB
Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís
Vice-presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB
Pedrinhas - Mais celulares, mais armas, mais revoltas...Vícios não se tiram da noite para o dia!
Quinta feira passada houve mais uma tentativa de revolta em Pedrinhas. Uma mulher, familiar de um dos detentos, tentou insistentemente em fazer entrar um celular, mas foi proibida pelos agentes. Alguns detentos, de dentro, começaram a dar ordens e em poucos minutos se deu início a mais um triste espetáculo. Colchões começaram a ser queimados e grades vinham sendo derrubadas. Intervenção da polícia e restabelecida a...ordem. Parece um script já visto. Ficam cada vez mais evidenciadas facilidades propositais para a entrada de armas, drogas e celulares nas unidades prisionais do Complexo de Pedrinhas. A princípio tudo o que era apreendido dentro das unidades prisionais eram entregue ao pessoal da Sejap, mas devido a desconfiança de que principalmente os celulares retornavam aos cárceres, todo o material passou a ser encaminhado para o quartel da Policia Militar, até mesmo para uma avaliação dos materiais e a identificações de mensagens nos aparelhos celulares.O coronel Ivaldo Barbosa, Comandante de Operações Especiais da Policia Militar chegou a revelar aos seus próprios comandados que o crescimento da violência dentro e fora de Pedrinhas é assustador e se constitui em prenúncio de problemas maiores. Devem estar ocorrendo facilidades e naturalmente ninguém está agindo de graça. Lamentável sob todos os aspectos, mas deve ter uma grande porteira alimentando as facções que estão dentro do Complexo de Pedrinhas. A verdade é que as facções que comandam as unidades prisionais detêm fora dos presídios estruturas fortes com dinheiro para criar facilidades em todos os sentidos, para atender aos pedidos do pessoal de dentro dos cárceres. A verdade é que havia vícios consolidados dentro de Pedrinhas e uma maior rigidez acaba irritando que já vinha agindo livremente e com apoios nos altos escalões...
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
Indígenas - Guajajara enfrentam madeireiros ilegais e sequestram máquinas. Agora teme-se uma invasão dos criminosos
Lideranças indígenas Guajajara da aldeia Mucura, localizada na Terra Indígena Araribia, sudoeste do estado do Maranhão, apreenderam nesta quinta-feira, 7, dois caminhões e um jerico que retiravam madeira ilegal da área indígena. Os indígenas aguardam a presença de representantes da Funai e da Polícia Federal para retirar os veículos do seu território. O clima na aldeia é tenso, cerca de 100 madeireiros ameaçam invadir a aldeia. Os indígenas temem que aconteça a invasão, uma vez que tais ameaças e práticas já ocorreram na Araribóia, bem como em outras terras indígenas do Maranhão. Em 2007, os madeireiros invadiram a aldeia Lagoa Comprida e assassinaram Tomé Guajajara. Em 2008 os madeireiros invadiram essa mesma aldeia para retirar um caminhão que tinha sido apreendido pelos indígenas. Na ocasião, houve troca de tiros e parte da floresta foi incendiada pelos madeireiros. Em 2011, os madeireiros colocaram fogo em um acampamento dos Awá-Guajá sem contato e derrubaram as árvores em que os indígenas coletavam mel.Em janeiro deste ano, cerca de 20 homens armados invadiram a base montada pelo povo Ka’apor para proteger o território das invasões. Esses homens humilharam o grupo, agrediram indígenas, ameaçaram matar lideranças e levaram o "jerico" que tinha sido apreendido pelos Ka’apor. Cansados das invasões, os Tentehar/Guajajara da aldeia Mucura resolveram enfrentar a frente madeireira, que há muitos anos vem explorando o território e assassinando indígenas, e temem as represálias caso o Estado não tome as providências necessárias. A prática de invasões madeireiras nas terras indígenas no Maranhão tem sido uma constante e esbarra na falta de fiscalização permanente por parte dos órgãos responsáveis, em especial, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado (SEMA). As serrarias da cidade de Amarante não são fiscalizadas, beneficiando o trato das toneladas de madeiras ilegais oriundas das Terras Indígenas Arariboia e Governador.(Fonte: Brasil de Fato)
Energia - Às empresas dos 'apagões' tudo, aos consumidores da 'escuridão' os rigores das contas.....
