Torna-se urgente, - mas desconfio que o atual secretário de Educação do Estado já tenha renunciado... – um pacto para um grande entendimento sobre a educação escolar indígena no Estado. Ou seja, saber de uma vez por todas se – e quais - comunidades indígenas querem mesmo educação escolar, se concordam que esta seja fornecida a partir dos princípios oficiais (bilingüismo, especificidade, etc.) se as regras de operacionalização são aquelas que formalmente deveriam ser aplicadas ou há outras, etc. Tudo isso com a presença do MEC, dos responsáveis do Estado, e do Ministério Público Federal apto a cobrar e a mandar investigar e punir quem quer que seja, caso não se cumpra o que foi concordado. O que não pode mais continuar é o fingimento recíproco que beira o ridículo (trágico): o estado que finge que está cumprindo com suas obrigações formais constitucionais, mas que não está; e muitas comunidades indígenas que fingem que acreditam na educação escolar (não importa qual, nesse momento!) e que estão dando AULA, mas que não estão!
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Os sequestros indígenas: a linguagem simbólica do fingimento político consensual
Torna-se urgente, - mas desconfio que o atual secretário de Educação do Estado já tenha renunciado... – um pacto para um grande entendimento sobre a educação escolar indígena no Estado. Ou seja, saber de uma vez por todas se – e quais - comunidades indígenas querem mesmo educação escolar, se concordam que esta seja fornecida a partir dos princípios oficiais (bilingüismo, especificidade, etc.) se as regras de operacionalização são aquelas que formalmente deveriam ser aplicadas ou há outras, etc. Tudo isso com a presença do MEC, dos responsáveis do Estado, e do Ministério Público Federal apto a cobrar e a mandar investigar e punir quem quer que seja, caso não se cumpra o que foi concordado. O que não pode mais continuar é o fingimento recíproco que beira o ridículo (trágico): o estado que finge que está cumprindo com suas obrigações formais constitucionais, mas que não está; e muitas comunidades indígenas que fingem que acreditam na educação escolar (não importa qual, nesse momento!) e que estão dando AULA, mas que não estão!
sábado, 27 de junho de 2009
PEDRO: o articulador que dá uma nova identidade ao grupo dos seguidores de Jesus (Mt.16, 13-19)
Em primeiro lugar, o trecho de Mateus relata uma realidade bem posterior à morte de Jesus e não uma existente à época do Jesus histórico. Um primeiro indício é o fato que a palavra ‘Cristo’ atribuída a Jesus pela boca de Pedro, começou a lhe ser atribuída após o aparecimento da consciência progressiva dos seguidores de Jesus de que Ele havia ressuscitado. O próprio Jesus se autodefinia como ‘filho do homem’ e nunca atribuiu a si próprio outros títulos. Sabe-se que com toda probabilidade, após o ‘escândalo’ da morte de Jesus houve uma grande dispersão/desistência dos seus seguidores. Entretanto, começaram a aparecer desde cedo, em diferentes lugares, dentro e fora de Israel, graças aos testemunhos de vários dos seguidores de Jesus, inúmeros grupos que mantinham viva a memória das palavras, gestos, discursos, curas, etc. operadas por Jesus. Não são ainda comunidades propriamente ditas, e tão pouco, comunidades eclesiais.
O momento central de todo esse processo, entretanto, se dá quando, por iniciativa de Pedro, – provavelmente motivado e convencido “pelas mulheres” – o grupo dos ‘doze’ começa a se reunir, e aos poucos, tomar consciência que Jesus continua vivo neles! O trecho de Mateus quer dar ênfase a esse fato histórico, ou seja, que o grupo novamente reunido e remotivado por Pedro reconhece nele aquele que teve a inspiração e a coragem de se voltar novamente ao Mestre, e permitir/facilitar para que outros pudessem fazer a mesma experiência. Era como se fosse uma nova conversão, um novo chamado de Jesus a segui-lo, uma nova e renovada reafirmação da própria fé em Jesus ainda presente no meio deles. Claramente, por motivos teológicos, - para dar sustentação e autoridade àquele histórico consenso apostólico - atribuem diretamente a Jesus o reconhecimento de que ‘Pedro é pedra fundadora’.
