domingo, 31 de outubro de 2021

31º Domingo Comum - Amar o não amado é a melhor demonstração de amor a Deus!

Pode ser fácil ‘amar’ um Deus que não se vê. Um ser anônimo que não incomoda, que não intervém fisicamente, apesar de que muitos lhe atribuem graças e, também, muitas desgraças. Difícil, contudo, é amar o ‘próximo’. Seres bem visíveis e presentes, que incomodam, questionam, criticam e ameaçam. Complicado também é dar sentido à palavra-conceito-relação... ‘amar’. Quais seriam, afinal, os gestos, as ações, e as posturas humanas que manifestam amor a alguém? Se é verdade que isso pode depender de cada cultura e contexto histórico é bem verdade que os humanos, estejam onde estiverem, demonstram afeto, carinho, bem querer, amor preservando sempre a pessoa amada. Ou seja, defendendo e protegendo a sua integridade física e moral. 

O evangelho de hoje mostra mais uma vez o distanciamento moral e hermenêutico entre Jesus e um escriba, representante da religião formal sobre esse assunto. Jesus deixa claro que não existe amor a Deus desvinculado do amor ao próximo. Isso, talvez, para fazer ‘um pouco de média’ com o escriba. Na realidade o pensamento de Jesus a esse respeito é claro: ‘este é o mandamento que eu vos dou,: amai-vos uns os outros‘! Para Jesus amar as pessoas é a melhor demonstração de amor para com Deus! Mais que isso. Para Jesus amar o próximo vai muito além do dever moral de ‘amar quem está perto’, os familiares,, os membros da mesma pátria e comunidade, como a tradição pedia. É amar os ‘inimigos’, os rivais, os que não pertencem ao mesmo grupo e cultura! Amar essas pessoas, no entanto, não significa ignorar as suas eventuais ofensas e ameaças, ou os seus maus tratos. Amá-las significará lutar com todas as próprias forças, com todo o seu coração e com toda a sua mente para que as 'pessoas amadas' deixem, definitivamente, de alimentar ódio e violência, humilhação e intolerância. É amando desse modo que as pessoas se educam a reproduzir amor e não utilizando ameaça e violência, e nem vingança e indiferença!


sábado, 9 de outubro de 2021

Brasil é o 4º emissor histórico de CO2

 Segundo o estudo, o país teria emitido 112,9 bilhões de toneladas de CO2 (GtCO2). Mais de 85% desse volume está associado à derrubada de florestas (96,9 GtCO2).

Um levantamento do Carbon Brief calculou o volume de emissões de dióxido de carbono por diversos países entre 1850 e 2020 e descobriu que o Brasil foi o quarto maior emissor do planeta nos últimos 170 anos. A conta inclui o carbono liberado por atividades como desmatamento, mudança de uso da terra e produção de cimento, além das emissões associadas à queima de combustíveis fósseis. Nos dias atuais, o Brasil já é considerado o sexto maior emissor global de gases de efeito estufa. Por não ter se industrializado nos mesmos níveis e na mesma época dos países mais ricos, os holofotes sobre as emissões históricas sempre negligenciaram as peculiaridades da poluição brasileira, muito mais ligada à mudança de uso do solo do que à energia fóssil. Segundo o estudo, o país teria emitido 112,9 bilhões de toneladas de CO2 (GtCO2). Mais de 85% desse volume está associado à derrubada de florestas (96,9 GtCO2).Dos 20 países que mais emitiram carbono no período, o Brasil é quem lidera a lista na categoria desmatamento e mudança de uso da terra, seguido de perto pelos EUA (89,1 GtCO2) e Indonésia (87,9 GtCO2). Em termos gerais, os EUA lideram o pelotão de países com mais emissões históricas, liberando mais de 509 GtCO2 desde 1850, o equivalente a 20,3% do total do planeta. Logo atrás, vem a China, com 284,4 GtCO2 (11,4%), e a Rússia, com 172,5 GtCO2 (6,9%). O Brasil, 4º lugar nessa lista, representou 4,5% de todas as emissões de carbono do período em todo o mundo. (IHU)


28º domingo Comum - Para os 'possuídos' pela ganância é impossível entrar na dinâmica do Reino que é solidariedade e partilha! Mc. 10, 17-30



O ricaço avarento e ambicioso nunca poderá entrar ‘na lógica do Reino’ anunciado e testemunhado por Jesus. Por uma razão simples: é um possuído que perdeu a liberdade. Torna-se incapaz de discernir o que é central na vida e o que é periférico. As expressões ‘correr e se jogar aos pés de Jesus’ refletem atitudes próprias de um endemoninhado, de um possuído. 

