O depoimento do presidente da mineradora Vale, Fabio Schvartsman, que esteve na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (14) para uma audiência pública na Comissão Externa de Brumadinho (MG), gerou revolta entre parlamentares.
Durante seis horas, Schvartsman deu sua versão sobre o caso e respondeu perguntas de deputados do colegiado. O executivo afirmou que a parte operacional de acompanhamento das barragens é feita por "um sistema de delegação", e que "não é necessária uma burocracia" para decidir se é preciso agir rapidamente diante de um problema. "Passando por todos os processos de monitoramento, com alta repetição de monitoramento, de tal forma, nós tivemos a convicção de que nada aconteceria com ela", disse Schvartsman, após mencionar que a Vale "continua sem saber os motivos" do rompimento.
Um flagrante registrado pelo fotógrafo Lula Marques mostrou que, quando os participantes da audiência fizeram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas de Brumadinho, o presidente da Vale foi o único a não se levantar.
"Eu acho que isso é uma certa ameaça, porque a Vale é muito poderosa, tem muito poder econômico, pode deixar de minerar e prejudicar o estado [de Minas Gerais]. Então, eu senti como uma ameaça. A resposta que nós temos que dar é a formação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que vai ser a única forma de responsabilizar a Vale. Eles não vão ceder a nada", afirmou Rogério Correia (PT-MG). Na quarta-feira (13), o petista e outros deputados da bancada de Minas articularam uma lista de assinaturas para solicitar a criação de uma CPMI para apurar o caso. O pedido aguarda despacho do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
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