domingo, 22 de março de 2020

IV de Quaresma - Combater e desmascarar os propagadores do 'vírus da cegueira' da mente e de coração (Jo.9,1-41)

‘Não há pior cego do que aquele que não quer enxergar’. Ou ‘têm olhos, mas não veem’! A ciência nos diz que enxergamos por meio do cérebro. É de lá que são produzidas as imagens, e os olhos são meros meios que possibilitam a correta transmissão. Há, contudo, disfunções que se dão no cérebro e que distorcem substancialmente a realidade, de forma que o que se enxerga não bate com a realidade física. O texto magistral de João nos diz que na vida real, no cotidiano, há instituições e pessoas que trabalham para manter na cegueira outras pessoas. São ‘instituições e guias cegas’, - mas que arrogam para si o poder de ver, - e que fazem de tudo para que os olhos-coração das pessoas não se abram à luz. Fazem-no para impedir que ao enxergar venham descobrir sua função manipuladora e dominadora. Uma pessoa mantida e educada na ‘cegueira’ quando começa a enxergar torna-se a mais aguerrida inimiga daqueles que a mantiveram, propositalmente, na escuridão. A narração do evangelista deixa claro que dificilmente uma pessoa começa a enxergar por conta própria. É preciso que alguém, de fora, - Jesus, nesse caso, - enfrente os detentores do poder cego, rompa com suas manipulações e comece a ‘abrir os olhos’ a uma multidão de vítima da cegueira institucionalizada. Por isso que os indutores à cegueira detestam, perseguem, caluniam e combatem todos aqueles que desmascaram os que cultivam o poder que torna cegos e dependentes os filhos e filhas gerados na Luz.  Hoje, somos chamados, como Jesus, a ‘recriar pessoas’ ajudando-as a abrir mentes e corações e a enfrentar de forma destemida quantos continuam a cegar gente, utilizando ainda o nome do Deus Visível, ou em nome de uma Constituição feita à própria imagem e semelhança. 

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