É-nos difícil, hoje, reconstruir histórica e temporalmente como se deu e quanto tempo transcorreu desde a morte de Jesus e o surgimento da nova consciência, e qual o efetivo papel da liderança de Pedro entre os seguidores na formação de uma nova identidade eclesial.
1. Pedro, como as mulheres (Maria de Mágdala em primeiro lugar) soube manter viva a memória das palavras/gestos e do testemunho de Jesus, em que pese o seu medo, a sua fragilidade humana, uma certa intolerância e um certo apego inicial a normas e preceitos.
3. Pedro vê reconhecida sim a sua liderança, mas não se aproveita dela para exercer práticas autoritárias. Sabe que ela lhe foi reconhecida pelos seus irmãos e irmãs na fé e foi com eles e elas que teve que coordenar o novo grupo/igreja, agora já separada do judaísmo clássico. Essa prática poderia inspirar a forma de atuar dos que hoje se consideram sucessores de Pedro! Talvez fosse interessante em alguma sala do Vaticano rever o filme de Antony Quinn! Poderia ajudar!
4. Pedro e os primeiros cristãos nunca reivindicaram para si um ‘território’ onde exercer de forma autônoma um suposto poder religioso – pensando que dessa forma estariam livres de manipulações e submissões de outros poderes – mas tinham consciência que deviam construir permanentemente um patrimônio ético e moral. Atrair as pessoas não para transformá-las em fregueses e prosélitos, mas para lhes oferecer caminhos e espaços de realização e felicidade. A extinção do Estado do Vaticano poderia ser o primeiro passo para uma igreja realmente autônoma, sem vinculação com políticas estatais e jogos diplomáticos que desvirtuam a sua missão. Nada impediria que defendesse a paz e o diálogo entre os povos, mesmo sem possuir um Estado próprio!
5. Pedro tornou-se uma pessoa emblemática ao ser apresentado de forma transparente, sem esconder as suas fragilidades e virtudes: impulsivo, generoso, amigão, sincero, autêntico também na hora de admitir as suas traições. Um ser profundamente humano que se apresenta por aquilo que efetivamente é, sem disfarces e hipocrisias.
Precisamos de muitos ‘Pedros’ hoje na igreja: que sejam mais missionários do que sacerdotes/celebrantes, mais humanos do que atores que recitam papéis estereotipados, mais generosos do que voltados sobre si no aconchego de suas sacristias protegidas e confortáveis....mas frias e solitárias.
terça-feira, 23 de junho de 2009
JOÃO, O BATISTA: COMPROMISSOS ÉTICOS PARA SALVAR ISRAEL/HUMANIDADE
sábado, 20 de junho de 2009
Segura na mão de Deus e vai - (Mc.4, 35-41) 12º domingo
sexta-feira, 19 de junho de 2009
O 'Sangrado' Coração de Jesus: amor além da morte!
domingo, 14 de junho de 2009
Semear é preciso! (Mc. 26-34)
As parábolas de Jesus têm como pano de fundo essas mesmas questões. Jesus, mediante as duas pequenas comparações quer responder a investigações, percepções, dúvidas e incertezas quanto ao futuro apresentado por Jesus e desejado pelas pessoas que o abordavam e que conviviam com ele. Jesus deve ter colhido esses sentimentos contraditórios e, ao mesmo tempo, seus legítimos questionamentos: afinal, o Reino de Deus vai mesmo vingar? Como poderá crescer se só conhecemos violência, fome, injustiças, espertezas? Será que o Reino não será esmagado e nós estamos perdendo tempo ao investir em algo que pode estar, de antemão, fatalmente destinado ao fracasso? Será que vale a pena semear a semente da fraternidade na rivalidade, da solidariedade na acumulação, da paz e do diálogo na competição e agressão?
Jesus responde de forma clara e inequívoca:
a) É preciso semear sim! Alguém tem que acreditar que ao semear na terra, os frutos irão aparecer. Entretanto, não há espaço para ingenuidade e amadorismos: a semente tem que ser de boa qualidade, com alto poder germinativo, semeando-a oportunamente, escolhendo e criando as condições e os tempos adequados.
b) A semente, uma vez lançada ao chão apropriado (terra) possui uma dinâmica própria de crescimento. Ela parece possuir dentro de si uma energia e um vigor próprios que independem do nosso cuidado. Sem saber como, mesmo que estejamos dormindo, a semente brota, cresce, se desenvolve, amadurece e produz frutos que serão colhidos na hora certa. É o mistério da vida que se alimenta do espírito/energia de Deus.
