Amor intenso e permanente unidirecional não retribuído pode morrer por inanição. Amar incansavelmente sem receber nenhum sinal em troca desmotiva e cansa. Ou existe um mínimo de reciprocidade que o alimenta ou ele pode ser direcionado a outros. A força e o desejo de amar não desaparece, simplesmente é direcionado lá onde há pessoas que o valorizam. E não por isso quem amou passa a odiar quem não soube se alimentar daquele amor. Jesus nesta parábola resgata a sua relação de amor e de dedicação para com o seu próprio povo. Atitudes de compaixão e ternura que não foram valorizadas, ao contrário, foram distorcidas e rejeitadas. Não sobrou outra saída para o Mestre se não a de dirigir a sua capacidade de amar aos descartados e marginalizados de dentro e de fora de Israel. Os supostos eleitos por Deus deixam o lugar aos excluídos e pagãos. Os frequentadores e igrejeiros são suplantados por aqueles que nunca pisaram num templo. São estes que ao se sentirem pela primeira vez amados e não julgados iniciam a reproduzir novas relações de acolhida e comunhão. E não se cansam de amar quem os ama!
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