segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Delírio coletivo: os Bolsonaros estão soltos...salve-se quem puder!

Em 64, o inimigo se impôs. Agora, elegemos ele de boa vontade, espumando de ódio e rindo ao mesmo tempo, como uma psicose coletiva. A sombra se agigantou e invadiu a psique coletiva, sem freio de ego, sem freio de ética. Quem conhece sabe a força física de um psicótico em surto. Precisam de várias pessoas para conter. É uma força absurda. Em nível macro, é o que está acontecendo.

Por que NENHUM argumento quebra a idealização, a idolatria por Bolsonaro?

Simples. Porque ele é literalmente o representante do povo. Ele deu voz ao povo. Ele é o ícone que botou a cara no sol e onde todos os bolsonaros puderam se ancorar e se sentir livres para quebrar as porteiras do freio social, da ética e do equilíbrio, colocando todos os seus monstros para fora, puderam sair do armário com legitimidade e segurança. E com muita força. Muita violência. Assim como um psicótico em surto.

O maior perigo desses tempos nem é o Bolsonaro em si. São os bolsonaros soltos pelas ruas, no trânsito, nos locais de trabalho, nas casas, nas vizinhanças, nas igrejas. São esses bolsonaros que vão exterminar os civis do sexo feminino, os civis não cristãos, os civis de baixa renda, os civis que não obedecem à heteronormatividade e os civis descendentes da escravidão. É uma ditadura às avessas. É uma ditadura que vem das ruas. Dessa vez não é de cima pra baixo. É de baixo pra cima. Os bolsonaros saíram à luz do dia para impor uma nova (antiga) ordem, elegendo o seu maior representante, que teve a audácia de colocar a cara no sol, porque sabia que estava em consonância com o coletivo. Ele apareceu com segurança e tranquilidade. Porque o trabalho e o esforço não é dele. É do povo. Ele não precisa sequer fazer discurso, debater, argumentar. Porque não é disso que se trata. Não é isso que determina a sua eleição.

Por isso, mesmo com todos os FATOS apresentados, com todos os argumentos estatísticos e intelectuais, não haverá meios de mudar essa realidade em curso, que vai se concretizar. Um dos critérios para se identificar um delírio dentro de um quadro psicótico, é a grande resistência aos dados de realidade. O delírio não cede à realidade. Ele permanece obstinado e na certeza da sua verdade. A pobreza de discurso, o rebaixamento da cognição também são sintomáticos.

(Por Eni Gonçalves de Fraga)


CLAMOROSO: BOLSONARO BAIXA O ATO INSTITUCIONAL Nº 17

O Presidente da República Federativa do Brasil, ouvido o povo brasileiro pelas redes sociais, e considerando que é preciso acabar com essa bagunça que está aí, deixada pelo Partido dos Trabalhadores, resolve editar o seguinte:

1. O Brasil será transformado em um grande país porque esse é o destino nacional. Caberá principalmente ao Presidente da República definir as ferramentas adequadas para a transformação e os parâmetros de definição de um grande país, da forma que seu intelecto julgar conveniente.

2. Em nome do progresso e no interesse de preservar o patrimônio dos latifundiários brasileiros, cujos antepassados se esforçaram para explorar a terra e promover a ordem, estão proibidas novas demarcações de terras indígenas.

3. O Presidente da República está convencido de que os quilombolas estão obesos, não servem nem para procriar e precisam mudar seu estilo de vida, portanto, estão suspensas todas as homologações de comunidades quilombolas em andamento. Os quilombos já existentes devem comprovar periodicamente que seus habitantes estão dentro do peso ideal.

4. Cada centímetro de terra do território brasileiro está sujeito à exploração de madeireiros, agricultores, caçadores e mineradores, ainda que impliquem em desmatamento e poluição, desde que violações à Constituição permaneçam longe do conhecimento público.

5. A fim de superar a seca no Nordeste desenvolvendo a agricultura da região com tecnologias inspiradas na experiência israelense, o Presidente da República determina que a embaixada brasileira seja transferida para Jerusalém. A aproximação diplomática com Israel também facilitará o aprendizado de técnicas eficientes de opressão.

6. Negros e favelados portando fuzis, furadeiras e guarda-chuvas serão abatidos. Diante da escalada da violência, é melhor atirar e perguntar depois. Se alguém tiver que morrer, por engano ou não, que morra do lado certo, o pobre. Qualquer reivindicação contrária será julgada como vitimismo ou palhaçada.

7. Fica estabelecido que protestar contra a pobreza e pedir vantagens, como cotas raciais, não contribui para o desenvolvimento. Na verdade, os programas de assistência social prejudicam o crescimento do país. O Brasil pode ser desigual, contudo, é preciso trabalhar. A questão da geração de empregos será revista posteriormente.

8. Está assegurado o direito de circulação de homossexuais em território nacional, desde que não tentem criar nas escolas programas contra a homofobia, popularmente conhecidos como “kit gay”. Aprender que a diversidade sexual deve ser respeitada pode despertar o interesse infantil sobre o homossexualismo e pessoas de bem não desejam tal influência.

9. As redes sociais continuam sendo o canal oficial de comunicação entre o Presidente da República e a população, pois são veículos que não favorecem o debate sadio e onde notícias falsas se espalham com mais facilidade. Deve continuar a construção de narrativas que escondam as verdadeiras vítimas da violência e da pobreza, o negro e o índio.

10. Jornais e revistas estão proibidos de publicar notícias que manchem a imagem do Presidente da República e dos seus filhos. Caso descumpram esse artigo, tais notícias serão consideradas falsas.

11. O presente Ato Institucional entra em vigor nesta data, revogadas as disposições em contrário.

(Mario Lima Jr)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Simplesmente....NATAL

Às vezes precisamos passar pela escuridão da vida para valorizar os que nos seguram pela mão e, pacientemente, nos conduzem através dela, até contemplarmos a LUZ! 

Às vezes precisamos saborear o pão amargo da humilhação para apreciar quantos doam seu tempo e sua coragem para defender a nossa LIBERDADE E DIGNIDADE.

Às vezes precisamos sentir a fragilidade dos nossos corpos para amar eternamente aqueles anjos humanos que nos assistem, amenizam nossos sofrimentos e nos devolvem a vontade de VIVER.

SEMPRE precisamos crer num DEUS HUMANO para sentir que dentro de cada um de nós temos o poder de humanizar todos aqueles seres que se esquecem de sua dignidade divina!

 FELIZ E PERMANENTE NATAL!

domingo, 23 de dezembro de 2018

UM CONTO DE NATAL - Por Mauro Iasi

Não era possível ver muito a nossa frente. Nossa visão estava ocupada com o passado, com os passos dados pelos caminhos incertos que percorremos até aqui. Sabíamos onde estávamos, alguns de nós ainda se recordavam do lugar aonde gostaríamos de ter ido, mas olhávamos para nossos pés descrentes da caminhada.O abismo se estendia diante de nós no momento em que o sol, do outro lado, escondia-se do mundo deixando o reino de sombras de uma noite covarde tomar conta dos contornos dos montes. Um resto teimoso de dia ainda resistia na copa das árvores e tingia de magenta as nuvens mais baixas. Um azul improvável gritava entre as pesadas formações negras que carregavam o céu com o corpo da noite. Havia pouco o que fazer agora.
Descarregamos as mochilas de nossas costas cansadas e nos preparamos para passar a noite. A comida era pouca, mas foi repartida como cabe às ceias fartas de solidariedade. Nada foi dito. As palavras estavam guardadas para outros tempos, como se buscassem no fundo do poço de nossas mentes a água que mataria sua sede de dizer o que precisava ser dito. Não era hora de discursos. Quem falava por nós eram nossos olhos… quando desviavam do outro olhar, pedidos no chão a procura de pequenas pedras e folhas secas, quando se escondiam no cenho tenso olhando o céu que se fechava. Não olhávamos as pedras, as folhas ou o céu. Era para nós que olhávamos, e nós dizíamos: olhem. É difícil olhar para nós mesmos: precisamos de espelhos para que possamos nos ver, precisamos que o outro nos diga como estamos. Por isso não nos víamos ali sozinhos à beira do abismo.
Ainda não chegamos aonde queríamos, certo, mas caminhamos. Nossos pés cansados testemunham, nosso corpo todo grita, extenuado, o tanto que se forçou na marcha. Sabíamos para onde andávamos e desejamos esta jornada insana. “Só se lastima do cansaço aquele que não se convenceu da necessidade da viagem”, nos lembrávamos da frase que um dia fora dita. É na memória que nos escondemos do frio da noite. Havia sorrisos, abraços, certezas… luta. As palavras não eram mudas e os ouvidos, surdos. Havia canto e poemas. A estrada apenas se abria à nossa frente e nos convidava à aventura e à descoberta. É certo que havia a injustiça, a violência, a arrogância dos poderosos, mas tudo isso nos alimentava e dava forças para caminhar.Agora, à beira do imenso abismo, aqueles rostos cansados eram de velhos, ainda que fossemos tão jovens como há pouco, quando iniciamos esta jornada. Jovens tão velhos como a própria terra. No escuro da noite, nossas feições se confundiam na ampulheta do tempo: éramos índios e seus cantos milenares como um lamento que procura as pedras para não ser levado pelo nada; éramos negros acorrentados em navios que singrava um enorme abismo cheio de água salgada de nossas lágrimas; éramos todos aqueles que já se sentaram à beira de abismos esperando a noite passar.
O poeta sussurrou em meu ouvido: “Será a opressão tão antiga quanto o musgo nos lagos? Estarei eu doente por tentar mudar o que não pode ser mudado?”. Doentes estávamos todos, não só pela febre e pelos parasitas, estávamos doentes de esperança e de raiva, estávamos contaminados de certezas e de convicções. “Nada deve parecer impossível de ser mudado”, sussurrou o poeta. A noite não é amiga das esperanças. Ela nos corta a carne e a sangra, nos lembrando de que estamos vivos e, portanto, podemos morrer. Muitos não estavam mais ali esperando na noite. Para onde foram suas esperanças? Talvez por isso nossas mochilas estavam tão pesadas. Carregamos todas as esperanças daqueles que se foram lutando por elas. Tudo podia acabar ali mesmo, na beira daquele abismo, naquela noite. Quem carregaria nossas mochilas repletas de sonhos?
Uma dor imensa e gelada tomou conta de nossos estômagos… podia ser o fim. Ninguém saberá de nosso sacrifício e da justeza de nossas intenções. Ninguém recolherá os traços de nossos rostos para carregar em seu coração. Os poderosos pisarão sobre nossos cadáveres, queimarão nossas casas e salgarão a terra, para que nada possa nascer das cinzas. A noite percorreu seu próprio abismo. Ainda era noite quando nosso comandante se levantou. Contra o céu que clareava no horizonte sua estatura era de um gigante, e a estrela em sua boina brilhava como nenhuma outra no firmamento. Acendeu seu charuto e depois de uma longa baforada nos disse: “Vamos, agora falta pouco”. A noite que morria aos poucos ainda era de um dezembro de tirania, mas os raios de sol que se insinuavam no horizonte anunciavam que já estava muito próximo o mês de janeiro. E eles atravessaram o abismo.
***
Mauro Iasi é professor adjunto da Escola de Serviço Social da UFRJ, pesquisador do NEPEM (Núcleo de Estudos e Pesquisas Marxistas), do NEP 13 de Maio e membro do Comitê Central do PCB. 

