João, o Batista, praticava o ‘seu próprio’ batismo. Um batismo que não servia para cancelar supostos pecados originais, nem para inserir os batizados numa hipotética comunidade eclesial devolvendo-lhes uma filiação divina que nunca havia sido negada. Nada disso! João fazia mergulhar nas águas do batismo somente aqueles que lhe prometiam estarem dispostos 'a dar uma túnica a quem não tem e a fazer o mesmo com a comida; não cobrar mais do que a lei manda; não usar violência, não extorquir e não prender ilegalmente as pessoas’. Um batismo que passava pela assunção pública de compromissos éticos, os únicos capazes de reverter, - possivelmente, mas não certamente - o destino que já estava escrito para Israel: a sua autodestruição. João deixava claro que não adiantava oferecer a carteira de identidade hebraica, de pertença a uma religião ou etnia, como passe livre para evitar a ação do ‘machado já posto às suas raízes para cortá-los’ definitivamente. João pregava uma reviravolta social e ética, mas ele mesmo desconfiava da sinceridade daquelas ‘raças de víboras’! A nós a coragem e o espírito de autêntica conversão para provar que a humanidade ainda pode evitar o machado da sua autodestruição
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