c) A semente sempre é pequena, mas encerra dentro de si a potencialidade da grandeza futura que vai vir. É preciso não se deixar abater pelo ‘tamanho’ e aparência da semente, que é pequena, mas que, se semeada na terra, poderá, - como a mostarda – crescer enormemente, e se tornar a maior das hortaliças. Tão grande que poderá abrigar, proteger e dar conta de todas as necessidades e carências dos “passarinhos humanos”.
d) O futuro para Jesus, portanto, é um futuro carregado de esperança, de expectativa realizada, e não de falência e fracasso. Afinal, o futuro será o resultado do tipo e da qualidade de parceira que for estabelecida entre o homem e Deus. O homem tem que semear, mas é Deus que faz crescer. O homem escolhe a semente/fruto que quer plantar/colher, cria as condições para a sua germinação/crescimento. Ou seja, toma a iniciativa de plantar/planejar/executar o que é necessário e prioritário para garantir o acesso ao “Reino da vida”. E Deus, por sua parte, infunde nas iniciativas e ações humanas que visam a construir o Reino da vida, a energia necessária e o vigor exigido para que a semente/fruto não morra, mas frutifique e beneficie a todos.
As parábolas de Jesus são extremamente atuais e nos motivam a olhar para o futuro - que somos chamados a construir - com muita abertura, esperança renovada, mas também com responsabilidade e compromisso pessoal e coletivo. Tudo, numa harmoniosa e frutífera parceria entre os humanos e Aquele que tem o poder de dinamizar e transformar por dentro corações e estruturas.
sábado, 13 de junho de 2009
Carta aberta de um padre ao presidente dos bispos da Itália sobre os escândalos envolvendo Berlusconi.
Apresento, embora em italiano, uma carta lúcida e cheia de coragem de um padre em que denuncia de um lado o comportamento imoral do primeiro ministro da Itália - que envergonha não somente os italianos, mas a sociedade civil/civilizada em geral, - e do outro o silêncio cúmplice do chefe dos bispos católicos da Itália, Mons. Bagnasco, aliado firme do berlusconianesimo.
Assino embaixo quanto o padre afirma! Boa leitura!
Egregio sig. Cardinale,
Ho letto la sua prolusione alla 59ma Assemblea Generale della Cei (24-29 maggio 2009) e anche la sua conferenza stampa del 29 maggio 2009. Mi ha colpito la delicatezza, quasi il fastidio con cui ha trattato – o meglio non ha trattato – la questione morale (o immorale?) che investe il nostro Paese a causa dei comportamenti del presidente del consiglio, ormai dimostrati in modo inequivocabile: frequentazione abituale di minorenni, spergiuro sui figli, uso della falsità come strumento di governo, pianificazione della bugia sui mass media sotto controllo, calunnia come lotta politica.
Lei e il segretario della Cei avete stemperato le parole fino a diluirle in brodino bevibile anche dalle novizie di un convento. Eppure le accuse sono gravi e le fonti certe: la moglie accusa pubblicamente il marito presidente del consiglio di «frequentare minorenni», dichiara che deve essere trattato «come un malato», lo descrive come il «drago al quale vanno offerte vergini in sacrificio». Le interviste pubblicate da un solo (sic!) quotidiano italiano nel deserto dell’omertà di tutti gli altri e da quasi tutta la stampa estera, hanno confermato, oltre ogni dubbio, che il presidente del consiglio ha mentito spudoratamente alla Nazione e continua a mentire sui suoi processi giudiziari, sull’inazione del suo governo e sulla sua pedofilia. Una sentenza di tribunale di 1° grado ha certificato che egli è corruttore di testimoni chiamati in giudizio e usa la bugia come strumento ordinario di vita e di governo. Eppure si fa vanto della morale cattolica: Dio, Patria, Famiglia. In una tv compiacente ha trasformato in suo privato in un affaire pubblico per utilizzarlo a scopi elettorali, senza alcun ritegno etico e istituzionale.
