domingo, 5 de maio de 2024

O apelo indígena contra os combustíveis fósseis e a inoportuna surdez do governo

Enquanto o mundo discute caminhos para viabilizar a transição energética e a redução urgente de gases do efeito estufa, o avanço das atividades extrativas da indústria de petróleo e gás no Brasil nos deixa em alerta. Certamente não será abrindo novas frentes de exploração que iremos protagonizar os esforços mundiais de enfrentamento da crise climática e promover a transição energética justa e popular.” Este é um trecho da “Carta dos Povos Indígenas por uma Transição Energética Justa”. O manifesto foi organizado pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e a Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste e Minas Gerais (APOINME), e lançado após dois debates, realizados na quarta-feira (24/4) no Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília, sobre os impactos da extração de petróleo e gás nos Territórios Indígenas e as perspectivas dos Povos Originários sobre a transição energética na Amazônia.

O apelo indígena é claro: o governo brasileiro precisa ser proativo na eliminação dos combustíveis fósseis, condição sine qua non para tentarmos frear os efeitos cada vez mais frequentes e intensos das mudanças climáticas. Para isso, o país deve interromper imediatamente a exploração de combustíveis fósseis, sobretudo na Amazônia. E, simultaneamente, adotar estratégias que garantam uma transição energética justa e inclusiva, que de fato não deixe ninguém para trás. Contudo, nenhum representante dos Povos Indígenas foi convidado para o seminário “Transição energética justa, inclusiva e equilibrada: caminhos para o setor de óleo e gás viabilizar a nova economia verde”, promovido no mesmo dia pelo Ministério de Minas e Energia (MME) a alguns poucos quilômetros do local onde se realiza o ATL. Na mesa, apenas gente do próprio MME, da Petrobras e da EPE. A escolha tinha uma razão óbvia: apresentar argumentos supostamente “técnicos” para justificar o aumento da exploração de combustíveis fósseis – inclusive na foz do Amazonas e no interior da floresta – como passo necessário para a transição.

Nas últimas semanas, a ala pró-petróleo do governo federal adicionou uma camada na sua narrativa em defesa da exploração “até a última gota”: a “ameaça” de voltar aos tempos da importação do combustível se não abrirmos novas frentes de exploração. Acontece que, segundo dados da ANP – agência reguladora que também integra o grupo defensor da energia suja –, as reservas brasileiras provadas de petróleo no ano passado foram as maiores desde 2014. Estas garantem o atual nível de produção por 13 anos, até 2037. Se consideradas as reservas prováveis, com menor grau de certeza, essa autossuficiência chega a 18 anos – até 2042, portanto. Claro que esse cálculo não considera o provável aumento da eletrificação do transporte, principalmente de carros e ônibus, que, obviamente, reduzirá a demanda por combustíveis fósseis. Sem falar no avanço dos biocombustíveis, como etanol e biodiesel, que também contribuirão para essa queda. (IHU)


sábado, 4 de maio de 2024

Governador do Maranhão defende junto ao ministro da Educação a criação de faculdade indígena em território indígena!

O governador do Maranhão, Carlos Brandão, participou nesta quinta-feira (2), em Brasília (DF), de audiência com o ministro da Educação, Camilo Santana, para tratar de dois projetos referentes ao ensino superior maranhense: a criação da Universidade Indígena e a federalização do Hospital Regional da Baixada Maranhense, unidade estadual de saúde localizada no município de Pinheiro. Segundo a proposição do Poder Executivo maranhense, a Universidade Indígena, a ser construída em parceria com o governo federal, seria uma instituição pioneira de ensino superior instalada em um território de povos originários do Brasil. “Sobre a Universidade Estadual do Maranhão [Uema], tratamos de uma faculdade indígena, que pretendemos construir em parceria com o governo federal. Isso está em discussão e estamos confiantes de que teremos a primeira faculdade indígena, dentro de um território indígena no Maranhão”, detalhou o governador. 

Comentário do blogueiro - Com todo respeito e louvando a proposta do governador do Maranhão, é dever reconhecer que se não houver uma maior atenção à educação escolar indígena no Estado pouco ou nada adianta criar faculdades indígenas. A Educação de base, de qualidade, específica, diferenciada, intercultural e bilíngue é condição sine que non'' para colocar bases firme para o ensino superior indígena. Do jeito que está hoje.....não dá!

6º domingo de Páscoa - 'AMIGO' mora no lado direito do coração! (Jo. 15, 9-17)

'Chamo-os amigos', não servidores submissos e obedientes! Assim, Jesus trata os seus seguidores. É a maior declaração de amor, de igualdade e de participação de um projeto missionário que, a partir de agora, pertence a todos. O Mestre é o inspirador e o motivador do grupo/igreja, mas jamais é o dono absoluto e inconteste de uma missão que, ao ser assumida, se torna de responsabilidade de todos os que desejam realizá-la. Quem ama, confia. Quem ama, escuta.  Quem ama, respeita a pluralidade de pensar e de sentir dos amigos. Quem ama, acolhe. Acolhe sugestões, propostas, modificações de estruturas, de planos, de objetivos. Quem ama não se cristaliza no passado, não alimenta preconceitos, nem temores e chantagens de todo tipo. Fala-se muito, hoje em dia, em sinodalidade, mas permanece sempre quem vai ter a 'ultima palavra'!  Quem, afinal, vai dizer o que estará permitido e o que será vedado. Quem permanece ortodoxo e obsequioso, e quem será banido como herege, e obrigado a viver no ostracismo 'pouco amigável' Quem se doa e dá a vida pelos amigos jamais poderá ser considerado um 'desviado', 'uma carta fora do baralho', ou 'um suposto seguidor que não vive em comunhão'! Quem está mergulhado na missão de ser 'alegria plena' para as vítimas do ódio e da intolerância, inclusive de 'os de dentro', é porque foi escolhido pelo Mestre! É amigo, não inimigo!