Somos seres sedentos. Sedento de amor, de justiça, de compreensão, de valorização, de felicidade, mas também temos sede de vingança, de poder, de riqueza. Onde matar essas formas de sede? Tentamos matar a nossa sede através de várias formas. Na maioria das vezes, porém, permanecemos insaciáveis, sempre com mais necessidade de beber. Somos como a samaritana, símbolo do povo infiel. Continuamos a beber no poço errado. No poço das águas contaminadas e insalubres dos preceitos e das normas cultuais, das práticas religiosas arcaicas, das ilusões e das ambições que nos mantêm eternamente dependentes e sedentos. O evangelho de João é uma catequese primorosa sobre a nossa velada idolatria que não nos deixa compreender e acolher a verdadeira e inesgotável fonte da felicidade e da salvação. Nós, como a samaritana, pensamos que matamos a nossa sede obedecendo às antigas práticas religiosas e normas cultuais, simbolizadas pelo poço de Jacó. Nós, como ela, nos juntamos com ‘vários amantes’, ou seja, com vários ídolos que nos escravizam. Imaginamos, como ela, que podemos adorar Deus que Pai de todos num determinado templo nacional ou numa igreja desta ou daquela religião, ou num monte sagrado. Temos dificuldade de entender que com Jesus, - a verdadeira fonte inesgotável que mata as nossas sedes, - é Deus sendo adorado com sinceridade no próprio ser humano por todos. Com Jesus os filhos e filhas de Deus se tornaram o verdadeiro templo a ser respeitado e protegido. É neles e nelas que se adora o Pai de todos! Por isso que celebrações, devoções e liturgias sem a prática da justiça e do direito se tornam práticas idolátricas. Teremos sempre sede, e jamais ajudaremos a matar a sede de outros sedentos!
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