Como é duro aceitar uma atitude que nos exclui e nos coloca à margem das relações sociais! Muitas vezes reagimos dizendo que fomos tratados ‘pior do que um leproso’. À época de Jesus, efetivamente, os leprosos eram excluídos fisicamente do convívio social. Eram obrigados a viver longe da cidade, e andar com uma sineta amarrada aos pés para alertar a população a fugir caso eles se aproximassem. No episódio de hoje um leproso fura o esquema de proteção e as normas religiosas, e consegue se aproximar de Jesus. Ele não pede a cura, pede para ser ‘purificado’, ou seja, para ser reconhecido apto a voltar a viver com a comunidade. E deixar finalmente o isolamento a que havia sido condenado. Muitas vezes nos conformamos com aquelas atitudes de prepotência e humilhação praticadas pelos humanos que condenam pessoas a serem tratadas como bichos! O leproso nos ensina a não ter medo deles, a erguer a cabeça, e a nos rebelar contra aquelas leis que condenam pessoas a viverem de forma indigna. Jesus, ao ver a ousadia e a fé do leproso sente uma forte ira, uma forte indignação interior, visceral, e rompe, por sua vez, o esquema das normas que proibiam tocar um impuro. Jesus ‘toca nele’ e se torna também ele um impuro segundo a lei. Ele nos ensina que a libertação plena da pessoa e a sua dignidade está acima de toda norma religiosa. Religião que não liberta é droga e escravidão! É violência moral que, às vezes, é mais destrutiva do que a violência física! Jesus pede ao leproso curado e purificado para não ‘falar nada a ninguém’ para evitar que as pessoas o confundissem com um ‘messias’ milagreiro’. Jesus entende que o messias é aquele que se coloca ao lado dos sofredores para libertá-los, amenizando suas dores, e não para exibir poder como muitos esperavam e esperam... A indústria de milagres e promessas de prodígios, hoje em dia, por parte de certos cristãos, vem destruindo e manipulando a própria missão do discípulo de Jesus que acha que só haverá aceitação da mensagem de Jesus somente se acompanhada por grandes prodígios e poderes. Perguntemos a nós mesmos: conhece casos de exclusão na sua comunidade? O que podemos fazer para devolver estima, acolhida e convívio fraterno?
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