Quando disseram a Jesus que a mãe dele e seus irmãos estavam 'lá fora'para procurá-lo, - pois alguns diziam que ele estava fora de si, - Jesus de forma contundente afirmou que mãe, pai e irmãos são todos aqueles que escutam a Palavra e a põem em prática. Aquele filho que outrora vivia submisso e obediente a seus pais, chega à idade adulta em que, sem titubear, reafirma uma estrutura-identidade de família que vai além das tradicionais conotações biológicas. Em outras palavras Jesus afirma que é profundamente evangélico e humanamente salutar ser pai e mãe para quem nunca conheceu o amor de um pai ou de uma mãe, e ser irmão ou irmã para aqueles que nunca conheceram relações afetivas em que são oferecidos carinho, presença amorosa e proteção de graça, sem ser condicionado pelas obrigações morais do parentesco. Jesus sabia algo a esse respeito: afinal aprendeu a acreditar num Pai compassivo e misericordioso ao conviver com um pai não biológico que O amou e cuidou como se assim não fosse! Hoje as nossas igrejas refletem no seu seio as disputas, as ciumeiras e as rivalidades existentes nas comuns “sagradas famílias” e estão longe de viver o amor gratuito e soberano, para além da pertença biológica, étnica, religiosa e de gênero.
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