Crianças, jovens, adultos e idosos todos mobilizados por uma única causa, a paz. Assim foi o sentimento de centenas de pessoas reunidas no último sábado (28/9) para a I Caminhada da Paz realizada na área Itaqui Bacanga em São Luís. A caminhada trouxe como tema: Juventude na construção de um bairro de paz. Com o lema: Paz na Vila, o objetivo principal da I caminhada da paz é chamar a atenção das comunidades sobre a importância de se promover a paz. Paz na família, paz nas ruas, paz na escola, paz no trânsito. A passeata em prol de um bairro sem violência foi realizado pela paróquia São Daniel Comboni, com participação das comunidades católicas: Nossa Senhora do Povo, Nossa Senhora da Esperança, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora da Libertação, Nossa Senhora da Vitória, Cristo Redentor, São João Batista, São José, entre outras.Segundo o padre Roberto Perez, essa I caminhada foi o jeito que a paróquia encontrou para conscientizar a comunidade sobre a importância de se promover a paz. “A comunidade precisa acordar para as questões da violência no bairro. O nosso objetivo é semear a semente da paz”, declarou. A caminhada foi embalada com músicas da igreja católica que falavam de paz, amor, fé e esperança. Em vários momentos de fé, todos rezavam em nomes das famílias que por causa da violência perderam entes queridos. Nomes das vítimas foram lembrados ao longo da caminhada. Além do coral infantil da creche esperança que cantou pedindo paz e amor momentos antes de saírem em caminhada pelas ruas do bairro.Em cada rua em que passavam a caminhada era saudada pelos moradores que vinham até a porta de suas casas como uma maneira de incentivar ainda mais as pessoas em caminhada.O encerramento ocorreu na praça sete palmeiras com várias apresentações artísticas de grupos católicos com dança, música e um dos momentos mais marcantes da caminhada foi o momento em que todas as vítimas da violência no trânsito, foram lembradas e representadas pelos familiares com o símbolo da cruz. (Fonte: O Imparcial)
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Investigação da PF -Prefeitos do Maranhão são campeões nacionais em corrupção.
O Maranhão conta com cerca de 700 inquéritos envolvendo desvios de recursos, fraude de licitações em prefeituras. “Fazendo uma projeção bastante ‘otimista’, algo em torno de 90% do Estado do Maranhão tem uma investigação em curso, o que revela um quadro muito triste em nosso estado e que justifica o baixo IDH do Estado. Em números absolutos, é o Estado com o maior número de crimes dessa monta. Conseguimos superar São Paulo”, afirmou o delegado Luís André Almeida, que coordena a Operação Cheque em Branco. A Operação realizou nesta sexta-feira (27) 10 conduções coercitivas, entre ex-prefeitos, ex-secretários e empresários. Foram apresentadas provas dos desvios de dinheiro de sete municípios: Arari, Serrano do Maranhão, Pedro do Rosário, Paulo Ramos, Cajapió, Vitória do Mearim e Turilândia. Os sete ex-prefeitos foram ouvidos. “Esses gestores contraíam dívidas durante as eleições para ascender ao cargo púbico, com quadrilha de agiotas. O pagamento era feito com fraudes licitatórias, por meio de repasses federais, municipais e outros constitucionais. O que era mais estarrecedor é exatamente o modo de pagamento, que era muito peculiar. Muitos repassavam cheques em brancos, assinados, ou guias de saques em brancos, o que possibilitava à quadrilha uma verdadeira gestão dos recursos do município pela quadrilha. Era uma verdadeira transferência de responsabilidades”, disse o delegado.A Polícia Federal confirmou, nesta sexta-feira (27) que 32 prefeituras do Maranhão estão sendo investigadas por desvio de recursos federais comandados por quadrilhas de agiotas. “Sete ex-prefeitos foram intimados. As outras 25 investigações prosseguem, a um ritmo que é muito peculiar a essas investigações, pois envolve análise de contas, sigilos fiscais, movimentações bancárias. É preciso que se aprimorem para que no momento certo possamos intimar todos os envolvidos”. (Fonte G1)
Comentário do blogueiro - Devido à alta porcentagem dos prefeitos envolvidos em desvios de grana pública, percebe-se que não há somente prefeituras de uma determinada cor político-partidária, mas todas parecem ter aderido a essa prática criminosa. Só alta dizer que foi por ordem do 'coronel mor do Estado' que esses prefeitinhos fizeram o que fizeram! Para resolver definitivamente essa praga só praticar o diziam os meus antigos antepassados, os romanos...'SANATIO IN RADICE'!
domingo, 29 de setembro de 2013
Papa Francesco no dia dos catequistas - 'Catequista é aquele que guarda e alimenta a memória de Deus'
Cidade do Vaticano (RV) – Às 10h30, horário de Roma, o Papa Francisco entrou em procissão na Praça São Pedro para presidir, do adro da Basílica vaticana, a missa do Dia dos Catequistas, convocado no âmbito do Ano da Fé. Francisco começou a homilia com uma citação do Profeta Amós: “Ai dos que vivem comodamente em Sião e dos que vivem tranquilos, deitados em leitos de marfim”, comem, bebem, cantam, divertem-se e não se preocupam com os problemas dos outros”. “Estas duras palavras nos advertem para um perigo que todos corremos: o risco da comodidade, da mundanidade na vida e no coração, de ter como centro o nosso bem-estar”, lembrou o Papa. Francisco repassou a experiência do rico do Evangelho, que vestia roupas de luxo e cada dia se banqueteava lautamente; o importante para ele era isto. E o pobre que jazia à sua porta e não tinha com que matar a fome não era com ele, não lhe dizia respeito.“Se as coisas, o dinheiro, a mundanidade se tornam o centro da vida, apoderam-se de nós, dominam-nos e perdemos a nossa identidade de homens”. Ele explicou que “isto acontece quando perdemos a memória de Deus. Se falta a memória de Deus, tudo se nivela pelo ‘eu’, pelo meu bem-estar. A vida, o mundo, os outros perdem consistência, não contam para nada, tudo se reduz a uma única dimensão: o ter. Continuando, respondeu à questão: “Quem é o catequista?”. “É aquele que guarda e alimenta a memória de Deus; guarda-a em si mesmo e sabe despertá-la nos outros. Como a Virgem Maria, não pensa nas honras, no prestígio, nas riquezas, não se fecha em si mesmo. O catequista é precisamente um cristão que põe a memória ao serviço do anúncio; não para se exibir, nem para falar de si, mas para falar de Deus, do seu amor, da sua fidelidade”. (Fonte: Rádio Vaticano)
Polícia militar e jagunços atacam acampamento de agricultores em João Lisboa.
O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do município de João Lisboa, denunciou à direção da FETAEMA, que ontem, 28, um grupo de policiais militares e jagunços tentou invadir o acampamento de uma área de posse, conhecida como Cipó Cortado. O clima foi tenso, com gritos de mulheres, crianças e idosos e os trabalhadores armados com foices e facões diziam que morreriam mas não seriam expulsos, diante do grupo fortemente armado com escopetas e pistolas de grosso calibre. Dentre os invasores, alguém temeu pelo iminente registro de um morticínio e o grupo recuou com a promessa de retornar depois. Na última quinta-feira, na reunião dos Bispos do Maranhão, realizada em São Luís, o colegiado defendeu a necessidade urgente de elaboração de um documento com detalhes de todos os conflitos no Estado para ser encaminhado a Governadora Roseana Sarney, ao desembargador Antonio Guerreiro, presidente do Tribunal de Justiça e ao presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado Arnaldo Melo. A verdade é que a Polícia Militar, instituição da Segurança Pública, ao invés de manter a ordem e o direito de ir e vir dos cidadãos, vem sendo utilizada por políticos e empresários do agronegócio como aparelho repressor, idêntico a muitas decisões judiciais ao arrepio da lei, destacaram vários bispos, salientando que a Policia Militar é na verdade a grande estimuladora da violência no Estado. O bispo Dom Gilberto Pastana, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Regional do Maranhão e da Diocese de Imperatriz já foi comunicado do fato, devendo ele visitar as famílias que estão sendo vítimas da opressão da Policia Militar. Os conflitos agrários no Maranhão estão ficando cada vez mais acirrados pela incompetência da direção do INCRA, que tem procurado postergar desapropriações e regularizações fundiárias para beneficiar latifundiários, empresários do agronegócio e até mesmo grileiros, uma vez que o Superintendente Regional está em plena campanha política como candidato a deputado estadual pelo PT. (Blog do Aldir Dantas)
sábado, 28 de setembro de 2013
Fazer comunhão com os Lázaros deitados á porta da nossa vida e que o nosso egocentrismo não permite que os enxerguemos! (Lc. 16,19-31)
Parece ser mesmo verdade: só na hora do aperreio é que percebemos a presença forte de Deus e das pessoas que poderiam amenizar a nossa situação! Todo dia ‘enxergamos’ gente mergulhada em situações de desespero e de abandono, mas somos incapazes de ‘vê-las’. A nossa indiferença, o nosso egocentrismo, a nossa obtusidade em cuidar somente dos nossos interesses e das nossas amizades particulares não nos permite ver e tocar a miríade de pessoas que gravitam ao nosso redor. Compreender seus anseios, e se compadecer de tantas formas de dor e de descaso. Paradoxalmente, os olhos do ‘rico da parábola’ hodierna se abrem para enxergar a presença de Lázaro somente quando não há mais possibilidade de ‘retorno’. Mais que isso: somente quando ele mesmo faz a experiência da exclusão e da conseqüente negação ao banquete da vida, é que dá fé da ‘existência’ do ‘’excluído’ Lázaro. A parábola de Jesus não visa em primeiro lugar alertar genericamente os ricos para serem compassivos em vida, pois, de outra forma, haveria condenação para eles na outra, mas é um forte chamado para que todos nos eduquemos a perceber a presença de tantas pessoas que vivem deitadas à porta da nossa casa/existência, e somos incapazes de fazer comunhão com elas.
Não é uma mera admissão da existência da luta de classes sociais em que os ricos, supostamente, seriam punidos por Deus pelo seu egoísmo e falta de equidade, e os pobres premiados, e sim um claro alerta e convite a não ignorarmos justamente aquelas pessoas que hoje nos permitem compreender o sentido das escrituras e da nossa vida. Rico, para Jesus, é todo aquele que se considera auto-suficiente e acha que não precisa dos outros, dos pobres, - pois, supostamente, estes ‘não teriam nada’ a lhe oferecer - e, portanto, poderiam ser por ele ignorados e descartados. Jesus nos convida a perceber que a existência dessas pessoas em nossa vida é a oportunidade que Deus nos dá para praticar a verdadeira compaixão e a verdadeira justiça. Descobrirmos o quanto somos injustos e desiguais. O quanto somos surdos ao que Moisés e os profetas nos falam cotidianamente. O quanto somos incapazes de garantir um mínimo de segurança aos filhos e filhas gerados por Deus. A compaixão de Deus passa, afinal, pela nossa capacidade ou incapacidade de nos compadecer de tantos Lázaros presentes em nossas vidas. E tomarmos consciência de que só através deles, e em comunhão com eles, podemos encontrar a verdadeira felicidade. O sentido mais profundo da nossa vida de permanentes itinerantes em busca de comunhão e de paz.
Médica brasileira defende o 'Mais Médicos' e expõe as mazelas da 'classe médica...e do governo'!