4º Domingo do Advento – Gerar a esperança ‘impossível’ numa realidade considerada estéril - Lc. 1, 39-45


Duas mulheres grávidas. Dois casos impossíveis: uma porque idosa, e a outra porque ‘não conhece homem’!São elas as protagonistas da retomada da esperança para uma nação à deriva.  As duas são ‘bem-aventuradas’ porque acreditaram e aceitaram gestar duas pessoas geradoras de esperança para um povo humilhado, e totalmente dominado. Uma nação considerada estéril e incapaz de produzir frutos de mudança. Maria e Isabel se fortalecem reciprocamente não só fazendo memória do que Deus operou em suas vidas e na história do seu povo, mas porque percebem que, agora, o Todo-misericordioso, age por meio delas. O plano de salvação de Deus não passa pelos ritos dos viciados sacerdotes do templo, nem pelas armas dos rebeldes radicais nacionalistas, mas pelo testemunho ‘dos frutos do ventre’ delas duas. Maria e Isabel podiam ter alegado incapacidade, medo, falta de mais informações e exigido garantias pessoais, mas as duas perceberam que aquele plano era maior do que elas. Acreditaram, e mergulharam cabisbaixo num processo de transformação que previa não só gerar duas vidas, mas educá-las a executar o plano do Altíssimo. Frequentemente nós nos conformamos com uma realidade considerada ‘impossível de mudança’. Deixamos de acreditar que poderia ser radicalmente outra! E que nós mesmos podemos ser os ‘meios impossíveis’ para que isso aconteça. Continuamos a acreditar que o novo vem pelos iluminados e pelos potentes. Como Maria, chegou a hora de iniciar, com pressa, uma viagem arriscada, - mas necessária, - percorrendo ‘montanhas’ para ir ao encontro de outras ‘Isabel’ que, como nós, querem perder o medo de gerar novos sinais de esperança para uma realidade considerada sem solução! 


sábado, 15 de dezembro de 2018

III domingo advento - Obras dignas e não cultos vazios! (Lc 3,10-18 )

Em nada adianta fazer apoteóticas manifestações litúrgicas, longas orações com jejuns, gemidos, gritos e desmaios espirituais, falar línguas, sem que haja ações que visem transformar a realidade em que vivemos. Já São Tiago nos lembra que a fé sem as obras não serve! João Batista caminhava na mesma direção e condicionava o seu batismo a uma mudança radical de mentalidade. E exigia uma autêntica guinada no comportamento social e humano de todas as camadas sociais. No evangelho de hoje percebemos, de imediato, que todas as categoria recebem bem as condições para o batismo de conversão, menos os sacerdotes, os escribas, e os doutores da lei. Eles são sempre os grandes ausentes. E os mais refratários a qualquer tipo de mudança e novidade. João, aos candidatos ao batismo não pede rezas e nem cultos. Pede que façam ‘obras dignas’.

E ele deixa claro quais são as obras dignas: 1. Praticar a solidariedade radical, a compaixão, superando a indiferença e o egoísmo, dando pão e roupa para quem não tem. 2. Os ladrões públicos da Receita também vislumbram uma chance para eles e, de fato, João não os repele. A eles pede que cumpram honestamente as cobranças, sem praticar corrupção e desvios. 3. Praticar a justiça respeitando o direito, não cometendo abusos de autoridade, não extorquindo e não saquear os cidadãos. João com muito realismo declara também qual é o seu papel nesse novo cenário em que Jesus se faz presente na história de Israel. Deixa claro que ele não é digno sequer de ‘Desamarrar as correias das sandálias’. Este era um rito descrito em Deuteronômio 25 em que um homem tinha o direito de engravidar a viúva de um irmão que tinha falecido (lei do Levirato). Essa prática era para que o nascituro tivesse o mesmo nome do pai que faleceu. Se esse irmão se recusasse a engravidar a cunhada esse direito passava para outro membro da família, e o rito previsto era ‘desamarrar a correia das sandálias’. João está dizendo que quem tem direito de produzir novos filhos para Israel é Jesus, e não ele! Jesus mediante o seu anúncio esperançoso e as suas obras de compaixão, - e não pelo fogo destruidor pregado por João, - iria gestar um novo povo. Inaugurando uma nova prática. É o que nós precisamos fazer, hoje: dar vida a pessoas com uma ‘nova mentalidade, e com uma prática evangélica inovadora’ mostrando 'obras dignas' e não cultos vazios!   

ONG da futura ministra de Mulher, Família, blá...blá....blá é acusada de tráfico e sequestro de crianças e incitação ao ódio contra indígena.

A ONG Atini, entidade fundada por Damares Alves, futura ministra de Mulher, Família e Direitos Humanos, é alvo de denúncias no Ministério Público por crime de tráfico e sequestro de crianças e incitação ao ódio contra indígenas.

De acordo com matéria da Folha de S. Paulo, a Atini, sob um falso selo humanitário, é acusada de explorar o infanticídio de crianças indígenas para legitimar sua agenda. Em 2016, a Polícia Federal pediu informações à Funai (Fundação Nacional do Índio) sobre supostos "tráfico e exploração sexual" de indígenas para apurar a atuação da fundação da ministra e outras duas ONGs.A Funai, a partir de 2019, ficará sob guarda da pasta chefiada por Damares, que prometeu pôr em sua presidência alguém que "ame desesperadamente os índios". O processo sobre as organizações ainda tramita no órgão. Damares fundou a Atini em 2006 e se vangloriava por supostamente ter alvo ao menos 50 crianças em situação de risco, algumas delas enterradas vivas. Ela se afastou da Atini em 2015 para integrar o gabinete do senador Magno Malta (PR-ES), onde prestava assessoria jurídica à bancada evangélica no Congresso

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Brasil sem casa - 7 milhões de brasileiros não têm casa própria....e PM contribui com o déficit ateando fogo a 400 casas!!!

Segundo o IBGE existem 69,2 milhões de domicílios no Brasil. Destes, 86% são casas e 13,7 são apartamentos. São números importantes porque significam que muita gente tem um lugar onde descansar a cabeça. O IBGE não explicita se são casas boas, se têm condições razoáveis de uso, mas sabe-se que ter uma casa para morar já é um meio caminho andado na batalha por viver. Por outro lado, os números também revelam que existe aí nesses Brasilzão um número bastante expressivo de gente que não tem casa para morar. Segundo o IBGE são quase sete milhões de pessoas que precisam se submeter a altos aluguéis, sub-moradias ou situação de rua.  Sete milhões. Não é bolinho. São pessoas, com sonhos, com família, com história. Dentre esses sete milhões estão essas criaturas que tiveram seus barracos incendiados por “homens da lei” no último final de semana (8), em Curitiba. Trezentas moradias viraram cinzas na Ocupação 24 de março, na qual desde há quatro anos 400 famílias lutavam para garantir esse sonho de é de todos: uma casinha para morar. Soldados da PM do Paraná atearam fogo nas casas para vingar a morte de um colega, que teria sido morto em ação na comunidade. Ou seja, os homens da lei não investigaram quem matou o soldado, não usaram a lei. Apenas invadiram a comunidade com galões de gasolina e atearam fogo, pouco se importando se ali também viviam pessoas que nada tinham a ver com a morte do PM. A polícia, assim como quase todos aqueles que transcenderam à pobreza, acreditam piamente que pobre é sinônimo de ladrão e bandido. Então, para eles, pouco importa que morram. O dramático é: os homens da lei não se importam com a lei. Eles se vingam. Ou seja, não há justiça. Não há tampouco a lei de talião, olho por olho, dente por dente, porque na vingança, perecem outros seres, inocentes. É a barbárie. (GGN)

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

O Coiso é diplomado no pior dia da sua vida!


