A crença na assunção de Maria ao “céu” não tem respaldo bíblico-teológico. Nem se alicerça em fatos-acontecimentos objetivos históricos, ou seja, na comprovação documental da subida física de um corpo ao céu (algo inverossímil), mas em concepções de vida. As primeiras comunidades cristãs já nos seus primórdios, em seu conturbado processo de “divinização” de Jesus, quiseram reconhecer-enaltecer o papel extraordinário que Maria teve na vida de Jesus. E, ao mesmo tempo, lançar uma mensagem de vida ao mundo: o corpo, por ser “templo-nicho do Espírito” não é algo funcional, instrumental e descartável, mas revela a presença criadora e vital do próprio Deus.
Nas infinitas e nunca totalmente resolvidas disputas dogmático-doutrinárias sobre a humanidade (passível de corrupção e morte) e a divindade (incorruptível) de Jesus ganha consistência a idéia-crença de que não somente o “espírito” tem valor, mas também “o corpo”. O corpo “contém e abriga o espírito”. Sem ele, o corpo, o espírito não existe. Desfigurar, torturar, seviciar corpos é, simultaneamente, tentar apagar-aniquilar o espírito-dignidade-consciência da pessoa. Por isso que Jesus repetia:” Tenham medo, entretanto, daqueles que têm o poder de aniquilar-corromper não somente o vosso espírito (dignidade, consciência), mas também o poder de corromper e trucidar o vosso corpo, juntamente com o vosso espírito!”
A assunção de Maria manifesta a aspiração-desejo das primeiras comunidades de salvaguardar a integralidade da pessoa (corpo e espírito), simbolizada por Maria . Diante da tentação alienante de venerar a supremacia do “espírito” sobre tudo o que é "corporeo", as comunidades nos alertam que ele existe e tem sentido se os corpos são plenamente preservados e respeitados. Por serem dimensões indissociáveis, corpo-espírito, ao ameaçar uma ataca-se a outra, e vice-versa. De fato, uma não existe sem a outra. Querer desejar o céu desprezando “a terra”, ou querer salvar o “espírito” menosprezando “o corpo” seria uma contradição e uma traição à prática evangelizadora de Jesus de Nazaré. Afinal, ele veio para salvar toda pessoa, e a pessoa toda, ou seja, não somente uma banda!
Nas infinitas e nunca totalmente resolvidas disputas dogmático-doutrinárias sobre a humanidade (passível de corrupção e morte) e a divindade (incorruptível) de Jesus ganha consistência a idéia-crença de que não somente o “espírito” tem valor, mas também “o corpo”. O corpo “contém e abriga o espírito”. Sem ele, o corpo, o espírito não existe. Desfigurar, torturar, seviciar corpos é, simultaneamente, tentar apagar-aniquilar o espírito-dignidade-consciência da pessoa. Por isso que Jesus repetia:” Tenham medo, entretanto, daqueles que têm o poder de aniquilar-corromper não somente o vosso espírito (dignidade, consciência), mas também o poder de corromper e trucidar o vosso corpo, juntamente com o vosso espírito!”
A assunção de Maria manifesta a aspiração-desejo das primeiras comunidades de salvaguardar a integralidade da pessoa (corpo e espírito), simbolizada por Maria . Diante da tentação alienante de venerar a supremacia do “espírito” sobre tudo o que é "corporeo", as comunidades nos alertam que ele existe e tem sentido se os corpos são plenamente preservados e respeitados. Por serem dimensões indissociáveis, corpo-espírito, ao ameaçar uma ataca-se a outra, e vice-versa. De fato, uma não existe sem a outra. Querer desejar o céu desprezando “a terra”, ou querer salvar o “espírito” menosprezando “o corpo” seria uma contradição e uma traição à prática evangelizadora de Jesus de Nazaré. Afinal, ele veio para salvar toda pessoa, e a pessoa toda, ou seja, não somente uma banda!
Justamente na liturgia hodierna a igreja resgata o cântico de Maria em que corpos humilhados, submissos e famintos, são elevados, libertados e fartados pela ação do espírito de Deus na vida humana. É nisso que se revela a divindade que está dentro da cada pessoa: assegurar que cada corpo seja, de fato, um templo de liberdade, de respeito, de dignidade plena e de fartura sem fim. O céu-divindade já está aqui na terra-corpo toda vez que isso acontecer. A terra-corpo está no céu-divindade toda vez que encontramos pessoas que como Maria são disponíveis a se tornarem templos de vida e liberdade.
O céu se humaniza, e o humano descobre o divino que está dentro de si.
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