Procurar é preciso. Sempre. Procurar pessoas. Relações. Sonhos. Lembranças. Sentidos. Procurar caminhos, e ter coragem de percorrê-los. Mesmo que não tenhamos ‘estrelas’ apontando a direção. E quando tivermos a sensação (ilusão?) que encontramos aquele certo, e conquistarmos o que procurávamos, saber que novos caminhos se abrirão. Novos e inimagináveis horizontes se descortinarão diante de nós. E obrigar-nos-ão a procurar, novamente, tudo e todos. Dando a impressão que o que percorremos era um mero vaguear. E o que apertamos com tanto ciúme e apego em nossas mãos - como fruto maduro das nossas buscas, - nada era! Fazemos constantemente a experiência de nunca termos chegado plenamente. De nunca termos encontrado o que consciente ou inconscientemente procurávamos. Sentimentos de insatisfação e angustia nos invadem. E nos deixam inseguros. Com a sensação de fracasso a nos acompanhar o tempo todo. Às vezes, não possuindo mais na nossa bagagem a coragem para recomeçar tudo de novo....
...Mas estrelas sempre aparecem nas noites sem luar da nossa existência. De luz intensa, mas nem sempre visíveis à primeira vista. Não porque as nossas pupilas não tenham capacidade para tanto. Mas porque o coração nem sempre está capacitado para enxergá-las. Afinal, é ele que enxerga de verdade! E ele precisa ser educado a penetrar na escuridão e a vencê-la. E a se mexer autonomamente dentro dela. E perceber como também na ‘escuridão-angústia’ há ‘estrelas-esperanças’ brilhando. De intensidade estonteante...Que nos lembram que a esperança é mais forte do que o desespero.
Que o amor compreensivo é mais forte do que o ódio e a intolerância.
Que a manjedoura de Belém é mais ‘influente’ do que o palácio ‘dos Herodes’.
Que a procura humilde de Deus – mesmo que não seja achado - é mais frutuosa do que as verdades absolutas dos sacerdotes do templo.
Que uma estrela que ‘caminha’ com quem anda nas noites da vida é mais luminosa do que as ‘estrelas’ espetaculares e estáticas de quem acha que nunca vai experimentar escuridão porque acha que tem luz própria.
Que é preciso mudar sempre o ‘caminho de volta’ toda vez que se percebe que ele não leva mais para a vida, mas para a violência e a eliminação da vida.
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