Não saí correndo para aproveitar a escandalosa aparição da D. Cristiane Brasil no vídeo caricato que postaram, no qual diz que "não tinha ideia" de que fossem à Justiça do Trabalho contra ela.Poderia ter rendido cliques, afinal uma receita que um blog pobre, que vive do Google e das contribuições dos leitores, precisa, por estrita necessidade.
Eu confesso: não fiz porque senti vergonha.Vergonha, primeiro, pela condição feminina, exposta ali a todo tipo de insinuação sexista, algo que não se deve, nem indiretamente, explorar.Vergonha pelo trato dos assuntos públicos de uma forma que poderia ser de uma "cachaçada" na praia, não de uma nomeação ao Governo.
Vergonha pelo fato de o Ministério do Trabalho, em tese uma instituição de defesa e promoção dos direitos dos trabalhadores, ter sido entregue a uma pessoa que, ao tratar deles, porta-se como uma energúmena, que desconhece até mesmo o mais básico da proteção ao emprego e à previdência de quem trabalha.
Vergonha por saber que será o que a cerca ali no vídeo o que a cercará no Ministério, que conheço e sei da qualidade profissional de seus servidores. Não espero que, afinal, sejam tratados com mais dignidade com que ela tratou aos ex-motoristas que dispensou a ver navios.
Vergonha por termos um governo tão abjeto que o tragicômico Roberto Jefferson e sua caricata filha o chantageiam e o fazem humilhar-se diante de um Judiciário que, sem ter poder constitucional para isso, faz Temer suplicar pelo direito de dar posse àquilo que vimos no vídeo.
Vergonha, afinal, do que fizeram a um país que derrubou uma mulher digna que o presidia para absorver no governo aquela figura.
Peço, portanto, desculpas aos leitores. Há coisas que nos embrulham tanto o estômago que, por estarem circulando nas redes, permitem que a gente se poupe de falar.
Cristiane Brasil, que não se perca pelo nome, é um retrato do Brasil de hoje, entregue a uma camada imbecilizada, escolarizada mas não educada, grosseira, agressiva e patética.
O Brasil que está na mão dos primitivos, como os instintos do pai dela.
(Fonte Tijolaço)
Nenhum comentário:
Postar um comentário