sábado, 23 de fevereiro de 2019

Joênia Wapichana, a primeira deputada federal indígena, afirma que é uma afronta desse governo negar direitos históricos dos povos indígenas

A primeira mulher parlamentar indígena, a deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR), afirmou que em seu mandato se vê na responsabilidade de proteger os direitos dos povos indígenas e criticou os discursos do presidente Jair Bolsonaro. À TV 247, ela diz que os indígenas se sentem afrontados com a intenção de Bolsonaro de rever as demarcações das terras indígenas. "Sentimos como um afronta, demarcações de terras indígenas é um dever do Estado brasileiro".
Joênia Wapichana classifica como "lamentável e absurdo" o fato de o presidente afirmar que os índios não precisam mais de suas terras e que precisam ser integrados à "civilização". "Esse fato de querer negar a identidade indígena está ligado ao fato de querer negar também os direitos indígenas, principalmente sobre a demarcação das terras. Vejo esse tipo de argumento como um argumento de negação. Além disso é uma discriminação contra os índios". A deputada também salienta que ser índio está ligado às origens. "Ser indígena é no sentido de pertencimento ao povo, com suas características culturais e forma de se organizar. Isso não significa que nós estamos a parte da sociedade brasileira, nós temos os mesmos direitos de qualquer cidadão brasileiro".

LULA 'minha guerra é contra a fome'! CLÃ DO BOZO 'Maduro só sai à base do tiro, da bala'!

O Twitter oficial do ex-presidente Lula lembrou que os EUA, que tentam forçar o Brasil a apoiar uma eventual intervenção militar na Venezuela, também tentaram fazer com que o país entrasse na guerra do Iraque; "RECORDAR É VIVER. Lembranças de um estadista - "Na 1ª vez que falei com Bush ele queria que o Brasil entrasse na guerra contra o Iraque. Respondi que minha guerra era contra a fome no meu país", destaca a postagem

Submisso a Donald Trump, que pretende se apoderar do petróleo venezuelano, Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, defendeu uma solução militar para a crise venezuelana e o assassinato do presidente Nicolás Maduro; no Twitter, ele afirmou que "achar que o problema da Venezuela é só dos venezuelanos é não enxergar um palmo adiante"; na mesma postagem, ele adicionou um vídeo, de 2017, onde em uma conversa com o opositor Roderick Navarro, diz que "Maduro só sai à base do tiro, da bala. Eu não acredito que ele vá sair pacificamente"; aventura defendida pelo filho "03" não encontra respaldo nem entre os militares do governo Bolsonaro. Idiotas são assim mesmo!

VIII Domingo – É porque você me odeia que eu quero o seu bem! Para ver se você se manca! (Lc. 6, 27-38)


Vivemos com os nervos a flor da pele. Hoje mais do que nunca os ânimos parecem, a cada dia, sempre mais acirrados. Irritamo-nos por qualquer besteira. O desejo de destruir quem nos arranhou, nos cega cada vez mais. Sorrir e dialogar com quem pensa e vota diferente parece ser o pior dos desafios. Perdoar, então, quem sujou a nossa imagem e honra, nem pensar! O evangelho desse domingo vai, totalmente, na contramão desse modo de agir. Jesus deixa claro aos seus discípulos que a única resposta a ser dada aos intolerantes, aos truculentos, aos violentos, aos brutamontes da sociedade é oferecer-lhes ‘misericórdia’! A forma que o cristão possui para desmontar aqueles que se acham onipotentes é agir como Deus agiria: ser bondoso e ‘misericordioso com os ingratos e os maus’. É a medida socioeducativa mais eficaz para ver se eles se mancam, e começam a agir de forma diferente! Isto não significa tolerar e aceitar passivamente suas maldades, mas simplesmente não reagir da mesma forma que eles. Ou seja, interromper unilateralmente a lógica da vingança que eles querem perpetuar. Romper com a espiral da violência e do ódio em que maldade leva a mais maldade. Amar com o coração do Pai significa dar mais amor àquele que se tornou escravo do ódio, e que não consegue se libertar. Ser mais generoso com aquele que se tornou vitima da tacanhice e do egoísmo. Ser cada vez mais paciente com aquele que não consegue encontrar tempo e dar atenção aos que vivem na sua própria casa. Esse é o diferencial. Caso contrário estaremos na mesma vala que os patéticos pregadores do ódio que andam tão de moda nas redes sociais!!!!!

Secretário de Assuntos Fundiários do Bozo diz que índio detém o maior latifúndio do País. O ignorante não sabe que a proprietária é a União?

Ligado ao setor do agronegócio e presidente licenciado da UDR, o secretário especial de Assuntos Fundiários, Luiz Antonio Nabhan Garcia, afirmou que o governo Jair Bolsonaro deverá enfrentar uma "maldição de viés político e ideológico" para evitar um possível fracasso; para Nabhan, o "maior latifundiário do país é o índio" e é preciso promover "uma revisão ampla, total e irrestrita" no que diz respeito à reforma agrária; ele também afirmou que irá combater os movimentos sociais, como o MST, e que o Incra "não podes manter diálogo com foras da lei. 
Patético!!!!!!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Proposta de reforma da previdência encaminhada pelo governo ferra com velhinhos e com quem ganha menos. Viva os ricos do Brasil!!!!!

A principal maldade, no entanto, segundo Fausto do DIEESE, está no Benefício de Prestação Continuada (BPC). Pago a idosos em famílias acima de quatro pessoas que tenham renda de até um salário mínimo, terá o valor reduzido para R$ 400 para quem tiver a partir de 60 anos. Somente aos 70 anos o idoso, que sobreviver a tanta penúria, terá o direito de receber um salário mínimo. E tem mais um agravante na proposta do governo Bolsonaro: se o idoso tiver uma casa de R$ 98 mil, significa que tem patrimônio o suficiente para não merecer o BPC e perderá o direito.
"O governo quer convencer que o velhinho que trabalhou a vida inteira, ou o carente que recebe um salário mínimo para sobreviver são os problemas. Mas a parte maior do orçamento da União vai para pagar aos bancos os juros da dívida pública. Dinheiro que acaba indo para fora do Brasil", afirma o economista."O dinheiro da Previdência fica no mercado interno pagando aluguel, alimentação, medicamento. E o governo quer dizer que problema é esse idoso e não o outro? Ambos pagam o mesmo imposto, é absolutamente injusto. É muito bom ser rico no Brasil. Nem nos EUA é assim."
A proposta de Bolsonaro acaba ainda com o direito à multa de 40% para demissão de trabalhadores aposentados. E extingue a contribuição ao INSS do trabalhador aposentado. No fim das contas, o sistema público será totalmente fragilizado. "Fazer reforma da Previdência deveria tirar dos que ganham mais para pagar a quem ganha menos. Mas nessa proposta não mexem em quem ganha mais para ferrar quem ganha menos."