O que o cidadão brasileiro não aceita mais é a benevolência, para se dizer o mínimo, com que as empresas elétricas são tratadas pelo Governo Federal. Dois pesos e duas medidas. Enquanto a população brasileira, e ai não somente o consumidor sofre e é prejudicado com a queda vertiginosa da qualidade do serviço elétrico oferecido e com as altas tarifas, muito pouco é feito para reverter essa situação; já que sistematicamente as empresas elétricas de geração, transmissão e distribuição são "aliviadas” dos compromissos, inclusive contratuais, por quem devia regulá-las fiscalizar. Os "apagões” e "apaguinhos” já são constantes na vida das pessoas, que sofrem as consequências de um péssimo serviço prestado. Carente de manutenção, de investimentos de modernização, de qualificação da mão de obra, de incompetência gerencial e com lucros cada vez maiores (basta acompanhar a evolução dos balanços contábeis anuais), essas empresas ainda pressionam, e conseguem com os gestores de plantão, mais e mais benefícios. Vejamos então mais recentemente algumas medidas que constituem verdadeiro "saco de bondades” oferecidas àquelas empresas. No setor de geração, a resolução da Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nº 595/2013, de dezembro passado, prevê algumas "bondades”. Por exemplo, a tolerância de três meses de atraso para a aplicação de sanções e a exclusão de responsabilidades ao gerador nas situações em que o atraso na operação ocorrer por caso "fortuito” ou "força maior” (?). Também poderá repassar ao consumidor o valor integral da energia comprada no mercado para atender a seus compromissos. O que significa que o consumidor vai pagar, pela ineficiência das empresas, que deixaram de produzir a quantidade de energia contratada no tempo determinado. Na transmissão, segundo relatório da Aneel, os atrasos chegam a 4 (quatro) anos. Das 129 companhias do setor de transmissão, 57 apresentaram atrasos no cronograma de obras. O documento avaliou as obras concluídas após dezembro de 2010 e as que estavam em andamento até dezembro do ano passado. O resultado mostrou uma piora gradual no setor nos últimos anos. De acordo com a legislação, a empresa que tiver mais de três autos de infração e atraso acima de 180 dias não pode participar, sozinha, de novos leilões de energia. A campeã nesse quesito é a estatal Chesf, com 17 autos de infração. E nada é feito para modificar tamanha incompetência e falta de planejamento. Enquanto que o cidadão convive com a péssima prestação de serviço, as companhias são agraciadas, favorecidas e estimuladas pelo poder publico com "facilidades” para continuarem a "desrespeitar” os que necessitam de energia elétrica (nós de novo). (Fonte: ADITAL)
Gilmar Mendes, homem do FHC, não da justiça, investigado por 'serviços sem licitação'...e outras 'cositas más'...
Em 2010 Gilmar Mendes, Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), desentendeu-se com Inocêncio Mártires, seu sócio no IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), instituição de ensino. Um dos motivos foram os constantes saques feitos por Gilmar nas contas do IDP, que teriam depauperado as finanças do instituto. A alegação de Gilmar é que, com seu prestígio, ele ajudava a captar clientes para os cursos, e precisaria ser reembolsado pelas despesas. Seguiu-se uma briga societária pesada que terminou em 2012 com Gilmar adquirindo a parte do sócio por R$ 8 milhões. Não se soube onde Gilmar teria conseguido o capital. Naquele ano, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) mirou sua lupa no Tribunal de Justiça da Bahia. Em 21 de abril de 2012, por ato do seu presidente desembargador Mário Alberto Simões Hirs, o TJ-BA contratou os serviços do IDP por R$ 10.520.754,54 Em outubro, um aditivo elevou o valor total para R$ 12.996.811,00. O objeto do contrato eram cursos de capacitação para juízes e funcionários, para se adaptarem às resoluções do CNJ. No dia 29 de junho foi a solenidade de celebração do contrato. O evento contou com a presença de Gilmar e mereceu uma aula magna do Ministro Ayres Britto, na época presidente do STF e do CNJ. Em 9 julho de 2012, a Corregedora Nacional de Justiça do CNJ, Ministra Eliana Calmon, publicou relatório de inspeção. O relatório anuncia a instauração de uma sindicância, “visando apurar a responsabilidade dos gestores” na compra de um imóvel sem licitação. No início de novembro de 2013, o presidente do TJ, Mário Hirs, e a ex-presidente Telma Brito foram afastados pelo CNJ, por suspeita de liberação de pagamento superfaturado de precatórios. Seguiu-se nova inspeção do CNJ, agora sob o comando do novo Corregedor Francisco Falcão.