Lei, sig. Cardinale, presenta il magistero dei vescovi (e del papa) come garante della Morale, centrata sulla persona e sui valori della famiglia, eppure né lei né i vescovi avete detto una parola inequivocabile su un uomo, capo del governo, che ha portato il nostro popolo al livello più basso del degrado morale, valorizzando gli istinti di seduzione, di forza/furbizia e di egoismo individuale. I vescovi assistono allo sfacelo morale del Paese ciechi e muti, afoni, sepolti in una cortina di incenso che impedisce loro di vedere la «verità» che è la nuda «realtà». Il vostro atteggiamento è recidivo perché avete usato lo stesso innocuo linguaggio con i respingimenti degli immigrati in violazione di tutti i dettami del diritto e dell’Etica e della Dottrina sociale della Chiesa cattolica, con cui il governo è solito fare i gargarismi a vostro compiacimento e per vostra presa in giro. Avete fatto il diavolo a quattro contro le convivenze (Dico) e le tutele annesse, avete fatto fallire un referendum in nome dei supremi «principi non negoziabili» e ora non avete altro da dire se non che le vostre paroline sono «per tutti», cioè per nessuno.
Il popolo credente e diversamente credente si divide in due categorie: i disorientati e i rassegnati. I primi non capiscono perché non avete lesinato bacchettate all’integerrimo e cattolico praticante, Prof. Romano Prodi, mentre assolvete ogni immoralità di Berlusconi. Non date forse un’assoluzione previa, quando vi sforzate di precisare che in campo etico voi «parlate per tutti»? Questa espressione vuota vi permette di non nominare individualmente alcuno e di salvare la capra della morale generica (cioè l’immoralità) e i cavoli degli interessi cospicui in cui siete coinvolti: nella stessa intervista lei ha avanzato la richiesta di maggiori finanziamenti per le scuole private, ponendo da sé in relazione i due fatti. E’ forse un avvertimento che se non arrivano i finanziamenti, voi siete già pronti a scaricare il governo e l’attuale maggioranza che sta in piedi in forza del voto dei cattolici atei? Molti cominciano a lasciare la Chiesa e a devolvere l’8xmille ad altre confessioni religiose: lei sicuramente sa che le offerte alla Chiesa cattolica continuano a diminuire; deve, però, sapere che è una conseguenza diretta dell’inesistente magistero della Cei che ha mutato la profezia in diplomazia e la verità in servilismo.
I cattolici rassegnati stanno ancora peggio perché concludono che se i vescovi non condannano Berlusconi e il berlusconismo, significa che non è grave e passano sopra all’accusa di pedofilia, stili di vita sessuale con harem incorporato, metodo di governo fondato sulla falsità, sulla bugia e sull’odio dell’avversario pur di vincere a tutti i costi. I cattolici lo votano e le donne cattoliche stravedono per un modello di corruttela, le cui tv e giornali senza scrupoli deformano moralmente il nostro popolo con «modelli televisivi» ignobili, rissosi e immorali.
Agli occhi della nostra gente voi, vescovi taciturni, siete corresponsabili e complici, sia che taciate sia che, ancora più grave, tentiate di sminuire la portata delle responsabilità personali. Il popolo ha codificato questo reato con il detto: è tanto ladro chi ruba quanto chi para il sacco. Perché parate il sacco a Berlusconi e alla sua sconcia maggioranza? Perché non alzate la voce per dire che il nostro popolo è un popolo drogato dalla tv, al 50% di proprietà personale e per l’altro 50% sotto l’influenza diretta del presidente del consiglio? Perché non dite una parola sul conflitto d’interessi che sta schiacciando la legalità e i fondamentali etici del nostro Paese? Perché continuate a fornicare con un uomo immorale che predica i valori cattolici della famiglia e poi divorzia, si risposa, divorzia ancora e si circonda di minorenni per sollazzare la sua senile svirilità? Perché non dite che con uomini simili non avete nulla da spartire come credenti, come pastori e come garanti della morale cattolica?
II Parte
Io e, mi creda, molti altri credenti pensiamo che lei e i vescovi avete perduto la vostra autorità e avete rinnegato il vostro magistero perché agite per interesse e non per verità. Per opportunismo, non per vangelo. Un governo dissipatore e una maggioranza, schiavi di un padrone che dispone di ingenti capitali provenienti da «mammona iniquitatis», si è reso disposto a saldarvi qualsiasi richiesta economica in base al principio che ogni uomo e istituzione hanno il loro prezzo. La promessa prevede il vostro silenzio che – è il caso di dirlo – è un silenzio d’oro? Quando il vostro silenzio non regge l’evidenza dell’ignominia dei fatti, voi, da esperti, pesate le parole e parlate a suocera perché nuora intenda, ma senza disturbarla troppo: «troncare, sopire … sopire, troncare».