"Não mais corrupção, mentiras e manipulação ideológicas', ele disse.....KKKKKKKKKKKKK






70 anos de VIOLAÇÃO CONTRA OS DIREITOS DOS HUMANOS! Dois homicídios na Paraíba envergonham e adoloram a nação!

NOTA DE SOLIDARIEDADE DA ARTICULAÇÃO COMBONIANA DE DIREITOS HUMANOS

“Ai daqueles que, deitados na cama, ficam planejando a injustiça e tramando o mal! É só o dia amanhecer, já o executam, porque têm o poder nas mãos” (Miquéias 2,1).

Hoje, enquanto celebramos os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, estamos de luto e com a alma ferida por duas vidas brutalmente tiradas do nosso meio. O fato aconteceu no dia 8 de dezembro no acampamento Dom José Maria Pires, município de Alhandra, na Paraíba. Os companheiros José Bernardo da Silva, conhecido como Orlando, e Rodrigo Celestino foram covardemente assassinados por homens encapuzados e armados enquanto as famílias estavam jantando.Nessa região, 450 famílias estão produzindo alimentos numa terra que foi encontrada abandonada, totalmente improdutiva, e que havia se tornado apenas um bambuzal, propriedade do grupo Santa Tereza.

O fato é tão grave que até a Procuradoria Geral da República, a Procuradoria Geral dos Direitos do Cidadão e a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão na Paraíba publicaram uma nota de solidariedade às famílias das vítimas, e de repúdio, denunciando “o contexto sombrio de violência contra os movimentos sociais”. De fato, os movimentos sociais, as comunidades e os povos que clamam pelo direito a terra, casa, trabalho e pão são constantemente criminalizados, ameaçados, expulsos e mortos e, muitas vezes, acusados injusta e levianamente de terrorismo.   

A verdade é que a reforma agrária, a distribuição das terras improdutivas, a integração das famílias no campo, a demarcação das terras indígenas e a proteção dos territórios das comunidades tradicionais quilombolas, a agricultura familiar e agroecologia são caminhos sustentáveis indispensáveis para mitigar a violência crescente no País, especialmente nas periferias das grandes cidades, além de contribuir com a segurança alimentar.

Recorda-se aqui que, em campanha eleitoral, o recém-eleito Presidente se referia “à esquerda e ao MST” como movimentos a serem enfrentados com uso de balas. No domingo, 9 de dezembro, o mesmo Presidente eleito indicou o senhor Ricardo Salles como futuro Ministro do Meio Ambiente. Com denúncias de improbidade administrativa e fraudes em favor de empresas quando era Secretário Estadual do Meio Ambiente em São Paulo, muito próximo aos ruralistas, o Sr. Salles relativiza o perigo do aquecimento global e poderá adequar a agenda do Meio Ambiente aos mandos do Ministério da Agricultura, que melhor deveria ser chamado “do Agronegócio”.


O crime de Alhandra precisa ser investigado e os culpados imediatamente punidos. A postura agressiva e violenta de muitos integrantes do futuro Governo deve ser constantemente reprimida pelas Instituições. Os Direitos Humanos não são bandeira de um partido, ou só de alguns militantes, mas a ‘Carta Magna’ da civilização e a garantia de um futuro de paz para essa e as novas gerações.

Em solidariedade, indignação e resistência,

A Articulação Comboniana de Direitos Humanos

São Paulo, 10 de Dezembro de 2018.

Lula Livre - 70 anos de violações sistemáticas contra os Direitos Humanos ...por humanos que se consideram ....Direitos


domingo, 9 de dezembro de 2018

O fim do 'MITO' - Governo pode nascer morto!

 “O golpe de 2016 representou o arremate fatal e, com a inestimável colaboração de um Judiciário disposto a legalizar a ilegalidade, prepara com desvelo a eleição de Bolsonaro e a instalação da demência como forma de governo. Nunca o Brasil viveu situação tão grave e, só aparentemente, tão absurda”.
Tão absurda, que só agora, cinco semanas após a vitória de Bolsonaro e de toda a onda conservadora que varreu o país, e elegeu variados cacarecos, a população está se dando conta de quem são os novos donos do poder. A cada dia, um novo susto: é o Bolsogate do dinheiro voando nas contas do assessor milionário do filho, é a baixaria dos eleitos pelo esquizofrênico PSL se estapeando nas redes sociais, é o ministério frankenstein teocrático-jurídico-militar-populista-olavariano-de-carvalho, são os mentidos e desmentidos que se sucedem, sem ninguém saber para onde, afinal, eles querem levar o país.Só sabemos até agora dos objetivos do novo governo: leiloar para estrangeiros as terras da Amazonia e as reservas do pré-sal, privatizar a educação e a saúde, criminalizar os movimentos sociais, evangelizar os índios com celulares, exterminar os direitos trabalhistas e acabar com a pobreza matando os pobres de fome.

Por Ricardo Kotscho,

Vc acha que Dallagnol disse algo sobre o escândalo da família Bolsonaro? Vc acha que Moro já deu palpite sobre isso! Vc acha que a DUCE, ops, Dodge, procuradora geral da República mencionou alguns tipo de investigação? O pau que bate no Lula não bate no Coiso! Vamos ter que reescrever o 'elogio à demência'.....

sábado, 8 de dezembro de 2018

II domingo de advento - Lc 3,1-6 - A salvação se constrói longe do mundo dos políticos e dos sacerdotes!


Deus nunca escolhe os potentes da política e da religião para se revelar. Eles nem saberiam descobri-Lo nos gestos mais singelos de bondade e de compaixão. Deus se revela àqueles que ficam longe dos centros do poder político e religioso. É o caso do evangelho de hoje!Quando tudo estava sendo dominado pelos maiores poderes políticos e religiosos da época, - imperadores, reis, governadores, príncipes, sumos sacerdotes, - a palavra de Deus foi dirigida não a eles, mas a um desconhecido. Não nos palácios e nem nos templos, mas no deserto! Não um homem das instituições, mas um homem que havia rompido com a tradição. A João, o rebelde que não seguiu o caminho do pai sacerdote, escravo do templo e da religião! Dessa forma, João Batista nos diz que Deus fala produtivamente lá onde os humanos acham que nada nasce. Nos lugares onde os religiosos acham que Deus não se revela, no deserto e na aridez da vida! Ele prega a ‘mudança radical de mentalidade’. Ou seja, um convite a 'pensar e agir radicalmente diferente'. Os sacerdotes e os reis, em geral, defendem sempre a 'situação'. A palavra de ordem deles é: 'sempre foi feito assim e assim deve ser feito'! Não querem mudanças e nem novidades! Isso significaria perder privilégios e poder de influência. Para o evangelista Deus não age no culto, mas na vida concreta. O perdão acontece mudando atitudes, e não mediante rezas e confissões! Lucas vê no testemunho de João uma espécie de segundo êxodo: o Faraó é representado pelo império romano e pelos poderosos da religião. É preciso sair dessa nova escravidão e dominação, preparando e percorrendo outros e novos caminhos, mudando atitudes e opções de vida. Só assim poderá ser construída a salvação, - não a glória de Deus, - que é dada a todos os povos, e não somente a Israel, a um grupinho seleto de pessoas.  

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Indígenas protestam pacificamente e pedem que FUNAI, quase falida, permaneça no MJ

Um grupo de indígenas faz nesta quinta-feira 6 uma manifestação pacífica em Brasília, onde pede uma audiência com o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Entre as reivindicações das lideranças está a permanência da Funai (Fundação Nacional do índio) no Ministério da Justiça e o fim de comparações de índios em reservas a "animais em zoológicos", como fez o político recentemente. O futuro governo cogita mover a Funai para o Ministério da Agricultura ou da Cidadania. "A Funai vai para algum lugar", disse nesta semana Bolsonaro, com descaso. Ele também insiste em minimizar a importância das reservas indígenas, garantidas pela Constituição de 1988. No grupo que está em Brasília, há representantes de algumas tribos de vários estados, como Tocantins, Bahia, Pará, Espírito Santo, São Paulo e Ceará, que viajou até a capital federal para um fórum de saúde da área.O coordenador executivo da Abip (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) pela região Sul, Kretã, da tribo Kaingang no Paraná, afirmou que os povos indígenas se sentiram ofendidos pela maneira como vêm sendo tratados por Jair Bolsonaro, relata reportagem do UOL.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Poeme-se- Tião Nunes, ex-poeta, poeta 38.80 por Romério Rômulo

1. O poeta Tião Nunes
um homem que é só amor
beija meus versos impunes
como se beija uma flor.

2.A poesia é meia trava
e o poeta Tião Nunes
vê o osso da palavra
num bordel de vaga-lumes.

3.O sertão é gado limpo
música semi-colcheia
com que roupa eu chego lá?
que pente que me penteia?

