As cinzas pretas que caem do plúmbeo céu de Piquiá e se depositam nas nossas casas, e são inaladas pelos pulmões de trabalhadores e seres humanos não são emanações divinas que nos lembram a nossa caducidade e finitude. Tampouco são um sinal de um retorno ao ‘Éden’ onde, lá sim, tudo era ‘muito bom’. As cinzas de mais de 50 tons que cobrem as nossas cabeças e os telhados e os quartos das nossas casas, sem muitas liturgias, aqui, em Piquiá, nos lembram que somos obrigados a viver numa permanente quarta-feira de cinzas. O nosso cantinho da criação parece estar destinado a virar pó pelas mãos emporcalhadas das ‘criaturas. Nós cristãos católicos, hoje, somos chamados a deixar de lado os decadentes devocionismos que a solenidade ‘da imposição das cinzas’ podem sugerir, e a reatualizar, definitivamente, o gesto inicial do Criador: assumir o compromisso de fazer novas todas as coisas e todas as criaturas insuflando um hálito novo em toda a criação! O novo 'sopro de vida' consiste em exigir que haja uma interrupção radical na emissão de ‘cinzas pretas’ sobre nós e reduzir os índices de poluição. E permitir que muitas criaturas possam ‘inspirar’ o Hálito Oxigenado Original do Criador! Só assim o gesto de hoje poderá ter sentido. Em nada adianta receber 'cinzas bentas' se não houver o compromissos de eliminar aquelas 'cinzas pretas' mortíferas que, fruto da ganância ilimitada e da irresponsabilidade social e ambiental, estão reduzindo os filhos do Pai Criador em ‘Adãos e Evas sem vida e sem alma’!
quarta-feira, 5 de março de 2025
QUARTA FEIRA DE CINZAS - AS CINZAS PRETAS DE MAIS DE 50 TONS QUE AMEAÇAM AS CRIATURAS!
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