"Hoje, temos muitas escolas médicas no País, com estudantes que buscam status e enriquecimento, mas também que buscam salvar vidas, cuidar de pessoas, independentemente de cor, credo ou classe social. Há ainda aqueles que buscam um sistema de saúde melhor e mais justo para o Brasil. Entram na faculdade entre seus 17 e 20 anos, vindos de famílias mais abastadas, de escolas particulares, tendo tido até então pouco ou nenhum contato com a pobreza, exceto aqueles provocados pela violência ou pelos funcionários mais pobres da família. A faculdade precisaria fazer com que estes futuros médicos abram seus olhos para esta nova realidade que se apresenta. As entidades que em teoria representam a classe médica deram um tiro no pé. Ao se oporem ao programa “Mais Médicos”, e tudo o que conseguiram foi fortalecer a imagem de elitistas e corporativistas que vem nutrindo ao longo das últimas décadas... O fato é que existe muito preconceito dentro da classe médica com o trabalho na atenção básica. O “médico do postinho” é visto como alguém inferior, que não teve sucesso em escolher uma especialidade. As residências de Saúde Coletiva, Medicina Preventiva ou Saúde da Família são menos procuradas. Todos aspiram a ser Ivo Pitangui, quase ninguém a ser Osvaldo Cruz. Quando se fala em ir para o interior ou trabalhar nos Centros de Saúde da periferia, sempre dizem que não há estrutura e condições de trabalho – o que é bem verdade, mas talvez não seja o motivo real da recusa’. Quem escreve isso é Lilian Terra, médica formada pela Universidade Federal de Minas Gerais, atua na atenção básica do SUS de Campinas- SP, onde faz parte de uma equipe de saúde da família (PSF), é apaixonada pelo projeto do SUS e pela saúde pública e espera que um dia o sistema de saúde brasileiro seja de fato universal e não haja necessidade de se recorrer a Planos de Saúde ou serviços privados. (Fonte: blog Outras Palavras)
Diminui o trabalho infanto-juvenil. Qual trabalho, e para quem?
No Brasil, 3,5 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos trabalhavam no ano passado, indica a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nessa sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Os dados mostram que houve queda de 0,3 ponto percentual, ou 156 mil pessoas, mantendo a tendência dos anos anteriores. Em 1992, 19,6% das crianças e adolescentes trabalhavam, proporção que caiu para 12,6% em 2002 e para 8,3% em 2012. Três milhões, a maioria, estavam na faixa de 14 a 17 anos, idade em que o trabalho é permitido na condição de jovem aprendiz. Os dados da Pnad mostram que 24,8% dos adolescentes de 15 a 17 anos trabalhavam no ano passado. Em 2002 eram 31,8%, proporção que chegou a 47% em 1992. Entre 10 e 13 anos, eram 473 mil pessoas ocupadas. Na faixa de 5 a 9 anos, 81 mil crianças trabalhavam em 2012. Nas três faixas, os homens são maioria. A maior queda ocorreu na faixa de 10 a 13 anos, com 142 mil crianças a menos trabalhando, 23% do total. Na faixa entre 5 e 13 anos, a principal atividade é na área agrícola, com 60,2%.(Fonte: Agência Brasil)
Comentário do blogueiro - Caberia fazer algumas pontualizações quanto ao trabalho praticado por crianças e adolescentes, e me permito de fazê-las, até porque comecei a trabalhar no campo, em terra própria, aos 8 anos de idade....e nunca me senti explorado. Uma coisa é a realidade de crianças adolescentes pressionados ou até forçados a trabalhar seja lá qual for a atividade, e para alguma empresa ou fazenda, outra coisa é 'acompanhar e ajudar a família' em trabalhos agrícolas com ritmos leves e dando garantias que não serão prejudicadas aquelas atividades relacionadas à educação formal, ao lazer, etc. Por que negar a força socializadora e de fortalecimento da identidade do adolescente em acompanhar o pai, por exemplo, e outros irmãos em pequenas tarefas agrícolas? Seria esse um atentado à liberdade, à dignidade do adolescentes, desde que, evidentemente, não seja um pretexto para boicotar a escola, ou pior, exigir que o adolescente tenha o mesmo ritmo de trabalho de um adulto? Tenho dito!
Bispos do Maranhão denunciam 'jogos políticos' para prejudicar os humildes e pobres do campo!
Reunido em São Luís, o episcopado maranhense reservou espaço na agenda para socializar as inúmeras informações graves sobre os conflitos agrários no Maranhão, que tem aumentado consideravelmente. O advogado Diogo Cabral, da CPT e da FETAEMA fez um relato de toda a situação no Estado, aos bispos com a exceção da Arquidiocese de São Luís e da Diocese de Bacabal, ausentes por estarem em missões importantes. Os relatos do advogado em alguns aspectos já eram de conhecimento dos bispos, não na dimensão agravante em que estão, com destaque para a Diocese de Coroatá, em que despontam ameaças de morte a trabalhadores e trabalhadoras rurais feitas por jagunços com a proteção de policiais militares a serviço de políticos e empresários do agronegócio . Os bispos Sebastião Bandeira (Diocese de Coroatá), Vilson Basso (Diocese de Caxias) e Sebastião Lima Duarte (Diocese de Viana), fizeram relatos de conhecimento da problemática e da necessidade de ações emergenciais em defesa do Povo de Deus.
Dom Gilberto Pastana, bispo da Diocese de Imperatriz e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – Regional do Maranhão, a elaboração de um documento com relatos de fatos, inclusive os que tratam de questões diretas relacionadas aos Poderes Constituídos no Maranhão e as instituições que fazem o jogo do interesse político visando prejudicar as pobres e humildes famílias do campo. Defendeu também um encontro com a Governadora do Estado, com o Presidente do Tribunal de Justiça e a Presidência da Assembleia Legislativa do Estado e a busca de apoio na CNBB Nacional, no Conselho Nacional de Justiça, e nos Ministérios da Justiça e Desenvolvimento Agrário.(Fonte: CNBB)
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
Papa Francesco aos catequistas 'ser catequista exige romper esquemas, e ser criativo'
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa encontrou na tarde desta sexta-feira, na Sala Paulo VI, os participantes do Congresso Internacional sobre a Catequese organizado no âmbito do Ano da Fé. Em seu discurso, o Pontífice ressaltou que "a catequese é um pilar para a educação da fé". "É preciso bons catequistas!", exclamou, agradecendo aos presentes por esse serviço "à Igreja e na Igreja". "Mesmo se por vezes pode ser difícil, há muito trabalha, se esforça e não se veem os resultados desejados, educar na fé é belo! Talvez seja a melhor herança que podemos dar: a fé! Educar na fé" para que cresça. "Catequista é uma vocação: 'ser catequista', essa é a vocação; não trabalhar como catequista. Vejam bem,não disse 'trabalhar como catequista, mas sê-lo', porque envolve a vida. Francisco convidou a recordar aquilo que Bento XVI disse: "A Igreja não cresce por proselitismo. Cresce por atração". "E aquilo que atrai – precisou o Papa – é o testemunho. Ser catequista significa dar testemunho da fé; ser coerente na própria vida. E isso não é fácil! Em seguida, recordou aquilo que São Francisco de Assis dizia a seus confrades: "Preguem sempre o Evangelho e se fosse necessário também com as palavras". Mas antes vem o testemunho: "que as pessoas vejam o Evangelho em nossa vida.
E 'ser' catequistas requer amor, amor sempre mais forte a Cristo, amor a seu povo santo. E esse amor não se compra nas casas comerciais; não se compra nem mesmo aqui em Roma. Esse amor vem de Cristo! "O coração do catequista vive sempre esse movimento de 'sistole – diastole': união com Jesus – encontro com o outro. Sistole – diastole. Se falta um desses dois movimentos, não bate mais, não pode viver. Partir novamente de Cristo significa não ter medo de ir com Ele às periferias". De fato, o Pontífice exortou a não ter medo de caminhar com Jesus às periferias:"Se um catequista se deixa tomar pelo medo, é um covarde; se um catequista está tranqüilo acaba por tornar-se uma estátua de museu; se um catequista é rígido torna-se estéril. Pergunto-lhes: alguém de vocês quer ser covarde, estátua de museu ou estéril?"Francisco pediu criatividade e nenhum medo de sair dos próprios esquemas: isso caracteriza um catequista. Quando permanecemos fechados em nossos esquemas, nossos grupos, nossas paróquias, nossos movimentos – explicou – ocorre o que acontece a uma pessoa fechada em seu quarto: adoecemos. A certeza que deve acompanhar todo catequista – acrescentou Francisco é que Jesus caminha conosco, nos precede. "Quando pensamos ir longe, a uma periferia extrema, Jesus está lá." (Fonte - Rádio Vaticano)
Outubro indígena - Mobilização Nacional Indígena prevê manifestações em vários pontos do País
Prevista para a semana entre os dias 30/9 e 5/10, a Mobilização Nacional Indígena vai promover manifestações em vários locais do País. Estão confirmados atos em pelo menos quatro capitais (Brasília, São Paulo, Belém e Rio Branco), além de cidades no interior. A mobilização foi convocada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) para defender a Constituição, os direitos de povos indígenas e tradicionais e o meio ambiente. No dia 5/10, a Carta Magna completa 25 anos. O objetivo é protestar contra o ataque generalizado aos direitos territoriais dessas populações que parte do governo, da bancada ruralista no Congresso e do lobby de grandes empresas de mineração e energia. Mesmo depois dos protestos de abril deste ano, quando centenas de indígenas ocuparam o plenário da Câmara e a frente do Palácio do Planalto, seguem as tentativas de destruir o artigo 231 da Constituição, que assegura os direitos dos povos indígenas sobre suas terras.Centenas de projetos tramitam no Congresso para restringir os direitos de populações indígenas, de quilombolas e de outras populações tradicionais sobre suas terras, além de tentarem impedir a criação de unidades de conservação.
Entre eles, estão as Propostas de Emenda Constitucional (PECs) 215/2000 e 38/1999, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 227/2012 e o Projeto de Lei (PL) 1.610/1996.O governo de Dilma Rousseff tem o pior desempenho na demarcação de Terras Indígenas (TIs) desde a redemocratização. Mesmo assim, pretende dificultar ainda mais a criação de novas áreas com mudanças nos processos demarcatórios. A Portaria 303 da Advocacia-geral da União (AGU) também restringe drasticamente os direitos territoriais indígenas. Ao mesmo tempo, o governo federal segue financiando com bilhões de reais o modelo agrícola baseado no latifúndio, que concentra renda e terra, emprega pouco, abusa dos agrotóxicos, expulsa do campo trabalhadores rurais, camponeses, populações indígenas e tradicionais. (Fonte - Notícias da Amazônia)
CARTA DE ABRAHAM LINCOLN AO PROFESSOR DO SEU FILHO
Caro professor,
Ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas, por favor, diga-lhe que, para cada vilão, há um herói, que para cada egoísta, há também um líder dedicado; ensine-lhe, por favor, que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros do céu, as flores do campo, os montes e os vales.Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos. Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.Ensine-o a ouvir a todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram.Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço, deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.Eu sei que estou pedindo muito, mas veja o que pode fazer, caro professor.
Ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas, por favor, diga-lhe que, para cada vilão, há um herói, que para cada egoísta, há também um líder dedicado; ensine-lhe, por favor, que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros do céu, as flores do campo, os montes e os vales.Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos. Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.Ensine-o a ouvir a todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram.Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço, deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.Eu sei que estou pedindo muito, mas veja o que pode fazer, caro professor.
Abraham Lincoln, 1830
(Fonte-Blog do Marco Passerini)
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Frase do dia
'A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez'.Friedrich Nietzsche
Sempre juntos
Prezad@s leitores estou em área indígena impossibilitado de atualizar o meu blog, mas logo que puder estarei de volta. Tenham um bom dia e novidades estão aparecendo, embora nem todas agradáveis...
domingo, 22 de setembro de 2013
Papa Francesco na Sardenha - 'Sejam astutos, não deixem que nos roubem a esperança'!
