Nós humanos existimos e nos realizamos plenamente como gente só se procuramos acolher, proteger e amar os nossos semelhantes de forma livre e soberana. Quem segue exclusivamente seus próprios interesses e ambições individuais, querendo dominar e escravizar os outros, vai se dar mal. Experimenta vazio interior, permanente insatisfação, tristeza na alma e o sentimento angustiante de ter fracassado na vida. No evangelho de hoje, João nos apresenta Jesus como o ‘cordeiro que extirpa o pecado’ do mundo. O cordeiro, cujo sangue simbolizou no Egito do Faraó preservação e liberdade, representa no atual ‘Egito global’ –através de Jesus e da sua prática, - , a plena libertação das novas e refinadas formas de escravidão. As comunidades de João que vinham sofrendo perseguição brutal são convidadas a acreditarem no modo de agir/governar de Jesus (e não no do César) para serem poupadas pelos novos faraós, e para praticarem uma resistência que venha a derrubar quem ameaça vidas e direitos. Nós vivemos numa realidade em que é preciso reproduzir com urgência e radicalidade do jeito firme de Jesus em dar atenção e assistência aos doentes, aos idosos e crianças, aos sem teto e aos sem emprego. Os Herodes, Pilatos, Escribas e Saduceus de hoje não parecem nem um pouco inibidos em promover um sistema que corrói direitos e esperanças. Andam semeando tragédias e falências múltiplas. Precisamos de mais ‘cordeiros’ que imbuídos pelo Espírito de Deus’ que segurem esse Espírito para terem mais coragem e ousadia em enfrentar a dominação exercida pelos donos do mundo sobre corpos e almas.
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