Ainda não sei o nome dela. A notícia chegou até nós faz pouco, quase por acaso: a morte parece uma normalidade, mesmo se agarra uma criança de nove anos. Mesmo se aconteceu numa lenta agonia. Mesmo se a família não tinha culpa. Mesmo se, de novo, são os gases e a fumaça das siderúrgicas a rasgar pedacinhos de vida do povo de Piquiá de Baixo.
Fiz questão de escrever poucas linhas, como uma oração, nessa noite de Natal. Antes de celebrar a vida, precisamos manter os pés bem no chão do sofrimento de nosso povo.O evangelho insiste que Jesus foi envolvido em faixas, logo ao nascer, para indicar a morte de que devia morrer: entregue ao colo da mãe pelos soldados que o mataram, envolvido em faixas no sepulcro que poderá prendê-lo só por três dias. A morte e a vida estão tão próximas, na existência de nosso povo...
No silêncio da noite de Natal contemplaremos uma Vida que nasce e mais uma que morreu vítima da condenação moderna do ‘progresso’: a poluição, a exclusão, o sacrifício de alguns para que –dizem- outros possam se desenvolver.A Paz que nos desejamos tanto nesses dias nos deixe inquietos e apaixonados, até quando se tornar, de verdade, Paz para todos e todas. (Fonte Dario Bossi)
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