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Bolsonaro MENTIU feio. Confira!

A revista VEJA obteve os audio entre Bolsonaro e o ex-ministro Bebianno que foi acusado por ele e pelo filho de 'mentiroso'. Eis alguns trechos reproduzidos pela revista.... Assustador saber em que mãos esse gigante está!!!!!

Bebianno“Há várias formas de se falar. Nós trocamos mensagens ontem três vezes ao longo do dia, capitão. Falamos da questão do institucional do Globo. Falamos da questão da viagem. Falamos por escrito, capitão. Qual a relevância disso, capitão? Capitão, as coisas precisam ser analisadas de outra forma. Tira isso do lado pessoal. Ele não pode atacar um ministro dessa forma. Nem a mim nem a ninguém, capitão. Isso está errado. Por que esse ódio? Qual a relevância disso? Vir a público me chamar de mentiroso? Eu só fiz o bem, capitão. Eu só fiz o bem até aqui. Eu só estive do seu lado, você sabe disso. Será que você vai permitir que o senhor seja agredido dessa forma? Isso não está certo, não, capitão. Desculpe.”

“POR QUE ESSE ÓDIO?”

Em outro áudio enviado ao presidente, Bebianno lembra que é um pacificador, em contraste com a personalidade espinhosa de Carlos, e chegou a ser aceito no convívio com os militares que antes lhe rejeitavam – e volta a garantir que não faltou com a verdade. “Ontem eu falei com o senhor três vezes, sim”.

Bebianno – “Eu só prego a paz, o tempo inteiro. O tempo inteiro eu peço para a gente parar de bater nas pessoas. O tempo inteiro eu tento estabelecer uma boa relação com todo mundo. Minha relação é maravilhosa com todos os generais. O senhor se lembra que, no início, eu não poderia participar das reuniões de quarta-feira, porque os generais teriam restrições contra mim? Eu não entendia que restrições eram aquelas, se eles nem me conheciam. O senhor hoje pergunte para eles qual o conceito que eles têm a meu respeito, sabe, capitão? Eu sou uma pessoa limpa, correta. Infelizmente não sou eu que faço esse rebuliço, que crio essa crise. Eu não falo nada em público. Muito menos agrido ninguém em público, sabe, capitão? Então quando eu recebo esse tipo de coisa, depois de um post desse, é realmente muito desagradável. Inverta. Imagine se eu chamasse alguém de mentiroso em público. Eu não sou mentiroso. Ontem eu falei com o senhor três vezes, sim. Falamos pelo WhatsApp. O que é que tem demais? Não falamos nada demais. A relevância disso… Tanto assunto grave para a gente tratar. Tantos problemas. Eu tento proteger o senhor o tempo inteiro. Por esse tipo de ataque? Por que esse ódio? O que é que eu fiz de errado, meu Deus?”

“NÃO VOU MAIS RESPONDER A VOCÊ”

Bolsonaro, aqui, deixa claro que trocar mensagens de áudio não configura “falar” com alguém. E abre uma nova frente de conflito. Acusa seu ministro de ter plantado uma nota em O Antagonista para envolvê-lo com o laranjal do PSL em Pernambuco. Segue-se uma discussão bizantina entre um presidente e um ministro.

Bolsonaro “Ô, Gustavo, usar da… Que usou do Whatsapp para falar três vezes comigo, aí é demais da tua parte, aí é demais, e eu não vou mais responder a você. Outra coisa, eu sei que você manda lá no Antagonista, a nota (sobre Bolsonaro não atender Bebianno) foi pregada lá. Dias antes, você pregou uma nota que tentou falar comigo e não conseguiu no domingo. Eu sabia qual era a intenção, era exatamente dizer que conversou comigo e que está tudo muito bem, então faz o favor, ou você restabelece a verdade ou não tem conversa a partir daqui pra frente.”

“É DESONESTIDADE E FALTA DE CARÁTER”

Bolsonaro – “Querer empurrar essa batata quente desse dinheiro lá pra candidata em Pernambuco pro meu colo, aí não vai dar certo. Aí é desonestidade e falta de caráter. Agora, todas as notas pregadas nesse sentido foram nesse sentido exatamente, então a Polícia Federal vai entrar no circuito, já entrou no circuito, pra apurar a verdade. Tudo bem, vamos ver daí… Quem deve paga, tá certo? Eu sei que você é dessa linha minha aí. Um abraço.”

Partido do Bozo, PSL, tinha esquema de lavagem em Minas. Ex-candidata abre o bico!

A candidata a deputada estadual pelo PSL de Minas Gerais, Cleuzenir Barbosa, 47, afirma ter havido um esquema de lavagem de dinheiro público pela sigla no estado; ela diz mais: segundo ela, o agora ministro do governo de Jair Bolsonaro Marcelo Álvaro Antônio sabia da operação: "era o seguinte: nós mulheres iríamos lavar o dinheiro para eles. Esse era o esquema", afirma; demitido ontem, Gustavo Bebianno criticou a diferença de tratamento em relação ao ministro do Turismo

Golpista, presidente do CNI é preso por corrupção. Mas têm outros corruptos além dos petistas??????

Polícia Federal prendeu 10 pessoas nesta terça-feira no âmbito da operação Fantoche, que apura irregularidades em contratos que somam R$ 400 milhões firmados com o Ministério do Turismo e com o Sistema S; um dos alvos da operação foi o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, que apoiou o golpe contra Dilma Rousseff; ao todo, estão sendo cumpridos 40 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão temporária em Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Paraíba, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Alagoas. 

Sem o protetor MORO Lava-Jato manda prender TUCANOS ...da turma do Aécio, os puros!!!!!

Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto – apontado como operador de propinas do PSDB, foi preso agora cedo por ordem do novo juiz da 13ª Vara Criminal de Curitiba, onde reinava Sérgio Moro. O ex-chanceler Aloysio Nunes Ferreira (ex-senador tucano) está sendo alvo de  alvo de mandados de busca e apreensão. Ainda não se sabe a extensão dos fatos que motivaram a ação de hoje, mas faz anos que se sabe que Paulo Vieira de Souza, diretor da Dersa durante a construção do Rodoanel, nos governos tucanos de São Paulo, era coletor de recursos do partido. Tanto que, quando José Serra foi confrontado com estas acusações e “se esqueceu” de quem era Paulo Preto, o agora preso reclamou que não se deixava “um líder assim na beira da estrada”. Serra, por sinal, deve estar com as barbas de molho, ao ver as de Aloysio, seu parceiro, em chamas. E o pacote de Moro, agora, ganhou mais alguns percalços no Congresso, embora Bolsonaro possa contar com o desvio das luzes para longe do caso Bebianno-laranjas.

domingo, 17 de fevereiro de 2019

Indígena do povo Pareci é roubado, torturado e tem braço amputado devido aos ferimentos

A polícia ainda não sabe quem roubou, sequestrou e torturou um indígena da etnia pareci, de 39 anos, residente em São Carlos, interior de São Paulo. No dia 18 de janeiro, ele teve ferramentas de sua oficina roubadas, foi violentamente agredido por três homens e sequestrado por algumas horas, até que foi abandonado perto de um conjunto habitacional. Segundo relato em uma rede social, os criminosos diziam "que agora o presidente autorizou matar índio". A vítima foi socorrida e levada para uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) e depois transferida para a Santa Casa de Misericórdia de São Carlos com lesões graves. A polícia só tomou conhecimento do caso quase um mês depois, no dia 12 de fevereiro, por meio de uma denúncia.

