O empresário Emílio Odebrecht afirmou, em seu depoimento ao juiz federal Sério Moro, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca tratou de valores nas reuniões que teve com ele, mas reconheceu que que Lula teria pedido contribuições para campanhas políticas. Segundo o empresário, "todos os presidentes do Brasil e do exterior" faziam esse tipo de pedido. Emílio relatou, ainda, que sua relação com Lula era mais cerimoniosa. Ele poderá ser ouvido novamente esta semana uma vez que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) acatou pedido da defesa de Lula, que reclamou não ter acessado a vários documentos que foram incluídos na véspera do depoimento.
Ainda segundo Emílio Odebrecht, os valores da doação eram feitos entre executivos da empreiteira e representantes do PT. Ele afirmou que o ex-ministro Antonio Palocci era o responsável por tratar dos valores a serem doados. Estas negociações teriam resultado na criação de uma conta-corrente que teria movimentado cerca de R$ 300 milhões. Emílio destacou que seu filho, Marcelo Odebrecht, pediu para tratar dos valores finais do acerto diretamente com Lula, o que foi negado. Alexandrino Alencar, também relatou não ter tratado de valores com Lula e afirmou não ter participado da compra de um imóvel para abrigar a sede do Instituto Lula. Segundo ele, após o prédio ser comprado pela empreiteira, Lula recusou receber o imóvel. Marcelo Odebrecht teria então pedido sua ajuda para encontrar um novo local, o que acabou não prosperando.
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