O evangelista, desde o início, deixa claro que esse homem sem nome e sem identidade, representa todas aquelas pessoas que são incapazes de colocar o pouco ou o muito que possuem a serviço de quem precisa. É um falido, um infeliz. Para obter a vida eterna não adianta a argumentação que obedeceu aos mandamentos. Jesus deixa claro, inclusive, que os mandamentos que interessam para a construção do Reino são os que fazem referência às pessoas, e não tanto a Deus: ou seja, honrar pai e mãe, não matar, não adulterar, não enganar, não fraudar, não ambicionar coisas e nem pessoas.... Tudo isso, contudo, é insuficiente. A prova de fogo para compreender e entrar definitivamente na dinâmica do Reino pregado por Jesus é ‘ Vá, vende o que tem, dá aos pobres, e depois vem e segui-me’. Só uma pessoa livre pode fazer isso. Para quem é ‘possuídos e dominado’ pela sede de riquezas é impossível seguir esse conselho de Jesus. Não interessa, tampouco, o tamanho da riqueza. O que conta é a nossa relação com ela. Uma ‘pessoa de posse’ que é generosa, honesta e solidária ainda tem chance de ser discípula do Reino. O mesmo não ocorre com o ‘rico ambicioso e tacanho’ que permanece um possuído, escravo e dominado pelas suas próprias riquezas. São elas ditam o seu agir! Nada mais atual do que essa narração, justamente nos dias em que saiu a lista dos ‘ricaços’ do Brasil que possuem milhões em Offshore nos paraísos fiscais. A ilusão da segurança econômica, não se transforma em felicidade e realização humana, principalmente quando ela é construída sobre a fome e o desemprego das pessoas que eles, supostamente, governam! 


terça-feira, 5 de outubro de 2021

“O Facebook está dilacerando nossas sociedades”, diz ex-funcionária

Uma ex-funcionária do Facebook se identificou como a responsável pelo vazamento de informações internas do gigante das mídias sociais sobre efeitos nocivos que plataformas da empresa podem exercer sobre usuários adolescentes.Frances Haugen, de 37 anos, revelou neste domingo (03/10) em entrevista à emissora americana CBS ter sido ela a responsável pelo repasse ao Wall Street Journal de dados de pesquisas realizadas pelo próprio Facebook sobre influências de serviços do grupo à saúde mental de adolescentes e que colocaram recentemente o Facebook sob intensa pressão política nos EUA.A ex-gerente de produto do grupo acusou seu ex-empregador de colocar sistematicamente o lucro acima da segurança de seus usuários. "O Facebook paga seus lucros com nossa segurança", disse Haugen.

 O Wall Street Journal relatou que o Facebook, através de suas próprias investigações, havia chegado à conclusão de que especialmente sua plataforma social Instagram pode ser prejudicial à saúde mental de adolescentes. Haugen – que deixou o Facebook em maio, após cerca de dois anos na empresa – ressaltou que o algoritmo que determina qual conteúdo é exibido para os usuários é projetado para evocar uma reação. E pesquisas realizadas pela própria empresa mostraram que "é mais fácil inspirar as pessoas a terem raiva do que para outras emoções", disse Haugen."Quando vivemos num ambiente de informações que é repleto de conteúdo de ódio e polarizador, isso faz erodir nossa confiança cívica, a fé que temos uns nos outros, a habilidade que temos de querer nos importar uns com os outros", disse.

Ela disse que durante a eleição presidencial de 2020 nos Estados Unidos, a empresa percebeu o perigo que tal conteúdo representava e ativou sistemas de segurança para reduzi-lo. "Mas assim que as eleições terminaram, eles voltam atrás ou mudam as configurações de volta para o que era antes, para priorizar o crescimento em vez da segurança, e isso realmente parece uma traição à democracia para mim", ressaltou."Havia conflitos de interesse entre o que era bom para o público e o que era bom para o Facebook", disse Haugen no programa 60 Minutes, da emissora CBS.A série de reportagens publicadas pelo Wall Street Journal nas últimas semanas revelou, entre outras coisas, que uma pesquisa do Facebook sobre a influência do Instagram constatou que a plataforma social pode reforçar, entre adolescentes, a insatisfação com a imagem do próprio corpo, especialmente entre meninas, podendo levar a transtornos alimentares e depressão.(Fonte: Deustche Welle)