Fotos postadas por moradores em uma rede social mostram que ele teve um braço amputado devido à gravidade dos ferimentos. Segundo relatos de parentes, que não se identificaram temendo represálias, o índio levou marteladas na cabeça e em todo o corpo, além de ter sido mordido no braço e na mão. Como se fosse pouco, os agressores ainda usaram a porta do carro para esmagar o braço. Aos parentes, o índio contou que se fingiu de morto e, por isso, foi jogado em um local conhecido como buracão do Zavaglia. O boletim de ocorrência registrado na 2º DP de São Carlos, ao qual o Estadão Conteúdo teve acesso, não menciona a condição da vítima, nem aponta os possíveis suspeitos do crime.

Mas registra que vítima alegou ter ido a um bar com um conhecido após o trabalho. Houve uma discussão, na qual um homem alegou que havia sumido R$ 100 do seu carro e culpava o indígena pelo sumiço do dinheiro. O homem deixou o local, mas voltou com outras duas pessoas. Os três passaram a agredi-lo. Em seguida, os suspeitos o sequestraram o levaram para uma comunidade, onde continuaram com as agressões. Ainda conforme o registro, os agressores então o levaram até a oficina, com a intenção de obter algo de valor como suposto ressarcimento do dinheiro supostamente sumido. Como nada teriam encontrado, agrediram ainda mais o indígena e o abandonaram, ferido, nas imediações de um conjunto habitacional. A vítima pediu socorro e, após passar pela UPA, foi internada no hospital.
Na rede social, os moradores afirmam que o caso será levado ao conhecimento do Ministério Público Estadual. A vítima, que não teve o nome revelado, teria sido alvo de crime de ódio por sua origem. Ele deixou a terra indígena Uirapuru, na região de Cáceres (MT), há 27 anos, quando se mudou para São Carlos, onde a sua família tem uma pequena oficina. (Brasil 247)

sábado, 16 de fevereiro de 2019

O triste caso da militarização das escolas no Distrito Federal por Max Maciel



O novo governo do Distrito Federal (DF) inicia seu mandato sob várias polêmicas, vide as propostas que se apresenta o governador Ibaneis Rocha (MDB). Em paralelo ao corte do passe livre aos estudantes, ele emenda uma portaria para uma intervenção militar em quatro escolas da rede pública. Esse fenômeno vem ganhando espaço no país, e Goiás é a unidade de federação que possui o maior número: são 46 escolas em cuja gestão atuam policiais militares. A militarização das escolas não é nova, e seu argumento parte de uma lógica de incidir em territórios vulneráveis. O objetivo é a resolução da violência, e para isso é preciso inserir a comunidade no medo. Ainda mais em um momento em que uma onda conservadora de moral barata ganha a narrativa.

Para os pais, esta parece ser a saída para uma boa educação – e é aí que mora o problema. Há uma clara diferença entre colégio militar e uma intervenção militar, que é o caso no DF. A portaria foi a toque de caixa, fere a Lei de Diretrizes e Bases da educação, a Lei Orgânica do DF e a própria lei de gestão democrática. Colégio militar é uma estrutura em que quem adentra sabe o que vai encontrar. Ela é destinada aos filhos de oficiais e tem como critério uma prova de seleção que reproduz privilégios. É como um funil, onde só passam aqueles que já dominam os principais conteúdos. Além disso, os colégios militares têm quase três vezes mais recurso que os do ensino regular. Tudo isso dificulta a comparação e põe em dúvida sua efetividade, uma vez que dispõem de uma estrutura que não é a realidade da educação pública brasileira.

O que se apresenta no DF não é isso. Trata-se de uma intervenção autoritária e anti-democrática, ferindo leis já existentes sem diálogo amplo com a comunidade. Esta apoia porque está tomada pelo medo.A educação pública é de responsabilidade das secretarias de educação, e não da PM. Ter policiais na gestão é sim um desvio de função, uma vez que muitos sequer têm formação pedagógica para lidar com a diversidade dos territórios. Apresentam-se como gestão compartilhada e jogam no lixo a gestão democrática, os conselhos escolares e os grêmios estudantis. Ferem, por que impõem um único estilo de comportamento, com corte de cabelos e vestimentas que inibem a individualidade de cada um, a pluralidade dos indivíduos.

No DF, destinaram de 20 a 25 policiais que estavam fora das ruas ou na reserva. Sem contar que não há nada, em lugar nenhum, sobre os dados esperados, as condições de monitoramento e os recursos necessários para transformar a escola. O recurso que se tem é R$ 200 mil ano para cada escola – não para a sua estrutura, mas para bonificação dos policiais destacados.Não se pode negar que há um desafio na educação brasileira. Contudo, não é com polícia que se resolve. Polícia tem de ser parte, de forma comunitária, com ronda e presença no território. Educação se resolve com muito investimento, sem muros, com um plano que desenvolva em cada estudante os seus sonhos e os prepare para a vida e não apenas para uma prova.Esse tipo de política, autoritária, é uma inversão total. Ela coloca o Estado Penal em detrimento do Estado democrático de direito. Uma escola que pune o pensamento crítico, em que não pode se expressar o que é e como é, é um espaço repressor – visto talvez, só em espaços prisionais.
Outra educação é possível.

Max Maciel é pedagogo, especialista em Gestão de Políticas Públicas e consultor da Rede Urbana de Ações Sócioculturais (RUAS).



