Tinha somente 19 anos. Não mexia com ninguém. Jovem trabalhador e respeitador. Agora faz parte da abundante lista dos jovens da Vila Embratel que estão sendo dizimados pela violência gratuita, cega, e bárbara. Ninguém imaginava que uma briga banal numa quadra de futsal em que houve alguns xingamentos recíprocos a parentes próximos redundasse num homicídio bárbaro, a poucos metros da minha casa. A jovem vítima foi barbaramente esfaqueada por outro jovem com passagem pela polícia, irmão daquele que havia se desentendido com a vítima. Atualmente se encontra foragido. Voltará, como sempre ocorre, quando não houver mais o ‘flagrante’ e continuará imperturbável a semear mais violência sob os olhos da polícia que não investiga e nem prende, e de uma população que com medo da represália ficará calada e cega. A mesma população que quando houve o assassinato correu para ver e imortalizar digitalmente a deprimente cena, sem pudor, nem dor, sem se preocupar sequer em avisar a Emergência local. Homicídio por aqui virou macabro espetáculo, gratuito e corriqueiro. Natural. Não há mais espaço para a indignação, e nem para a compaixão. Só as lágrimas de uma mãe desolada e inconformada que perdeu aquele que trazia para casa o que comer e o que vestir.
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