sábado, 14 de março de 2020

III Domingo de Quaresma – Chega de amores alienantes e infiéis, mas ‘beber’ do único e verdadeiro amor fiel de Jesus!

As idas e vindas da vida frequentemente nos colocam em contato com o desconhecido, o suspeito, e o indesejado. Somos ‘obrigados’ a mergulhar em realidades desconhecidas, e a nos relacionar com pessoas de que não gostamos. Contudo, esses encontros e desencontros, - nem sempre desejados e programados, - produzem mudanças e aberturas mentais inimagináveis. É o caso de Jesus e da mulher-esposa samaritana. Ambos, educados pelas suas próprias culturas a desconfiar um do outro, veem-se na obrigação de interagirem. O diálogo entre Jesus e a mulher assume uma profunda conotação simbólica. De imediato percebemos que a samaritana deixa de ser uma mulher anônima de uma região rejeitada de Israel, e se torna o símbolo de um povo-nação-esposa que procurou em mil lugares equivocados ‘o amor verdadeiro e fiel’, sem encontrá-lo. Jesus se propõe a lhe oferecer a garantia de que ‘a esposa-povo-nação’ não precisará nunca mais procurar a verdadeira fonte da vida em ‘amores ilusórios e decepcionantes’. O amor que sacia a sua sede de afeto e de infinito está à sua disposição na pessoa de Jesus. No seu modo de acolher em amar fielmente. É suficiente acolher esse dom-amor, e começar a amar como Jesus ama! O encontro, aparentemente não programado entre Jesus e a samaritana, acaba transformando radicalmente as duas partes. A desconfiança deixa lugar à recíproca confiança. O preconceito inicial à mútua compreensão e aceitação, sem julgamento e sem condenação recíproca. Seja Jesus que a samaritana, abrem mão de suas seguranças, e de um ‘passado tradicional’ (nossos pais...) que os condiciona. Já não existe mais para ‘os dois’ um lugar sagrado sobre um ou outro monte para adorar o mesmo Pai. Afinal, esse Pai que ama a todos não se adora num templo e com liturgias próprias. Adora-se Ele em ‘Espírito e Verdade’, no ‘sopro divino que brota de um coração amoroso’ - e que, - ao amar como o Pai ama, recriamos e renovamos todas as pessoas e todas as coisas.   

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