VI domingo comum – Pobres nunca são bem-aventurados! Bem-aventurados são os que se solidarizam e os libertam de toda miséria! (Lc.6, 17.20-26)


Quem deseja seguir Jesus tem que assumir suas opções de vida. A primeira opção é a de estar sempre do lado daquelas pessoas que foram expropriadas de seus bens e de suas esperanças. E reduzidas à pobreza absoluta. Bem-aventurados não são os pobres, mas aqueles discípulos que mesmo não sendo pobres se colocam ao seu lado. E partilham com eles seus bens e suas qualidades. Ao fazer assim esses discípulos inauguram o novo jeito de governar de Deus! E superam o modo perverso de administrar daqueles  governantes de turno que nunca olham para os invisíveis e humildes da sociedade. Ser pobre não é manifestação de bênção divina, mas ser plenamente solidário, agora, com aqueles que passam fome, e vivem no desespero, - os que choram, - é, para Jesus, garantia de felicidade permanente! Da mesma forma, experimentam paz interior esses mesmos discípulos quando são caluniados e perseguidos por defenderem os indefesos, e por denunciarem aqueles que os reduzem à miséria. Infelizmente, aqueles discípulos que não conseguem ou não querem viver a plena solidariedade com tantos pobres, agora, segurando para si seus bens e qualidades, já estão mortos por dentro. ‘Ai de vós...’ não é uma ameaça, mas é uma lamentação fúnebre que Jesus dirige a todos aqueles que pensam em salvar suas vidas salvaguardando seus bens. E dão as costas a tantos órfãos, viúvas, mendigos, endividados e doentes. Na realidade, a recompensa que já estão recebendo, agora, é a sua própria infelicidade. A morte moral e espiritual. 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Governo do clã Bolsonaro está à deriva....Haverá alguém tocando o violino na hora de afogar?

O governo Bolsonaro, os Ministros de confiança de seus filhos, compõem a mais estabanada equipe ministerial da história. Tem-se um Ministro da Educação, Ricardo Velez,  sem nenhuma noção do ofício; uma Ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, que parece vendedora de Bíblia do velho oeste; um Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, delirante; um Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles,  ignorante e com condenação por falsificação de documento público, e um chefe da articulação política, Onix Lorenzoni, o mais completo caso de solenidade vazia da República.Não há a menor condição de ter vida longa. A maior prova é do STF (Supremo Tribunal Federal) começar a colocar as mangas de fora. A dúvida é sobre o que virá depois. Pelo simples fato de falar coisa com coisa, o general Hamilton Mourão emerge como a salvação da lavoura – apesar de sua única atitude concreta ter levado à inviabilização da Lei da Transparência.(Luís Nassif)

Governo Bozo: 45 dias para provar que é um despreparado!

"Agora, que o país vai descobrindo, a cada dia mais assombrado, de quem se trata, não adianta repetir que 'é preciso torcer para dar certo porque estamos todos no mesmo avião'", avalia o jornalista Ricardo Kotscho, do Jornalistas pela Democracia, sobre as sucessivas crises que acometem o início do governo de Jair Bolsonaro; "Das duas uma: ou os generais vão tutelar o ex-capitão por mais quatro anos ou o país enfrentará uma crise institucional sem precedentes. A primeira providência deveria ser tirar os celulares das mãos dos Bolsonaros"

Humilhado publicamente pelo vereador Carlos Bolsonaro e pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, o ministro Gustavo Bebianno mandou um recado direto aos que defendem sua demissão por conta do escândalo de candidaturas laranjas do PSL; "Eu posso cair. Caso isso aconteça, Bolsonaro cai junto!", disse Bebianno a um jornalista, de acordo com o deputado Paulo Teixeira; mais cedo, Bebianno já havia dito que "não se dá um tiro na nuca do seu próprio soldado"; governo vai pagar para ver?

Deixem de lado a Venezuela e cuidem da ....nação brasileira!!!!!!

VALE: falta de vergonha e de respeito!

O depoimento do presidente da mineradora Vale, Fabio Schvartsman, que esteve na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (14) para uma audiência pública na Comissão Externa de Brumadinho (MG), gerou revolta entre parlamentares. 

Durante seis horas, Schvartsman deu sua versão sobre o caso e respondeu perguntas de deputados do colegiado. O executivo afirmou que a parte operacional de acompanhamento das barragens é feita por "um sistema de delegação", e que "não é necessária uma burocracia" para decidir se é preciso agir rapidamente diante de um problema. "Passando por todos os processos de monitoramento, com alta repetição de monitoramento, de tal forma, nós tivemos a convicção de que nada aconteceria com ela", disse Schvartsman, após mencionar que a Vale "continua sem saber os motivos" do rompimento.
Um flagrante registrado pelo fotógrafo Lula Marques mostrou que, quando os participantes da audiência fizeram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas de Brumadinho, o presidente da Vale foi o único a não se levantar.

"Eu acho que isso é uma certa ameaça, porque a Vale é muito poderosa, tem muito poder econômico, pode deixar de minerar e prejudicar o estado [de Minas Gerais]. Então, eu senti como uma ameaça. A resposta que nós temos que dar é a formação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que vai ser a única forma de responsabilizar a Vale. Eles não vão ceder a nada", afirmou Rogério Correia (PT-MG). Na quarta-feira (13), o petista e outros deputados da bancada de Minas articularam uma lista de assinaturas para solicitar a criação de uma CPMI para apurar o caso. O pedido aguarda despacho do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Malucos no governo: eles não têm culpa. Quem votou neles se igualou a eles!

1. O presidente Jair Bolsonaro anunciou pelo Twitter na manhã desta quarta-feira que os patrocínios concedidos pela Petrobrás estão sendo revistos; a Petrobrás é a principal empresa brasileira de fomento à cultura; com a decisão, o governo Bolsonaro amplia a ofensiva contra os produtores culturais e artistas do país

2. O deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL), do mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro, propôs homenagens na Alerj aos policiais envolvidos na operação que matou 15 suspeitos. ele é mesmo parlamentar que, no ano passado, quebrou uma placa com o nome da ex-vereadora Marielle Franco (PSol), assassinada com suspeita crime encomendado

3. Filiado ao PRTB, o vice-presidente da República Hamilton Mourão afirmou que o PSL deve explicações sobre o uso de laranjas em campanhas eleitorais; ele disse, literalmente: "o partido que se explique"; ao deixar o Palácio do Planalto na noite desta terça-feira (12), Mourão disse não saber se Bolsonaro pediu explicações ao PSL sobre as suspeitas; o Ministério Público de Minas Gerais vai investigar o caso de Marcelo Álvaro Antônio (PSL), ministro do turismo envolvido com quatro candidatas laranja no estado. "O ruralismo político no laranjal do PSL Flávio Bolsonaro inaugurou a pândega. Depois o ministro do Turismo Marcelo Álvaro em MG. Em seguida o presidente nacional do PSL Luciano Bivar com o laranjal em Pernambuco. Agora o ministro Bebbiano. Bolsonaro: o governo que virou suco", afirmou o deputado do PSol-SP

4. O coordenador de campanha de Jair Bolsonaro e ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, autorizou R$ 250 mil de verba pública para a campanha eleitoral de uma ex-assessora; Érika Santos repassou parcela desse valor para uma gráfica de fachada, sem maquinário para impressões; a ex-assessora de Bebbiano obteve apenas 1.315 votos para deputada estadual no estado de Pernambuco, mas foi a oitava pessoa que mais recebeu dinheiro do PSL em todo o país

Bispos católicos, enfim, reagem às paranoias do governo do Bozo!

