Demônios existem, e quase sempre têm a cara e a alma de devotos pregadores de igrejas. Esses 'dispersadores' de gente sabem tudo sobre teologia dogmática. Adoram usar e abusar do santo nome de Deus, e citam sem titubear trechos da Bíblia. Eles sabem quem é Jesus de Nazaré: seu modo de pensar e de agir, mas estão longe de querer imitá-lo. Esbanjam o seu conhecimento teológico, litúrgico e canônico para ludibriar e cooptar quem deseja, de fato, se aproximar do Mestre. Não é mera coincidência que o 'espírito diabólico' da narração evangélica hodierna frequenta, preferencialmente, os espaços sagrados. É aqui que 'os diabólicos' gostam de fazer as suas mais excelsas e hipócritas declarações de fé, pois acham que fé é crer numa doutrina herdada. Não aceitam que a fé em Jesus motive para a prática da compaixão e do cuidado aos pequenos. Não toleram que Jesus se preocupe com as vítimas de exércitos de ocupação e genocidas. A esses 'possuídos dispersadores' que querem reduzir a fé a meras celebrações presenciais, mas não praticam a caridade, só cabe reproduzir o modo de agir de Jesus de Nazaré: ’Cala-te’, ‘Sai daqui’!
Observação: o termo 'diabólico' vem do grego 'diabalein' que significa 'dispersar,
jogar as coisas de forma desordenada. O seu oposto é 'simbólico' do grego
'simbalein', ou seja, aquele que arruma, ordena, junta!
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