Desempregados, precários, trabalhadores que vivem com o seguro-desemprego: a visita do Papa a Cagliari, na ilha da Sardenha, neste domingo, começou com o encontro com uma das categorias que mais sofre com a crise europeia.“É uma realidade que conheço bem pela experiência que tive na Argentina”, disse o Papa, que narrou a migração de seu pai, que foi para a Argentina com a ilusão de “fazer a América” e sofreu a terrível crise dos anos 30. Conheço isso muito bem! Ma devo dizer-lhes: “Coragem!”. Para que não seja uma palavra de circunstância, Francisco pediu solidariedade e inteligência para enfrentar este “desafio histórico”.O Santo Padre afirmou que o sofrimento que encontrou na Sardenha foi o mesmo da primeira cidade que visitou na Itália, também ela uma ilha, a de Lampedusa. “A falta de emprego é um sofrimento que leva – desculpem se sou um pouco forte, mas é a verdade – a sentir-se sem dignidade! Onde não há trabalho, não há dignidade! E este não é um problema só da Sardenha, só da Itália ou de alguns países da Europa, é a consequência de uma escolha mundial, de um sistema econômico que leva a esta tragédia; um sistema econômico que tem no centro um ídolo, que se chama dinheiro. ”Deus, explicou o Pontífice, quis que no centro no mundo não estivesse um ídolo, mas o homem e a mulher, que levam avante, com o próprio trabalho, o mundo. “Trabalho significa dignidade, trabalho significa levar o pão para casa, trabalho significa amar!” Por isso, encorajou o Papa, “não deixem roubar a esperança! Mas devemos ser astutos, porque o Senhor nos diz que os ídolos são mais espertos do que nós. O Senhor nos convida a ter a astúcia da serpente com a bondade da pomba. Tenhamos esta astúcia e digamos as coisas com o seu próprio nome. Devemos lutar juntos para que no centro, pelo menos da nossa vida, estejam o homem e a mulher, a família, todos nós, para que a esperança continue... Não deixem roubar a esperança!” (Fonte: Rádio vaticano)
Competentes para construir a verdadeira e única riqueza que é a Realeza de Deus e não 'mamona' que escraviza! (Lc.16,1-13)
No nosso cotidiano somos confrontados com as mais diferentes e contraditórias situações e pessoas. Todo dia somos questionados sobre a validade de nossas crenças, valores, opções de vida. Podemos acreditar a na honestidade, mas a toda hora temos que resistir contra os apelos de quem quer nos corromper. O princípio da justiça parece ser algo inegociável, mas a toda hora vemos abusos e formas de iniquidade que nos revoltam e nos seduzem ao mesmo tempo. Mais que isso: temos a impressão, - mesmo sem se arvorar em pessoas perfeitas, - que somos uma ínfima minoria que ainda acredita em determinados valores. Por causa disso, às vezes, podemos nos sentir um tanto ridículos e patéticos. O evangelho de hoje, numa leitura superficial, parece até que Jesus esteja torcendo contra o patrimônio colocando-se do lado dos que estão vencendo e tirando proveito dos outros. Ledo engano. O pano de fundo da parábola de Jesus e da reflexão que vem a seguir é a necessidade de construir com eficácia e competência a nova Realeza de Deus. Na parábola do administrador desonesto Jesus exalta o modo astuto que ele adota, como forma de encontrar respostas e soluções quando nos encontramos em situações adversas. Quando tudo parece estar contra nós, e os nossos projetos de vida.
Evidente que Jesus está trabalhando no limite do paradoxal, mas só para que possamos ‘imitar’ a lucidez, a perspicácia, esperteza do administrador demitido que se viu na obrigação de encontrar alternativas à sua desgraça. Longe de desanimar ele saiu-se com elegância utilizando ‘dinheiro sujo’, e meios escusos. Com isso, Jesus não quer que sejamos nós também desonestos e relapsos, mas que possamos compreender que a Realeza de Deus exige que seja construída com competência. Afinal, não podemos pensar que ela se constrói por bobalhões e desligados da vida, mas ao contrário a nova realidade que vem de Deus deve ser construída por pessoas que sabem se planejar, encontrar soluções criativas e permanentemente ligadas. Todavia, o que Jesus nos chama a atenção no final é o fato de que há algo que vai além da nossa competência ou incompetência na hora de construir de forma eficaz a Realeza de Deus. É quando o nosso coração ainda não a identificou com a verdadeira riqueza, com a única pérola preciosa que dá sentido ao nosso existir. É como se Jesus nos dissesse que não adianta, afinal, sermos espertos ou não, se ainda não chegamos a colocar a Realeza de Deus em primeiro lugar, e só porque o nosso coração ainda está dependente de outras riquezas desviantes. Sermos perspicazes, espertos, antenados e competentes é fundamental, mas só depois que se fez a opção clara e irrenunciável em favor de Deus, e não em favor dos ídolos como o dinheiro que nos escraviza e nos manipula.
Evidente que Jesus está trabalhando no limite do paradoxal, mas só para que possamos ‘imitar’ a lucidez, a perspicácia, esperteza do administrador demitido que se viu na obrigação de encontrar alternativas à sua desgraça. Longe de desanimar ele saiu-se com elegância utilizando ‘dinheiro sujo’, e meios escusos. Com isso, Jesus não quer que sejamos nós também desonestos e relapsos, mas que possamos compreender que a Realeza de Deus exige que seja construída com competência. Afinal, não podemos pensar que ela se constrói por bobalhões e desligados da vida, mas ao contrário a nova realidade que vem de Deus deve ser construída por pessoas que sabem se planejar, encontrar soluções criativas e permanentemente ligadas. Todavia, o que Jesus nos chama a atenção no final é o fato de que há algo que vai além da nossa competência ou incompetência na hora de construir de forma eficaz a Realeza de Deus. É quando o nosso coração ainda não a identificou com a verdadeira riqueza, com a única pérola preciosa que dá sentido ao nosso existir. É como se Jesus nos dissesse que não adianta, afinal, sermos espertos ou não, se ainda não chegamos a colocar a Realeza de Deus em primeiro lugar, e só porque o nosso coração ainda está dependente de outras riquezas desviantes. Sermos perspicazes, espertos, antenados e competentes é fundamental, mas só depois que se fez a opção clara e irrenunciável em favor de Deus, e não em favor dos ídolos como o dinheiro que nos escraviza e nos manipula.
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
Papa Francesco aos novos bispos ' Não sejam bispos de aeroportos'!
Alguns trechos da reflexão que o papa Francesco fez por ocasião do encontro com cerca de 130 novos bispos....
Falando sobre os bispos acolherem com magnanimidade o Papa Francisco disse: “Que seu coração seja tão grande a ponto de ser capaz de acolher todos os homens e mulheres que você encontrar ao longo de seus dias e que você vai encontrar quando visitar suas paróquias e comunidades. Já agora se perguntem: aqueles que baterão à porta da minha casa, como irão encontrá-la? Se a encontrem aberta, - continuou o Santo Padre - através de sua bondade, da sua disponibilidade, experimentarão a paternidade de Deus e entenderão como a Igreja é uma boa mãe, que sempre acolhe e ama”. O segundo pensamento: caminhar com o rebanho: “acolher todos para caminhar com todos.
O Bispo - frisou Francisco - está em caminho “com” e “no” seu rebanho. Isto significa caminhar com os próprios fiéis e com todos aqueles que se dirigirão a vocês, partilhando com eles alegrias e esperanças, dificuldades e sofrimentos... “Entre as primeiras tarefas que vocês têm está o cuidado espiritual do presbitério, mas não se esqueçam das necessidades humanas de cada sacerdote, especialmente nos momentos mais delicados e importantes de seus ministérios e de suas vidas. Nunca é tempo desperdiçado o tempo passado com os sacerdotes! Recebam-nos quando solicitarem; não deixem sem resposta um telefonema; estar sempre próximo, em contato constante com eles”. Sejam Pastores com o cheiro das ovelhas, presentes no meio do seu povo como Jesus, o Bom Pastor.
O terceiro e último elemento proposto pelo Papa: permanecer com o rebanho. “Refiro-me – disse Francisco - à estabilidade, que tem dois aspectos específicos: “permanecer” na diocese, e permanecer “nesta” diocese, sem buscar mudanças ou promoções. A nossa é uma época em que se pode viajar, se deslocar de um ponto a outro com facilidade, um tempo em que as relações são velozes, a época da internet. Mas a antiga lei da residência não passou de moda! É necessária para um bom governo pastoral. Permanecer, ... continuou o Papa. Evitem o escândalo de serem “Bispos de aeroportos”! Sejam Pastores acolhedores, que caminham com o seu povo, com afeto, com misericórdia....E permaneçam com seus rebanhos!”. (Fonte: Rádio Vaticano)
Bispos de Coroatá, Dom Sebastião Bandeira, publica carta aberta pedindo paz e justiça no campo
O Bispo da diocese de Coroatá, Dom Sebastião Bandeira Coelho, em comunhão com os agentes de pastoral, vem a público manifestar sua preocupação e indignação, bem como exigir das autoridades e órgãos competentes respostas concretas frente ao acelerado aumento da brutal violência que atinge profundamente comunidades rurais da Diocese que toma proporções de verdadeiros conflitos armados. Muitos são os fatos que vem acontecendo nas diversas partes da Diocese. As comunidades quilombolas de Santa Maria dos Moreiras e Puraquê, em Codó e Aldeia Velha, em Pirapemas, são alguns dos exemplos de comunidades que estão resistindo a longos anos as consequências da escravidão.
Em 31 de agosto de 2013, ocorreu a prisão ilegal do trabalhador rural Francisco das Chagas Ferreira dos Santos, da comunidade tradicional Livramento, em Codó, que foi conduzido pela Polícia Militar do Maranhão em um carro do fazendeiro e permaneceu algemado por mais de 8 horas.
Em 12 de setembro de 2013, o camponês José da Silva Pacheco, da comunidade Três Irmãos, Codó, foi procurado por dois suspeitos, desconhecidos de sua comunidade, e por sorte, o mesmo não se encontrava em casa.
Em Vergel, também em Codó, três mortes já ocorreram nos últimos anos, e nem mesmo inquérito policial foi instaurado para apurar a morte do lavrador Alfredo, ocorrida em 2007, em plena luz do dia, na porta de sua casa.
Em Timbiras, o território Campestre está sendo invadido por grileiros de terra, que promovem a destruição das matas dos cocais, no entanto o INCRA, há mais de uma década, não conclui o processo de desapropriação da área.
Em Lago do Coco, município de Matões do Norte, o quilombola Xavier Casanova é permanentemente perseguido por grandes latifundiários, inclusive empresários e parlamentares, pelo menos desde o ano de 1983! Quanto sofrimento, quanta destruição, quanta dor!
Recentemente, no dia 14.09.2013, a sanha criminosa do agronegócio promoveu na comunidade Campo do Bandeira, em Alto Alegre do Maranhão, verdadeira guerra contra os lavradores. Durante todo o sábado, um bando de jagunços, a serviço da Companhia Caxuxa Agropastoril, disparou dezenas de tiros de escopeta, calibre 12, contra um grupo de 30 lavradores que nasceram e se criaram na localidade, em uma área de terra devoluta, em processo de arrecadação sumária pelo ITERMA, que instaurou procedimento em 2006 e nunca concluiu, e que foi grilada pelo antigo proprietário, o ex-prefeito de Codó, Biné Figueiredo (PDT-MA). Em 2010, a Fazenda Caxuxa Agropastoril foi adquirida, por um grupo empresarial do Rio Grande do Norte, que comanda as ações criminosas contra os trabalhadores rurais de Campo do Bandeira.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça-CNJ, a região concentra, ao lado do Baixo Parnaíba, o maior número de conflitos no estado e o município de Timbiras concentra o segundo maior número de famílias em conflito agrário. Frente a esta grave realidade, a presente carta é um forte apelo pela paz e pela justiça no campo, em especial, às comunidades rurais da diocese de Coroatá. Em continuidade, exige-se dos órgãos fundiários, em especial do ITERMA e do INCRA, que realizem suas missões constitucionais, a saber, realizar a Reforma Agrária e a Titulação de territórios quilombolas, políticas públicas que foram vergonhosamente abandonadas pelos sucessivos governos federal e estadual, que sempre impulsionaram a expansão do agronegócio, em detrimento de milhões de camponeses. Na certeza de que a violência das armas não intimidará a promoção da Paz, reafirmamos, como Igreja de Jesus Cristo, a missão e compromisso proféticos de anunciar a Boa Notícia aos pobres em suas lutas por PÃO, PAZ E JUSTIÇA. (Fonte: Blog do Aldir Dantas)
Sebastião Bandeira Coelho
Bispo diocesano
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Publicada a primeira entrevista com papa Francisco - 'Eu, sem gente não sei viver'!
Foi publicada a primeira entrevista concedida pelo Papa Francesco a uma famosa revista dirigida pelos Jesuítas na Itália, a Civilidade Católica. Nela o papa abre o seu coração, se declara pecador, mas ‘para quem o Senhor olhou com carinho’. Ele afirma em claras letras, por exemplo, que ‘pelo meu modo de decidir rápido, um tanto autoritário, posso ter parecido ultraconservador, mas nunca fui de direita’. Outras afirmações contundentes nos chamam a atenção: ’...a igreja não é uma capela onde se encontram algumas pessoas selecionadas, ou um ninho protetor da nossa mediocridade...Igreja é mãe e pastora....quando vejo padres e irmãs com comportamentos negativos imediatamente penso ‘eis aqui um solteirão ou uma solteirona que não souberam dar vida’! O papa ao definir a igreja se identifica com aquela expressão contida na ‘Lumen Gentium’ (Luz dos Povos), ou seja, ‘igreja povo de Deus que caminha junto’. '....É o conjunto desse povo que crê que é infalível na sua fé, e nem podemos imaginar que o sentir da igreja seja somente o sentir de uma parte, a hierárquica'. E para finalizar, quando lhe perguntaram porque deixou o apartamento papal de forma clara e explícita respondeu: ' Eu sem gente não sei viver'! (Fonte: La Repubblica)
Comentário do blogueiro: Claro está que não podemos compreender uma personalidade como a de Francisco a partir de afirmações soltas, mas fica patente até para o mais laicista dos cristãos de que temos uma pessoa que antes de ser papa é gente, antes de ser teólogo é uma pessoa cheia de bom senso que sabe compreender e acolher a pluralidade das situações humanas e falar ao coração das pessoas. Se a gente não soubesse que é o próprio papa que faz determinadas afirmações poderíamos pensar que é alguém do baixo clero inevitavelmente descartado para assumir qualquer cargo eclesiástico por ser..... liberal demais. Ou, talvez, por ser demasiado humano!
'Paralisar as demarcações de terras indígenas e quilombolas seria perenizar conflitos'
Proponho, abaixo, trechos de uma entrevista concedida pelo antropólogo Beto Ricardo do ISA a IHU diante da tentativas dos congressistas ruralistas mexer em princípios constitucionais consolidados, principalmente no que se refere à questão indígena no País.
'......A bancada ruralista e os seus interlocutores dentro do governo pretendem detonar os direitos constitucionais dos índios, mas não querem discutir o assunto com eles. Sabem que os índios virão a Brasília na primeira semana de outubro e talvez pretendam liquidar a fatura nessa comissão especial que foi criada, antes que os índios possam chegar à capital. Tratam de interesses inconfessáveis. Não há no mundo um caso de poder legislativo que proceda à demarcação de terras, o que é uma tarefa tipicamente executiva. Ao transferir uma competência executiva para o legislativo, a bancada ruralista pretende paralisar os processos ou retalhar territórios com base em critérios políticos, o que é flagrantemente inconstitucional e, portanto, inconfessável.Os índios entendem que o texto constitucional vigente constitui um pacto entre o Estado brasileiro e os seus povos. Mudar esse texto, de forma expedita, nebulosa e unilateral, representaria o rompimento desse pacto. É algo inaceitável. Os índios se perguntam, nesse momento, porque os ruralistas (que são todos grandes proprietários de terras) defendem o direito de propriedade só para eles? Cada parlamentar anti-indígena quer mostrar serviço para os seus financiadores de campanha, o que se faz melhor através de alguma comprovável autoria. Alguns pretendem destruir simultaneamente os direitos dos índios, dos quilombolas e dos brasileiros em geral ao meio ambiente sadio. Outros propõem destruir primeiro alguns e depois outros.
O caminho para superar ou reduzir conflitos é a demarcação das terras. Paralisar demarcações significa perenizar conflitos. Rever demarcações significa reabrir conflitos já superados. Ao romper o pacto constitucional para não demarcar, o Congresso/governo deixaria esses povos em permanente situação de conflito com a sociedade/estado nacional, como ocorria no tempo da ditadura. Agora, o prejuízo político para o país seria maior do que na época, pois não haveria como censurar a imprensa e os movimentos indígenas.Mais mortos e feridos, mais sofrimento das partes, mais insegurança jurídica, menos produção, mais desgaste para a imagem do país. Com mais de duzentas pendências, os grupos interessados passariam a ocupar o Congresso de forma intermitente, já que os processos ficariam paralisados lá. É bom os parlamentares irem se acostumando com essas mobilizações indígenas, como a que ocorrerá no início de outubro, pois elas passariam a compor o cotidiano de trabalho deles......' (Fonte: Beto Ricardo do ISA)
Pesquisa afirma que 40% de usuários de crack está no Nordeste. Situação das mulheres usuárias é desesperadora!
As capitais do país reúnem 370 mil usuários regulares de crack ou similares (pasta base, merla e oxi). O contingente representa 35,7% do total de usuários regulares de drogas ilícitas (excetuando-se a maconha), estimado em 1 milhão nas capitais. É o que aponta a maior pesquisa já feita no país sobre o tema, divulgada nesta quinta-feira (19). Foram dois estudos realizados pela Fiocruz, sob encomenda da Senad (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas): um que traça estimativas sobre o número de usuários nas capitais do país, e o segundo que traça um perfil do dependente de crack, desta vez em âmbito nacional. A divulgação dos resultados era esperada há cerca de um ano e meio. No estudo que traça estimativas, o recorte regional impressiona por fugir do senso comum. A pesquisa estima que 40% dos usuários regulares de crack e similares que vivem em capitais estão concentrados no Nordeste --o que significa 148 mil pessoas. A segunda região com maior número absoluto de usuários é a Sudeste, com 113 mil ou 30,5%. Em seguida, vêm o Centro-Oeste (51 mil ou 13,8%), o Sul (37 mil ou 10%) e o Norte (33 mil ou 8,9%). O estudo mediu outra condição de vulnerabilidade: o uso do crack por menores de 18 anos. Dos 370 mil usuários regulares, 50 mil são crianças e adolescentes. E sua proporção, entre os usuários estimados, também é maior na região Nordeste.Enquanto a média nas capitais aponta que 13,5% dos usuários regulares são crianças e adolescentes, o percentual sobe para 18,9% nas capitais do Nordeste.
De acordo com o estudo, 78,7% dos usuários de crack são homens, 80% são "não-brancos", 41,6% informaram ter sido detidos no ano anterior. Em termos de educação, 55% completaram a 8ª série do ensino fundamental e somente 3% chegaram ao ensino superior.O perfil do uso indica que 55% utiliza a droga diariamente. O consumo da droga se estende há 7,6 anos na média nas capitais e há 4,9 anos nas demais cidades. Varia consideravelmente a quantidade de pedras usada por dia: a média é de 16 pedras, mas alcança 21 entre as mulheres.Cerca de 65% dos usuários regulares têm algum trabalho autônomo/provisório como fonte de renda, 12,8% pedem esmolas, 9% ganham dinheiro de atividades ilícitas (como furtos) e 7,5% são profissionais do sexo ou trocam sexo por dinheiro.
O perfil sobre os usuários regulares faz um retrato cruel da situação das mulheres dependentes do crack. Cerca de 10% informaram que estavam grávidas no momento da entrevista, e 46,6% disseram ter engravidado pelo menos uma vez desde que começaram o uso da droga.Das entrevistadas, 44,5% relataram já ter sofrido algum tipo de violência sexual. E pouco menos de 30% informaram que trocam dinheiro ou drogas por sexo.O pouco acesso a serviços e a prevenção de doenças transmissíveis também foi verificado pelo estudo da Fiocruz. Enquanto 78,9% dos usuários relataram a vontade de buscar tratamento, menos de 7% procuraram um CAPS AD (estrutura base para receber os usuários) e menos de 5% buscaram uma comunidade terapêutica. Outro dado preocupante é sobre o uso de preservativos. Quase 40% dos entrevistados não utilizaram preservativo nas relações sexuais vaginais que tiveram nos 30 dias anteriores à entrevista. E o conjunto dos usuários entrevistados apresentou taxas mais elevadas de doenças transmissíveis por sexo desprotegido ou por instrumentos cortantes. Enquanto a taxa geral de HIV na população brasileira é de 0,6%, entre os usuários foi medida em 5%. A hepatite C também aparece como mais frequente: 2,6% enquanto a taxa nacional é de 1,38%.(Fonte: Folha de São Paulo)
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
Grileiros e pistoleiros atacam lavradores em Alto Alegre, Maranhão
Em 2009, eram aproximadamente 72 famílias camponesas as quais foram expulsas pela terceira vez do seu território seja através da pistolagem ou através de ação de reintegração de posse sem consistência. Comunidade tradicional, secular, vivia em uma área devoluta, de 1.485 há, conhecida como Campo do Bandeira, que o empresário, politico, pecuarista e integrante lista suja do trabalho escravo Biné Figueiredo, tentava incorporar a área à sua fazenda Caxuxa Agro Pastoril de 3.600 há. Para tanto deu início a um processo perverso de expropriação e expulsão das famílias., através da truculência e da pistolagem. Em 13 de setembro de 2013, 40 famílias reocuparam pela quarta vez o território. No dia 14 pela manhã foram surpreendidos por um grupo de 5 pistoleiros armados de escopetas atirando em direção as famílias na tentativa de afugentar os camponeses e limpar a área onde estão acampadas. As 17h30min o acampamento é novamente atacado por 10 homens fortemente armados de escopeta disparando mais de 70 tiros em direção às famílias. Não conseguindo fazer vitimas desferiram os tiros em direção as panelas, destruíram os pneus de 4 motos deixando um rastro de violência, mostrando do que são capazes de fazer para atingir seus objetivos. A fazenda Caxuxa Agro Pastoril pertence hoje a um grupo do Rio Grande do Norte, que usam as mesmas estratégias violentas na tentativa de expulsar as famílias. A certeza da impunidade mostra que a força das armas ainda funciona na tentativa de fazer valer a lei do mais forte.
Desde 2011 que o Incra, repassou o processo ao ITERMA para que fosse realizado a arrecadação da área, mas até hoje o processo não foi concluído deixando as famílias jogadas nas periferias dos municípios de São Mateus, Alto Alegre e Bacabal.O fato foi comunicado ao bispo Dom Sebastião Bandeira, da Diocese de Coroatá, que está se deslocando para o local e pretende ficar ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras rurais de Alto Alegre. Há poucos dias, o Ouvidor Agrário Nacional encaminhou ao Comandante da Polícia Militar do Maranhão, correspondência solicitando providências urgentes sobre a participação de militares a serviço de políticos para perseguir lideranças quilombolas no município de Codó. O Governo do Maranhão e o Sistema de Segurança Pública, que têm se limitado a omissão ou a proteção ao latifúndio, serão responsabilizados, caso sejam registradas mortes no local, disseram várias lideranças locais. Os fatos de Alto Alegre estão sendo divulgados para todos os segmentos de trabalhadores e trabalhadoras rurais do Estado. O problema é grave e podemos nos defrontar com consequências inimagináveis.(Fonte:Blog do Aldir Dantas)
Francesco e segundas uniões: questão de justiça. No Vaticano muita coisas está sendo preparada!