A Igreja Católica começa a reagir à ação de espionagem do governo Bolsonaro contra o Sínodo da Amazônia que terá como ponto culminante um encontro no Vaticano em outubro. O bispo da prelazia de Marajó (PA), dom Evaristo Pascoal Spengler, um frade franciscano, protestou: "Isso é um retrocesso que só vimos na ditadura militar", protestou. O secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Leonardo Steiner, também franciscano, gravou um vídeo que está na página oficial da entidade (aqui) no qual afirma que o encontro é da "da Igreja para a Igreja" e "envolve toda a questão da Pan-Amazônia: os povos, o meio ambiente". O escândalo já repercute internacionalmente. Na Itália, o jornal Il Fatto Quotidiano destacou em sua edição desta quarta-feira: "Bolsonaro teme o Sínodo sobre a Amazônia. Medo que a Igreja critique o governo: serviços secretos espionam bispos e padres" (aqui). Em entrevista ao jornalista Bernardo de Mello Franco (aqui), o bispo de Marajó disse que não cabe ao governo monitorar os debates da Igreja que o clero já suspeitara da presença de arapongas numa assembleia em Marabá. Dom Evaristo afirmou que esclarece que a Igreja "não é neutra", o que não significa que tenha partido. "A Igreja está do lado dos mais fracos, dos mais pobres, dos ribeirinhos e dos indígenas". Na entrevista, o franciscano disse ainda que o governo Bolsonaro defende interesses econômicos contra os povos da Amazônia e a floresta: "Estão incentivando um modelo predatório de desenvolvimento, que extrai as riquezas da floresta e deixa a população na pobreza". O secretário-geral da CNBB lembrou em seu vídeo que o encontro convocado pelo Papa Francisco não envolve apenas o Brasil, mas nove países que integram a região da Pan-Amazônia. O documento preparatório da Igreja para o Sínodo define a Amazônia como "uma região com rica biodiversidade, é multiétnica, pluricultural e plurirreligiosa, um espelho de toda a humanidade que, em defesa da vida, exige mudanças estruturais e pessoais de todos os seres humanos, dos Estados e da Igreja".

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Bispos do Maranhão saem em defesa dos direitos humanos e sociais de índios, quilombolas, e trabalhadores rurais

Os bispos ligados à Igreja Católica no maranhão elaboraram uma carta aberta em defesa dos povos indígenas onde pedem que a demarcação e o licenciamento ambiental nas terras indígenas permaneçam como área de competência da Funai, além de condenarem a tentativa de membros do governo Jair Bolsonaro "de intimidar os militantes do Conselho Indigenista Missionário-CIMI e da Comissão Pastoral da Terra-CPT" que lidam com o assunto.

Todas as vezes que fizestes isso a um destes mínimos que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes! (Mt 25,40)

O Evangelho deixa bem claro que Jesus sempre teve um olhar de compaixão para com os pobres, identificando-se com eles e defendendo-lhes a dignidade (cf. Mt 25, 31-45).Inspirados no testemunho de Jesus, nós, bispos católicos do Regional Nordeste 5 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunidos no Conselho Episcopal Regional, de 4 a 6 de fevereiro 2019, em Coroatá-MA, analisamos a atual conjuntura social e política do País. Entre outras questões, constatamos com preocupação a extinção do Ministério do Trabalho, fato que pode ocasionar perdas de direitos dos trabalhadores.

Preocupa-nos também a atribuição da demarcação de terras indígenas, anteriormente sob a responsabilidade da Fundação Nacional do Índio-FUNAI, ao Ministério da Agricultura, cujos dirigentes têm manifestado opiniões, ao nosso ver, contrárias aos direitos fundamentais dos povos indígenas. Outra preocupação provém de pronunciamentos por parte de membros do Governo Federal, cuja intenção parece ser a de intimidar os militantes do Conselho Indigenista Missionário-CIMI e da Comissão Pastoral da Terra-CPT. Tanto o CIMI como a CPT são organismos importantes na defesa dos direitos dos povos indígenas, das comunidades quilombolas e dos trabalhadores do campo, direitos esses que são reconhecidos pela Constituição Federal.

No Maranhão, reafirmamos o nosso apoio aos povos indígenas que resistem com coragem à invasão de seus territórios. Também nos solidarizamos com as famílias atingidas pela construção de torres para produção de energia eólica em Paulino Neves, bem como com as famílias prejudicadas com a instalação do linhão para o transporte da energia ali produzida. Não deixa de ser irônico que pobres pescadores artesanais e pobres camponeses paguem proporcionalmente uma conta maior para a produção dessa energia considerada limpa. A tragédia, acontecida em Brumadinho-MG apenas três anos após aquela outra acontecida em Mariana, nos leva a redobrar a atenção e a reflexão com vista a possíveis tomadas de decisão a respeito das consequências e impactos negativos provenientes da mineração, do transporte e do embarque de minério de ferro em nossa região.

Não podemos também nos esquecer dos tanques de lama vermelha produzidos pela Alumar, e outros projetos, como a expansão do porto de Itaqui e a criação de camarão, os quais, sem trazer ganhos sociais significativos, colocam em risco o frágil bioma da Ilha de São Luís e dos Campos de Perizes. Reafirmamos nosso apoio à resistência das comunidades indígenas e quilombolas, à Teia das Comunidades Tradicionais, à ONG Justiça nos Trilhos, entre outras. Colocando a vida de nosso povo sob a proteção de Nossa Senhora e pedindo a graça para sempre imitarmos o exemplo de Jesus Cristo, subscrevemos:

1. Armando Martín Gutiérrez, bispo de Bacabal
2. Elio Rama, bispo de Pinheiro
3. Esmeraldo Barreto de Farias, bispo auxiliar de São Luís
4. Francisco Lima Soares, bispo de Carolina
5. José Belisário da Silva, arcebispo de São Luís
6. José Spiga, administrador diocesano de Viana
7. José Valdeci Santos Mendes, bispo de Brejo
8. João Kot, bispo de Zé Doca
9. Rubival Cabral Brito, bispo de Grajau
10. Sebastião Bandeira Coêlho, bispo de Coroatá
11. Sebastião Lima Duarte, bispo de Caxias
12. Vilsom Basso, bispo de Imperatriz
13. Xavier Gilles de Maupeou d'Ableiges, bispo emérito de Viana

Governo 'evangélico' do Bozo abre fogo contra igreja católica. Ele só quer babacas!


