Não pretendo, nesta histórica sessão, moderar a linguagem ou asfixiar o que penso. Não vou reprimir a indignação que me consome. Canalha! Canalha! Canalha! Assim Tancredo Neves apostrofou Moura Andrade que declarou vaga a Presidência, com Jango ainda em território nacional, consumando o golpe de 1964. Duvido que um só de nós esteja convencido de que a presidente Dilma deva ser impedida por ter cometido crimes. Não são as pedaladas ou a tal da irresponsabilidade fiscal que a excomungam. O próprio relator da peça acusatória praticou-as à larga. Só que lá em Minas não havia um providencial e desfrutável Eduardo Cunha e nem um centrão querendo sangue, salivando por sinecuras e pixulecos. A inocência do relator é a mesma de Moura Andrade declarando vaga a Presidência. Ah, as palavras de Tancredo coçam-me a garganta. Este Senado está prestes a repetir a ignomínia de março de 64. O que se pretende? Que daqui a alguns anos se declare nula esta sessão, com declaramos nula a sessão que tirou o mandato de Goulart e peçamos desculpas à filha e aos netos de Dilma? Tudo bem. Se mesmo sem culpa, esta Casa condenar a presidente, que cada um esteja consciente do que há de vir. Que ninguém, depois, alegue ignorância ou se diga trapaceado, porque as intenções do vice que quer ser titular são claras, solares.......
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