4. Responde, Tião, agora
lua-baixa, lua cheia
com o sertão mundo afora
que gado eu tomo na veia?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Brasil do Temer-ário pós golpe: aumenta a extrema pobreza!

O número de pessoas na faixa de extrema pobreza no Brasil aumentou de 6,6% da população em 2016 para 7,4% em 2017, ao passar de 13,5 milhões para 15,2 milhões. De acordo com definição do Banco Mundial, são pessoas com renda inferior a US$ 1,90 por dia ou R$ 140 por mês. Segundo o IBGE, o crescimento do percentual nessa faixa subiu em todo o país, com exceção da Região Norte onde ficou estável. Os dados fazem parte da Síntese dos Indicadores Sociais 2018, divulgada hoje (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que entende o estudo como “um conjunto de informações sobre a realidade social do país”. O trabalho elaborado por pesquisadores da instituição tem como principal fonte de dados para a construção dos indicadores a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2012 a 2017.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Ó Capitão! meu Capitão! Por Walt Whitman

Ó Capitão! meu Capitão! Finda é a temível jornada,

Vencida cada tormenta, a busca foi laureada.

O porto é ali, os sinos ouvi, exulta o povo inteiro,

Com o olhar na quilha estanque do vaso ousado e austero.

Mas ó coração, coração!

O sangue mancha o navio,

No convés, meu Capitão

Vai caído, morto e frio.



Ó Capitão! meu Capitão! Ergue-te ao dobre dos sinos;

Por ti se agita o pendão e os clarins tocam teus hinos.

Por ti buquês, guirlandas... Multidões as praias lotam,

Teu nome é o que elas clamam; para ti os olhos voltam,

Capitão, querido pai,

Dormes no braço macio...

É meu sonho que ao convés

Vais caído, morto e frio.



Ah! meu Capitão não fala, foi do lábio o sopro expulso,

Meu calor meu pai não sente, já não tem vontade ou pulso.

Da nau ancorada e ilesa, a jornada é concluída.

E lá vem ela em triunfo da viagem antes temida.

Povo, exulta! Sino, dobra!

Mas meu passo é tão sombrio...

No convés meu Capitão

Vai caído, morto e frio.


Walter Whitman (1819-1882), Extraído do blogue Poesia contra a guerra, o poema acima foi publicado em livro em 1867. A tradução é de Luciano Alves Meira.

Igreja católica responde às declarações estarrecedoras do 'Coiso' sobre os povos indígenas do Brasil

A igreja católica do Brasil mediante o seu braço missionário juntos aos povos indígenas respondeu às declarações absurdas do presidente eleito do Brasil alguns dias atrás......

"Bolsonaro insiste em equiparar os povos a animais em zoológicos, o que é, por si só, inaceitável. Ao fazer isso, o presidente eleito sinaliza que os povos podem ser caçados e expulsos por aqueles que têm interesse na exploração dos territórios indígenas e que pensam como ele. O presidente eleito retoma o discurso integracionista, marca dos governos ditatoriais das décadas de 1960 a 1980. A ideologia do integracionismo deu margem para ações de agentes estatais e privados que resultaram no assassinato de ao menos 08 mil indígenas no período citado, como atesta o Relatório da Comissão Nacional da Verdade. Ao afirmar que as demarcações de terras indígenas no Brasil teriam origem em pressões externas, o presidente eleito falta com a verdade. O fato é que a Constituição Brasileira de 1988, que em seu Artigo 231 reconhece a legitimidade e o direito dos povos indígenas à sua organização social, aos seus usos, costumes, crenças, tradições e às suas terras originárias; é a mesma Lei Maior de nosso país que obriga o Estado brasileiro a promover a demarcação, a proteção e fazer respeitar todos os seus bens nelas existentes.

 Demonstra ainda profunda ignorância quanto ao teor da nossa Carta Magna que elenca as terras indígenas como Bens do Estado brasileiro (Artigo 20), registrados como patrimônio da União nos Cartórios de Imóveis locais e na Secretaria de Patrimônio da União, de acordo com o Decreto 1775/96, que regulamenta os procedimentos administrativos correspondentes. Além de extremamente desrespeitosas para com os povos, as declarações do presidente eleito dão guarida ideológica para a inoperância do Estado em efetivar o direito dos povos esbulhados historicamente de suas terras, bem como, para ações ilegais e criminosas de invasão, loteamento, venda e apossamento de lotes, desmatamento e estabelecimento de unidades de produção no interior de terras indígenas já regularizadas, que caracterizam a mais nova faze de esbulho possessório em curso no Brasil contra os povos. Por fim, é inequívoco que as palavras do presidente eleito servem de incentivo e referendam as ações que atentam contra a vida dos Povos Indígenas no Brasil, antagônicas, portanto, ao dever do Estado de efetivar as demarcações, a proteção dos territórios e da vida destes povos. Diante de tantas agressões, o Conselho Indigenista Missionário-Cimi manifesta irrestrita solidariedade aos 305 povos indígenas brasileiros e reafirma o compromisso histórico e inquebrantável de estar junto com os mesmos na defesa de suas vidas e seus projetos de futuro." 

Brasília, DF, 01 de dezembro de 2018

Conselho Indigenista Missionário – Cimi

O presidente do Brasil, 'Coiso', pentecostal, vai à Canção Nova e é recebido pelos xiitas católicos como um 'messias'!

São constrangedoras e até chocantes as imagens da visita de Jair Bolsonaro à sede da Canção Nova na última sexta-feira (30). Foi recebido com tapete vermelho, com júbilo de reverência pelos líderes do  importante movimento carismático-pentecostal católico. Mas, para além do aspecto constrangedor e chocante, o episódio foi revelador: desnudou o fato de que hoje, especialmente dentro do cristianismo, as afinidades não se dividem mais por adesões institucionais, como no passado. A diferença e distância não é mais pautada pela pertença, por exemplo, à Igreja Católica ou à Igreja Universal do Reino de Deus. O evento na Canção Nova é uma comprovação viva de que as afinidades estão traçadas pelo crescimento do fundamentalismo no interior das diversas denominações cristãs. Jonas Abib, o líder da Canção Nova, tem mais afinidade com Silas Malafia do que com o Papa Francisco.


Os católicos de extrema-direita apoiaram Bolsonaro nas eleições e agora recebem-no como um dos “seus”. No entanto, o presidente eleito não é católico. Antes de começar a campanha presidencial e iniciar viagens quase diárias pelo país, Bolsonaro foi batizado na  Assembleia de Deus. Isso não impede que ele seja idolatrado na Canção Nova e por outros ramos do catolicismo de direita. Lula, que é católico, foi casado por mais de 40 anos com Marisa Letícia, uma católica fervorosa. No entanto, os católicos de direita e extrema-direita, conservadores e fundamentalistas, devotam ódio explícito a ele, a ponto de desejarem publicamente sua morte. A identidade entre o fundamentalismo católico e o evangélico, entre os católicos de direita e extrema-direita e seus correspondentes em outras denominações cristãs é cada dia mais patente. O cardeal do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, recebeu Jair Bolsonaro em 17 de outubro em clima de intimidade. Houve festa entre funcionárias bolsonaristas na Arquidiocese, que foram flagradas diante de uma imagem do Sagrado Coração de Jesus fazendo, em êxtase, o gesto que identifica Bolsonaro: os dedos simulando um revólver, disparando contra “bandidos”, “sem terra” e “a petralhada”. Na eleição para a Prefeitura do Rio, em 2016, dom Orani apoiou abertamente o candidato Marcelo Crivella, que venceu o pleito -ele é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus.

Os cristãos e cristãs católicos comprometidos com a mensagem original de Jesus Cristo de caminho com os pobres e que mantêm identidade com o Concílio Vaticano II estão cada dia mais distantes dos segmentos de direita e extrema-direita que aderiram ao fundamentalismo. Sua afinidade é maior com cristãos da Reforma, evangélicos e segmentos das religiões afro, budismo, espiritismo e outras, com ateus e ateias que, de acordo com sua cultura e fé, defendem um mundo de partilha, paz e compaixão. Enquanto isso, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sustenta um equilíbrio precário diante da realidade da divisão profunda que marca a Igreja no Brasil. Apesar de sua direção ser alinhada com o Papa Francisco, evita qualquer confronto com os poderosos fundamentalistas, enquanto é fustigada diariamente por eles. Está em silêncio, move-se com o máximo de discrição, enquanto o líder máximo da Igreja, o papa, enfrenta os conservadores em campo aberto. A direção da CNBB recebeu Haddad durante a campanha eleitoral. Mas o medo da cúpula da entidade é tamanho que não houve sequer uma foto do encontro. Lula é católico. Mas nenhum bispo ou delegação da CNBB foi até a prisão em Curitiba visitá-lo até hoje.

sábado, 1 de dezembro de 2018

Iº domingo de advento – Antenados com a realidade para não sermos cúmplices com sistemas que se acham eternos! - Lc.21,25-28.34-36 –