Sig. Cardinale, ricorda il conte zio dei Promessi Sposi? «Veda vostra paternità; son cose, come io le dicevo, da finirsi tra di noi, da seppellirsi qui, cose che a rimestarle troppo ... si fa peggio. Lei sa cosa segue: quest’urti, queste picche, principiano talvolta da una bagattella, e vanno avanti, vanno avanti... A voler trovarne il fondo, o non se ne viene a capo, o vengon fuori cent’altri imbrogli. Sopire, troncare, padre molto reverendo: troncare, sopire» (A. Manzoni, Promessi Sposi, cap. IX).
Dobbiamo pensare che le accuse di pedofilia al presidente del consiglio e le bugie provate al Paese siano una «bagatella» per il cui perdono bastano «cinque Pater, Ave e Gloria»? La situazione è stata descritta in modo feroce e offensivo per voi dall’ex presidente della Repubblica, Francesco Cossiga, che voi non avete smentito: «Alla Chiesa molto importa dei comportamenti privati. Ma tra un devoto monogamo [leggi: Prodi] che contesta certe sue direttive e uno sciupafemmine che invece dà una mano concreta, la Chiesa dice bravo allo sciupafemmine. Ecclesia casta et meretrix» (La Stampa, 8-5-2009).
Mi permetta di richiamare alla sua memoria, un passo di un Padre della Chiesa, l’integerrimo sant’Ilario di Poitier, che già nel sec. IV metteva in guardia dalle lusinghe e dai regali dell’imperatore Costanzo, il Berlusconi cesarista di turno: «Noi non abbiamo più un imperatore anticristiano che ci perseguita, ma dobbiamo lottare contro un persecutore ancora più insidioso, un nemico che lusinga; non ci flagella la schiena ma ci accarezza il ventre; non ci confisca i beni (dandoci così la vita), ma ci arricchisce per darci la morte; non ci spinge verso la libertà mettendoci in carcere, ma verso la schiavitù invitandoci e onorandoci nel palazzo; non ci colpisce il corpo, ma prende possesso del cuore; non ci taglia la testa con la spada, ma ci uccide l’anima con il denaro» (Ilario di Poitiers, Contro l’imperatore Costanzo 5)....
......Egregio sig. Cardinale, possiamo sperare ancora che i vescovi esercitino il servizio della loro autorità con autorevolezza, senza alchimie a copertura dei ricchi potenti e a danno della limpidezza delle verità come insegna Giovanni Battista che all’Erode di turno grida senza paura per la sua stessa vita: «Non licet»? Al Precursore la sua parola di condanna costò la vita, mentre a voi il vostro «tacere» porta fortuna.
In attesa di un suo riscontro porgo distinti saluti.
Paolo Farinella, prete
(Paolo Farinella è prete della diocesi di Genova, biblista, scrittore e saggista, collabora con MicroMega, con Missioni Consolata di Torino e con l’Editore Gabrielli, ha pubblicato: "Bibbia, parole, segreti, misteri"; "Ritorno all’Antica Messa"; "Crocifsso …Dio e la civiltà occidentale". NdR)
terça-feira, 9 de junho de 2009
Trindade, ou seja, como sentir (sem ver) o Deus dos ‘invisíveis”
Coloco somente agora algumas reflexões que me foram ditadas, domingo passado, em ocasião da festa da Trindade. Para tais coisas não existe prazo de vencimento. Afinal procurar e sentir a presença de Deus na nossa vida é algo que vai durar...a vida inteira!
Geralmente, a depender da nossa formação inicial, processos de socialização, educação religiosa e/ou formal, etc. acabamos incorporando várias imagens de Deus. Na grande maioria das vezes de forma inconsciente e acrítica. Afinal, nessa dimensão religiosa, ‘certas coisas’ devem ser somente aceitas, incorporadas, e não questionadas!
