O papa Francisco criou hoje (2) a Comissão de Estudos sobre Diaconisas, informou o Vaticano. O grupo é o primeiro do novo milênio a estudar a inclusão das mulheres presidindo algumas cerimônias litúrgicas.De acordo com o documento divulgado, 12 pessoas farão parte do comitê de leigos e religiosos, sendo seis mulheres, e o grupo terá como presidente o monsenhor Luis Francisco Ladaria Ferrer, que atualmente é secretário da Congregação para a Doutrina da Fé. Entre as mulheres que participarão da Comissão, está a professora da Universidade La Sapienza, de Roma, Francesca Cocchini, e a professora de Teologia na Universidade de Viena e membro da Comissão Teológica Internacional, Marianne Schlosser, além de religiosos e professores de universidades da França, Nova York e Madri. Segundo o pontífice, o grupo terá como missão estudar o que eram os diaconatos femininos na igreja primitiva, que são mencionados em algumas passagens bíblicas. "O que eram esses diáconos femininos? Elas tinham ordenação ou não? Era um pouco obscuro. Qual era o papel das diaconisas naquela época? Constituir uma comissão oficial que possa estudar questão?", disse a 900 mulheres que foram a uma audiência, em maio, no Vaticano. Elas questionaram Francisco sobre os papéis das mulheres na Igreja. O assunto de incorporar as mulheres em ritos é um tema caro ao papa Francisco. Por diversas vezes, ele mencionou que elas deveriam ter mais espaço na Igreja Católica. Segundo historiadores, a falta de mulheres no sacerdócio seria referente ao fato de não haver presença feminina no momento da Santa Ceia de Jesus Cristo. O ato instituiu a eucaristia, a divisão do pão e do vinho como o corpo e sangue de Jesus para os cristãos católicos. Porém, Jorge Mario Bergoglio já desconstruiu um pouco esse conceito ao, na páscoa deste ano, incluir - pela primeira vez na história - a presença de mulheres no rito de lava-pés, um dos mais importantes para os católicos.
Comentário do blogueiro - Haveria de se perguntar se está tão claro assim, desde um ponto de vista histórico, que Jesus instituiu o sacerdócio ministerial na última ceia com todas as características que possui hoje, na prática e no entendimento clássico da igreja. Se a última ceia coincidiu com a Páscoa judaica - como tudo leva a crer, - é óbvio que não havia só homens, pois o próprio ritual exige presença de 'famílias' (crianças, mulheres e idosos....) Se nos mantemos no nível da mera 'imitação fundamentalista' dos gestos de Jesus (que também eles são filtrados e interpretados pelas primeiras comunidades....) como explicar que o sacerdócio seja, por exemplo, 'por toda a vida', sendo que Jesus nunca falou disso. Como explicar que o candidato seja solteiro e que tenha que entender de teologia dogmática sendo que Jesus só queria 'pessoas misericordiosas e compassivas, dedicadas' e nada mais? Nisso, as mulheres na nossa igreja nos dão uma verdadeira aula de vida evangélica exemplar!
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