“A santidade é maior que os escândalos”. Esta, segundo a revista da diocese RomaSette, foi a mensagem do Papa aos seus párocos nesta segunda-feira na Basílica de São João de Latrão. O encontro, que havia sido solicitado depois da eleição, começou às 10h e terminou às 12h30. Segundo indica a RomaSette, o Papa Francisco falou com seus párocos e respondeu às suas perguntas levando em conta os “gravíssimos problemas da Igreja” com lucidez, “mas sem pessimismo”. “A Igreja não desmorona – disse. A Igreja nunca esteve tão bem como hoje, é um momento bonito da Igreja, basta ler sua história. Há santos reconhecidos inclusive pelos não católicos (pensemos na Beata Teresa), mas há uma santidade cotidiana de muitos homens e mulheres, e isto dá esperança. A santidade é maior que os escândalos”. Em relação às indicações do Papa aos seus párocos, RomaSette indicou a “acolhida” dos casais em segunda união e a corajosa e criativa decisão de se dirigirem às “periferias existenciais”. Uma acolhida, destaca a revista, que se deve exercer na verdade. “Dizer sempre a verdade”, sabendo que “a verdade não acaba na definição dogmática”, mas que se insere no “amor e na plenitude de Deus”. Por isso, o sacerdote deve “acompanhar”. Francisco também convidou os sacerdotes do clero romano para empreenderem “caminhos corajosamente criativos”. A prioridade, no entanto, segue sendo “as periferias existenciais”, que também são “as das famílias”, sobre as quais falou em muitas ocasiões Bento XVI, sobretudo em relação às segundas uniões. Nossa tarefa, disse o Papa, é “encontrar outro caminho, na justiça”. (Fonte: IHU)
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Papa Francesco aos padres da sua diocese, Roma - Padre misericordioso é aquele que diz ao outro:' Caminhemos juntos'!
“Mesmo agora que sou Papa me sinto ainda um sacerdote”. Esta é uma das passagens chaves do diálogo que o Papa Francisco teve, na manhã desta segunda-feira, com os sacerdotes da Diocese de Roma, a sua Diocese, reunidos na Basílica São João de Latrão.
“O que é o cansaço para um Sacerdote, para um Bispo e mesmo para o Bispo de Roma?” “Quando um sacerdote está em contato com o seu povo, se cansa....mas são as exigências de Deus, não? Existe, porém, um “cansaço final” – prosseguiu Francisco – que se vê antes do “crespúsculo da vida” onde “existe a luz escura e o escuro um pouco luminoso”. É “um cansaço que vem no momento em que deveria existir o triunfo”, mas ao invés disto “vem este cansaço”. Isto – afirmou – acontece quando “o sacerdote se questiona sobre sua existência, olha para trás, ao caminho percorrido e pensa nas renúncias, aos filhos que não teve e se pergunta se não errou, se a sua vida “falhou”. É justamente sobre o “cansaço do coração”. O Papa citou então, o cansaço em tantas figuras bíblicas, de Elias a Moisés, de Jeremias até João Batista. “Nós, Bispos, devemos ser próximos aos sacerdotes, devemos ser caridosos com o próximo e os mais próximos são os sacerdotes. Os mais próximos do Bispo são os sacerdotes. (aplausos).
A partir deste ponto, iniciou-se o diálogo do Papa Francisco com os sacerdotes, aos quais pediu para sentirem-se livres para perguntar qualquer coisa. Respondendo à pergunta, o Papa Francisco disse que em relação aos cursos em preparação ao Batismo “é necessário superar o obstáculo dos pais e das mães que trabalham toda a semana e no domingo gostariam de repousar”. Então, é necessário “buscar novos caminhos”, como uma “missão no bairro” promovida pelos leigos E criticou severamente quem, numa paróquia, está mais preocupado em pedir dinheiro por um certificado que pelo Sacramento e assim “afastam as pessoas”. É necessário, ao invés disto, “a acolhida cordial”: “que aquele que venha à igreja se sinta como na sua casa. Se sinta bem. Que não se sinta explorado.”
Após, o Santo Padre falou sobre os sacerdotes misericordiosos. Um padre enamorado – disse – deve sempre recordar-se do primeiro amor, de Jesus, “retornar àquela fidelidade que permanece sempre e nos espera”. Para mim, isto é “o ponto-chave de um sacerdote enamorado: que tenha a capacidade de voltar à recordação do primeiro amor”. E acrescentou: “uma Igreja que perde a memória, é uma Igreja eletrônica: não tem vida”. Assim, é necessário guardar-se dos padres rigorosos e negligentes. O sacerdote misericordioso – afirmou – é aquele que diz a verdade mas acrescenta: “Não te apavores, o Deus bom te espera, Caminhemos juntos”. “Na Igreja – acrescentou - existem certos escândalos mas também tanta santidade e esta é maior. E existe também esta “santidade cotidiana”, escondida, “aquela santidade de tantas mães e de tantas mulheres, de tantos homens que trabalham todo o dia pela família”.
Por fim, refletiu sobre o tema da família, e em particular, sobre a delicada questão da nulidade dos matrimônios e sobre as segundas uniões. "Um problema – recordou – que Bento XVI tinha no seu coração". “O problema não pode ser reduzido à questão do fazer a comunhão ou não - afirmou - porque quem coloca o problema somente nestes termos não entende qual é o verdadeiro problema”. “A Igreja – afirmou ainda – neste momento deve fazer alguma coisa para resolver os problemas das nulidades matrimoniais. Um tema sobre o qual falará com o grupo dos 8 Cardeais que se reunirão nos primeiros dias de outubro, no Vaticano. E será tratado também no próximo Sínodo dos Bispos, pois é uma verdadeira "periferia existencial”. Por fim, o Papa Francisco recordou que no próximo 21 de setembro recorre o 60º aniversário de sua vocação ao sacerdócio. (Fonte:IHU)
Bispos detonam os ruralistas no Congresso: 'Eles rasgam a Constituição'!
A PEC 215 que transfere ao Executivo a demarcação de terras indígenas e tantos outros projetos tentam favorecer o uso delas pelo agronegócio", denunciam Erwin Kräutler, bispo da prelazia do Xingu (PA) e presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e Enemésio Lazzaris, bispo da diocese de Balsas (MA) e presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Segundo eles, "nada parece deter os ruralistas, que ostentam uma bancada de 214 deputados e 14 senadores, com campanhas eleitorais financiadas pelo capital estrangeiro da Monsanto, Cargill e Syngenta, além da indústria de armas e frigorífico, conforme dados da Transparência Brasil". Aos ruralistas, seja na tribuna do Congresso Nacional ou nos jornais, não há o que os leve mais ao descontrole do que a causa indígena.Descontrole expresso em uma escalada de recursos contra os direitos desses povos e de comunidades tradicionais garantidos pela Constituição Federal, que está prestes a completar 25 anos.Um desses recursos é a PEC (proposta de emenda constitucional) 215/00, que transfere a competência da demarcação de terras indígenas do Poder Executivo para o Congresso Nacional.Essa PEC, segundo nota técnica do Ministério Público Federal (MPF), afronta "cláusulas pétreas da Constituição da República" e viola o núcleo essencial de direitos fundamentais. Fere a divisão dos Poderes e anula o direito originário à terra, sendo a demarcação ato administrativo, segundo os juristas Carlos Frederico Marés e Dalmo de Abreu Dallari. A senadora Kátia Abreu (PSD-TO), tenta desqualificar a ação dessas pastorais taxando-as de "ideológicas". Os indígenas não estão solitários em suas mobilizações, pois a sociedade está atenta ao escândalo do latifúndio ruralista brasileiro.(Fonte: Folha de São Paulo)
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Papa ganha carrinho para se deslocar no Vaticano e congela o titulo de 'monsenhor'
O Papa Francisco vai dirigir pelos arredores da Cidade do Vaticano um carro de segunda mão, um Renault 4, popularmente conhecido como ‘Quatro latas’, ano 1984 e com 300.000 quilômetros rodados. Este carro, de cor branca, é um presente de um sacerdote de 70 anos do norte da Itália, o padre Renzo Zocca, que levou o Papa para dar um passeio pelo interior dos muros da pequena cidade-estado. “Creio que o Papa vai dirigir um pouquinho dentro do Vaticano”, assinalou, na quinta-feira passada, o vice-porta-voz da Santa Sé, o padre Ciro Benedettini. Depois que o Papa pedira aos sacerdotes que não andassem com carros de luxo para economizar e dar o dinheiro aos pobres, Zocca escreveu-lhe uma carta dizendo que ele havia usado o mesmo carro durante décadas e que gostaria de presenteá-lo ao Pontífice. Assim, no final de semana passado, levou-o até o Vaticano junto com vários paroquianos e uma vez ali, o Papa Francisco disse-lhe que sabia como dirigi-lo porque ele mesmo já teve um Renault 4 na Argentina. Depois disto, subiu ao carro e o dirigiu, segundo contou Zocca à revista italiana Famiglia Cristiana. O sacerdote Renzo Zocca, de 69 anos, e pároco da Paróquia Santa Lúcia de Pescantina, Verona, escreveu ao Santo Padre oferecendo-lhe o seu carro.
MONSENHOR, MAS NÃO DEMAIS!
Camillo e Peppone, que narrava a história do vulcânico pároco de Brescello, interpretado por Fernandel, e do prefeito comunista, interpretado por Gino Cervi? Ambos já velhos, estavam prestes a obter uma ansiada promoção, o primeiro ao título de monsenhor, enquanto o segundo estava prestes a se tornar senador. O filme que, na época, alcançou um grande sucesso, hoje, dadas as novas disposições do Papa Francisco, soa um pouco anacrônico. Don Camillo, na Igreja de Bergoglio, nunca alcançaria a honraria tão desejada, porque o título de monsenhor foi congelado. Há meses, a Secretaria de Estado, por ordens superiores, não autoriza mais esses títulos. A decisão estabelecida ainda no primeiro período do pontificado durou até hoje e, provavelmente, permanecerá bloqueada sabe-se por quanto tempo. Alguns dizem que se trata de uma medida temporária, e não uma revogação tout court, provavelmente à espera do entendimento de como reformar a Cúria e os seus escritórios, segundo critérios de sobriedade e simplicidade, varrendo privilégios e títulos que parecem ser altissonantes a Bergoglio e um pouco fora do tempo. A Igreja do futuro, repetiu Francisco várias vezes, deve ser povoada por padres não clericalizados, párocos não carreiristas, pastores atentos às periferias existenciais e aos que se afastaram. (fonte: IHU)
Morrem seis Guarani-Kaiowá, e povo retoma fazenda que lhe pertencia
A comunidade Guarani Kaiowá do acampamento indígena Apyka’i, às margens da rodovia BR-463, retomou parte do território reivindicado como tradicional, onde hoje incide a fazenda Serrana, a sete quilômetros do centro de Dourados (MS), por volta das 9h da noite deste domingo, 15. As famílias estão acampadas há 14 anos no local.Em março, uma criança Kaiowá de quatro anos morreu atropelada na estrada. Além dela, outros quatro moradores da comunidade faleceram, vítimas de atropelamentos, e uma sexta pessoa foi morta envenenada por agrotóxicos utilizados nas plantações que circundam o acampamento. A fazenda que incide sobre o território indígena, em processo de demarcação e parte do Grupo de Trabalho Dourados-Peguá, é utilizada para a monocultura em larga escala de cana-de-açúcar. Em agosto, um incêndio que teria iniciado no canavial, atingindo cerca de mil hectares da terra, se alastrou pelo acampamento, destruindo barracas e pertences dos indígenas. A causa do incêndio ainda não foi confirmada. Os indígenas temem uma retaliação por parte dos fazendeiros e, especialmente, de empresas de segurança privadas que prestam serviço a eles. Os indígenas se referem a uma série de ameaças e ataques feitos contra as comunidades, atribuídos a "jagunços" que prestam serviços aos proprietários e arrendatários das terras.Em agosto, o Conselho do Aty Guasu, grande assembleia Guarani e Kaiowá, denunciou ao Ministério Público Federal (MPF) uma ameaça atribuída a funcionários da empresa Gaspem Segurança à comunidade Apyka'i. Segundo o documento, um grupo de seguranças impediu os indígenas de pegar água no córrego próximo à fazenda, e ameaçou matá-los caso voltassem ao local. Na ocasião, o secretário geral da Anistia Internacional, o indiano Salil Shetty, visitou o acampamento Apyka'i e afirmou se sentir "em um lugar onde direitos humanos não existem”. (Fonte: IHU)
Chegam os nossos! Chegaram a São Luis os médicos estrangeiros que trabalharão no Estado!