O ponto que provocou a revolta do governo, na matéria do Estadão, foi o encontro que o Vaticano promoverá para discutir a questão amazônica. Uma absurda intromissão, no entender do general Augusto Heleno, ministro chefe do GSI e o "patrão" da ABIN. Heleno lançou mão do velho chavão da soberania para desancar a iniciativa católica. "É interferência em assunto interno do Brasil", disse o principal auxiliar, na seara militar, de um governo que não está nem aí na hora de interferir em assuntos internos da Venezuela, por exemplo. O debate a ser promovido pela Igreja pretende mapear questões referentes à situação dos povos da floresta, indígenas e quilombolas, além de mudanças climáticas provocadas por desmatamento. Todos temas que deixam de cabelos em pé o presidente e seus teóricos, para quem todos esses quesitos são perigosas bombas terroristas que a esquerda tem para detonar e instalar em nosso país o comunismo ateu e desagregador. Informes da Abin dão conta de que o encontro será amplamente explorado para falar mal do governo Bolsonaro pelo mundo afora. Como se precisasse.(Gilvandro Filho)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

O sínodo Pan-Amazônico de que os milicos e o Bozo tanto temem.....

"Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral". Esse é o lema do Sínodo Pan-Amazônico que acontecerá em outubro de 2019, em Roma. Sínodo vem do grego e quer dizer "caminhar juntos". Então, faço alguns esclarecimentos sobre o Sínodo, já que faço parte como "olho de fora" do núcleo de assessoria da REPAM BRASILEIRA (Rede Eclesial Pan-Amazônica), que colabora de forma decisiva na preparação do Sínodo.

Primeiro, em 2014 foi criada a Rede Eclesial Pan-Amazônica. Os fundadores são o Conselho Episcopal Latino Americano (CELAM), Conferência dos Religiosos da América Latina e Caribe (CLAR), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Cáritas. Já havia iniciativas anteriores nessa linha, porém, mais na dimensão episcopal. A REPAM abrange as bases da igreja e outros setores da sociedade interessados numa Ecologia Integral.Essa criação deriva da posição do episcopado Latino-americano, definida no documento de Aparecida, que entende que "Jesus nos fala a partir da Amazônia", isto é, seus povos e toda a exuberância da criação. É o princípio evangélico dos "sinais do tempo".

A REPAM abrange o Brasil e os demais oito países nos quais há o bioma Amazônia: Bolívia, Equador, Colômbia, Peru, Venezuela, República da Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Essa última não é um país, mas um território francês no continente da América do Sul. O propósito é criar uma Igreja em Rede, de povos, instituições, igrejas, que defendam os povos e a natureza amazônica. O Papa Francisco, que foi um dos redatores do documento de Aparecida, decidiu convocar um Sínodo para toda Igreja da Amazônia, mas que é um Sínodo da Igreja Universal. Por isso, além de aproximadamente 140 bispos da Amazônia, haverá mais pessoas de outros lugares do mundo. A REPAM não é o único grupo a preparar o Sínodo, mas cumpre um papel destacado por decisão de Roma. O próprio Francisco esteve em Puerto Maldonado, Peru, exclusivamente para ouvir os povos originários. Ele disse que ali começava o Sínodo. Ouvir quem nunca foi ouvido talvez seja esse o elemento mais incomodante para muitos setores da sociedade.

Como preparação para o Sínodo, sobretudo a REPAM BRASIL, realizou uma série de seminários pelos mais diversos pontos da Amazônia, dialogando a realidade local com a encíclica Laudato Sí, do Papa Francisco. Só no Brasil foram feitos 16 seminários regionais e um 17º nacional. Porém, outros países também realizaram intensamente esses debates, reunindo povos indígenas, ribeirinhos, universidades, comunidades eclesiais, pessoas de outras religiões, enfim, todos que se preocupam com uma ecologia integral. Posteriormente chegou de Roma um questionário para colher as mais diversas opiniões dos povos sobre a Igreja que queremos e o que fazer para uma Ecologia Integral. A síntese desse questionário está em andamento e será enviado a Roma. Foi formada uma equipe de preparação do Sínodo com 20 pessoas do América do Sul e mais um grupo de Roma. Com esse material nas mãos – as dioceses também tiveram que fazer suas consultas -, será elaborado o texto base do Sínodo em Roma. No fundo, Francisco quer fazer da Amazônia uma referência para a Igreja Universal e também para a defesa da Casa Comum, a Terra. A impressão que ele passa é essa: o que acontecer com a Amazônia, acontecerá com o planeta Terra; o que acontecer com a Igreja da Amazônia, acontecerá com a Igreja Universal.Vivemos num Brasil delirante, onde as insanidades recriam até manicômios. Porém, não há qualquer mistério a respeito desse Sínodo.
(Malavezzi - Gogó)

AO INVÉS DE ESPIONAR PADRES, GOVERNO DEVERIA AJUDÁ-LOS A COMBATER VIOLÊNCIA

"Ter o governo federal espionando setores da Igreja Católica que atuam na defesa dos trabalhadores e povos na Amazônia sob a justificativa de evitar 'interferência em assunto interno do Brasil' não é novidade", diz o jornalista Leonardo Sakamoto."Isso ocorreu tanto sob os militares quanto no governo civil pós-redemocratização, portanto, seria claro que aconteceria na gestão anfíbia de Jair Bolsonaro. O que surpreende é a desenvoltura com que isso é escancaradamente assumido", afirma.

De acordo com o jornalista, "quando a ditadura militar se aliou a empresas brasileiras e estrangeiras para acelerar o processo de integração da Amazônia à economia global, que teve como 'efeito colateral' a morte, a expulsão e a escravização de trabalhadores e povos do campo (num processo que segue ativo até hoje, sem interrupções), quem estava lá para enterrar os mortos, defender os sobreviventes e curar sua feridas eram organizações como a Comissão Pastoral da Terra e o Conselho Indigenista Missionário, ambas ligadas à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil".

"Vale lembrar que a primeira denúncia com repercussão internacional por trabalho escravo na região, que veio a público com a ajuda da CPT e contra a vontade da ditadura, teve como alvo a fazenda Vale do Rio Cristalino, no Sul do Pará, que pertencia à Volkswagen", diz. Em tempo: Deus queira que todo esse barulho não tenha sido causado por disputa religiosa".

Vidas paralelas: Sérgio Moro e Tomé de Souza por Fábio de Oliveira Ribeiro


Quando cá chegou, Tomé de Souza mandou despedaçar índios hostis na boca do canhão. Foi assim que ele separou os portugueses dos índios numa capitania fracassada (em que colonos haviam adotado o modo de vida indígena), inaugurou a centralização da Colônia e seu novo Direito Penal.Enquanto não for dissecado, estudado e cientificamente exorcizado esse ato fundador continuará a ecoar em cada chacina praticada por policiais e legitimada pelo Judiciário. O Estado se mantém violentamente apartado do povo porque o encara como um inimigo que deve ser despedaçado. A proibição da pena de morte expressamente prescrita na CF/88 tem sido desprezada pelos juízes há décadas. Precisamos de um novo início. Caso contrário toda e qualquer modificação introduzida no Direito Penal será corrompida para se ajustar ao ato fundador de Tomé de Souza. Nenhuma norma legal que pudesse beneficiar Lula foi aplicada. Tipos penais bem definidos foram distorcidos e ajustados para satisfazer o desejo dos juízes de impor a sanção e a prisão. Portanto, Lula também foi metaforicamente despedaçado na boca do canhão.

