"Eles, (os índios) saíram da floresta e passaram a descer nas áreas de produção’; “no Brasil não existe latifúndio"; e sobre o Decreto 1775/96 que regulamenta o procedimento de demarcação de terras: "é inconstitucional, unilateral, ditatorial, louco, maluco". Estas são algumas das declarações malucas da nova ministra da agricultura, a senadora ruralista Kátia Abreu. Declarações irresponsáveis, próprias de quem não somente desconhece a história, mas de quem não tem consciência do papel que deve exercer no governo e na sociedade. Quem serão os interlocutores dessa senhora? Quem irá por limites ao que vem afirmando de forma histérica e leviana? Mesmo o cidadão mais incauto e desligado da política institucional entende que a nomeação da senadora ruralista não responde somente a exigências de governabilidade. Ou a presidente Dilma conhece bem e sabe que a nova ministra ao se expor de forma ridícula e irresponsável como já vinha fazendo estaria desmoralizando o setor ruralista - e, mais adiante, exigiria ‘por justa causa’ a sua cabeça, - ou a presidente optou definitivamente para botar mais gasolina no campo e nas delicadas e tensas questões fundiárias e indigenistas. Uma declaração aberta de renovado conflito no campo, arcaico em sua forma de apresentação, mas urgente e atual no seu conteúdo e estratégia produtivista e desenvolvimentista. Em suma, ‘deixa o circo pegar fogo para ver como fica’. Complicado acreditar na seriedade do executivo escolhendo e deixando ministros com essa configuração. Até o César Borja, o ‘príncipe’ de Maquiavel teria dificuldade de engolir essa porque a 'dama' desgasta demais a ‘rainha’ com suas loucuras!
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