Os primeiros médicos do exterior que trabalharão no Maranhão já estão em São Luís. São 37 profissionais que atuarão no Estado por meio do programa “Mais Médicos”, do governo federal. Os médicos participam hoje no Praia Mar Hotel, a partir das 8h, da semana de acolhimento promovida pela Secretaria de Estado da Saúde para informá-los sobre o sistema de saúde do estado e aspectos culturais maranhenses. Os médicos atenderão em 12 municípios e mais comunidades indígenas. Os médicos estrangeiros chegaram durante a madrugada de ontem na capital maranhense. Eles receberão informações sobre a situação atual da saúde no Maranhão; planos nacional, estadual e municipais de saúde; política nacional de atenção básica e as estratégias em curso no estado e municípios; sistemas de informação e regulação; funcionamento e funções do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems) e das Comissões Intergestores Regionais (CIR) e Bipartite (CIB); participação e controle social; processo de regionalização da saúde no estado; e implantação das redes de atenção à saúde. Eles tiveram ainda 21 dias de trinos em Brasília sobre a comunicação e o atendimento.
Altamira do Maranhão - 2 médicos
Amarante do Maranhão - 3 médicos
Arame - 3 médicos
Buriticupu - 3 médicos
Chapadinha - 6 médicos
Coroatá - 2 médicos
Monção - 2 médicos
Santa Helena - 2 médicos
São José de Ribamar - 2 médicos
Serrano do Maranhão - 2 médicos
Urbano Santos - 2 médicos
Vargem Grande - 2 médicos
Distritos Indígenas - 6 médicos
(Fonte: O Imparcial)
sábado, 14 de setembro de 2013
Papa Francesco se encontra com padre Gutierrez um dos pais da Teologia da Libertação e retira o 'anátema'!
O papa Fransceso recebeu em audiência privada o padre Gustavo Gutierrez, peruano, um dos pais fundadores da teologia da Libertação. O teólogo foi repetidas vezes 'perseguido' pela alta hierarquia da igreja. O próprio antecessor de Francesco, João Paulo II, não simpatizava nem com o teólogo e nem com a corrente teológica de que ele era um dos principais representantes. Esse encontro tem um enorme valor simbólico e prático: de um lado representa o fim de um 'anátema' da teologia da libertação acusada de incorporar elementos da filosofia-sociologia marxista, e do outro reconhece a legitimidade de seus conteúdos e metodologia, ou seja, um patrimônio da igreja católica.
Sócio da VALE investigado na Suíça por supostas propinas para obter concessão de exploração de minas na África que hoje são da VALE
Uma investigação internacional envolvendo um acordo que hoje está nas mãos da Vale na Guiné se espalha e faz até mesmo a polícia de Genebra lançar uma operação na residência suíça do magnata Beny Steinmetz. A pedido da Justiça americana e do governo da Guiné, os suíços vêm mantendo uma série de investigações em torno da suspeita do pagamento de propinas pelo magnata na Europa ao ex-ditador do país africano, Lansana Conte, que morreu em 2008. A suspeita é de que o dinheiro tenha sido dado em troca do direito de explorar de forma exclusiva uma das minas mais cobiçadas da África. O centro da disputa é Simandou que, para muitos, poderia gerar até US$ 140 bilhões em 25 anos e que, hoje, está nas mãos da Vale. França e Reino Unido também lançaram investigações em torno do que poderia ser um dos maiores casos de pagamento de propinas na história recente da África. Polícias de vários países querem saber como Steinmetz obteve os direitos de extração sobre a montanha de Simandou. O contrato lhe foi concedido nos últimos dias da ditadura de Conte, depois que o ditador expulsou a Rio Tinto do local onde atuava desde os anos 90. Em 2010, o primeiro presidente democraticamente eleito do país, Alpha Condé, abriu investigações sobre como a empresa do magnata, a BSGR, obteve seu contrato sobre Simandou. Numa primeira etapa, testemunhas apontaram como o bilionário mandou presentes luxuosos a parentes do ditador e ao próprio mandatário. Entre os presentes estava um relógio de diamante e ouro, além de US$ 2,5 milhões em comissões a uma de suas esposas.
Outras testemunhas apontam que Conte teria assinado o acordo já na cama onde, dias depois morreria. Em troca, o magnata pagou US$ 165 milhões para desenvolver a mina.Menos de dois anos depois, em abril de 2010, a BSGR venderia 51% de suas ações na mina por mais de US$ 2,5 bilhões para a Vale, um valor que assustou na época os mais experientes negociadores do setor. Procurada pelo Estado, a Vale não comentou a questão. (Fonte:O estado de São Paulo)
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Ex-funcionário de segurança empresarial da VALE abre o verbo e revela as sujeira da mineradora. Justiça nos trilhos foi vítima de grampo!
"Tem que deixar o buraco do rato, não pode encurralar, isso eu aprendi no Exército." A frase crua expressa a revolta de André Luis Costa de Almeida, 40 anos, ao explicar por que decidiu revelar o que sabe sobre a área de vigilância e inteligência da Vale S/A, onde trabalhou durante oito anos - nos dois primeiros como terceirizado e, depois, como funcionário do Departamento de Segurança Empresarial. Ele era responsável pelo serviço de inteligência e gestor de contratos da Vale com empresas terceirizadas da área, quando foi demitido, em março de 2012."Eu tentei conversar, mandei e-mails, nada: eles prometeram que não iam me demitir por justa causa, voltaram atrás, depois disseram que manteriam sigilo sobre o assunto mas chamaram meu novo chefe para dizer que minha presença dificultaria a relação comercial dele com a Vale. Tive que sair, não podia prejudicar o cara. Agora eu não me importo com mais nada: só quero que a verdade apareça", disse logo no primeiro encontro com a Agência Pública, em meados de maio. "Um exemplo de pedido direto (à Network) foi a infiltração de um agente no movimento Justiça nos Trilhos pelo Gerente Geral de Segurança Norte, Roberto Monteiro", diz, mostrando um demonstrativo de junho de 2011, com o pagamento total de R$ 247.807,74 à Network. Ali, na prestação de contas do Escritório Norte (Pará e Maranhão), no item "Rede Açailândia", consta a despesa de R$ 1.635,00 referente ao "recrutamento de colaborador de nível superior, em fase experimental, para atuar junto à Justiça nos Trilhos e outras atividades dos MS (Movimentos Sociais) em Açailândia/Maranhão". A rede Justiça nos Trilhos também é uma das articuladoras do movimento Atingidos pela Vale, do qual participam sindicalistas e lideranças comunitárias de diversos Estados e de outros países onde a multinacional atua - são mais de 30 -, comandada pela sede no Rio de Janeiro. Essa articulação promoveu uma votação mundial pela internet que deu à Vale o troféu de "Pior Empresa do Mundo" de 2012, entregue pessoalmente ao presidente da Vale, Murilo Ferreira.(Fonte: Terra)
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
Condenado a 21 anos de prisão o assassino do índio João Francisco Kaxinawá
O Ministério
Público do Estado do Acre (MPAC), por intermédio do Promotor de Justiça Luis
Henrique Corrêa Rolim, obteve a condenação de Francisco Rodrigues da Silva,
conhecido como ‘Vida Louca’, a 21 anos de prisão, em regime fechado, pela morte
de um indígena no município de Tarauacá. O crime aconteceu em 10 março de
2010. Segundo consta no processo crime nº 0001978-49.2012.8.01.0014, o réu
matou a pauladas, com dois golpes na cabeça, o membro da etnia Kaxinawá, João
Francisco de Oliveira Kaxinawá. Ele foi condenado por homicídio duplamente
qualificado (motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima). O Promotor
lembrou o empenho do MPAC para obter a condenação do réu, especialmente para
que as qualificadoras fossem reconhecidas e que, com isso, houvesse uma
majoração considerável da pena. Ele ressaltou ainda que Francisco Rodrigues foi
condenado a uma pena bastante expressiva e que a sentença traz tranquilidade
para a população de Tarauacá, e confiança nas instituições. “O condenado já vinha
aterrorizando a comunidade local há um bom tempo, causando grave perturbação à
ordem pública, uma vez que é tido como o criminoso mais perigoso em toda
região, autor de, além desse, de diversos outros crimes brutais, que ainda vão
a julgamento”, ressaltou.
Comentário do blogueiro - Um raro e louvável exemplo de rapidez e de justiça com relação a um processo envolvendo assassinato de indígenas. Outros, muitos, continuam sem algum tipo de julgamento. Que haja justiça e que seja pra' valer!
Questão indígena - Bancada ruralista não desiste e pressiona para que a Constituição seja rasgada!
Um grupo de mais de 30 parlamentares da bancada ruralista reuniu-se ontem com os ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil), José Eduardo Cardozo (Justiça), Antônio Andrade (Agricultura), Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário) e Luis Inácio Adams (Advocacia-Geral da União) para pressionar pela mudança nas regras para demarcação de terras indígenas. Eles cobravam o compromisso feito pela ministra em maio de que seria retirada da Fundação Nacional do Índio (Funai) a exclusividade na demarcação. Na época, Gleisi disse que seria editado decreto para que as decisões passassem, além do ministério da Justiça, pela Casa Civil e Agricultura, e prometeu que nenhuma demarcação seria feita enquanto não fossem editadas as novas regras. Segundo ruralistas, isso não foi cumprido e a Funai já deu entrada em pelo menos cinco novos processos.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), instituiu, ontem à noite, a Comissão Especial (CE) que vai analisar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215, que tira do Executivo e transfere ao Congresso a prerrogativa de demarcar as Terras Indígenas (TIs). Se aprovado, o projeto significará, na prática, a paralisação das demarcações. A oficialização da comissão contraria o relatório do grupo criado pelo próprio Alves depois que um grupo de índios ocupou o plenário da casa, em abril. Apresentado na semana passada, o documento pede a rejeição da PEC. O colegiado foi criado com a participação de indígenas, deputados indigenistas e ruralistas, mas nenhum parlamentar da bancada do agronegócio compareceu às suas reuniões. Ao criar a CE, Alves atende compromisso fechado com a bancada ruralista durante sua campanha eleitoral à presidência da Câmara. A primeira sessão da comissão está prevista para o dia 18/9, quando serão escolhidos o presidente e o relator. (Fonte: IHU)
Papa Francesco responde às perguntas do diretor de La Repubblica sobre relação entre fé e a realidade dos 'não crentes'
Coloco abaixo os principais trechos da carta de papa Francesco ao diretor Eugenio Scanfari de jornal La Repubblica que no dia 7 de agosto desse ano, no seu editorial, havia feito algumas perguntas ao próprio papa colocando as principais questões que um 'não crente' se põe ao longo da sua existência.
