Dia 17 de outubro de 2014, cerca de 50 indígenas da etnia Ka’apor fecham mais um ramal de entrada de madeireiros na Quadra 50, na Terra Indígena Alto Turiaçu, município de Centro do Guilherme, noroeste maranhense. Esta ação vem sendo realizada há um ano pelos indígenas após a ausência total da Funai na área. Na ocasião do fechamento do ramal, dois grandes fazendeiros da região, o Sr. Avenir, ex-prefeito de Amapá do Maranhão e o Sr. Joel, preso no inicio do ano pela Policia Federal por porte ilegal de armas e formação de quadrilha vem colocando obstáculos e dificuldades para o trabalho dos indígenas. Além de facilitarem a entrada de madeireiros na terra indígena, negociam com colonos da região para a derrubada de madeira dentro dos assentamentos rurais. No dia 24 de outubro quando resolveram realizar limpeza dos limites para tirar dúvidas com os fazendeiros, encontraram pessoas com maquinários (trator, jericos, caminhões) realizando derrubada e transporte ilegal de madeira na terra indígena. O grupo era comandado por um vereador conhecido como “Valtinho” do Centro do Guilherme. O Sr. Valtinho há muitos anos realiza derrubada e transporte ilegal de madeira da terra indígena. Falam que esse senhor comprou o lote vizinho da terra indígena para facilitar a entrada de madeireiros. Pois, ele cobra pela entrada e retirada de madeira. Nega seu envolvimento com a agressão à terra indígena, sempre atribuindo a ação a outros. Os indígenas encontraram um grupo de pessoas com maquinários no interior de terra indígena. Entre o grupo encontrava-se um pastor evangélico conhecido como “Pedro fuluca” do município Governador Nunes Freire (Encruzo), vizinho do município de Centro do Guilherme. O mesmo encontrava-se com uma motocicleta que diz pertencer ao Delegado Elcio, do município de Centro do Guilherme. Segundo indígenas, um cabo e policiais militares estiveram na Aldeia Waxigyrenda na semana anterior ao fato pedindo que o cacique liberasse o corte de madeira para eles o que foi recusado pelas lideranças e cacique. Mesmo depois dos indígenas terem avisado que continuariam a vigilância na área, os agressores permanecem desrespeitando e realizando ações de derrubada e transporte pela noite e madrugada. Desde março os indígenas aguardam a Funai instalar os Postos de Vigilância e Fiscalização na Terra Indígena. O órgão indigenista até o presente momento nunca se manifestou sobre a ação de proteção aos indígenas e seu território.
(Fonte: KAAPORTARUPI e CGK)