Vivemos numa multidão de seres humanos de mil cores e credos, de numerosas culturas e ínguas, mas não por isso sabemos falar e escutar, conviver e colaborar! A falta de empatia e de sintonia entre nós, as manipulações e as competições, as pressões e os conflitos de todo tipo nos condicionam e nos bloqueiam. Descobrimo-nos, de repente, ‘surdos e mudos’ numa massa de loquazes, incapazes de ouvir quem clama e reclama, quem chora por socorro e quem silencia perante aquele que o reprime. É preciso ter a coragem de se afastar, estrategicamente, da multidão, para reaprender a ‘ouvir e a falar’ tendo, porém, Jesus como mestre. A narração evangélica de hoje é uma parábola da vida, de quem desaprendeu a escutar e a anunciar como Jesus, e que precisa voltar a se ‘reeducar’ pelo Pedagogo de Nazaré. Quando nos reconhecemos 'surdos e mudos', mas nos deixamos tocar pelo Mestre, a nossa mente e o nosso coração se abrem, e nos tornamos ‘novas criaturas’ habilitados, agora sim, a voltar para a multidão e ouvir seus anseios e angústias, seus sonhos e desejos. E anunciar-lhe com as palavras da compaixão que uma nova criação começou.
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