A transgressão de Jesus exibida na sinagoga, e fora dela, inspira e dá frutos. Um hanseniano parece ter captado o jeito livre de Jesus diante da lei, e reproduz a sua ousadia e atrevimento. Relegado ao ‘isolamento social’ pela sua doença, o hanseniano, ‘duplamente impuro’ – social e ritual, - se rebela às normas. Invade a aglomeração criada ao redor de Jesus e o interpela. Ele não busca prioritariamente a cura física. Ele quer ser readmitido ao convívio social. Quer que lhe sejam devolvidos a sua dignidade e o seu direito de conviver com amigos e familiares. Mesmo sabendo do poder de Jesus o ‘transgressor atrevido’ deixa a Jesus a opção de curá-lo ou não. O Mestre ignora as filigranas da lei dos doutores e sacerdotes, estende a mão e o toca. Jesus é movido pela compaixão, e não pelas exigências legais! Mesmo que isto signifique ser considerado um impuro. Jesus acolhe a súplica do hanseniano e ordena com autoridade ‘Eu quero (não os sacerdotes):fica curado’! Ou seja, ‘volte a viver conosco, porque você sempre foi um de nós, um irmão, não um apestado! Experimente a alegria de abraçar e de ser abraçado! Vá e esfregue na cara dos sacerdotes esse seu novo status social e existencial’! O empedernido transgressor curado não foi se mostrar aos sacerdotes como previa a lei. Simplesmente reproduzia o que o seu Curador fazia: divulgar e pregar a inédita emancipação trazida por Jesus: somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai-Mãe!
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