Na segunda-feira, dia 3, o Ministro Falcão concedeu entrevista dizendo que tudo seria apurado com todo rigor, “doa a quem doer”. Além do levantamento dos precatórios, segundo Falcão, o CNJ irá apurar “a promoção de diversos serviços sem licitação”, que, segundo ele, “parece corriqueiro”. Anunciou para hoje a conclusão do inquérito. Em alguns dos relatórios do CNJ servidores criticam os cursos, por terem pouca aderência com as necessidades reais dos tribunais.No dia seguinte, dia 4, Gilmar “causou”, com suas declarações sobre suspeita de lavagem de dinheiro na “vaquinha” dos militantes do PT para pagamento das multas dos “mensaleiros”. Alguns anos atrás, quando se viu sob fogo cruzado da Operação Satiagraha, Gilmar protagonizou o conhecido episódio do “grampo sem áudio” – um suposto grampo com conversa sua com o ex-senador Demóstenes Torres.Depois, o gabinete de Gilmar denunciou grampo no Supremo, gerando uma CPI. A informação era falsa. Na época, um dos assessores de Gilmar era o araponga Jairo Martins que, assim como Demóstenes, trabalhava para o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Esses factóides livraram-no de dar as explicações necessárias sobre seus atos.Nos próximos dias se verá qual o grau de autonomia do CNJ. Se abrirá inquérito ou, ao menos, cobrará explicações de Gilmar. Ou se as “denúncias” sobre lavagem de dinheiro de terceiros foi suficiente para blindar novamente Gilmar.(Fonte: Luis Nassif)
Nordeste - Aos trancos e barrancos o Rio São Francisco está sendo transposto. 50% das obras já foram concluídas. E se funcionar, mesmo?
O Projeto de Transposição do Rio São Francisco, concebido ainda em 1985 pelo extinto DNOS – Departamento Nacional de Obras e Saneamento, após uma das mais longas estiagens registradas, chega ao início de 2014 com 52,2% das obras concluídas. O empreendimento, que na década de 1990 foi transferido para o Ministério da Integração Nacional, conta com um investimento em torno de R$ 8 bilhões e, hoje, faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal. Com a conclusão prevista para 2015, a transposição levará água do Velho Chico, como é popularmente conhecido o rio, a 390 cidades do semi-árido nordestino nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte ou, se preferir, a 12 milhões de pessoas que, no ano passado, sofreram com a pior seca dos últimos 50 anos. Dados oficiais mostram que Nordeste possui 28% da população brasileira e apenas 3% da disponibilidade de água, o que provoca irregularidade na distribuição de recursos hídricos. “O Projeto vai reforçar o suprimento hídrico dos estados, com a garantia de água nos sistemas já existentes. Com isto, a água do São Francisco será utilizada para o abastecimento humano e o que sobrar dos mananciais existentes poderá ser utilizado para atividades econômicas. Acabando, assim, com o atual conflito do uso da água”, diz Teixeira.O Programa de Integração do Rio São Francisco apresenta dois eixos: o Norte, com 260 quilômetros de extensão, levará água para os sertões de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Já o Leste, com 217 quilômetros, beneficiará parte do sertão e as regiões agreste de Pernambuco e da Paraíba. Atualmente todos os trechos estão em atividade e alguns funcionam 24 horas por dia.
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Indígenas - dia 7 de fevereiro: São Sepé Tiaraju, rogai por nós!
A história conta que, até 1756, toda a região compreendida pelos atuais estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul pertencia à Espanha. Ali os jesuítas acolhiam os índios Guarani para impedir que fossem caçados e escravizados pelos brancos. Os jesuítas batizavam os índios para torná-los cidadãos do império e assim protegê-los da escravidão. Ali viviam mais de um milhão de Guarani. A língua do território era indígena e o poder era exercido comunitariamente. Como a experiência comunitária dos Sete Povos da Missão era uma ameaça para a ambição dos impérios europeus, os reis de Portugal e Espanha se aliaram e assinaram o Tratado de Madri (1750). Através desse acordo, o rei de Portugal deu de presente à Espanha a Colônia do Sacramento, atual Uruguai e recebeu do rei espanhol o território dos Sete Povos da Missão. No entanto, o tratado exigia que os jesuítas fossem expulsos da região e as aldeias da missão destruídas. Os índios se negaram a abandonar suas terras, suas lavouras e um gado estimado em dois milhões de cabeça. As aldeias construídas como verdadeiras cidades, com Igreja, praça, padaria, salão de música e escola eram mais adiantadas do que muitas cidades europeias da época. O cacique Sepé Tiaraju comandou a resistência dos índios contra os dois exércitos imperiais reunidos. Ele dizia: "Esta terra, nós a recebemos de Deus e não podemos deixá-la”. Sepé tombou em combate no dia 07 de fevereiro de 1756 em Batovi, hoje São Gabriel (RS). Três dias depois, em Caiboaté, os exércitos de Portugal e Espanha trucidaram os últimos índios e obrigaram crianças e mulheres sobreviventes a atravessar o rio Uruguai e se dispersar pelas florestas e campos sem fim.
Ainda hoje, a maioria dos povos indígenas no Brasil não tem garantida a demarcação de suas terras e o respeito à autonomia de suas culturas. No Brasil de hoje, o agronegócio da soja e os grandes projetos de hidroelétricas e estradas que invadem os territórios indígenas, além dos grandes prejuízos que causam à natureza, expulsam comunidades indígenas e ameaçam a própria existência dos povos indígenas, tanto na Amazônia, como no Pará, Mato Grosso do Sul e em todo o Brasil. Nesse contexto, retomar nesses dias a memória de São Sepé Tiaraju é uma forma de recordar a tantos índios e índias que ainda hoje arriscam a vida para que os povos autóctones deste continente possam viver livres e em sua terra. (Fonte: Marcelo Barros)
Indígenas - Fazendeiros e grileiros da terra Awá não aprendem mesmo, e incitam à desobediência!
Das 400 famílias, aproximadamente, de trabalhadores rurais que atualmente ocupam a área do povo indígena Awá-Gujá, e que dentro dos próximos 40 dias deverão deixar o local para serem reassentadas em outra área desapropriada pelo Incra, têm mantido contatos permanentes com a direção da Fetaema. Até o último final de semana, 165 já haviam se cadastradas e as demais estão sendo aguardadas. A Federação dos Trabalhadores Rurais elogiou a maneira correta da Justiça Federal na garantia de direitos legítimos dos agricultores familiares, inclusive cobrando celeridade por parte dos órgãos fundiários como o Incra e o Iterma. Alguns problemas estão surgindo na área AwáGuajá, decorrente do pessoal da Federação da Agricultura do Maranhão – FAEMA, que congrega os latifundiários instalados no local, muitos ocupantes de milhares de hectares e até com mais de duas mil cabeças de bovinos, que estão insuflando trabalhadores e trabalhadores a resistir para não sair da área. Mediante ofertas de carne e outros alimentos, o pessoal da FAEMA e os grileiros que lá estão, orientam os trabalhadores a não aceitarem a remoção e tratem de lutar para ficar onde estão. Técnicos e assessores da Fetaema, já realizaram reuniões com os trabalhadores rurais e informaram a eles que seus direitos serão preservados pela Justiça Federal, sem prejuízos, além de que irão receber uma área nova com títulos definitivos de propriedade.
Francesco - 'Não use o nome de Deus nos momentos de dificuldade'!
Não usar Deus e o povo nos momentos de dificuldade - esta a principal conclusão da homilia do Papa Francisco nesta manhã de segunda-feira em Santa Marta. Comentando o episódio da traição de Absalão ao seu pai, rei Davi, narradas no Segundo Livro de Samuel. “Davi, esta é a primeira atitude, para defender-se não usa Deus nem o seu povo e isto significa o amor de um rei pelo seu Deus e o seu povo. Nos momentos difíceis da vida acontece que, se calhar, no desespero uma pessoa tente defender-se como pode e também usar Deus e a gente. Ele não, a primeira atitude é essa: não usar Deus e o seu povo.”O rei Davi chora e revela uma segunda atitude: a penitência.“Esta subida ao monte faz-nos pensar àquela outra subida de Jesus, também Ele em sofrimento, com os pés descalços, com a sua Cruz subia o monte. Esta atitude penitencial. Davi aceita estar de luto e chora. Nós, quando nos acontece algo parecido na nossa vida sempre tentamos justificarmo-nos – é um instinto que temos. Davi não se justifica, é realista. No caminho percorrido por David aparece um outro personagem que é Chimei que atira pedras contra ele e todos os seus servos considerando-o inimigo. Mas o rei David não escolhe o caminho da vingança mas confia no Senhor. E esta confiança em Deus é a terceira atitude que apresenta o Papa Francisco: confiar em Deus não procurando fazer justiça pelas suas próprias mãos.
sábado, 1 de fevereiro de 2014
Domingo da apresentação - Jesus homem coerente e despreocupado com a própria imagem revela as contradições dos que cultuam sua própria imagem (Lc. 2, 22-40)
"Este menino vai ser causa
tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel.
