O Cardeal Óscar Andrés Rodriguez Maradiaga, colega latino-americano apontado pelo papa argentino para assessorá-lo no comando da Igreja, disse em entrevista em Roma que Francisco falará “não como um inimigo do sistema ou da cultura”, mas “como um pastor que quer fazer um mundo melhor, especialmente para aqueles que não têm voz”. Ao ser escolhido como líder de 1,2 bilhão de católicos, Francisco pediu uma “Igreja pobre para os pobres”, dando um tom mais humilde para o seu papado, que começou com a sua decisão de morar numa residência modesta. Ao mesmo tempo, ele estabeleceu uma agenda política ambiciosa, que inclui desde o lobby por um acordo climático mundial até uma condenação do abismo, cada vez maior, entre ricos e pobres. Aos parlamentares americanos, Francisco se apresentará com a “mesma forma de pensamento com que se expressou” na Evangelii Gaudium, a sua primeira encíclica publicada em 2013, que, na opinião de Maradiaga, é o principal escrito deste papa até o momento. Nele, Francisco atacou a “idolatria do dinheiro” e o sistema financeiro “de exclusão e desigualdade”, acrescentando: “Esta economia mata”. As leis de livre mercado visam “produzir a maior receita possível e os menores custos possíveis”, afirmou Maradiaga, de 72 anos, nesta quarta-feira (13). “Uma mudança se faz necessária, para que o capitalismo se torne mais humano. Do contrário, as desigualdades continuarão crescendo, e elas geram violência, frustração, dor e especialmente insegurança, em todos os sentidos”.
Comentário do blogueiro - Com todo respeito ao que o afirma o cardeal Maradiaga, o capitalismo se optar por ser 'mais humano' deixará de ser...capitalismo. É capitalismo justamente porque coloca a acumulação de capital em primeiro lugar, independentemente da primazia que a dignidade humana deveria ter!
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