Foram essas imagens específicas de Deus que Jesus de Nazaré adotou. Ele, como nos diz João, nos revela Deus, sendo que ‘ninguém O viu’, e explicita a Sua ‘verdadeira identidade’. Nesse sentido, ao sabermos/conhecermos a identidade de Deus revelada por Jesus podemos experimenta-lo e senti-Lo presente em nossas vidas. Tudo isto ao reproduzir a mesma relação (palavras, gestos, opções, atitudes...) que Jesus tinha para com “aquele Deus”, entendido como ‘Abbá-Pai-Mãe”, cheio de misericórdia e de compaixão, que 'faz chover sobre os bons e sobre os maus' porque a todos os trata como filhos e filhas.
Quando a neurose distorce, manipula e suja histórias de vida e dignidades
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Assaltos no trecho indígena entre Barra do Corda e Grajaú: uma Carta Aberta de entidades indigenistas aos poderes públicos e à sociedade
diante dos lamentáveis fatos que vêm ocorrendo na BR 226 no trecho indígena envolvendo assaltos, agressões físicas e morais supostamente praticados por alguns indígenas da região, queremos manifestar o nosso firme repúdio e nos solidarizar com todas as vítimas marcadas pela violência física e moral. Ao mesmo tempo, queremos nos solidarizar também com aquelas famílias indígenas da região - que são a grande maioria - que sem ter cometido nenhum ilícito são tachadas de bandidos e assaltantes por numerosos não indígenas da região só pelo fato de serem ‘indígenas’ da região.
Queremos denunciar, outrossim, as formas manipuladoras de determinada mídia e setores sociais da região que divulgam de forma capciosa os acontecimentos responsabilizando única e exclusivamente os indígenas pelos assaltos, agressões e outras violências que vem ocorrendo na BR dentro da terra indígena.
A permanente exposição midiática desses fatos com suas interpretações nem sempre objetiva alimenta a revolta, o preconceito e o ódio, e fortalecem a prática grosseira da generalização indiscriminada, ofendendo a verdade e a dignidade dos mais de 7.000 indígenas que moram naquela terra indígena Canabrava e que nunca agrediram e ameaçaram ninguém! Sem contar com o fato que isso não ajuda a pensar coletivamente formas positivas e afirmativas para solucionar esses problemas.
Louvamos a atitude tomada por várias lideranças da T. I. Canabrava, das autoridades policiais, do Ministério Público e do Poder Judiciário de Barra do Corda ao realizarem uma audiência pública em fins de janeiro de 2009, procurando somar esforços para a solução de tais problemas. Entretanto, até o presente momento esse esforço não redundou em maior segurança e paz.
Poucos sabem, e pouco se divulga que quem arquiteta e dirige efetivamente a violência na região, semeando insegurança e medo, não são somente alguns indígenas locais, e sim pessoas não indígenas, em sua grande maioria fugitiva da justiça. Esses criminosos conseguem, de forma ardilosa, se infiltrar no seio das comunidades indígenas locais. Seduzem algumas jovens, começam a conviver com elas, se tornam membros da sua família. Acreditam poder ter direitos formais como os demais indígenas e, principalmente, pretendem poder agir à margem da lei desrespeitando quem, ingenuamente, os acolheu.
Entristece-nos constatar que esses jovens indígenas aliciados para o crime organizado veem em muitos setores da população não indígena local péssimos exemplos de respeito, onde a falta de honestidade, a prática de ilícitos, de violência e agressões físicas e morais são praticados com uma intensidade vergonhosa, e muitos deles sem sofrer qualquer tipo de punição. Sem falar no fato que, secularmente, esses setores sociais locais marginalizam e detestam os indígenas de forma ostensiva e igualmente revoltante. Tudo isso favorece o surgimento da mentalidade e prática de que não é possível e nem vale a pena dialogar e conviver harmoniosamente.
Ao afirmar isso não queremos retirar e eliminar a responsabilidade pessoal desses indígenas que vêm cometendo esses crimes provocando sofrimentos físicos e morais em muitas pessoas do nosso Estado. Ao contrário, em que pesem as formas de aliciamento, de cooptação e ameaças praticadas por não indígenas para que membros indígenas se juntem a eles para praticarem crimes, apelamos à justiça para que tome medidas enérgicas contra quem quer que seja que praticou esses crimes. Ao mesmo tempo, apelamos para que juntos possamos pensar em formas eficazes para garantir segurança e paz aos transeuntes. Alguns caciques da região já prenderam e entregaram à justiça alguns jovens indígenas pegos em flagrante em um dos assaltos e se comprometem a continuar em sua ação fiscalizadora.