A substituição do Direito pelo exercício cruel de um poder ilimitado, que não reconhece qualquer Lei em relação a determinados réus, não é uma novidade no Brasil. Ele nasceu junto com o nosso país em meados do século XVI. Logo, quem fala em Lawfare se afasta do nosso problema. A proposta de Sérgio Moro não é nova e paradoxalmente inova. Ela reafirma o princípio fundador do nosso Direito Penal. Mas o Ministro da Justiça fez algo que nenhum legislador ousou fazer desde os tempos da Colônia: ajustar a Lei à prática cotidiana inspirada no ato do primeiro vice-rei enviado ao Brasil pelo rei de Portugal. Regredimos formalmente ao século XVI, sem dúvida. Mas por outro lado nos libertarmos da hipocrisia de uma proibição da pena de morte que tem sido cotidianamente violada nas ruas e nos Fóruns. Se a Lei é matar ou morrer, ninguém tem direito a vida: nem os policiais nem os juízes.

ABIN espiona bispos e cardeais da igreja católica. O ridículo e o espantoso tomam de conta do País!

O Palácio do Planalto quer conter o avanço da Igreja Católica na liderança da oposição ao governo Jair Bolsonaro. Na visão do bolsonarismo, a Igreja é uma tradicional aliada do PT e está se organizando para liderar debates em conjunto com a esquerda. O alerta ao governo veio de informes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), chefiada pelo general Heleno, e dos comandos militares. Os relatos são de encontros recentes de cardeais brasileiros com o papa Francisco para discutir o Sínodo sobre Amazônia, que reunirá em Roma, no mês de outubro, bispos de todos os continentes.
A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo destaca que "durante 23 dias, o Vaticano vai discutir a situação da Amazônia e tratar de temas considerados pelo governo brasileiro como uma 'agenda da esquerda. O debate irá abordar a situação de povos indígenas, mudanças climáticas provocadas por desmatamento e quilombolas. 'Estamos preocupados e queremos neutralizar isso aí', disse o ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, que comanda a contraofensiva."A matéria ainda informa que "com base em documentos que circularam no Planalto, militares do GSI avaliaram que os setores da Igreja aliados a movimentos sociais e partidos de esquerda, integrantes do chamado 'clero progressista', pretenderiam aproveitar o Sínodo para criticar o governo Bolsonaro e obter impacto internacional. 'Achamos que isso é interferência em assunto interno do Brasil', disse Heleno. Escritórios da Abin em Manaus, Belém, Marabá, no sudoeste paraense (epicentro de conflitos agrários), e Boa Vista (que monitoram a presença de estrangeiros nas terras indígenas ianomâmi e Raposa Serra do Sol) estão sendo mobilizados para acompanhar reuniões preparatórias para o Sínodo em paróquias e dioceses."

Comentário do blogueiro - Atitudes como essas não somente nos remetem à época da Doutrina da Segurança Nacional tão acariciada pelos milicos de ontem e de hoje, como expõe a Nação Brasil ao ridículo internacional. Onde está a liberdade de pensamento, de agremiação, de ir e vir. Querem o que? Serem elogiados por estarem afundando o País? 

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

LULA LIVRE - A juizeca substituta do Moro quer holofotes: as pérolas jurídicas de uma sentença grotesca de uma branquela, sulista, reacionária e incompetente!

A defesa de Lula divulgou no final da tarde desta quarta (6) uma nota à imprensa expondo as pérolas da juíza Gabriela Hardt na sentença em que condena o ex-presidente a 12 anos e 11 meses de prisão no caso Atibaia. 

Entre os erros cometidos pela magistrada está a frase “depoimentos prestados por colaboradores e co-réus Léo Pinheiro e José Adelmário”, como se fossem pessoas diferentes. José Aldemário Pinheiro Filho é o nome completo do ex-sócio da OAS, Léo Pinheiro.
Mesmo admitindo que a Lava Jato não conseguiu provar ato de ofício praticado por Lula para que tenha sido beneficiado pela OAS, a juíza condenou o ex-presidente por “corrupção passiva” envolvendo o “recebimento de R$ 170 mil em vantagens indevidas”. Detalhe: esse “pagamento” teria ocorrido no ano de 2014, quando o petista já não era mais presidente nem exercia qualquer função pública, esvaziando o tipo penal em que foi enquadrado.

A defesa também considerou um “absurdo” que Hardt, para condenar Lula, descartou uma prova pericial alegando que ela não tinha valor porque a perícia técnica havia sido contratada pelos advogados do ex-presidente. A perícia, segundo a defesa, demonstrou que os R$ 700 mil em “vantagens indevidas” que a Lava Jato afirma que a Odebrecht pagou ao ex-presidente em forma de obras no sítio de Atibaia, na verdade, foi “sacado em proveito de um dos principais executivos do grupo Odebrecht (presidente do Conselho de Administração)”. A prova, extraída do sistema da própria Odebrecht, foi “descartada sob o censurável fundamento de que ‘esta é uma análise contratada por parte da ação penal, buscando corroborar a tese defensiva’ — como se toda demonstração técnica apresentada no processo pela defesa não tivesse valor probatório”, afirmou a defesa.
Os advogados de Lula ainda destacaram que o ex-presidente foi condenado a uma “pena fora de qualquer parâmetro das penas já aplicadas no âmbito da própria Operação Lava Jato”. “Uma vez mais a Justiça Federal de Curitiba atribuiu responsabilidade criminal ao ex-presidente tendo por base uma acusação que envolve um imóvel do qual ele não é o proprietário, um ‘caixa geral’ e outras narrativas acusatórias referenciadas apenas por delatores generosamente beneficiados”, assinalou a defesa. (GGN)

Afinal o sítio é do Lula? Veja: o sítio, de acordo com a magistrada, foi mais usado por Lula do que pelo proprietário. Ora, então Lula não é o dono??Em qualquer lugar do mundo civilizado, a anulação da decisão grotesca seria óbvia.  


domingo, 3 de fevereiro de 2019

PAI NOSSO .....que estais no céu... - Reflexões II

‘Ó meu filho, Deus chamou seu papai para junto de si, e ele foi para o céu. Agora, está num lugar bonito, onde não há sofrimento e nem dor. Lá, do alto, ela vela por nós dois’. 
Ao ouvir essas palavras de sua mãe o pequeno Carlos tentou se acalmar. Parou de soluçar, embora suas lágrimas escorressem ainda copiosas a inundar suas pálidas faces. Como confortar, afinal, aquele filho de oito anos que acabava de perder prematuramente seu pai? Como ajudá-lo a compreender que a sua ausência física não significava distanciamento afetivo? A mãe de Carlos, sem esconder o drama humano pelo qual os dois passavam, utilizou a imagem do ‘céu’ como alimentadora de conforto e de paz interior. Isto não faz esquecer a dor intensa, mas procura lhe dar sentido. Sem iludir o pequeno e desconcertado filho, a mãe de Carlos o ajudava a compreender que não havia separação entre vivos e mortos, entre céu e terra, entre visível e invisível. O já adulto Carlos tinha compreendido que, mesmo sem ver e sem acreditar no céu como um lugar físico-geográfico, sentia uma paz profunda toda vez que imaginava seu pai estando junto com o Pai de todos os pais. Agora, não mais amarrado a este ou àquele lugar, mas plenamente livre para estar ao seu próprio lado sonhando, sofrendo, lutando, e construindo junto com ele. 

