Muitas vezes alimentamos expectativas irrealizáveis com as pessoas próximas que admiramos. Imaginamos que elas, bem ou mal, deveriam atender às nossas aspirações e desejos, e nunca errar. Quando isto não ocorre nos decepcionamos. Foi o que aconteceu entre João Batista e Jesus. João imaginava que Jesus seria o enviado por Deus que com o machado na mão iria cortar as árvores que não produzem fruto. Entretanto, descobre que Jesus não cortava ninguém. Ao contrário, dava novas e sistemáticas chances a todos, principalmente aos que eram considerados ‘casos perdidos’. João, então, inconformado, chega a intimar Jesus para que Ele diga uma vez por todas se vai ou não cumprir com a missão de ‘fazer limpeza’ e cortar quem não se converte. A resposta e a reação de Jesus são espantosas. Jesus não afirma e nem nega. Ele pede aos discípulos de João que lhe transmitam, simplesmente, o que Jesus vinha realizando. Jesus enumera ‘seis obras de misericórdia’. Seis porque Deus criou o universo em seis dias, descansando no sétimo. Ou seja, Jesus se colocava como Aquele que continuava a recriar e a renovar os seres humanos, a dar continuidade à criação iniciada por Deus. E acrescentava: ‘feliz aquele que não se escandaliza de mim, do meu jeito de ser’. Qual jeito? Qual escândalo? O fato de Jesus ser ‘misericordioso’, e de não excluir ninguém, como João desejava. Isto deu origem à separação entre João e Jesus. Jesus não podia aceitar a lógica e o modo duro e justiceiro de João. Jesus havia aprendido que o Pai sé queria misericórdia e não punição e castigo. Queria acolhida e não discriminação e exclusão.
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