Temos, enfim, que desencadear iniciativas sociopedagógicas junto ás comunidades, inibindo não só o ingresso de jovens indígenas nesses crimes, mas abrindo-os à beleza da convivência harmoniosa, à educação, ao lazer, ao esporte, à valorização de sua cultura.
Enquanto Igreja católica que procura testemunhar o reino da justiça e da paz a todos os seres reafirmamos o nosso compromisso em continuar ao lado dos povos indígenas para:
a: realizar visitas sistemáticas às aldeias da T.I. Canabrava a fim de ouvir, dialogar e perceber suas necessidades e potencialidades;
b. Realizar oficinas com educadores em escolas indígenas, com mulheres, jovens, lideranças sobre os cuidados com a vida, sobre direitos e deveres contemplados na legislação indigenista e nas práticas tradicionais;
c. Uma prática evangelizadora explícita, respeitosa e libertadora, que ajude a despertar para o sentido da vida, no respeito à terra como dom do Criador, e na preservação de todos os seres vivos.
Aos poderes públicos a quem cabe primordialmente o dever constitucional de garantir segurança e integridade física aos cidadãos e cidadãs, propomos:
a. Que seja deflagrada uma enérgica ação interinstitucional dos órgãos de segurança (estadual-federal) para que mediante um conjunto de ações de inteligência identifiquem e neutralizem os responsáveis pelos assaltos e violências praticadas por quem quer que seja no trecho indígenas da BR de forma a restabelecer a segurança física na região.
Grajaú, 31 de maio, 2009 – dia de Pentecostes -
terça-feira, 2 de junho de 2009
VALE:MODELO DE EMPRESA A NÃO SER SEGUIDO. Os Combonianos se pronunciam.....
A Vale do Rio Doce vítima e corresponsável da crise
A Vale tem um poder econômico comparável ao de inteiros Países: é a segunda maior mineradora do mundo por receita bruta, que supera o PIB de nações como o Quênia (37 milhões de habitantes). No mês de Março de 2009 declarou suas perspectivas de crescimento no Moçambique pela realização de uma mina de carvão e de uma central de energia térmica (fortemente poluidora): o investimento previsto é de mais de 4 bilhões de dólares, correspondentes a mais do 30% do PIB do Moçambique em 2008!
Pode-se objetar que não cabe a uma empresa privada socorrer as vítimas de desastres naturais; duvidamos porém que as repetidas enchentes desses meses sejam somente fruto da loucura ambiental. A responsabilidade social de qualquer empresa deve levar em conta sem desconto os efeitos colaterais desse modelo de produção, baseado sobre a monocultura, a devastação da mata nativa para alimentar os fornos de carvão para as siderúrgicas, a poluição (somente em São Luís 70% dos óxidos de nitrogênio, 53% do dióxido de enxofre e 30% do material particulado deve-se à Vale!).
Mesmo assim, vamos considerar um exemplo ainda mais diretamente de responsabilidade das empresas: a crise e o desemprego.
Mesmo tendo uma diminuição nos negócios no último trimestre, Vale fechou 2008 com um desempenho recorde (lucro e receita bruta cresceram de 2007 para 2008 respectivamente de 19% e 16,3%). O preço do minério permaneceu fixo ao longo do ano todo, mas nos últimos meses Vale está vendendo minério às empresas chinesas com 20% de desconto sobre o preço de referência de 2008, para não perder o mercado oriental em concorrência com outras mineradoras.
Na região de Carajás, porém, onde Vale detém o monopólio da mineração, não houve desconto algum: por isso, no Pará de 10 siderúrgicas existentes somente 3 estão trabalhando. Em Açailândia, importante centro siderúrgico do Maranhão, somente 6 sobre 15 altofornos estão ativados.
Em paralelo a essa “agressividade econômica”, temos desde já numerosos exemplos de violência ambiental. Os últimos foram um incidente grave na Nova Caledônia em Abril A poderosa máquina da propaganda da Vale divulgou no mesmo período dos acidentes o lema de ”empresa cada vez mais verde”. Para o sistema do lucro, os acidentes são pequenos empecilhos e, às vezes, até oportunidades, como podemos aprender dessa fala emblemática do presidente da Companhia, Roger Agnelli: "Esta crise está boa para nós. Todos os rios caminham para o mar. A realidade é que nós temos os melhores recursos; nós temos o mais baixo custo e muitos dos grandes caras - que eram grandes há alguns meses - estão desaparecendo. De fato, Vale aproveitou nesses últimos meses para realizar operações economicamente muito significativas.
