Foi no dia 5 de janeiro que mediante o face book tomei conhecimento da notícia da morte horrível de uma criança indígena na região de Arame. Uma amiga me perguntava se sabia algo a respeito. Respondi que não, mas que iria fazer algumas ligações e averiguar. Imediatamente liguei para a Funai de Imperatriz e conversei com um funcionário que reputo sério e estranhou a informação, pois nunca tinha chegado àquela instituição algum tipo de denúncia desse feitio. Assegurou que iria atrás de informações e que me daria um retorno. Foi o que ocorreu. Pouco tempo depois, após ter feito várias ligações descobriu que se falava bastante nesse caso nas aldeias e em Arame, e me garantiu que no dia seguinte iriam mandar uma equipe para averiguar in loco o ocorrido. Acompanhando a cobertura da imprensa sobre o caso tem-se a clara impressão de que há um desencontro e um descompasso entre as várias matérias e versões que nos deixam atônitos. E que podem dar margem a graves dúvidas sobre a própria veridicidade do acontecimento. Disso tudo verifico que:
- Uma das primeiras versões dizia até que ‘os madeireiros estavam tripudiando enquanto assistiam à criança ser consumida pelo fogo....’ Ora, nem sabemos se foram eles mesmos a fazer isso! Por que acrescentar esse detalhe fantasioso que poderia ‘contaminar’ o relato todo e jogar suspeitas sobre a gravidade do acontecido?
- Outra versão dá conta de que ‘um índio Guajajara que costumava caçar por lá viu o corpinho e comunicou a outros que teriam tirado algumas fotos mediante aparelho de celular’. Essas imagens depois de 2 meses ainda não haviam chegado à sede da Funai de Imperatriz ou a qualquer delegacia para comprovar a existência do corpo queimado!?
- Numa outra versão, se diz que a Funai, - mas não se diz se a de Brasília ou a de Imperatriz, teria recebido a denúncia sobre isso ainda em novembro. As duas sedes negam, mas agora, a de Brasília afirma que houve uma denúncia anônima à época, mas que não pediu averiguações (por ser anônima?) Acrescenta o jornalista de que o órgão federal daria até segunda próxima dia 9, o ‘laudo’. Laudo de que? O corpo continua lá, depois de dois meses?
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