A Vale está interferindo diretamente no funcioamento normal das instituições oficiais da cidade de Moatize e da província de Tete, no Moçambique, impondo-se com maior relevância do que a maioria dos órgãos públicos locais como ator nos processos de decisões políticas, econômicas e sociais. As instituições do governo de Tete parecem estar perdendo o controle do barco. Aliás, a grande questão que se levanta neste momento é saber até que ponto as autoridades governamentais de Tete e de Moatize conseguirão acompanhar os gigantescos passos das multinacionais, entre as quais a Vale que de pouco em pouco toma conta dos destinos não só desta região central do país, mas de todo Moçambique.Tudo começou quando a Vale se instalou em Moçambique, em 2004. De lá para cá a mineradora brasileira Vale tem causado polêmica entre os trabalhadores, ambientalistas e ativistas moçambicanos ao explorar minério na bacia carbonífera de Moatize, “uma das maiores reservas de carvão mineral não exploradas do mundo”. A Vale, segundo o jornalista moçambicano Jeremias Vunjanhe assinou um contrato com o governo moçambicano, garantindo sua permanência no país até 2030 para explorar uma área de 23.780 hectares, em Moatize, província de Tete. O projeto de exploração da mina de carvão de Moatize concedido à Vale é desenvolvido a céu aberto. Na fase de plena exploração, a capacidade da mina da Vale vai atingir cerca de 26 milhões de toneladas de carvão bruto. Dada a sua capacidade de propaganda, a instalação da Vale, no início, foi vista como promissora e despertou muitas expectativas no povo moçambicano, esperançados por oportunidades de emprego e de desenvolvimento do país. Porém, num processo pouco transparente, a Vale tem se tornado um proprietário absoluto das reservas carboníferas de Moatize e sobre elas tem estruturado a sua hegemonia, expansão e internacionalização. Reproduzindo os mesmos impactos de devastação e destruição de territórios das comunidades. Além disso na cidade de Tete e em Moatiza a Vale e a Riversdale têm se convertido em proprietários absolutos das unidades hoteleiras e restaurantes, das ias de acesso, do aeroporto local, enfim do destino da província. Parece não haver limites para a sede de expansionismo da Vale. Parece não existir limite à sua truculência e negligência com tudo o que ainda cheira a vida!(fonte:IHU - adapatação do blogueiro)
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