Ele será um sinal de contradição.
35 Assim serão revelados
os pensamentos de muitos corações”.
tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel.
Ele será um sinal de contradição.
35 Assim serão revelados
os pensamentos de muitos corações”.
Frequentemente ouvimos dizer a respeito de alguma pessoa conhecida que ela é amada e admirada por todos. Que todos gostam dela. Que ninguém tem algo a dizer sobre ela a não ser o de falar bem dela. É para se desconfiar! Em geral, quando ‘todos’ falam bem de uma mesma pessoa é para suspeitar que haja algo errado. Ou todos possuem o mesmo modo de pensar, - o que é inverossímil, - ou a pessoa que consegue tais consensos universais talvez não seja tão conhecida como parece. Talvez as pessoas fiquem só nas aparências na hora de manifestar um parecer sobre ela e se pronunciam com certa superficialidade. Certamente não foi isso que ocorreu com Jesus. Desde cedo ele foi causa de ‘contra-dição’, ou seja, muitos por causa dele ‘diziam contra’ ele ou contra algo que ele vinha propondo. Jesus, diferentemente daquelas pessoas que procuram de forma doentia a aprovação sistemática ao seu jeito de ser e de pensar, se preocupou em ser somente coerente, e não cair em ‘contra-dição’, custe o que custar. Muitas pessoas desejam ser elogiadas e ser objeto de admiração pública como se isso pudesse ocultar as contradições que carregam dentro de si. Acreditam que ao agradar e ao consentir tudo o que os outros esperam dele seria mais aceito, e ele teria mais satisfação interior. Já Jesus nos alertava’ Ai vós quando todos vos elogiarem....’(Lc.6,26), pois esta é a atitude dos hipócritas com os falsos profetas. A preocupação, portanto, não deveria ser com a nossa imagem, se amada e cultuada, ou detestada e criticada.
A verdadeira preocupação é com a nossa coerência de vida, com a nossa busca de fidelidade e obediência aos valores éticos, à verdade e à justiça no nosso modo de proceder, e nas nossas relações humanas. Coerência a um projeto de vida que necessariamente não agradará a todos, e que incomodará muitos, quem sabe, a maioria. Ao agirmos ‘sem contradição’ iremos provocar diferentes reações nas pessoas que vivem conosco: de estima por parte de alguns, e de rejeição e indignação por parte de outros, principalmente por parte daqueles que se sentirem atingidos pelo nosso comportamento íntegro. Quando Lucas faz questão de relatar essa cena da apresentação de Jesus ao templo é para nos transmitir essencialmente dois recados. O primeiro: Jesus ao longo da sua vida tomou partido, não ficou em cima do muro querendo agradar a todos, indistintamente. Na sua ação e opção de vida Jesus fechou com um grupo bem específico: os pobres e excluídos da casa de Israel, mesmo sem desprezar os demais. Nisso ele causou desnorteamento e escândalo em muitos em Israel. O discípulo dele não pode e não deve fazer diferentemente.O segundo recado: ao agir dessa forma Jesus ‘incentivava’ moralmente as pessoas a se manifestarem do jeito que são, a se revelarem e a não esconderem o ‘pensamento do seu coração’ (v.35). Em outras palavras, a serem pessoas sinceras, transparentes, a dizer e a assumir aquilo em que acreditam. Sem disfarces, sem máscaras! Só assim se poderia construir um novo jeito de sermos humanos.
Igreja - Morre o teólogo jesuíta João Batista Libânio, homem sábio e sóbrio
Faleceu na manhã desta quinta-feira, 30 de janeiro, em Curitiba, o Pe. João Batista Libanio. O jesuíta, que completaria 82 anos em 19 de fevereiro próximo, foi vítima de um infarto. Pe. Libanio estava na cidade, onde assessorava as Irmãs de Nossa Senhora de Sion, orientando um retiro para professores. O jesuíta era licenciado em Teologia pela Hochschule Sankt Georgen, em Frankfurt (Alemanha), e doutor pela Universidade Gregoriana (Roma). Atualmente, atuava como professor da FAJE (Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia), em Belo Horizonte (MG) e era Vigário da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Vespasiano. Publicou centenas de artigos em revistas nacionais e estrangeiras e mais de 125 livros, de autoria própria e em colaboração com outros autores. É internacionalmente reconhecido como um dos teólogos da Libertação. Dedicou-se à ação pastoral e ao magistério durante anos. Foi assessor da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e colaborador no Instituto Nacional de Pastoral e em Comissões Episcopais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Este blogueiro que o conheceu, leu muitas produções suas e apreciou o seu modo de pensar, escrever e, principalmente, seu jeito simples e sóbrio, se une a todos aqueles que cresceram humana e intelectualmente com a sua presença.