Em busca de respostas evangélicas
A violência socioambiental continua coletando mártires silenciosos, mortes lentas e outras mais chocantes. Esse apelo chega forte a nosso coração de missionários, chamados por Deus às fronteiras da luta para que Tudo tenha Vida. A justiça ambiental é a utopia mais completa que podemos buscar, a partir dessas terras preamazônicas que já sofreram inúmeras violações e saques.
As palavras de São João, padroeiro tão querido pelo povo do Nordeste, ressoam em nós com sabor de raiva e paixão pela justiça: ”Raça de cobras venenosas, quem lhe ensinou a fugir da ira que vai chegar? Façam coisas para provar que vocês se converteram!”
Quando Jesus mandou escolher entre Deus e o dinheiro, não isentou a classe empreendedora dessa opção: há meios e possibilidade de investir e gerar trabalho e lucro no respeito da vida e do meio ambiente. Esses meios se encontram através de dinâmicas de partilha, de participação, de acesso de todos às decisões: são esses os valores profundamente evangélicos que devem permear também o mundo da economia, em profundo conflito com os valores do anti-reino (acumulação, centralização do poder e das escolhas, controle do capital, financeirização dos recursos, etc).
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Missão dos Missionários Combonianos Na América Latina -Quito 2009
Esta missão pela vida a realizamos em três dimensões básicas:
2. O serviço. Iluminados pela figura do Bom Samaritano nos dedicamos com prazer e generosidade ao serviço aos pobres, realizando “sinais messiânicos” (sinais da presença do Reino) que mostrem a proximidade de Deus. Nesta perspectiva, consideramos um serviço necessário nos tempos de hoje um trabalho forte a favor da Justiça, da Paz e o respeito pela Criação.
3. A comunhão. Cremos que a humanidade é uma única família de filhos de Deus, cuja plenitude de vida se realiza na fraternidade. Por isso promovemos a comunhão e participação, processos de reconciliação, criando ou recriando relações comunitárias de solidariedade em vista de um mundo mais justo e fraterno, sem dominados e nem dominadores. Com as comunidades de discípulos que o Espírito vai suscitando, celebramos a santidade da vida, a beleza de sentir-nos irmãos, e a esperança de um mundo novo; e nos alimentamos freqüentemente com o pão da Palavra e do Corpo do Senhor. Nesta dimensão, favorecemos o diálogo intercultural e interreligioso, assim como a animação missionária das igrejas, promovendo a comunhão e colaboração entre igrejas e povos.
Metodologia
2. Escuta atenta da realidade, das pessoas e dos sinais dos tempos, com uma atitude de respeito e capacidade de análise.
3. O discernimento pessoal e comunitário como método de trabalho, e para tomar decisões.
4. Criação de pequenas comunidades eclesiais.
5. Formação de líderes para a sociedade e para a igreja.
6. Indo além das fronteiras eclesiais, inclusive criando iniciativas missionárias não circunscritas à paróquia.
7. Animação missionária, para que nossas igrejas se abram para a missão na “outra margem” (Aparecida 376), através dos meios de comunicação, testemunho pessoal, estando presentes nos organismos da igreja local, e cooperando com outras instituições da sociedade.
8. Promoção vocacional e formação de novos discípulos missionários.
9. Internacionalidade. Vivemos a vocação-missão como uma comunidade de irmãos procedentes dos mais diversos lugares e culturas, isto enriquece nossa resposta ao chamado recebido.
10. Pluriministerialidade: Seguindo a intuição de Comboni, no nosso instituto vivemos a missão com uma pluralidade de ministérios, de sacerdotes e irmãos, abrindo-nos também a outros ministérios leigos e a toda a família Comboniana. Esse princípio caracteriza também nossa ação evangelizadora e pastoral.
11. Cooperação: Como portadores de vida, cooperamos com qualquer pessoa e instituição que trabalhe a favor da vida, especialmente dos mais pobres.