Jesus afirma que todo poder tem limites. Mais cedo ou mais tarde aqueles que se acham imortais cairão, e serão destruídos. Aqueles impérios que acham que brilham como o sol ou como a lua têm seus dias contados. E todo potente que acha que tem luz própria, que se acha ‘estrela’ só porque tem fama e prestígio, deixará de brilhar. Os sinais de decadência e de falência desses falsos todo-poderosos provocará medo nas pessoas, pois elas acham que essas mudanças significam o fim do mundo. Mas é contrário! É o sinal de que o novo chegou. ‘As forças de céu’ serão abaladas’ porque os usurpadores que se colocavam no lugar de Deus entrarão em crise profunda com o anúncio da Boa Nova. Com o novo modo de governar do ‘filho do Homem’ termina o falso poder divino deles. O novo reinado ‘plenamente humano’, ocupará o seu justo lugar ‘nas nuvens (céu) apagando o seu brilho que eles achavam eterno. Quando esses sinais de fraqueza dos grandes poderes aparecerem é para ficar alegres. Não precisa ter medo porque é o início da verdadeira libertação. O ‘filho do homem’, de fato, é o único que vem para servir e respeitar os humanos, e não para dominá-los como fazem as falsas estrelas! Portanto, como igreja e como humanidade devemos estar antenados para não sermos cúmplices desses sistemas injustos, decadentes e dominadores. Temos que estar do lado daqueles que não se vendem às falsas estrelas para não sermos destruídos juntamente com elas! Nossa missão é reunir de uma extremidade a outra da terra todas as pessoas e grupos que resistem aos encantos dos poderes que produzem trevas e morte e provam que a Boa Nova é vida plena para todos.

sábado, 24 de novembro de 2018

XXXIV domingo comum – Jesus administrador-servidor do Universo (Jo.18,33-37)

Há muitos ‘reizinhos’ usurpadores no poder aos nossos dias. Pessoas que mesmo sem coroa na cabeça agem como os reis de antigamente. Autoritários e abusadores do direito. Governam e sentenciam de acordo com seus interesses e vontades. Favorecem os bajuladores que os cercam e perseguem os seus críticos. Gozam de todo tipo de mordomia, e se lixam de seus ‘cidadãos’ que os tratam como súditos. A solenidade de hoje vem para nos dizer que os que agem assim devem ser depostos. E que em seu lugar deveriam assumir somente aqueles que sabem governar como Jesus de Nazaré. Pessoas que não se deixam cegar pelo poder, e nem pelo cargo que possuem, mas que fogem de regalias e honrarias. Que não fazem do abuso de autoridade a sua prática corriqueira, mas praticam com justiça o direito e o serviço. Que cuidam com carinho e atenção de todas as ovelhas feridas e desvalidas. Foi isso que Jesus quis dizer a Pilatos: ’o meu reino não é como os reinos daqui,’ ou seja, o meu modo de governar não segue o mesmo modo dos reis da atualidade. A igreja de Jesus muitas vezes esquece que deve caminhar na contramão daquilo que o mundo tenta impor. Ela deve procurar a sobriedade e a gratuidade. Renunciar a fazer preferências de pessoas, mas acolher a todos e ser justa com todos. Ser, na prática, uma servidora, e não uma ‘autoridade’ que quer ser servida e reverenciada. Quem não aprende isso em sua casa ou na sua comunidade não tem moral para exigir isso dos que moram em Brasília!

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

PIQUIÁ DE BAIXO - AÇAILÂNDIA: COMEÇA UMA NOVA ETAPA DO SONHO!

Após longos anos de espera, finalmente as 312 famílias de Piquiá de Baixo voltaram a esperar. Nos próximos dias iniciarão as obras de terraplanagem do terreno onde serão construídas 312 unidades de casas populares para reassentar as famílias que vinham sofrendo uma devastadora poluição produzidas pelas guseiras acolá instaladas. A Caixa finalmente deu o OK e o que parecia irrealizável 10 anos atrás está se tornando realidade. Hoje de manhã foi realizado um culto ecumênico no novo terreno que a duras pensas foi desapropriado há mais de 5 anos mas que só agora está disponível para receber as obras. Resistência e espírito de coragem premiaram aquelas lideranças e famílias que nunca deixaram de acreditar que o sonho se tornaria realidade.... Parabéns Piquiá de Baixo!!!!






segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Carta do médico cubano Yonner Gonzales Infante a Bolsonaro

Eu respondo: Bolsonaro, meu filho, quando o Sr. diz que Cuba fica com meu salário eu só penso nas seguintes questões:

1-Eu aceitei os termos de um contrato por livre e pessoal determinação.

2-Ciente de que, com esse dinheiro, minha mãe, irmãos, sobrinhos, primos, tios , vizinhos, famílias todas tem garantido o cuidado de sua saúde. Sem pagar nada .

3-Ciente de que minha formação como médico é graças à criação de universidades públicas em todo o território nacional. Onde filhos de pedreiros, advogados, fazendeiros, faxineiras, empregados dos correios, médicos, etc compartilham a mesma sala de aulas sem discriminação por sexo, cor, ideologia, ou riqueza. Isso, Bolsonaro, chama-se igualdade. Coisa que Sr. não conhece, porque não existe num país onde a corrupção e os privilégios políticos acabam com a riqueza do Brasil.

3-Eu tenho o coragem de trabalhar para o povo brasileiro ainda sem perceber esse salário de que o Sr. fala. Porque eu não trabalho só por uma questão econômica. Eu trabalho porque gosto da minha profissão, por que jamais vou ficar rico às custas dos pobres. Porque jamais vou usar a política como meio de vida. Porque jamais vou enganar os pobres com falsas promessas. Porque jamais vou plantar o ódio e discriminação no coração de ninguém. Porque vou pensar bem as coisas antes de falar para não ter que fazer como você (pedir desculpas todos o dias pelas loucuras que fala).

4. A gente não está lá em qualquer canto fazendo as coisas por capricho não. Agora vem você a dizer que nós estamos fantasiados de médicos. Aqui o único fantasiado é o Sr. São todos os que apoiam sua absurda visão da realidade. O Sr. só está lutando pelos privilégios da classe médica, da classe política. Lamentável! Sim, sr. Bolsonaro, o que resulta lamentável é ver como um cara sem conhecimentos de nada, apenas só de armas, consegue se eleger presidente . E ainda assim mais lamentável ainda foi ver alguns pobres eleger você. Deus tome conta dos pobres. Deus tome conta do Brasil.

Peço respeito pelos meus colegas.

Peço respeito à livre escolha de meu povo.

Peço respeito para os pobres e ignorantes .

Peço respeito para a Medicina Pública.

Peço também ao Sr. estudar o que significa amor ao próximo.

Deus abençoe você e seu povo.

sábado, 17 de novembro de 2018

XXXIII Domingo Comum - É preciso derrubar ‘estrelas’, e construir na resistência o Reinado do Filho do Homem!(Mc.13.24-32)


Parece existir sempre algum impedimento na nossa vida para a plena realização dos nossos sonhos e projetos. É preciso descobrir, e combater todo obstáculo para a realização de sonhos legítimos. Jesus também tinha identificado o pior dos impedimentos para a realização do projeto do ‘Filho do Homem’, ou seja, o ‘Reinado de Deus’. Para Jesus eram os potentes desse mundo o grande obstáculo a ser combatido! Aqueles que sempre se consideravam ‘estrelas’ que brilham de dia (sol) e de noite (lua). Eles achavam que viviam acima dos comuns mortais. São poderosos que escravizam, perseguem e matam. E que impedem que haja justiça e igualdade entre as pessoas. Jesus alerta os seus discípulos que a reviravolta começará depois ‘da grande tribulação’, ou seja, depois do banho de sangue que será a destruição da cidade de Jerusalém e do seu templo , no ano 70. A perseguição e a morte de milhares de pessoas de Jerusalém será, para Jesus, o sinal da falência de seus governantes e de suas manipulações. Só a partir dessa desgraça é que os discípulos poderão começar a sonhar com a proximidade da Boa Nova do ‘Filho do Homem’. Ele e seus colaboradores (anjos-anunciadores) começarão a reunir aquelas pessoas que resistiram aos potentes. Que não se deixaram submeter às suas seduções. O sonho começará a se tornar realidade. Hoje, nós igreja de Jesus, não podemos fechar nossos olhos e ouvidos diante de tantos poderes sedutores e destrutivos. Eles impedem a construção de uma humanidade justa, livre e fraterna. É preciso que todo discípulo combata a sua arrogância e violência. Para Jesus esta é a condição necessária para começar a construir o mundo novo e alternativo que ‘o Filhos do Homem’ nos aponta. Haverá ‘dia’ e hora’ em que os ‘eleitos’ resistentes e fiéis não saberão o que poderá acontecer com eles. Uma coisa, contudo, não podemos deixar de acreditar: sempre estaremos nas mãos do ‘Pai’. E Ele não falha!

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Propinas para Aécio Neves eram entregues e caixas de sabão em pó!

O empresário Waldir Rocha Pena, proprietário de um supermercado utilizado pelo grupo JBS para repassar propinas a políticos, revelou ter entregue dinheiro vivo a Frederico Pacheco, primo do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e a Mendherson Souza, ex-assessor do senador Zezé Perrela (MDB-MG). Segundo Pena, o dinheiro foi entregue dentro de caixas de sabão em pó. Segundo o jornal O Globo, o relato do empresário ratifica a delação premiada feita por executivos da JBS quanto ao pagamento de propinas para os políticos mineiros. O depoimento prestado à Receita Federal foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que tem competência para investigar a denúncia me função do foro privilegiado dos parlamentares.

