Fazia quase 7 anos que a segunda maior terra indígena do Maranhão, T.I. Arariboia (413.00 ha.) não sofria incêndios de grandes proporções. Todo ano, na época do verão, voltam as preocupações e as tristes lembranças das últimas tragédias ambientais que prejudicaram por vários anos a floresta pré-amazônica dos Guajajara e dos grupos de Awá nômades que acolá perambulam.
‘A caça estava voltando, muitos veados, porcão, cotia, paca, anta e outros animais já podiam ser caçados perto de casa, pois se reproduziram bem e rápido ao longo desse anos sem incêndios, mas, agora, com esses incêndios desses dias que começaram a aparecer desde a semana passada, voltamos a reviver a tragédia...’ assim se manifestou o cacique Natim da região da Ponta d’ água. Tudo começou numa fazenda próxima, bem no limite com a Arariboia, quando os seus trabalhadores deram fogo em resíduos de plantas e arbustos para fazer a tradicional e nefasta limpeza. A ação irresponsável e descontrolada deu vida a uma série de pequenos incêndios dentro da terra indígenas iniciados pelas faíscas levadas pelos ventos. Os indígenas da Aldeia Ponta d’água ao ver sinais de fumaça logo se deslocaram até o local e mesmo sem meios apropriados conseguiram temporariamente deter o avanço dos incêndios iniciais. Quando tudo parecia sob controle outras informações davam conta de que outros incêndios foram vistos não muito longe da região e, surpreendentemente, alguns já próximos das roças dos indígenas. Já faz 4 dias que homens e mulheres estão no mato e combatendo incansavelmente não tanto os incêndios quanto tentando prever por onde poderia passar o fogo, fazendo aceiros e procurando deter o seu avanço, principalmente nas nascentes de dois igarapés da região que estão ameaçados. Ontem, uma liderança nos informou que só hoje poderão contar com o apoio de um helicóptero para dificultar a disseminação de mais incêndios na área. A demora na intervenção por parte dos órgãos federais provocou uma verdadeira tragédia ambiental em 2016. Agora, as ameaças de destruição parecem se repetir e se alastrar novamente na mesma terra indígena.
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