Na manhã desta quinta-feira (22), o futuro vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), líder da equipe de transição para o Governo Lula (PT), apresentou um relatório com uma “radiografia do desmonte do Estado e das políticas públicas” durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Em suas redes sociais, Alckmin listou algumas das maiores questões levantadas no documento:
Na área da educação, a constatação é que, nos últimos três anos, o número de crianças que não conseguem ler e/ou interpretar textos saltou de 50% para 70%, o pior resultado em dez anos. O governo federal reduziu em 85% o orçamento e em 66% o número de servidores na cultura.
Para a saúde, o ponto principal foi a pandemia de covid-19. Com 2,7% da população mundial, o Brasil registrou 11% do total de óbitos pela doença no mundo, sendo o 2º país com maior número de vítimas. Ainda, o documento aponta que 34 milhões de cidadãos brasileiros não receberam nenhuma dose da vacina contra a covid-19, enquanto 3 milhões de doses foram inutilizadas por perda de validade. A vacinação contra a poliomielite em crianças de até quatro anos caiu de quase 100%, em 2015, para 70%, em 2022, diz o documento.
No desenvolvimento social, chamou a atenção o aumento de 11% na hospitalização de crianças por carência alimentar, o pior índice em 14 anos. Mais da metade da população brasileira, 125,2 milhões de pessoas, vive com algum tipo de insegurança alimentar. O país também bateu o recorde no número de feminicídios, com 700 casos em seis meses de 2022.
Ainda de acordo com o relatório, o índice de desmatamento na Amazônia aumentou 59% entre 2019 e 2022. No último mês, foi registrado um aumento de 1.216% em focos de incêndio nos estados de Amazonas, Acre e Rondônia. Na infraestrutura, 93,66% da malha rodoviária federal com contrato de manutenção não possui serviço de prevenção e restauração das rodovias.
Na habitação, o governo zerou as contratações de famílias com renda de até R$ 1.800 do programa Casa Verde Amarela. Na transparência, 26,5% dos pedidos de acesso à informação requisitados foram negados por decretos de sigilo, número quatro vezes superior à gestão anterior. Além disso, o Brasil deve R$ 5,5 bilhões em aportes obrigatórios junto a órgãos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU).
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