Imaginava que ao prender Lula e outros petistas tudo ia voltar ao estado puro de honestidade e transparência nesse País.....O MP da Suíça informa que alto comando dos Tucanos brasileiros movimentaram 43 milhões na campanhas presidenciais passadas.....

O juiz toga 'preta' não é mais juiz. Já vai tarde! Entra para compor um time do qual sempre fez parte!

O juiz federal Sergio Moro pediu exoneração de seu cargo nesta sexta-feira (16) e a solicitação foi aceita pelo presidente do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região). Segundo o Tribunal, o ato de exoneração de Moro terá vigência a partir de segunda-feira (19), quando ele deixará de ser juiz de fato. O magistrado abriu mão do cargo para ser ministro da Justiça do governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Com pressa, Moro diz ter pedido a exoneração para que possa "assumir de imediato um cargo executivo na equipe de transição da Presidência da República e sucessivamente ao cargo de Ministro da Justiça e da Segurança Pública". 

Principal cabo eleitoral de Bolsonaro, Moro influenciou o processo eleitoral ao perseguir e manter Lula sob cárcere. Sua indicação ao ministério da Justiça é considerado por muitos analistas como "a cereja do bolo que faltava", uma espécie de condecoração pelos serviços prestados para a ascensão da extrema-direita no País. 

Cronologia dos fatos: Moro condenou Lula sem provas  
Como bem relembrou a jornalista Tereza Cruvinel em artigo, "É preciso recordar que, para garantir sua condenação, a Lava Jato buscou caprichosamente a delação de Leo Pinheiro, numa sequência de fatos já esquecidos que não deixam dúvidas sobre o objetivo: sem provas, só a delação permitiria a condenação de Lula, e por decorrência, sua inelegibilidade".

O escândalo do Habeas Corpus 
O juiz federal Sérgio Moro admitiu que estava fora de sua competência como magistrado quando atuou para manter o ex-presidente Lula preso, atropelando uma ordem judicial de soltura emitida pelo desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TR4), Rogério Favreto, em julho. A admissão se dá em um trecho da defesa apresentada ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que abriu um procedimento para investigar suposta má conduta de Moro no episódio. O juiz de Curitiba afirma que tomou a decisão de despachar contra a soltura de Lula, mesmo de férias, como "autoridade apontada, ainda que erroneamente".
"Entendi que estava diante de situação urgente e que cabia a mim, como juiz natural da ação penal e como autoridade apontada, ainda que erroneamente, como coatora, proferir a decisão acima transcrita a fim de informar e consultar o relator natural da ação penal e do habeas corpus acerca do que fazer diante do aludido dilema, tendo, sucessivamente, prevalecido o entendimento de que a prisão não poderia ser revogada, como foi, por autoridade judicial absolutamente incompetente", escreveu.

A bomba da delação de Palocci 
Durante as eleições presidenciais, Moro quebrou o sigilo de parte do acordo de colaboração de Antonio Palocci com a Polícia Federal, numa clara tentativa de prejudicar o PT no processo eleitoral. Por essas e outras, Mouro foi condecorado como ministro da Justiça e hoje pede exoneração de seu cargo. Uma bela demonstração de fidelidade ao fascismo.

Médicos cubanos voltam e prefeitos se queixam...Mais doenças aparecerão, mas os EUA aplaudem o 'Coiso'

 Confederação Nacional dos Municípios (CNM), através de nota assinada por seu presidente Glademir Aroldi, demonstra preocupação dos prefeitos das cidades com menos de 20 mil habitantes com a saída dos 8,5 mil profissionais cubanos que atuam no programa Mais Médicos. A CNM alerta para a necessidade urgente de substituí-los, sob o risco de mais de 28 milhões de brasileiros ficarem sem assistência. “A presente situação é de extrema preocupação, podendo levar a estado de calamidade pública, e exige superação em curto prazo”, diz a nota. “Acreditamos que o governo federal e o de transição encontrarão as condições adequadas para a manutenção do programa.” O Ministério de Saúde Pública de Cuba informou, no dia 14, que retiraria os profissionais do programa no Brasil pelo desrespeito do presidente eleito Jair Bolsonaro, que afirmou que faria exigências aos profissionais e fez críticas, depreciando a competência dos médicos cubanos.

Quero ver as filhinhas de papai formadas em medicina correr para se inscrever no'Mais médicos' para assistir as aldeias do interior de São Gabriel da Cachoeira....

terça-feira, 13 de novembro de 2018

'Cadê o problema prender 100 mil pessoas'? diz filho do 'Coiso'!

O que torna uma pessoa monstruosa? Eis um bom indício: a incapacidade de olhar no espelho e reconhecer o desejo pela tragédia alheia. É o motivo pelo qual monstros nunca se reconhecem como tal - falta-lhes a sensibilidade, inclusive, para que percebam o sentimento que move suas ações. A entrevista de Eduardo Bolsonaro ao Estadão nesta segunda-feira (12) é uma vitrine de indignidades, mas a mais preocupante é a leveza com que descreve as violências pretendidas. O momento mais flagrante virou inclusive manchete: “Se for necessário prender 100 mil, qual o problema?”. Eduardo referia-se aos seus oponentes políticos, os movimentos sociais, caracterizados como “terroristas” por queimarem veículos e ocuparem imóveis desabitados. (GGN)

sábado, 10 de novembro de 2018

XXXII Domingo Comum - Nada de sobras e nem de esmolas humanas, mas dar o melhor de si a todos! (Mc. 12, 38-44)

As pessoas não esperam de nós as nossas ‘sobras’. Elas, em geral, esperam de nós o que temos de melhor. Qualidades, habilidades, disponibilidades, serviços, recursos de todo tipo. E se pensarmos um pouco, esta é a melhor forma para nos sentir mais valorizados e mais úteis. Oferecer aos outros o que temos de mais precioso no nosso modo de ser. Afinal, vivemos numa realidade em que muitas  pessoas dão muito pouco de si aos outros. Talvez porque todos desconfiemos uns dos outros, e tenhamos a sensação de que todos queiram nos sugar, e se aproveitar. Talvez porque achemos que dando algo, seja o que for, o consideramos mais que suficiente para ‘salvar as aparências’ e sermos vistos como generosos e bondosos.

Os doutores da Lei usavam o que eles consideravam que tinham de mais valioso, ou seja, o conhecimento da sagrada escritura, das orações, das fórmulas e dos preceitos, para fazer o que havia de pior: assaltar as casas das viúvas. Arrancar delas seus poucos recursos em troca de uma imaginária proteção divina. Jesus sentencia que esse tipo de gente receberá a pior das condenações! Não há como negar que hoje em dia muitos pastores de muitas denominações assim ditas ‘religiosas’ continuam a praticar o pior dos crimes: manipular os mais frágeis e os mais simples para se prevalecer sobre eles. O evangelista Marcos, na sua genialidade catequética e teológica, narra que uma dessas viúvas, - vítima dos pilantras doutores da Lei, - foi ao templo. E foi vista por Jesus a depositar tudo o que ela tinha no cofre das esmolas do templo. Diferentemente dos demais fiéis que davam somente ‘as sobras’ que tinham, - ou ofertavam com o intuito de serem notados, - ela deu ‘todas as suas riquezas’ a Deus. A viúva, na sua simplicidade e generosidade, havia compreendido algo que os ‘guias espirituais’ manipuladores de consciências não haviam entendido. A Deus e, portanto, aos seus filhos e filhas, temos que oferecer a totalidade do nosso ser. Nem esmolas e nem sobras! A doação plena de si aos outros é a verdadeira riqueza!

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Presidente da Associação Sindical dos Juízes de Portugal detona decisão de Moro de ser ministro de Bolsonaro

Soares, presidente da Direcção da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, “acaba” com o magistrado da lava jato. “Quanto menos confusão houver entre política e justiça, melhor para a sistema político democrático e melhor para o cidadão”, ensina o lusitano.

Justiça e política, água e azeite -por Manuel Soares*

Há tempos, antes da eleição de Bolsonaro, falava com juízes brasileiros sobre a Operação Lava Jato, o juiz Sérgio Moro e a perigosa exposição do judiciário a dúvidas sobre a condenação do ex-Presidente Lula. Era evidente o desconforto desses juízes com as atitudes de Moro, não na condução do processo – aí todos me afiançaram que é um juiz competente e íntegro – mas no excessivo protagonismo que o fez andar pelo mundo fora a falar do caso. Qualquer pessoa sabe que isso é errado. Quanto mais atenção pública há sobre o caso, mais o juiz deve estar calado.
A ida de Moro para o governo do Brasil é errada sob todos os pontos de vista. É errada para Bolsonaro porque não podia ter dito em campanha que Lula vai apodrecer na cadeia e depois levar para ministro o juiz que o prendeu e condenou. É errada para Moro porque justificar esse acto como uma forma de dar continuidade à sua militância anticorrupção é inaceitável – a única causa em que os juízes podem militar é a da Justiça e da Lei. E é errada para o sistema político porque uma democracia não pode viver sob a suspeita de ter havido interferência ilegítima dos tribunais numa eleição presidencial.