".....Chegou agora o tempo, e o Vaticano II inaugurou justamente a sua época, de um diálogo aberto e sem preconceitos que reabra as portas para um sério e fecundo encontro. Permita-me citar-lhe, a propósito, uma afirmação a meu ver muito importante da Encíclica: como a verdade testemunhada pela fé é a do amor – sublinha-se – "resulta claro que a fé não é intransigente, mas cresce na convivência que respeita o outro. O crente não é arrogante; ao contrário, a verdade o torna humilde.Longe de nos enrijecer, a segurança da fé nos põe a caminho e torna possível o testemunho e o diálogo com todos" (n. 34). É esse o espírito que anima as palavras que eu lhe escrevo. É a partir dessa experiência pessoal de fé vivida na Igreja, que eu me sinto confortável para ouvir as suas perguntas e para buscar, junto com o senhor, as estradas ao longo das quais possamos, talvez, começar a fazer um trecho de caminho juntos. A fé cristã crê nisto: que Jesus é o Filho de Deus que veio para dar a sua vida para abrir a todos o caminho do amor.
Por isso, o senhor tem razão, ilustre Dr. Scalfari, quando vê na encarnação do Filho de Deus o eixo da fé cristã. A encarnação, isto é, o fato de que o Filho de Deus veio na nossa carne e compartilhou alegrias e dores, vitórias e derrotas da nossa existência, até o grito da cruz, vivendo todas as coisas no amor e na fidelidade ao Abbá.
Chego, assim, às três perguntas que o senhor me faz no artigo do dia 7 de agosto. Acima de tudo, o senhor me pergunta se o Deus dos cristãos perdoa quem não crê e não busca a fé. Posto que – e é a coisa fundamental – a misericórdia de Deus não tem limites se nos dirigimos a Ele com coração sincero e contrito, a questão para quem não crê em Deus está em obedecer à própria consciência. O pecado, mesmo para quem não tem fé, existe quando se vai contra a consciência. Ouvir e obedecer a ela significa, de fato, decidir-se diante do que é percebido como bom ou como mau. E nessa decisão está em jogo a bondade ou a maldade do nosso agir.
Em segundo lugar, o senhor me pergunta se o pensamento segundo o qual não existe nenhum absoluto e, portanto, nem mesmo uma verdade absoluta, mas apenas uma série de verdades relativas e subjetivas, é um erro ou um pecado. Para começar, eu não falaria, nem mesmo para quem crê, em verdade "absoluta", no sentido de que absoluto é aquilo que é desamarrado, aquilo que é privado de qualquer relação. Ora, a verdade, segundo a fé, é o amor de Deus por nós em Jesus Cristo. Portanto, a verdade é uma relação! Tanto é verdade que cada um de nós a capta, a verdade, e a expressa a partir de si mesmo: da sua história e cultura, da situação em que vive etc. Isso não significa que a verdade é variável e subjetiva, longe disso. Mas significa que ela se dá a nós sempre e somente como um caminho e uma vida.
Na última pergunta, o senhor me questiona se, com o desaparecimento do ser humano sobre a terra, também desaparecerá o pensamento capaz de pensar Deus. Certamente, a grandeza do ser humano está em poder pensar Deus. Isto é, em poder viver uma relação consciente e responsável com Ele. Mas a relação entre duas realidades. Deus – este é o meu pensamento e esta é a minha experiência, mas quantos, ontem e hoje, os compartilham! – não é uma ideia, embora altíssima, fruto do pensamento do ser humano. Deus é Realidade, com "R" maiúsculo. Jesus no-lo revela – e vive a relação com Ele – como um Pai de bondade e misericórdia infinitas. Deus não depende, portanto, do nosso pensamento.
.....Ilustre Dr. Scalfari, concluo assim estas minhas reflexões, suscitadas por aquilo que o senhor quis me comunicar e me perguntar. Acolha-as como a resposta tentativa e provisória, mas sincera e confiante, ao convite que nelas entrevi de fazer um trecho de estrada juntos.
Com proximidade fraterna,
Francesco
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
Francesco em visita aos refugiados - 'Os conventos vazios não são nossos, são para a carne de Cristo que são os refugiados.'
O Papa Francisco visitou na tarde desta terça-feira, 10, o Centro dos jesuítas para os refugiados na Itália – chamado Centro Astalli. A visita foi realizada de forma privada.Depois de ouvir a narrativa de vida de Adam e Carol, o Papa Francisco pronunciou um discurso. Inicialmente o Santo Padre saudou “sobretudo os refugiados e refugiadas”, agradecendo os testemunhos que havia acabado de escutar, ressaltando que cada um de vocês “traz uma história que nos fala de dramas de guerra, de conflitos, muitas vezes ligados à políticas internacionais. Mas cada um de vocês traz consigo – sobretudo – uma riqueza humana e religiosa, uma riqueza a ser acolhida, não para ter medo”. Muitos de vocês são muçulmanos, de outras religiões, vêm de diversos países, de situações diferentes. “Não devemos ter medo das diferenças. Vivamos a fraternidade”, afirmou o Papa. “Quantas vezes, ao invés disto, tantas pessoas que tem escrito na sua ‘permissão de estadia’ “proteção internacional” são obrigadas a viver em situações degradantes, sem poder iniciar uma vida com dignidade, de pensar num futuro”.O Papa resumiu então, em três palavras o programa de trabalho dos jesuítas e seus colaboradores: Servir, acompanhar e defender.
E ressaltou, que para a Igreja “é importante que a acolhida do pobre, a promoção da justiça, não seja confiado somente a ‘especialistas’, mas seja uma atenção de toda a pastoral, da formação dos futuros sacerdotes e religiosos, do compromisso normal de todas as paróquias, movimentos e agregações eclesiais:“Em particular gostaria de convidar também os Institutos religiosos a ler seriamente e com responsabilidade este sinal dos tempos. O Senhor chama a viver com mais coragem e generosidade a acolhida nas comunidades, nas casas, nos conventos vazios. Caríssimos religiosos e religiosas, os conventos vazios não servem à Igreja para transformar-lhes em albergues e ganhar algum dinheiro. Os conventos vazios não são nossos, são para a carne de Cristo que são os refugiados. O Senhor chama a viver com generosidade e coragem a acolhida nos conventos vazios”. (Fonte: IHU)
terça-feira, 10 de setembro de 2013
Evo Morales ao papa Francesco:'Para mim, você é o irmão Francisco'! 'Assim deve ser', responde o papa!
Francisco tratou o tema da desigualdade social e da pobreza, assim como a questão das relações Igreja-Estado, durante a audiência privada concedida ao presidente da Bolívia, Evo Morales Ayma, no Palácio Apostólico do Vaticano, e que aconteceu na sexta-feira, dia 06 de setembro. Durante a reunião com o Papa, que começou às 11 horas, Morales abordou a situação socioeconômica e religiosa do país, assim como a luta contra as desigualdades sociais e a pobreza, segundo informa a Oficina de Imprensa da Santa Sé. Além disso, no colóquio também se ressaltou a contribuição da Igreja Católica na Bolívia no campo da educação, saúde, apoio às famílias e à assistência às crianças e idosos. Por último, durante a reunião abordou-se o tema da situação internacional e especialmente a promoção da paz na Síria e no Oriente Próximo. O Papa recebeu o presidente boliviano com um abraço e um aperto de mão e imediatamente se sentaram para conversar na sala da biblioteca do Palácio Apostólico.
“Para mim, você é o irmão Francisco”, disse Morales ao Papa, que assentiu dizendo: “Assim deve ser, assim deve ser”. Ao saudar a embaixadora da Bolívia, o Papa brincou ao ver que era a única mulher da delegação e destacou a importância da “cota feminina”. Trata-se da segunda audiência papal de Evo Morales, depois daquela com Bento XVI, que aconteceu em maio de 2010, e a terceira vez que saúda Francisco. As duas primeiras vezes foram: no final da Missa de Início de Pontificado, em 19 de março passado, e durante a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, em julho passado. Em agosto passado, o presidente boliviano anunciou que se reuniria com o Papa Francisco em Roma para, entre outras coisas, aprender sobre a Teologia da Libertação. De acordo com diversos estudos de opinião, um dos problemas de imagem de Morales é ser percebido como anticatólico, em decorrência da sua aprovação de uma nova Constituição que separou a Igreja do Estado, das suas disputas com a hierarquia eclesial em torno dos direitos políticos da oposição, e da incorporação ao protocolo oficial dos ritos politeístas indígenas. A um ano das eleições nas quais buscará seu terceiro mandato, Morales tenta resolver este problema aproveitando a oportunidade que representa para ele a eleição de um Papa argentino e orientado à política social. (Fonte: IHU)
Suécia recebe 60 vezes mais do que o Brasil refugiados da Síria, apesar de existir aqui a maior colônia Síria! Cadê tu, Itamaraty?
Quando, há três meses, seu cunhado foi morto e teve o corpo atirado em frente à casa dos filhos na cidade de Homs, Mohamad encorajou sua família na Síria a fugir para o Brasil. Em São Paulo há 14 anos, ele temia que outros parentes se somassem aos cerca de cem mil sírios que, segundo a ONU, morreram desde a eclosão dos conflitos no país árabe, em 2011. Desde então, porém, diz que nenhum deles conseguiu deixar a Síria - segundo ele, por causa de exigências irreais feitas pelo Brasil para lhes conceder vistos. "Os brasileiros estão com os braços abertos, mas o governo está complicando tudo", diz o sírio à BBC Brasil. O Itamaraty afirma que as exigências buscam resguardar a segurança nacional. Sede de uma das maiores colônias sírias fora do Oriente Médio, o Brasil concedeu refúgio a 258 sírios desde 2010, segundo o Ministério da Justiça. O número equivale a 0,01% dos 2 milhões de sírios que, de acordo com a ONU, fugiram desde o início dos confrontos.Para analisar pedidos de refúgio, o governo determina que o solicitante esteja em território nacional. O problema, segundo Mohamad e outros sírios ouvidos pela BBC Brasil, é que muitos não têm conseguido sequer cumprir a etapa anterior: obter um visto para o Brasil. E, sem o documento, eles não podem voar até o país.Como o Brasil não emite vistos específicos a candidatos a refúgio, a alternativa aos que querem fugir para o Brasil são vistos de turista. Para concedê-los, o governo exige dez requisitos, entre os quais comprovante de emprego, extrato bancário dos últimos seis meses, certificado de antecedentes criminais e uma carta convite."O governo brasileiro está tratando esses sírios como turistas, mas eles são refugiados que estão correndo risco de vida. Muitos fogem só com a roupa do corpo" finaliza Mohamad.
Em tempo: A Suécia recebeu cerca de 15 mil refugiados sírios desde 2012, quase 60 vezes mais que o Brasil. A maioria ingressou no país com vistos de entrada regulares; outros, por uma cota de refugiados acordada com a ONU. (Fonte: IHU)
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
Em Brasília escolas públicas tem melhor avaliação que as particulares, só com criatividade, envolvimento, paixão e metas claras!
