sexta-feira, 30 de maio de 2025

Ascensão de Jesus ao Pai - Nem fuga, nem separação, mas missão divina para humanizar os desumanos!

 Apesar de falarmos de que ‘tudo está interligado’ continuamos a achar que o céu está separado da terra e vice-versa. O céu seria o lugar da divindade, eternidade, imortalidade e a terra o lugar da humanidade, temporalidade, finitude. Continuamos a separar a alma do corpo, o espírito da carne como se fossem entidades autônomas e divisíveis. O evangelho hodierno, o único que narra a Ascensão de Jesus ao céu poderia nos induzir a aceitar esse equívoco. Lucas, no entanto, - mesmo utilizando as categorias teológicas e cosmológicas da sua cultura, - nos diz que o ‘Humano Jesus’ mergulhou definitivamente na 'dimensão da vida plena, a divina' que permeia todo ser e o todo. Mais que isso: que ‘o Céu onde reside a plenitude da vida’, na realidade, já tinha irrompido no humano Jesus tornando-o uma permanente revelação daquele 'Pai que está....no céu' que nós não vemos, mas que podemos sentir por meio do Espírito. Jesus não foge para o céu e nem se separa de nós. Ao contrário, nos lembra que nós discípulos/as Dele temos a missão de ‘divinizar/resgatar’, através do nosso testemunho/martírio, todas as pessoas e povos. Ou seja, o dever de defender o valor de sua dignidade e da integridade física e moral de todo ser. Transformar os ‘desumanos’ em pessoas humanizadas, convertidas, livres de toda desumanização e capazes de acolher, assistir e perdoar outros humanos. Afinal, são as pessoas os verdadeiros templos do Pai Nosso que está 'aqui', dentre nós! Não é certamente num templo de pedra que o divino se encontra com o humano, mas na capacidade de ‘os humanos divinos’ se acolherem e se amarem, reciprocamente, em todas as circunstâncias e lugares da vida! 

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