O que acabo de dizer não envolve nenhum juízo de valor sobre a eleição de Bolsonaro nem sobre as suas qualidades para ser presidente e muito menos sobre a culpabilidade de Lula. Como juiz, o que me interessa relevar é o dano causado na imagem de imparcialidade da justiça e no princípio da separação de poderes, precisamente no momento em que esses valores deviam ser mais protegidos, quando a acção dos tribunais incide sobre pessoas que exercem cargos políticos......
Em Portugal não há memória de tamanha promiscuidade.   Nenhum juiz foi para um governo depois de ter proferido decisões em processos de tanta relevância e actualidade política. E não acredito que um caso desses pudesse acontecer em Portugal. Nenhum político ousaria convidar para ministro um juiz que tivesse acabado de prender um candidato numa eleição presidencial; nem alguma vez um juiz se atreveria a ir para ministro nessas circunstâncias.Mas a verdade é que a lei não proíbe isso, como devia.....
Os juízes reprovam essa possibilidade. O Compromisso Ético que aprovaram em 2008 diz o seguinte: “o juiz, para preservar a sua independência e imparcialidade, rejeita a participação em actividades políticas ou administrativas que impliquem subordinação a outros órgãos de soberania ou o estabelecimento de relações de confiança política”. Isto é que está certo. Quanto menos confusão houver entre política e justiça, melhor para a sistema político democrático e melhor para o cidadão.

*Manuel Soares é presidente da Direcção da Associação Sindical dos Juízes Portugueses. Originalmente publicado pelo jornal Público, de Portugal.

O exército Brancaleone-Bolsonaro: risco sério à governabilidade

O jornalista Ricardo Kotscho alertou nesta quinta-feira (8) para o risco à governabilidade do Brasil em meio à sucessão de erros, trapalhadas e improvisos do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Para Kotscho, ou o capitão reformado não esperava ganhar as eleições ou é "um político irresponsável"."Se continuar nesta sucessão de trapalhadas, recuos, ditos e desditos, criando, fundindo e fechando ministérios, arrumando inimigos mundo afora, vai paralisar o governo federal logo após a sua posse", diz o jornalista. 

Kotscho lembra que nos primeiros dez dias após a eleição, Bolsonaro deu demonstrações de "total despreparo" e de falta de um programa de governo para tirar o país da mais grave crise política e econômica. "Atirando balas perdidas para todo lado, Bolsonaro já deixou claro, para quem ainda tinha alguma dúvida, que não tem a menor ideia de como vai governar este país de 208 milhões de habitantes e 12,5 milhões de desempregados. Esta é a nua e crua verdade dos fatos. O resto é marketing de especulação e indústria de fake news, como se o eleito ainda estivesse em campanha, cercado por filhos, áulicos e meia dúzia de militares de pijama", acrescenta.

Segundo Koscho, "ofuscado pelos superministros Paulo Guedes e Sergio Moro, que não param de dar entrevistas, Bolsonaro tenta criar fatos novos para ocupar a mídia e as redes sociais, mas a cada intervenção só aumentam a barafunda à sua volta e as incertezas sobre o novo governo".Nessa quarta-feira (7), Bolsonaro confirmou que extinguirá o Ministério do Trabalho, que completará 88 anos no próximo dia 26 e que é responsável pela formulação de políticas públicas para a geração de emprego e de poio ao trabalhador, pela fiscalização do trabalho escravo e infantil, entre outras atribuições (leia mais). "Além dos problemas internos que já criou para a futura governabilidade, nestes poucos dias, Bolsonaro produziu atritos com China, Venezuela, Cuba, países árabes, Brics e Mercosul", lembra Ricardo Kotscho.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

‘Bem-aventurados os que ouvem a palavra e a põem em prática’ (Lc. 11,27-28) –


Causam-me irritação aquelas pessoas que se pavoneiam por ter decorado numerosas citações bíblicas. Permaneço arredio com os fanfarrões que arrotam com empáfia, e de forma descabida, ‘a palavra do Senhor Jesus’. Lembram-me os patéticos e hipócritas escribas e fariseus contemporâneos de Jesus. Muitos autodenominados anunciadores da Palavra acreditam que ao citarem a ‘sagrada escritura’ estariam pregando a ‘Palavra de Deus’. Ledo engano! São duas coisas bem distintas. A ‘sagrada escritura’ se torna, de fato, ‘Palavra de Deus’ quando ela é acolhida, compreendida e praticada pela pessoa. E quando o seu anunciador a transmite com fidelidade e coerência de vida! A escritura sagrada se transforma em Palavra de Deus quando ela realiza, efetivamente, a sua missão de transformar pessoas e realidades. Ao não acontecer, ela permanece uma mera escritura, um conjunto de livros, mesmo que denominados ‘sagrados’!   

Na bem-aventurança de hoje Jesus declara felizes aqueles discípulos que acolhem, compreendem e põem em prática a PALAVRA. Não somente a Palavra revelada, escrita, mas a Palavra TESTEMUNHADA que é igualmente revelada e inspirada por Deus. Jesus, na realidade, está alertando os seus seguidores sobre o grave perigo dos falsos pregadores e das falsas testemunhas. Os manipuladores e os estelionatários da ‘palavra viva’. Aqueles que interpretam a escritura segundo seus interesses e ambições pessoais. Jesus sabe que o ser humano se alimenta também de palavras. Palavras que consolam, que encorajam, que convocam aos grandes gestos. O Mestre, contudo, tem plena consciência das manipulações que os humanos exercem por meio das palavras que iludem, que enganam, e que ofendem. Mais grave quando usam para seus sórdidos fins a ‘sagrada escritura’ come se fosse o próprio Deus a inspirá-los. Não há como negar que há muitos anunciadores da ‘escritura sagrada’ que emprestam sua boca para proferir palavras mentirosas e injuriosas contra membros da sua própria comunidade, vistos como rivais e inimigos. Pensemos, por um instante, o que vem ocorrendo no nosso País, nesse momento histórico. Milhões de pessoas sendo bombardeadas e manipuladas em suas decisões de vida pelo fenômeno gravíssimo conhecido como ‘fake news’. Informações falsas espalhadas nas redes sociais como verdades, e verdades sendo vendidas como mentiras. Diante da falta de discernimento isto gera comportamentos sociais e individuais inesperados, altamente nocivos e conflituosos. 
Por isso Jesus nos alerta que é imprescindível ‘ter ouvidos, e ouvir’. E compreender a Palavra transformada em gestos coerentes, para diferenciá-la das ‘palavras humanas’ carregadas de ambições e ilusões. Escuta exige, de fato, atitude crítica e discernimento. Muitos anunciadores frequentemente reproduzem a Palavra da forma que se apresenta na escritura sagrada sem indagar o seu sentido profundo, o seu contexto, e a sua simbologia. Tornam-se transmissores fundamentalistas de uma Palavra que não lhes arranhou a alma, e não abriu a sua mente. E o mais grave: são incapazes de escutar pessoas concretas que com o seu testemunho de doação e gratuidade continuam a falar de forma significativa aos humanos. Afinal, Deus não se comunica ao seu povo somente através da sagrada escritura, a Bíblia, mas através de todos aqueles filhos e filhas que põem em prática a Sua vontade.  As testemunhas da Palavra. Já Jesus dizia com clareza que ‘quem vos escuta, a mim escuta, e quem vos rejeita, a mim despreza! (Lc. 10.16). Escutar a Palavra é também escutar os sofrimentos daqueles a quem a Palavra é dirigida: os pobres, os aflitos, os desesperados, os desterrados, os famintos de justiça. È para eles que a Palavra se dirige, prioritariamente, e é através deles que é anunciada. Justamente porque essas pessoas são expressão concreta de que a Palavra é eficaz, surte efeito. E muda as pessoas. ‘Como a chuva e a neve não retornam sem fazer brotar a semente, assim é a minha palavra. Não volta a mim sem deixar o sinal’ (Is.55,10). Felizes os discípulos que compreendem o poder impactante da Palavra testemunhada, a que se traduz em gestos de caridade e de justiça. Em obras de misericórdia, e não em meras e piedosas meditações. A pessoa que dá de comer ao faminto, que veste o nu, que acolhe o migrante, e visita o detento torna efetivo o potencial transformador da Palavra. A pessoa se torna, ela mesma, ‘Palavra viva’, e alicerça a sua existência sobre a rocha firme (Mt.7,21- 27) Hoje queremos reproduzir nos nossos gestos e opções de vida a mesma escolha de Pedro ‘a quem iremos, Senhor, só Tu tens palavras de vida plena’ (Jo. 6,68). As únicas ‘Palavras’ que não enganam e nem iludem! As palavras que deixam de serem meras palavras, e se tornam carne, compromisso, força transformadora, e serviço gratuito. (o artigo  é publicado na coluna deste blogueiro no O Jornal do Maranhão - editado pela Arquidiocese de São Luís)

Morre aos 80 anos o pajé Paraipé na aldeia Januária na T.I. Pindaré (MA)




Faleceu, ontem, dia 7 de novembro, de manhã, o pajé Paraipé, da aldeia Januária. Líder Guajajara, testemunha histórica da retomada e fortalecimento do 'ser e da espiritualidade Guajajara'. Exímio cantor e curador do espírito. 



domingo, 4 de novembro de 2018

Juiz da Bahia, em decisão inédita, declara adulta uma jovem de 17 anos para que possa ter direito a uma casa no Programa Minha casa, Minha Vida!'

