Algo espantoso parece estar acontecendo em várias aldeias Guajajara do Maranhão, na região de Grajaú e Arame. Algo que está se alastrando e contaminando os adolescentes e jovens, principalmente. Parece uma 'droga alucinógena' que cria efeitos deletérios e inesperados. Diga-se, de passagem, que não é algo novo, mas agora, parece assumir proporções alarmantes. Trata-se de ‘pastores’ evangélicos que ‘invadem’ as aldeias e num misto de fanatismo religioso, com ameaças e fortes pressões psicológicas desestruturam a mente de vários jovens indígenas. Os efeitos são assustadores: desmaios, falta de concentração, abandono das normais atividades e, um caso de suicídio e outras tentativas similares ocorrendo em diferentes aldeias quase que simultaneamente. Evidentemente, a ação desses pastores encontra um terreno fértil sendo que na maioria das aldeias da região as igrejas evangélicas prosperam e, muitas delas, se apoiam na carga emocional dos fregueses indígenas. Em alguns casos ouviu-se dizer que os pastores estariam em contatos diretos com o ‘diabo’ que estaria tomando posse da alma de vários jovens indígenas. O fenômeno vem provocando não somente acalorados debates, mas também verdadeiros conflitos internos entre lideranças e famílias que vêem seus filhos sendo manipulados de forma tão grosseira com consequências desastrosas desde um ponto de vista psicológico e social. Nem todos os indígenas têm consciência da existência da manipulação exercida pelos pastores e acham que sua atuação seria como que uma espécie de ‘purificação e expulsão’ libertadora. Seria suficiente constatar os efeitos dessas sessões ‘diabólicas’ para perceber que uma nova forma de dependência está sendo posta em ação. Cabe, finalmente, uma última consideração: quem irá ser responsabilizado pela morte do jovem que se suicidou após algumas sessões do pastor e pela desestruturação emocional que vem ocorrendo em muitos outros?
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