Indígenas - Guajajara de Canabrava elaboram propostas para Eletrobrás como forma de indenização e compensação pelos impactos produzidos pela rede de alta tensão
Mais de 200 indígenas da Terra Indígena Canabrava/Guajajara situada entre os municípios de Barra do Corda e Grajaú compareceram na aldeia Coquinho no dia 30 de janeiro para debater uma proposta unitária de valores a ser apresentada à Eletrobrás nos dias 24 e 25 de fevereiro próximo como forma de ‘indenização e compensação’ pelos impactos produzidos pela rede de alta tensão que percorre 22 km dentro do seu território. Cerca de 27 anos atrás quando da instalação da rede, a então Eletronorte realizou uma única indenização mediante a entrega de um salário mínimo por família e vários projetos de aquisição de gado e outras obras como escolas e postos de saúde. De lá para cá muita coisa mudou. A empresa de energia está explorando a distribuição e o fornecimento e tendo lucros significativos. A União está pagando por isso. Essa mudança de regime na utilização da rede de alta tensão se deu sem nunca ter havido alguma consulta aos povos indígenas impactados. Os indígenas reivindicam uma nova negociação, pois há 27 anos sofrem as conseqüências de impactos de todo tipo sem ter havido por parte da empresa algum oferecimento de novo benefício coletivo. Nesse momento a Eletrobrás, segundo cálculos de técnicos da área, estaria recebendo cerca de 3 milhões e meio de Reais pela ‘administração’ da rede, somente no trecho que ela utiliza dentro da terra indígena. Os Guajajara apresentaram três propostas com três diferentes valores, mas só para o ano de 2014, e condicionados à elaboração de um estudo sócio-ambiental dos impactos produzidos pela rede de energia. Após a apresentação desse estudo haverá um cálculo mais aprimorado dos valores a serem pedidos à Eletrobrás para os próximos 30 anos! Caso não se chegue a um acordo os indígenas poderão pedir que a Eletrobrás retire a rede para que passe por outras terras!
Indígenas - Ex-sertanista e consultor da Eletrobrás afirma que acordo firmado entre Krikati e Eletrobrás foi feito sob os canos das metralhadoras da Força Nacional. Acordo deverá ser rescindido!
‘O acordo que a Eletrobrás arrancou dos índios Krikati alguns dias atrás deve ser rescindido, pois foi feito sob os canos das metralhadoras da Força Nacional’. Essa afirmação foi feita pelo ex-sertanista da FUNAI e hoje consultor da Eletrobrás, Porfírio Carvalho, na aldeia Coquinho, na terra Indígena Guajajara-Canabrava, no dia 30 de janeiro. Ao abrir uma mega-reunião com mais de 200 indígenas convocados a debater uma proposta unitária de valores a ser apresentada à Eletrobrás como forma de compensação pela passagem da rede de alta tensão em suas terras, o velho sertanista surpreendeu todos. Não era isso que a imprensa divulgava, após a interdição da estrada que liga Sítio Novo a Montes Altos, e após a derrubada de duas torres realizada pelo Krikati como forma de obrigar a empresa a sentar e debater com eles. Os Krikati reivindicavam tão somente o que a Eletrobrás havia firmado num acordo anos atrás e que nunca cumpriu: a extrusão dos invasores de suas terras já homologadas e melhorias gerais para eles. Segundo Carvalho os índios tiveram que concordar com um valor fixado pela empresa em um milhão e meio ao longo desse ano, e nada mais. Na hora de assinar, os Krikati, insatisfeitos, não aceitaram colocar seus nomes em baixo, mesmo após ter dado o seu consentimento para proceder naquela direção. Alegam, justamente, coação física e psicológica. O próprio Carvalho está sendo acusado de ter incentivado os índios a derrubar as torres.
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