Em decisão incomum, o juiz Luciano Ribeiro Guimarães Filho emancipou uma jovem de 17 anos para que ela pudesse ser contemplada com uma casa no programa Minha Casa Minha Vida. Guimarães Filho é titular da 1ª Vara dos Feitos Relativos às Relações de Consumo, Cíveis, Comerciais e Acidentes de Trabalho, da comarca de Jequié, na Bahia. A decisão é do dia 16 de outubro.

O motivo da inabitual sentença, segundo o juiz, foi a carga emocional envolvida na situação da jovem. Na decisão, o magistrado ressaltou que, segundo o Código Civil, a jovem não poderia ser emancipada pois não cumpria nenhum requisito para o deferimento do pedido. Entre os critérios estão estudar, exercer atividade laborativa remunerada ou possuir renda própria. Para Guimarães Filho, porém, a Constituição Federal, que garante o direito a uma vida digna e o direito à moradia, deveria se sobrepor ao que está disposto no Código Civil.

A jovem tem 17 anos e viveu boa parte de sua adolescência em um galinheiro na beira da BR-330, rodovia que vai do norte da Bahia ao sul do Maranhão. Desde os 11 anos, ela vive sozinha, sem amparo familiar – o pai morreu quando ela ainda era criança e a mãe a abandonou.  Depois de viver todas as mazelas da pobreza extrema, a jovem, com o apoio de uma assistente social, foi contemplada com uma casa no programa Minha Casa Minha Vida. No momento de receber a residência, no entanto, ela foi impedida de assinar o contrato por ser menor de idade.

A Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA) foi acionada e passou a pleitear o direito da mulher. Segundo a defesa, a jovem “não somente tinha condições de ser emancipada, como se encontrava emancipada desde os 11 anos de idade.”  O juiz ponderou que a Constituição Federal, que garante o direito a uma vida digna e o direito à moradia, deveria se sobrepor ao que está disposto no Código Civil. E escreveu, pondo-se no centro da cena: “como julgar o presente caso apenas com base na letra fria da lei, que, não raramente, deixa de contemplar e prever as tragédias que são impostas a significativa parcela da população brasileira?” Segundo ele, apenas a emancipação civil poderia dar dignidade à jovem, que “possui pais que, juntamente com o Estado, há muito lhe viraram as costas, negando-lhe direitos e apenas lhe impondo a obrigação de lutar por sua sobrevivência e, repita-se, dignidade”.  Com a decisão, ela já está oficialmente emancipada e apta a receber a casa no programa assistencial – apesar de ter perdido algumas posições na fila.


“Meu primeiro choque foi quando vi a menina na audiência de instrução. Apesar de ela nunca ter feito nada contra ninguém, ou nunca ter cometido crime nenhum, a postura dela era como se ela fosse ré de um processo criminal. Estava o tempo todo de cabeça baixa e chorando”, disse. O juiz também afirmou que recebeu diversos elogios, mesmo de seus colegas magistrados. “Não fiquei preocupado de me acusarem de ativismo judicial. Não foi realmente minha preocupação. E, ainda que dessem essa conotação, valeria à pena. Valeria o grito e o desabafo”, disse.

(GGN)

sábado, 3 de novembro de 2018

Dia de todos os santos bem-aventurados - O caminho para a 'santa humanidade'!

Santo é você, hoje, em cujo coração ecoa ainda a dor e o desespero de milhares de pobres, seus irmãos! Santo é você que não se sente autossuficiente, e deixa de ser indiferente. Que não tem medo de caminhar ao lado de tantos defraudados e escravizados, de perseguidos e explorados. Feliz será quando os tratar como seus irmãos de verdade, e com coragem e coerência os protegerá de futuras ameaças e humilhações. Santo é você que compreende que você mesmo precisa da amizade, da proteção e da colaboração de todos para ser feliz. É no ‘espírito da solidariedade’ radical com tantos empobrecidos que dará um novo coração a esta humanidade.

Santo é você, hoje, que ainda sabe se comover diante de uma mãe que chora a morte prematura de um filho amado ou de um vizinho assassinado. Santo é você que ainda não se deixou contaminar pela indiferença da maioria. Que não bebe do poço infectado do ódio e da intolerância. Santo é você se continuar a sentir a mesma dor interior ao ‘tocar’ a dor alheia. Não desanime e nem desespere: você já inaugurou a sua paz interior, e será consolo para os aflitos. 

Santo é você, hoje, que continua apostando no diálogo e na solução pacífica dos conflitos. Que detesta os arrogantes e suas prevaricações. Que denuncia os fabricantes e vendedores de armas e tem ojeriza aos que têm o gatilho fácil. Santo é você que desobedece aos que mandam prender sem flagrante e condenam trabalhadores sem provas. Que rejeita os que usam a tortura para mutilar corpos, e espalham 'fake news' para enlamear a honra dos justos. Santo é você, hoje, que transforma essa nação num templo cósmico de paz e de harmonia.

Santo é você, hoje, que compreende que não pode assegurar ‘barriga cheia e direitos’ só para si. Santo é você que compreende que as injustiças dos injustos e as desigualdades dos poderosos de ontem e de hoje continuam matando milhões de criaturas ‘sem comida e sem pátria’. E que em nome das leis feitas por eles mesmos deixam apodrecer nos calabouços públicos somente as vítimas de sua própria truculência. Santo é você que hoje vive inconformado, mobiliza e organiza todos os sedentos e famintos de pão e de direito.

Santo é você, hoje, que sabe entender e se compadecer das fragilidades próprias e alheias. Que não se escandaliza por causa delas. Que não se veste da arrogância e da prepotência daqueles puritanos hipócritas que enxergam o pecado somente nos outros. Santo é você, hoje, que sabe perdoar a si próprio, e se capacita para oferecer uma permanente chance a quem erra. Porque compreende que misericórdia não significa cumplicidade, e tampouco omissão para com aqueles que não sabem perdoar.

Santo é você, hoje, que num mundo de aparências e de duplicidade só alimenta em seu coração franqueza, transparência e verdade. Santo é você que não cultiva dentro de si subterfúgios e nem insanas ambições. Que não engana e nem manipula o seu próximo para poder prevalecer sobre ele. Santo é você quando permanece ‘você mesmo’, puro e impuro ao mesmo tempo. Você verá a Deus, diretamente, dentro de você, do jeito que você é. E o seu coração verá, sem véus, em todos os seres vivos o rosto luminoso Dele.  

Santo é você, hoje, que mesmo perseguido e caluniado, inclusive pelos seus familiares, não abre mão dos valores em que acredita. Feliz você que no mundo dos espertalhões e bajuladores continua a agir com honestidade, aquela que não tem cor partidária. Santo é você que mesmo torturado física e moralmente não vende a sua alma ao prepotente que o governa, e ao patrão que o assedia e oprime. Não desanime: com sua coerência de vida você já os derrotou. 

Santo é você, hoje, não porque algum papa o canonizou. Ou porque o seu nome está escrito num calendário religioso. Nem porque a sua imagem é venerada numa redoma de algum santuário. E nem tampouco porque lhe atribuíram algum milagre. Santo é você quando fugir do reconhecimento público e das honrarias que cooptam a sua consciência. E, nas profundezas do seu espírito incorruptível, ou na simplicidade de seus gestos, mostra a presença de um Deus que insiste em amar e acolher. Basta esse milagre para você ser ‘BEM-AVENTURADO E FELIZ! 

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

'MOURO ministro da justiça do COISO - Tudo ficou escancarado. Só não vê quem não quer!

Advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins afirmou que a "formalização do ingresso" do juiz Sérgio Moro na política aceitando ser ministro do governo Bolsonaro, cuja negociações começaram ainda na campanha, prova em definitivo o que a defesa de Lula vem denunciando; "Lula foi processado, condenado e encarcerado sem que tenha cometido crime, com o claro objetivo de interditá-lo politicamente. É o lawfare na sua essência, uma vez que Lula sofre uma intensa perseguição política por meio do abuso e do mau uso das leis e dos procedimentos jurídicos", diz Zanin

O 'MOURO' o juiz que nunca foi imparcial vai se encontrar com o COISO para debater cargo. Só isso o torna suspeito

O cerco crítico e técnico de pares ao juiz Sérgio Moro atingiu seu ápice. Juízes federais, dirigentes de associações de magistrados e ministros do Supremo avaliam que, ainda que Moro rejeite o convite para ser ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PSL), ele já meteu os pés pelas mãos. Na visão dos magistrados, Moro se afundou ao sinalizar que considera a proposta e ao se dispor a viajar para falar com o presidente eleito. O aceno de Moro surpreendeu colegas do juízo de primeiro grau e indignou membros de cortes superiores.

A reportagem do jornal Folha de S. Paulo destaca que "o simples aceno ao cargo, dizem, deveria forçá-lo a abrir mão de diversos casos". O prejuízo é de grandes dimensões, dizem os magistrados: "colegas do juiz símbolo da Lava Jato temem prejuízos não só a ele, mas a toda a categoria. Eles acreditam que uma eventual composição entre Moro e Bolsonaro vai desencadear questionamentos às decisões do juiz de Curitiba e também de todos os colegas que se projetaram com o combate à corrupção".

No STF, o comentário também é negativo: "um ministro do Supremo diz que, só de se aproximar de Bolsonaro, Moro vai reforçar a ideia de que Lula é um preso político e alimentar as acusações de que atuou por motivações pessoais e de que deveria ter se declarado suspeito de julgar o ex-presidente".