Com criatividade e inovações no projeto pedagógico, alguns colégios da rede pública alcançam notas acima da média nacional no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), do Ministério da Educação. Pelo menos três instituições são vistas como exemplos às demais. É raro encontrar uma família que confie a educação dos filhos a um colégio público por escolha e não por necessidade. Com a degradação do ensino gratuito no cenário nacional, muitos acreditam que os estudantes terão uma formação deficiente, especialmente nos primeiros anos de vida escolar. Mas algumas das 402 instituições de ensino fundamental do DF provaram o contrário. Alcançaram notas acima da média nacional no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), medido pelo Ministério da Educação, sem terem privilégio sobre as demais. O segredo é simples. É uma soma entre o envolvimento ativo dos pais, as políticas pedagógicas regidas por metas e as avaliações de erros para a construção de acertos. Melhores resultados também foram notados após a redução de alunos por turma e na adequação dos projetos de ensino às necessidades de cada região. Guiado por um estudo da Universidade Católica de Brasília (UCB), o jornal Correio visitou três instituições de ensino fundamental que desenvolveram modelos de sucesso. Uma delas é a Escola Classe 03, do Paranoá. Mesmo instalada em uma cidade periférica e pobre, a instituição alcançou nota 6,7, similar ao índice médio do ensino privado no DF, de 6,8. (Fonte:Blog do Nassif)
Para antropólogo da USP Dilma 'não tem postura' perante a PEC 215 que restringe direitos constitucionais dos índios
Para Daniel Pierri, graduado e mestre em Antropologia pela Universidade de São Paulo - USP, a criação de uma Comissão Especial referente à Proposta de Emenda à Constituição - PEC 215 pela Câmara dos Deputados demonstra “a postura tímida do governo” em relação à questão indígena, e a revelação de uma “agenda clara de caça aos direitos indígenas, com a intenção de restringir os direitos e perpetuar os conflitos que estão instalados em algumas regiões do país. Os índios têm direito originário sobre as terras que tradicionalmente ocuparam, e esse direito originário é um conceito que originou uma história da legislação no país. Tudo que o Executivo faz é reconhecer um direito que os índios já tinham. Por isso, trata-se de um ato administrativo do Executivo, uma vez que não se está diante da criação de um direito, mas do reconhecimento de algo que já existe antes da formação do Estado. A PEC 215 pretende passar do Executivo para o Legislativo a homologação das terras indígenas e as matérias relacionadas a quilombos e povos tradicionais. Ao passar essa medida para o Legislativo, se desvirtua o conceito de direito originário”. Na avaliação do antropólogo, falta uma postura da presidente Dilma em relação à PEC. “Ela deixa os ministros tratarem disso, eles batem a cabeça uns com os outros, e não sabemos qual que é a posição do Executivo como um todo”. E dispara: “Certamente uma postura muito mais incisiva do Executivo poderia ter evitado a criação dessa Comissão. A criação desse grupo resultou numa protelação da discussão, porque os ruralistas não recuaram em nada”. (Fonte: IHU)
Entenda o conflito na Síria, e a tragédia que uma guerra pode representar não só para os Sírios!
O Estado sírio, nas suas fronteiras formais, não existe mais unitariamente. No território estão presentes interesses de potências planetárias e regionais. Os cinco integrantes com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU têm envolvimento. A França e a Grã-Bretanha, com a veleidade de reconquistarem papel ao tempo do domínio colonial, fornecem armas aos insurgentes e, por tabela, aos jihadistas que tentam derrubar Assad. Do lado oposto, e em apoio ao ditador, estão a China e a Rússia, esta que, nos portos sírios, mantém bases navais. Os atores regionais contra Assad são a ainda laica Turquia e os sunitas Catar e Arábia Saudita. A sustentar Assad estão os xiitas do Irã, com os grupos Pasdaran e o Basij a adestrar alauítas e xiitas sírios, como, por exemplo, as diversas milícias. Há ainda o braço armado do partido libanês Hezbollah. Enquanto isso, o outro ator, Israel, destaca o risco de o arsenal de armas químicas passar para as mãos de terroristas islâmicos. Num cenário com copioso fornecimento de armas, mercenários e rios de dinheiro para manter os combatentes, desenvolve-se uma guerra de propaganda. Assim, informações e desinformações são difundidas pelo planeta.
Todos os envolvidos sabem que a Síria, dado o potencial nuclear de Israel, começou, nos anos 1970, a armazenar armas químicas, chamadas pelos 007 da inteligência ocidental como “bombas atômicas dos pobres". Segundo a edição de março da LiMes, respeitada revista italiana de geopolítica, a Síria tem no momento 650 toneladas de gás sarin, 200 toneladas de gás iprites (mostarda) e uma quantidade pouco menor do gás asfixiante e letal VX. As instalações principais estariam em Masyaf, Furqlus e Han Abu al-Samat. A revolta contra Assad teve início em 15 de março de 2011 e, em razão dos protestos de jovens contra uma lei em vigor desde 1963, que colocava o país em permanente estado de emergência. Ou seja, permanente proibição de reuniões e protestos contra o regime, com a ameaça de prisão aos opositores. Não demorou até a revolta virar guerra civil e se espalharem boatos sobre o uso de armas químicas pelas forças de sustentação de Assad. A partir da tragédia de agosto último, com 1.429 mortos, 426 crianças entre eles começou-se a falar, com Susan Rice, assessora de Barack Obama, à frente, em aplicação do princípio humanitário da “responsabilidade de proteger”. Tudo isso diante de uma Síria que, em 1993, não subscreveu a Convenção das Nações Unidas sobre armas químicas. Seu cumprimento ficou sem fiscalização e, atualmente, 20 países mantêm arsenais de armas químicas e bacteriológicas. O uso de armas químicas em conflitos repete-se e se acomoda aos sem condições de partirem para uma cyberwar. Espera-se, na reunião do G-20, um acordo entre Obama e Vladimir Putin. Nos meios diplomáticos europeus fala-se em substituição de Assad por um alauíta conciliador. E poderá ser assegurado ao ditador um exílio onde não será molestado com pedido de extradição pelo Tribunal Penal Internacional. (Fonte: Walter Maierovitch)
Francesco, ontem: ' Não às mentiras! Essas guerras aqui e acolá são guerras para vender armas no comércio ilegal!
"Caminhemos com orações e obras de paz" e rezemos a fim de que, sobretudo na Síria, "cessem imediatamente a violência e a devastação". Em estreita continuidade com a Vigília de oração e jejum celebrada neste sábado à noite na Praça São Pedro, também no Angelus deste domingo o Papa voltou a invocar a paz para todo o Oriente Médio. Diante de dezenas de milhares de pessoas, o Santo Padre repetiu com veemência: "Não ao ódio fratricida e às mentiras de que se serve". Basta com o ódio entre povos irmãos e basta com as guerras que encobrem interesses mais perversos do que os objetivos oficiais a que se propõem. Na oração mariana, o Papa evidenciou mais uma vez a inutilidade da guerra, reiterando seu apelo em favor da paz na Síria e no mundo:"Para que serve fazer guerras, tantas guerras, se não se é capaz de fazer essa guerra profunda contra o mal? Essa guerra contra o mal comporta dizer não ao ódio fratricida e às mentiras de que se serve. Dizer não à violência em todas as suas formas. Dizer não à proliferação das armas e a seu comércio ilegal. Existe muito. Existe muito!....Fica sempre a dúvida: essa guerra ali, essa guerra acolá, porque há guerras em todos os lugares, é realmente uma guerra por problemas ou é uma guerra comercial para vender essas armas no comércio ilegal?" O Santo Padre fez apelo às consciências de cristãos, não cristãos e homens e mulheres de boa vontade, a fim de que façam uma escolha de campo em favor da "lógica do serviço", "não seguindo outros interesses senão os da paz e do bem comum". Francesco não esqueceu de citar outros conflitos:"Pelo processo de paz entre israelenses e palestinos, para que possa avançar com decisão e coragem. E rezemos pelo Egito, para que todos os egípcios, muçulmanos e cristãos, se comprometam em construir, juntos, uma sociedade para o bem de toda a população. A busca pela paz é um longo caminho que exige paciência e perseverança!
sábado, 7 de setembro de 2013
Ser discípul@ é saber carregar a cruz da humilhação pública, a que não não enche as igrejas e nem garante prosperidade! (Lc. 14, 25-33)
Para ser seguidor do projeto de Jesus de Nazaré é preciso possuir uma estrutura humana e espiritual adequada. Não é qualquer um que pode. O candidato tem que passar por alguns testes, e aceitar exigências um tanto radicais. No fundo, nada mais daquilo que a própria vida na sua concretude e dureza exige. No caso do seguimento de Jesus, contudo, há uma diferença substancial. Enfrentar a vida e seus desafios é algo ‘obrigatório’, - a não ser que uma pessoa faça a opção de fugir biologicamente dela, - no caso de Jesus, porém, é uma adesão voluntária e consciente. Vai quem quer e quem pode! As palavras exigentes de Jesus expostas no evangelho de hoje parecem corresponder a um esquema fixo, padronizado, elaborado especificamente para aquelas pessoas que queriam ser cristãos em todas as épocas. Ou seja, nada circunstancial, ou temporário, e sim algo válido o tempo todo. Parece existir uma preocupação de fundo por parte de Jesus, ou por parte dos seus discípulos históricos, ao selecionar possíveis futuros candidatos a seguidores do grupo cristão. A de não ‘desmoralizar’ o projeto ao qual eles se dizem dispostos a aderir. É como se o formador e selecionador exigisse por parte desses candidatos a capacidade incondicional de assegurar que irão até o fim. Que terão condições pessoais de seguir o Mestre em tudo o que Ele pede. Caso contrário, melhor desistir logo!
As exigências que são colocadas são essencialmente duas. A primeira é colocar a construção de uma nova e mais ampla família acima de tudo. Ou seja, aceitar que Jesus e o seu projeto se tornem o espaço afetivo que possibilita a plena realização do discípulo. Perceber que ao colocar em primeiro lugar o modo de governar de Deus em Jesus, os candidatos a discípulos iriam encontrar mais mães, mais pais, mais irmãos e irmãs, e mais filhos do que aqueles que já possuíam. Em suma, ampliar e estender universalmente os afetos e não se deixar prender, - mesmo sem desprezar, - pelos afetos familiares pessoais. Isso implica, necessariamente, superar aquela visão restritiva segundo a qual os estrangeiros, os pagãos, os impuros, os doentes não podiam ser amados, por não serem o seu ‘próximo’. Uma segunda exigência que é colocada ao candidato a discípulo parece ser conseqüência direta da primeira: saber carregar a cruz. É bem provável que o evangelista tenha tomado essa imagem ao fazer memória do que significou a cruz que Jesus carregou rumo ao Calvário, e sobre a qual foi pregado. A cruz da humilhação pública, a cruz do abandono e da impotência frente ao poder da brutalidade das instituições. A cruz que quase ninguém ajuda a carregar, que é escândalo para gregos, romanos, pós-modernos e racionalistas. Uma cruz que não é garantia de prosperidade e sucesso fácil. Uma cruz que não ajuda a encher igrejas, mas que se faz necessária carregá-la para que surja a nova humanidade.
Pensemos, hoje, de modo especial naqueles cristãos do Iraque, da Síria, da Nigéria que são perseguidos, torturados e mortos por fanáticos e intolerantes.
Católicos dos EUA dizem não a Francesco e querem GUERRA. Quem nos defenderá desses 'defensores da humanidade'?
Todos os católicos no cume da administração Obama são a favor da intervenção militar na Síria. E no conjunto do mundo católico estadunidense, a convocação do Papa também teve um fraco eco, em que pese o convite dos bispos dos EUA a não apoiar o presidente. Ainda não se sabe se e qual efeito a convocação dos bispos poderá ter sobre o voto do Congresso, que de qualquer forma não será vinculante para Obama. O presidente Obama apresenta uma propensão bélica que não o diferencia de seu predecessor George Bush Jr. Do mesmo modo que Bush é lembrado como a pessoa que muito comprometeu a presença cristã no Iraque, Obama – que inclusive no início de seu mandato foi elogiado por seu realismo cristão, por parte de um eminentíssimo teólogo como o cardeal Georges Cottier – poderia ser lembrado como o presidente que fragilizou de maneira radical as históricas comunidades cristãs da Síria. Apoiando a intervenção militar, de forma unânime, alinharam-se políticos católicos do Partido Democrata como Joe Biden, John Kerry e Nancy Pelosi, respectivamente, vice-presidente dos Estados Unidos, secretário de Estado e chefe dos democratas no Congresso. O ministro de Defesa, Chuck Hagen, também é favorável ao ataque militar na Síria, agora é episcopaliano, além de ser um ex-republicano, também é um ex-católico. Em resumo, os não poucos católicos presentes no cume das instituições e nos lugares chave da administração Obama, parece que não se comoveram diante do dramático convite lançado no domingo, 1 de setembro, pelo papa Francisco. Assim como também o conjunto do mundo católico dos Estados Unidos parece não ter brilhado por sua prontidão em responder ao convite do Papa.
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