'.....Como sabemos, FHC começou pessimamente o segundo mandato, em meio a uma grave crise econômica, com inflação e desemprego na estratosfera, acossado por denúncias de favorecimento a grupos econômicos e obrigado a lidar com uma oposição política ativa, manifestações de rua e pedidos de impeachment. Em razão disso, sua popularidade caiu a níveis muito baixos: segundo dados de uma pesquisa do Instituto Vox Populi feita em setembro de 1999, apenas 8% da população avaliava positivamente o governo. Como é de se supor, o cenário eleitoral era desfavorável ao condomínio tucano-pefelista. Em nenhuma das inúmeras pesquisas realizadas pelo Vox Populi entre 1999 e 2000, a soma de quaisquer candidatos do PSDB e do PFL ultrapassou 14%. José Serra, o tucano mais forte, nunca foi além de 7%. A medir a situação por elas e de acordo com os demais institutos, o governismo estava fadado a uma derrota acachapante em 2002. Não foi o que vimos quando a eleição chegou. Serra só ficou atrás de Lula, disputou com ele o segundo turno e alcançou cerca de 40% dos votos válidos, quase exatamente o mesmo porcentual de Alckmin em 2006. Ou seja, na hora de votar, prevaleceram as identidades mais profundas do eleitorado e não a conjuntura da avaliação do governo. Se, em 2002, Serra cresceu, apesar de sua limitadíssima identificação popular, imagine-se o favoritismo com que Lula pode chegar em 2018. O que, aliás, explica o medo das oposições e por que elas tentam, de qualquer maneira, impedir sua candidatura'. (Fonte Carta capita - Marcos Coimbra)
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