Muitas vezes debatemos qual poderia ser a melhor forma de cativar mais pessoas para participar da comunidade ou frequentar as nossas igrejas. Não importa se católica ou evangélica. Muitos adotam qualquer tipo de meio para atrair pessoas e engrossar as fileiras dos fieis devotos. Não foi esta, porém, a preocupação de Jesus. Ele queria organizar, ao contrário, uma grande força-tarefa em favor da mudança radical interior das pessoas e da realidade social que dominava as consciências e os corpos. Para ‘seduzir’ as pessoas à sua missão Jesus não iludiu com falsas promessas. Ele pedia que encontrassem um tempo para ‘estar com Ele e conhecê-Lo’. O chamado de todo discípulo não ocorre de forma repentina. Exige que as pessoas possam primeiramente conviver, experimentar e conhecer a proposta e o estilo de vida de Jesus (vinde ver....) e só depois decidem se possuem estrutura para tanto, e entrar para valer na grande mobilização em favor do Reino. Os primeiros discípulos que Jesus consegue atrair são os que pertenciam ao grupo de João Batista. O mesmo profeta os motiva a seguir o ‘cordeiro que com o seu sangue poupa a matança dos primogênitos’ como está descrito no Êxodo. Jesus, para João, é aquele que ao se doar inteiramente às pessoas (cordeiro) liberta o povo da violência institucional dos Faraós, imperadores, presidentes ditadores de ontem e de hoje. Nós, como Jesus, somos chamados a libertar pessoas de seus medos e alienações, de suas falsas espiritualidades que em lugar de motivar para a luta contra os males presentes, dopam as pessoas a se conformarem e acomodarem. Que as nossas liturgias e celebrações não sejam uma fuga por não termos a coragem de enfrentar os desafios da nossa sociedade!
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