Deus está no ‘céu’ não porque Ele não quer se imiscuir com os dramas e as angústias humanas, mas para não ser ‘aprisionado e manipulado’ por esta ou aquela igreja, ou por movimentos religiosos interesseiros. E nem por aqueles governantes que, cinicamente, colocam ‘DEUS ACIMA DE TUDO’ como pretexto para oprimir a TODOS! O ‘céu’ tampouco não pode ser utilizado como desculpa para fugir dos embates do cotidiano, achando que o que vale nesse mundo é ‘salvar a alma e garantir-lhe um lugar no céu’. Àqueles cristãos que ainda hoje tentam fugir dos conflitos e das perseguições da vida, mantendo um ‘olhar paralisado para o céu’ o evangelista Lucas os sacode com virulência: ’Homens da Galileia porque ficais aí parados olhando para o céu? (At. 1.11)
Jesus na oração do Pai Nosso incorporou para si e para o seu grupo a crença-convicção de que o Pai está no céu porque ‘é o trono de Deus’ (Is. 66,1) O objetivo central de Jesus sempre foi com a construção do ‘Reino de Deus’, aqui na terra. Ele acreditava que se os humanos assumissem as mesmas posturas do Pai, - livres de suas ambições terrenas, - o Reino de Deus tornar-se-ia possível. Somente um governante paterno, justo e compassivo como Deus podia sentar nesse ‘trono-céu’ e administrar com retidão. Já o profeta Isaias nos lembrava: ‘Gotejai, ó mais elevados céus, fazei com que chova justiça; derramem-na em abundância as nuvens. Abra-se a terra e produza a Salvação, ao mesmo tempo faça a terra brotar a retidão’ (Is. 45,8). Para o profeta o céu não é lugar de alienação, nem de fuga das próprias frustrações e fracassos. Ao contrário, simboliza a dimensão em que Deus, no seu trono (céu), administra o universo com plena justiça e amor. E torna-se fonte inspiradora para que os humanos se deixem fecundar pela sua ‘chuva da justiça’. E brote, aqui, na terra, a retidão. Não há, portanto, separação entre céu e terra, mas comunicação ininterrupta, em que a terra se alimenta do que ‘chove do alto’. 
O apóstolo Paulo, consciente dessa ligação profunda, na sua carta aos Colossenses incita-os a ‘buscarem as coisas que são de cima, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Pensai nas coisas de cima, e não nas que são da terra’ (3,1-2). Para Paulo ‘são coisas da terra’ tudo o que representa ambição, preocupação excessiva com o comer e beber, com o poder e a riqueza, o prestígio e a fama. São essas coisas terrenas que nos fazem perder o foco naqueles valores que deveriam ser os alicerces do ‘governo de Deus’: a justiça, a compaixão, a equidade, o amor gratuito, o perdão. Pensar no ‘céu’ hoje significa para os discípulos de Jesus não deixar anestesiar o seu coração. Não mergulhar em alienantes misticismos e em desencarnadas espiritualidades em nome de uma suposta ‘salvação e paz celestial’. Elas nos afastam dos dramas de tantos humanos que continuam vítimas de outros humanos prevaricadores e egoístas. É preciso manter o olhar fixo Naquele que está sentado à direita do trono do verdadeiro Pai-Pastor e ‘destronar’ os falsos pais-pastores. Aqueles que teimam em ignorar ‘as coisas do alto’, e se deixam pautar pelas ‘coisas terrenas’ semeando destruição, medo, ódio e desespero. Hoje não precisamos de pais que nos ‘conformem’ quando perdemos pessoas amadas, sonhos, projetos de vida, afetos. Precisamos de ‘pais pastores’ que nos incentivem a acreditar que é possível construir conosco uma ‘nova terra’, aqui na terra, inspirados pelo ‘novo céu’ inaugurado definitivamente por Jesus de Nazaré, o herdeiro do ‘PAI QUE ESTÁ NO CÉU’. 

(Este blogueiro escreve todo mês no O jornal do Maranhão da Arquidiocese de São Luís)

sábado, 2 de fevereiro de 2019

IV Domingo Comum – Ser profetas, não babacas domesticados! (Lc. 4,21-30)


Parece ser mesmo verdade que ‘Santo de casa não faz milagre’! Jesus o experimentou amargamente. Em sua própria terra ele foi tratado como um estrangeiro desprezível. Convenhamos, ele deu motivos de sobra para tanto! Jesus acabava de dizer que Deus já no antigo testamento ‘preferia’ as viúvas e os leprosos de fora! Jesus podia ter feito um jogo de cintura dizendo que Deus, afinal, ama a todos, indistintamente. No entanto, ele quis propositalmente interpretar os acontecimentos bíblicos do seu jeito. Quis deixar claro que entre as muitas viúvas que existiam em Israel só a uma estrangeira foi enviado o profeta Elias. E entre os muitos leprosos israelitas só um estrangeiro cheio de fé foi curado pelo profeta Elizeu. Jesus, dessa forma, condena a presunção e a arrogância dos seus patrícios tirando-lhe o monopólio do amor de Deus que eles acreditavam possuir. Mais que isso. Para Jesus eles deviam agir como o próprio Deus agiria, ou seja, cuidando e protegendo os pobres, os humilhados, os cegos, os presos, - não se importando de sua nacionalidade, - como o profeta Jesus vinha fazendo. Jesus nos mostra como, muitas vezes, são‘os de casa’ que mais combatem seus próprios profetas. Afinal, ‘os da sua comunidade’ esperam cumplicidade, agrados e favores. Não toleram a palavra franca, a que questiona, que desmascara as falsidades e as contradições. Ser profeta hoje é incomodar os acomodados que já se acham salvos. E já sabe tudo. É ter a coragem de dizer ‘não concordo’ quando a maioria vende sua alma àqueles que prometem o céu na terra! É ter coragem de defender a dignidade do pior bandido, pois ele não deixa de ser seu irmão, apesar de seus crimes. É encarar e suportar, mesmo com sangue e suor, as perseguições e as calúnias daqueles que se autodenominam ‘irmãos’ e comungam a mesma hóstia!