A pecuária desponta, de longe, como a atividade produtiva com mais inserções na atualização da última sexta-feira (28) do cadastro de empregadores flagrados explorando pessoas em condição análoga à de escravo, a chamada “lista suja” do trabalho escravo. Mantida em conjunto pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), a relação é considerada uma das mais importantes ferramentas na luta pela erradicação da escravidão contemporânea no Brasil. Levantamento da Repórter Brasil aponta que, de um total de 142 nomes inseridos nesta atualização semestral o registro do governo federal, 61 foram flagrados pelas fiscalizações do MTE no exercício da produção pecuária com o emprego de escravos – chama a atenção também a inclusão de oito políticos e as primeiras inclusões envolvendo o plantio de dendê na Amazônia. No total, o cadastro ficou com 504 nomes, um recorde. As vítimas sofriam ameaças que, segundo o entendimento dos fiscais do MTE, caracterizava restrições à liberdade de ir e vir. De acordo com depoimentos colhidos durante as vistorias, jagunços dos fazendeiros intimidavam os empregados, pela presença ostensiva de armas, através de coação moral e até mesmo com ameaças à vida dos trabalhadores. Alguns, inclusive, foram impedidos de deixar a propriedade para tratar de doenças ou comprar remédios. “Éramos ameaçados o tempo todo. O capanga andava com a arma na cintura. Uma vez, um companheiro nosso foi pedir dinheiro para comprar remédio porque tinha levado uma picada de cobra e foi ameaçado de morte”, acrescenta um trabalhador libertado. Em geral os responsáveis pelo crime de submeter pessoas à escravidão, previsto no artigo 149 do Código Penal, aparecem, com frequência, associados a outros delitos.
Comentário do blogueiro - E aí senadora dona Kátia Abreu defensora dos pecuaristas o que tem a declarar? Fichinhas, não é mesmo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário